Instalação do Cabo OPGW na Linha de Transmissão 138kV LD 1 Almenara - Jequitinhonha
1. a EMISSÃO INICIAL FTY MM LYT 18/12/14
REV. ALTERAÇÕES EXEC. VISTO APROV. DATA
CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A
LD 1 ALMENARA - JEQUITINHONHA, 138kV (Op. 69 kV)
EXEC.
FTY
DATA:
18/12/14
MANUAL DE INSTALAÇÃO DO CABO OPGW
CLASSIFICAÇÃODA
INFORMAÇÃO-
PÚBLICO
Nº
VISTO
MM
DATA:
18/12/14 31171-PE/LS-5037
APROV.
LYT
DATA
18/12/14
Nº - PROJ.
FTY
CONF.
MM
APROV.
LYT
FOLHA
DES. VISTO DATA
41 ARQ
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OPGW
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ÍNDICE
1. OBJETIVO
2. CONDIÇÕES GERAIS DE MANUSEIO E ARMAZENAMENTO
3. CONDIÇÕES GERAIS PARA PREPARAÇÃO DE CABOS E ACESSÓRIOS NO
CAMPO
4. CUIDADOS ESPECIAIS NO LANÇAMENTO DO CABO OPGW
5. MÉTODO DE LANÇAMENTO DO CABO OPGW.
6. REGULAGEM DO CABO OPGW (NIVELAMENTO)
7. GRAMPEAMENTO DO CABO OPGW
8. CAIXAS DE EMENDAS ÓPTICAS
9. CONTROLE DAS CARACTERÍSTICAS ÓPTICAS
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1. OBJETIVO
Este manual tem por objetivo fixar as condições mínimas para o transporte,
armazenamento e movimentação do cabo para-raios óptico (OPGW) além de
apresentar os procedimentos para a sua instalação.
2. CONDIÇÕES GERAIS DE MANUSEIO E ARMAZENAMENTO
2.1 Os cabos acondicionados em bobinas deverão ser manuseados conforme as
condições gerais estabelecidas nas normas ABNT NBR 7309 e NBR 7310.
2.2 Os produtos aqui especificados possuem também a finalidade de transmissão de
sinais ópticos, portanto são produtos frágeis que requerem um transporte
adequado e um manuseio cuidadoso.
2.3 O armazenamento dos cabos acondicionados em bobinas, os acessórios e
equipamentos deverão ser feitos em locais abrigados de intempéries (protegido
contra sol, chuva, inundações e poluição excessiva). As proteções de plástico e os
lacres de acessórios não deverão ser destruídos até o momento da instalação.
2.4 O armazenamento deverá ser feito em local seguro, para evitar o roubo ou a
perda de quaisquer componentes do sistema de cabos ópticos e acessórios.
2.5 As bobinas não deverão ser, em hipótese alguma, durante a movimentação ou
armazenamento, deitadas ou roladas e, sempre que necessário, elas deverão ser
adequadamente calçadas. Essas operações deverão ser efetuadas em locais
espaçosos para evitar qualquer choque com outros objetos ou queda de bobinas.
2.6 Os cabos e acessórios, durante o carregamento e descarregamento de qualquer
meio de transporte, não deverão ser jogados no chão ou sobre o veículo. As
movimentações dos produtos deverão ser realizadas de modo cuidadoso, a fim de
evitar qualquer dano aos mesmos.
3. CONDIÇÕES GERAIS PARA A PREPARAÇÃO DOS CABOS OPGW E
ACESSÓRIOS NO CAMPO.
3.1 Os cabos OPGW deverão ser desenrolados apenas através de equipamentos
adequados a esta finalidade e após o minucioso planejamento dos lances e rotas
a serem executados.
O planejamento da instalação do cabo OPGW difere daquele relativo à instalação
de um cabo para-raios normal pelos seguintes aspectos:
- As emendas entre os lances dos cabos são realizadas normalmente nas torres
de ancoragem, onde é instalada a caixa de emenda óptica.
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- No caso de cabos para-raios convencionais, as emendas referem-se só à
parte metálica do mesmo e, portanto, podem ser realizadas no meio do vão,
evitando desta forma as sobras e perdas.
- No caso do cabo OPGW, seja para instalar o cabo numa linha de transmissão
existente ou a ser construída, os lances devem ser ajustados de acordo com
os vãos existentes em cada trecho.
- Isto significa que para cada “TRAMO” ou trecho de linha (em média 5.000 m),
deverá haver uma bobina específica com o comprimento adequado ao
espaçamento das torres do mesmo.
3.2 Deve ser realizada uma inspeção visual em todas as bobinas, verificando a
existência de indícios de danos físicos à bobina ou ao lacre, ocorridos durante o
transporte ao local da obra e/ou durante o armazenamento.
3.3 Os cabos não deverão ser arrastados pelo chão ou sobre qualquer superfície que
não seja a das roldanas projetadas para esta finalidade.
3.4 Antes da instalação do cabo OPGW deverão ser realizados no canteiro ou em
fábrica os testes ópticos sobre as fibras utilizando OTDR. Os seguintes dados
deverão ser medidos, conferidos com os dados existentes e registrados:
- continuidade da fibra;
- atenuação;
- comprimento da fibra e do cabo.
Após as leituras ópticas, as extremidades do cabo devem ser seladas a fim de
impedir a penetração de umidade. As bobinas devem ser identificadas, conforme o
tramo de lançamento.
4. CUIDADOS ESPECIAIS NO LANÇAMENTO DO OPGW
O método convencional de lançamento de cabos para-raios poderá ser utilizado
para o cabo OPGW, desde que os pontos citados a seguir sejam devidamente
controlados.
Na instalação do cabo OPGW, deverão ser tomadas providências, para garantir a
integridade e eficiência da fibra óptica. Para isto, será necessário utilizar um
método de lançamento que satisfaça os principais requisitos de trabalho, tais
como o atendimento aos valores de tensão admissíveis, o raio mínimo de
curvatura e os cuidados com o esmagamento.
Desta forma, os itens que deverão ser controlados durante o lançamento são:
1. Evitar o excesso de tensão mecânica e qualquer choque mecânico.
2. Evitar o excesso de torção.
3. Evitar o dobramento.
4. Evitar o esmagamento.
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4.1. Limite da tensão mecânica
Na instalação do OPGW deverá ser evitada qualquer tensão adicional, além
daquela estritamente necessária para esta operação.
A tensão de puxamento não deve ultrapassar o valor máximo especificado pelo
fabricante, porém sempre menor que 15% da carga de ruptura nominal do cabo.
Como regra geral convém que todas as pessoas envolvidas na operação do
lançamento tenham em mente que a tensão deve ser a menor possível, o
suficiente para o puxamento.
Os equipamentos de tracionamento e tensionamento devem ser providos de
mecanismos para controlar continuamente a tensão de puxamento do cabo,
através de dispositivos tais como embreagens, dinamômetros, etc. em todo o
comprimento do lance.
Além disso, é desejável que o tracionador ou “puller” seja equipado com um
equipamento de segurança através do qual seja possível desligá-lo
automaticamente sempre que a tensão atinja um valor pré-determinado.
4.2 Torção do cabo OPGW
É importante entender que durante o lançamento, não só o OPGW, mas todos os
cabos aéreos sofrem giros, em função da influência do esforço irregular das
roldanas e do tracionamento do cabo. No caso dos cabos para-raios e OPGW
com uma camada, este fenômeno é mais acentuado devido a única camada que
os mesmos apresentam, em comparação com os cabos da fase. Por este motivo
as seguintes providências deverão ser tomadas:
4.2.1 Utilização de contrapesos na extremidade por onde o cabo está sendo lançado,
conforme exemplo da Figura 1:
Figura 1 - Montagem dos Contrapesos
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4.2.2 Utilização da luva giratória (Figura 2) que deve ser instalada entre o cabo piloto e o
contrapeso, para evitar que as rotações do cabo piloto passem para o cabo OPGW. O
cabo OPGW deve estar firmemente acoplado ao contrapeso para evitar a torção.
Figura 2 – Luva Giratória para lançamento do cabo
4.3 Dobramento do cabo OPGW
O cabo OPGW possui fibras ópticas em seu interior e estas estão suscetíveis a
perdas por raios de curvatura menores que os especificados. Para tanto, deve-se
evitar o dobramento do cabo OPGW com raio de curvatura menor que o mínimo
admissível.
Os pontos onde haverá necessidade de maior atenção são:
- Ângulo de lançamento;
- Diâmetro de acomodação das folgas de cabo;
- Encaminhamento para a caixa de emenda;
- Roldanas com diâmetro mínimo de 40 vezes o diâmetro do cabo.
4.3.1 Ângulo de lançamento:
Figura 3 - O ângulo que o OPGW faz com a horizontal durante o lançamento deverá
ser menor que 18,43°.
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4.3.2 O diâmetro mínimo para acomodação das folgas do cabo OPGW próximo à caixa
de emenda deve ser entre 0,8m a 1,0m dependendo do diâmetro do cabo,
conforme Figura 4:
Figura 4 - Diâmetro de curvatura mínimo do OPGW para acomodação nas
torres da Linha de Transmissão.
4.3.3 O diâmetro mínimo da polia para permitir a inversão completa do OPGW sob a
mesma direção deve ser 1 metro, conforme Figura 5:
Figura 5 - Diâmetro mínimo do OPGW para inversão total do sentido.
4.3.4 Para o encaminhamento do OPGW na descida da torre até a caixa de emenda
deve-se observar o raio mínimo de 500 mm, conforme Figura 6:
Figura 6 - Encaminhamento do cabo OPGW até a caixa de emenda.
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4.3.5 Acoplamento de roldanas ou outro dispositivo para diminuir os ângulos de
lançamento nas torres em ângulo, conforme Figura 7a. Esse tipo de dispositivo
deverá ser utilizado em casos de ângulo igual ou superior a 60º. Alternativamente
pode ser utilizado o dispositivo que se encontra apresentado na figura 7b. Neste
caso o raio de curvatura deverá ser superior a 60 vezes o diâmetro do cabo.
Figura 7a - Acoplamento de roldanas para diminuir os ângulos de lançamento
nas torres em ângulo acima de 60º.
Figura 7b – Dispositivo para lançamento em torres de ângulo acima de 60º.
4.4. Evitar o esmagamento
Esta instrução visa evitar o rompimento ou falha na capacidade de transmissão da
fibra óptica que podem ser causados pelo esmagamento do cabo OPGW.
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Por isto, a correta utilização dos grampos, bem como a correta inserção da luva e
o devido controle de torque no aperto dos parafusos, tornam-se fatores
fundamentais para evitar o esmagamento.
5. MÉTODO DE LANÇAMENTO DO CABO OPGW:
Consiste na transferência dos cabos de suas embalagens (bobinas) para as
estruturas, nas quais deverão ficar suspensas provisoriamente à espera do
tensionamento e fixação definitiva.
Conforme descrito no item 4, o lançamento do cabo OPGW difere daquele
utilizado para o cabo para-raios convencional devido à necessidade do controle
contínuo da tensão de puxamento.
5.1 Lançamento do cabo piloto
a) Linhas novas:
Primeiramente lança-se um cabo de aço, denominado cabo piloto, ao longo do
trecho onde o cabo OPGW será estendido.
b) Linhas existentes:
Para linhas existentes, após criteriosa inspeção do cabo para-raios, este
poderá ser utilizado como cabo piloto, se assim permitido.
Neste caso, especial cuidado deve ser tomado durante a operação de
“desgrampeamento” (colocar em bandola) com a linha energizada, devido ao
aumento do para-raios que fica paralelo com o condutor.
Devem ser executados os serviços de instalação de roldanas, aplicação de
cabos extensores, “desgrampeamento” e “destensionamento”, utilizando os
cabos, conectores e talhas manuais auxiliares.
5.2 Preparação do cabo OPGW
O cabo OPGW é conectado ao cabo piloto, através de um contrapeso e
destorcedor, conforme apresentado na Figura 1. O destorcedor serve para impedir
que os momentos de torção do cabo piloto sejam transferidos ao cabo OPGW. Já
o contrapeso serve para evitar a torção própria resultante do momento de torção
ocasionado pela sua passagem do cabo sobre as roldanas.
Para evitar que a fibra fique presa no início do cabo seguir os seguintes
procedimentos:
a- Marcar sobre a ponta inicial do cabo um comprimento igual ao da camisa de
puxamento mais 10cm;
b- Abrir o cabo (desencordoar os fios da(s) camada(s)) deixando o tubo exposto
até um comprimento que seja possível cortar o tubo;
c- Cortar o tubo com arco de serra;
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d- Manter o tubo no mesmo local e encordoar os fios novamente de forma a
recompor o cabo.
e- Colocar a camisa de puxamento (uma única), prendendo com arame apenas
na extremidade da camisa.
OBS: Para o dispositivo anti-torção (arraia) instalada diretamente no cabo, o
comprimento de corte deverá englobar, o comprimento de trabalho dos
contrapesos mais o comprimento da camisa +10cm.
5.3. Lançamento do OPGW
O cabo piloto é então puxado por um “puller”, equipamento acionado a motor
diesel ou gasolina, constituído de um sistema de engrenagens e tambores, onde é
enrolado. O “puller” deve ser do tipo hidráulico.
Com isso, o cabo OPGW é conduzido através das roldanas até o término do
lance, quando então é ancorado provisoriamente.
Após sair da bobina, o cabo OPGW passa através de um equipamento chamado
freio ou “tensioner”, que controla a velocidade de lançamento por um sistema
hidráulico. Este Freio é equipado também com dinamômetro, para o controle da
tração de acordo com os valores máximos pré-fixados em projeto.
Os operadores do tracionador e do freio devem se comunicar por rádio durante
toda a operação, paralisando o lançamento caso a comunicação não esteja
perfeita.
5.4. Controle durante o lançamento do OPGW
Durante o lançamento, uma viatura com um observador e rádio deve acompanhar
o ponto de conexão entre o piloto e o OPGW (contrapeso), para que, ao passar
pelas roldanas, que é o momento mais crítico, a velocidade seja reduzida de
forma a evitar problemas que podem causar danos às pessoas, equipamentos,
estruturas e ao próprio cabo OPGW.
Adicionalmente, nas torres em ângulo, devem ser previstos elementos
(eletricistas) para inspeção contínua da passagem do cabo sobre as roldanas, de
forma a prevenir a torção do OPGW.
5.5. Cuidados antes do lançamento
Antes do lançamento deverão ser observadas as seguintes precauções:
- Verificar todos os pontos de fixação de roldanas nas estruturas;
- Verificar o alinhamento das bobinas em relação ao sentido do lançamento, para
evitar esforços anormais no cabo OPGW;
- Atentar para o sentido que o cabo OPGW será desenrolado da bobina
(informação consta na lateral das mesmas);
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- A inclinação do cabo entre o equipamento e as estruturas deve ser inferior à
18,43° graus em relação à horizontal;
- Verificar as condições do cabo piloto ou para-raios existente, quando utilizado
como piloto, rejeitando aqueles que apresentam defeitos (dobras, fios rompidos,
emendas improvisadas, nós e bitolas desiguais);
- Verificar as condições dos esticadores, ancoragens provisórias (morto),
empacaduras para travessias, cavaletes das bobinas e aterramento de todos os
cabos;
- Testar o funcionamento e eficiência do equipamento portátil de comunicação
(rádios), devendo ser previsto um conjunto reserva para o caso de uma
emergência;
- Testar o funcionamento e a eficiência do equipamento de lançamento (“puller” e
freio), a fim de evitar acidentes durante o lançamento;
- As roldanas deverão ser inspecionadas antes de sua instalação nas estruturas,
verificando-se a sua livre movimentação, e o estado da superfície dos gornes,
bem como a lubrificação das mesmas, verificar também se foi feito bloqueio para
que o cabo não saia da roldana;
- Roldanas cujos suportes estejam rachados, que tenham rebarbas ou rolamentos
defeituosos, não poderão ser utilizadas e deverão ser retiradas do local da obra;
- O cabo OPGW tem seu encordoamento do tipo “esquerdo”, então deve ser
providenciado para que o cabo entre no tambor do freio, olhando do cavalete da
bobina, pela direita e saia pela esquerda. Isto tem a finalidade de evitar a
tendência de desencordoamento do cabo;
- Certificar-se de que a bobina a ser utilizada é exatamente aquela prevista para o
tramo.
5.6. Relação dos principais equipamentos utilizados para o lançamento do
cabo OPGW e suas características
a) Na praça do freio:
- Equipamento de freio hidráulico conforme ilustrado na Figura 8;
- Tambores com diâmetro mínimo 100 vezes o diâmetro do cabo OPGW, com
os sulcos revestidos com material elastomérico, acoplado com controle
contínuo da tração;
- O calor resultante do atrito da frenagem não deve ser transmitido aos cabos
OPGW;
- Cavalete com suporte compatível com a maior bobina a ser fornecida ou
carretas porta bobinas (Figura 10a). Devem ser equipadas com um sistema
de frenagem adequado, para evitar o desbobinamento excessivo;
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- Trator de esteira com retroescavadeira para preparação do local de operação,
se necessário;
- Veículo com guincho (munck) para movimentação das bobinas de cabo
OPGW e do freio e preparação da praça de lançamento;
- Ferramentas e materiais: morcetes e esticador para para-raios (Figuras 10c e
10d), catracas (Figura 10k), roldanas (Figura 12), aterramento móvel (Figura
13a), malha de aterramento, luva giratória (Figura 10g), camisa de puxamento
(Figura 10e), emenda tipo noz (Figura 10h), contrapeso, detector de tensão,
haste de aterramento, etc.;
- O freio deve ser equipado com rádio fixo com potência suficiente para permitir
comunicação nítida e clara com o operador do “puller”.
Freio normal Freio reversível
Figura 8 – Ilustração de tipos de freios
- A Figura 9 ilustra uma montagem real na praça do freio.
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Figura 9- Montagem na praça do freio
a) Cavalete para suporte de
bobinas
b) Bobinas para retirada de
cabo
c) Esticador de aperto radial
(Come-along ou morcete)
para OPGW
d) Esticador para para-raios
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e) Camisa de puxamento para
OPGW f) Dinamômetro
g) Luva Giratória h) Emenda tipo noz
i) Dispositivo anti-torção
j)Talha de
levantamento
k)Talha manual
de alavanca
(catraca)
l) Guincho de Alavanca
(tirfor)
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m) Moitão n) Tesourão para corte de cabo
Figura 10 – Demais equipamentos e materiais
b) Na praça do “puller”:
- “Puller”, conforme ilustrado no Figura 11, com capacidade de tração para
trabalho de no mínimo 2.500 kgf, equipado com registrador de tração e
embreagem de segurança;
- Trator esteira para preparação do terreno, se necessário;
- Veículo com guincho (munck) para movimentação das bobinas de cabo
OPGW e do “puller” e preparação da praça de lançamento;
- Ferramentas: cordoalhas, morcetes, catracas, roldanas, aterramento móvel,
malha de aterramento, luva giratória, camisa de puxamento, emenda tipo noz,
contrapeso, detector de tensão, haste de aterramento, etc.;
- Bobinas para retirada do piloto/cabos existente (Figura 10b).
- O puller deve ser equipado com rádio fixo com potência suficiente para
permitir comunicação nítida e clara com o operador do freio.
Figura 11 – Equipamento tensionador “Puller”
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c) Roldanas
As roldanas para o lançamento em torres em ângulo menor que 60º deverão ter
o diâmetro de no mínimo 40 vezes o diâmetro do cabo OPGW e o gorne
(sulco), com largura de no mínimo 2 vezes o diâmetro do cabo e o suficiente
para permitir a passagem livre do destorcedor e contrapeso. Para torres em
ângulo igual ou maior que 60º o diâmetro mínimo deverá ser 60 vezes o
diâmetro do cabo. Os gornes ou sulcos deverão ser revestidos com materiais
elastoméricos, com a dureza menor que a do cabo, como neoprene,
poliuretano nylon, etc.
Figura 12- Roldanas para lançamento do cabo OPGW
5.7 Estruturas de proteção e sinalização
a) Todas as travessias (rodovias, ferrovias, linhas elétricas e de
telecomunicações) do tramo devem ser protegidas no dia anterior ao
lançamento. Essa data deve ser aprovada com antecedência pelos órgãos
competentes;
b) Deverão ser preparadas estruturas de proteção sobre os obstáculos que
possam danificar o cabo OPGW a ser lançado, ou possam ser danificados por
este ou pelo cabo piloto, de forma a não colocar em risco vida humana e a
continuidade dos serviços;
c) Na execução de travessias sobre estradas, deverão ser previstas as
sinalizações de advertência, possibilitando fácil visibilidade pelos veículos que
trafegam em ambos os sentidos, principalmente à noite.
5.8 Medidas de segurança a serem adotadas no lançamento dos
condutores próximos a outras linhas de transmissão
a) Quando existir linhas paralelas, verificar o aterramento dos equipamentos (com
medição de resistência) e das roldanas;
b) Nas travessias sobre linhas vivas devem ser usadas estruturas auxiliares de
proteção com cruzetas e redes formadas por cordas secas;
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c) Deverão ser usadas hastes de aterramento nos equipamentos de lançamento
(freio e “puller”), bem como um aterramento do tipo móvel conforme Figura 13a
(para ambos), de modo que o cabo OPGW, cabo piloto e cabo guia estejam
corretamente aterrados;
d) Quando o cabo OPGW tiver que ser lançado paralelamente à outra linha já
energizada, o cabo a ser esticado deverá ser aterrado pelo menos a cada dois
vãos com roldanas conforme Figura 13b. Após o lançamento de um trecho, e
antes do grampeamento, os mesmos devem ser aterrados em todas as torres
de amarração e ancoragens provisórias;
e) Toda a operação do lançamento deverá ser supervisionada por um elemento
qualificado, para fazer cumprir as medidas de segurança.
a- Aterramento móvel b- Roldana com aterramento
Figura 13 - Exemplo de aterramento durante o lançamento
5.9 Procedimentos para Instalação do Cabo OPGW
Após a execução das proteções em todas as travessias, regularizados os
desligamentos de LD’s ou bloqueios de LT’s que cruzam o trecho a ser lançado,
os seguintes procedimentos deverão ser observados:
a) Posicionar tanto o freio quanto o “puller”, nas respectivas praças de lançamento
conforme a LISTA DE CONSTRUÇÃO, mantendo relação entre, a distância do
equipamento até estrutura adjacente e a altura do para-raios na torre, maior que
3:1 (3 na horizontal e 1 na vertical) conforme Figura 14;
Figura 14 – Distância do equipamento em relação a torres
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b) A bobina deverá ser locada a uma distância mínima de 10m do freio, com os
respectivos eixos alinhados em paralelo conforme Figura 15;
Figura 15 – Posição da Bobina em relação ao Freio
c) Nas praças adjacentes às estruturas em ângulo, os equipamentos deverão ser
colocados em alinhamento com a direção do trecho onde o cabo será lançado
conforme Figura 16;
Figura 16 – Posição do equipamento em torre em ângulo
d) Os equipamentos utilizados nas praças de lançamento (“puller”, freio e bobina)
deverão estar conectados e estacionados sobre uma malha metálica
equipotencial constituída de fio de aço bitola 10 AWG trançados em quadrados
da ordem de 5cm x 5cm. Essa malha deverá ser conectada a hastes de
aterramento através de cabos de alumínio 4/0 AWG ou cobre 2/0 AWG;
e) O lançamento do cabo OPGW será feito com cabo piloto disponibilizado pela
empreiteira, ou com o cabo para-raios existente, caso o mesmo seja
considerado com condições mecânicas adequadas pela FISCALIZAÇÃO;
f) No início e durante o lançamento, a FISCALIZAÇÃO realizará inspeções no
cabo piloto; se achar necessário, solicitará o corte da ponta do cabo para
refazer a conexão com a luva giratória, com a finalidade de diminuir os riscos de
rompimento por fadiga do cabo piloto na conexão da referida luva;
g) Caso o lançamento seja efetuado em paralelo com outra LT energizada, as
roldanas utilizadas devem permitir o aterramento do cabo (fig. 13b), mesmo que
o elastômero empregado no revestimento seja do tipo condutivo;
h) Marcar na saída (início) de cada bobina, de forma visível, o comprimento do
cabo relativo a SOBRA, que deverá ser puxado além da última torre do trecho.
Esta “sobra” encontra-se apresentada na LISTA DE CONSTRUÇÃO e ilustrada
na Figura 17. Observar que este valor é um valor de referência podendo ser
alterado a critério da supervisão, em virtude da tolerância no comprimento da
bobina resultante da fabricação:
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i) Fazer uma marcação na ponta do cabo, com tinta ou fita crepe, para poder
identificar no local da emenda a qual tramo pertence o cabo, se do tramo a ré
ou vante.
j) Conectar o cabo OPGW através de uma camisa de puxamento ao dispositivo
anti-torção e este através de uma luva giratória ao fio piloto, conforme Figura
17;
Figura 17 – Ilustração da utilização da "Sobra de Cabo"
k) Instalar o aterramento móvel na saída do tensionador (freio) e antes do puxador
(puller);
l) O lançamento do cabo OPGW deverá ser feito com tensão mecânica
permanentemente controlada e o mais uniforme possível, não devendo
ultrapassar o valor máximo especificado pelo fabricante, porém sempre menor
que 15% da carga de ruptura nominal do cabo;
m) A velocidade de lançamento deverá ser de no máximo até 5 km/h, devendo ser
reduzida quando da passagem da arraia pelas roldanas;
n) As pontas dos cabos deverão ser mantidas vedadas para proteção das fibras e
em nenhuma hipótese os cabos poderão ser cortados; a vedação só poderá ser
retirada quando da execução das emendas das fibras ópticas;
o) Ressalta-se que na operação de lançamento é fundamental a utilização de uma
comunicação efetiva entre as praças de montagens; deve-se utilizar também
essa comunicação nas torres em ângulos ou em torres com vãos gravantes
acentuados;
p) Quando o cabo OPGW estiver nas últimas voltas (3 a 5) na bobina, ao cabo
OPGW deverá ser emendado um cabo auxiliar de aço (lengada) através de uma
emenda noz ou um elo com camisa de puxamento. Por segurança, para essa
operação o cabo OPGW deverá ser travado através de uma catraca ou tirfor na
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saída do freio. Uma vez executada a emenda, prosseguir com o lançamento até
que todo o cabo OPGW saia do tambor do freio e, quando isto ocorrer, instalar
um contrapeso de aproximadamente 5kg através de um come-along. Este
procedimento é necessário, visto que, a bobina do OPGW não tem comprimento
suficiente para cobrir o trecho do freio até a primeira torre devido a relação 3:1;
q) Uma vez emendado o cabo auxiliar, prosseguir a operação de lançamento até
que no lado do “puller” o comprimento do cabo OPGW após a última torre, seja
igual a SOBRA (comprimento necessário para efetuar a emenda no solo)
previamente marcado, conforme mencionado em h. OBS: Nas praças do “puller”
e do freio o comprimento de cabos deverão atingir o chão e ter um comprimento
adicional igual/maior a “reserva técnica” (em torno de 30m). Caso isto não
ocorra deverá ser chamada a Supervisão;
r) Do lado do freio, instalar o grampo de ancoragem e instalar aterramento no
OPGW lançado, antes da remoção do aterramento móvel do tensionador.
s) No caso da existência de um ou mais pontos de ancoragens no meio do trecho
lançado, os seguintes procedimentos deverão ser seguidos na regulação e
grampeamento do OPGW:
• flechar o cabo até o primeiro ponto de ancoragem;
• instalar o grampo de ancoragem no tramo flechado;
• na instalação do grampo de ancoragem no lado do próximo tramo a ser
flechado observar o raio de curvatura do jumpeamento e executar o
aterramento conforme desenhos específicos;
• repetir os procedimentos para outros pontos de ancoragem até o final do
trecho delimitado pela bobina.
Após o grampeamento e o flechamento, a “reserva técnica” do cabo OPGW
deverá ser fixada conforme o arranjo da escolta e local da caixa de emenda,
indicado para cada caso, nos desenhos específicos.
5.10 Procedimentos para remoção do para-raios existente (só para LT’s
com cabo para-raios já instalado)
Ao remover o cabo para-raios existente, lançar o cabo piloto a ser utilizado no
processo de instalação do cabo OPGW. A critério da fiscalização e se o cabo
para-raios existente se apresentar em boas condições mecânicas, esse cabo
para-raios poderá ser utilizado em substituição ao cabo piloto. Os procedimentos
de remoção seguirão as seguintes etapas:
a) Localizar o trecho cujo cabo para-raios será removido. Este trecho é delimitado
pelas torres identificadas na plaqueta da bobina e também na Lista de
Construção;
b) Distribuir os equipamentos e os trabalhadores nas torres do trecho a ser
substituído;
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c) Nas torres em que se vai trabalhar, executar aterramento provisório do cabo
existente antes das operações mencionadas a seguir;
d) Nas estruturas de suspensão localizadas no meio do trecho, o cabo existente
deverá ser suspenso através de uma talha manual de alavanca. Isto possibilitará
as seguintes operações:
• Retirada do grampo existente.
• Colocação do cabo na roldana;
e) Nas torres de ancoragem situadas no meio do trecho e, que utilizam grampos
terminais de compressão, o cabo pára-raio existente será transferido para a
roldana através do tracionamento de ambos os lados com auxílio de "come-along"
e talhas manuais de alavanca ou outro conjunto de equipamentos, desde que
aprovados pela fiscalização. O tracionamento possibilitará o afrouxamento da
porção do cabo entre as talhas e consequente remoção dos grampos de
compressão, execução da emenda provisória e transferência para a roldana.
Estas emendas deverão ser executadas com luva giratória e camisas de
puxamento, camisas de emendas, preformados, meias ou similares. Neste caso,
o cabo para-raios existente deverá ser aterrado em dois pontos, um em cada lado
da estrutura.
f) Nas ancoragens que utilizam grampos do tipo passante (não utilizam grampos de
compressão) o procedimento para retirada do grampo deverá ser o mesmo,
apenas não haverá necessidade de execução das emendas.
OBSERVAÇÕES:
Nas torres de ancoragem com deflexão, as roldanas deverão ser instaladas de
forma a não causar choques com as estruturas, principalmente do lado externo à
deflexão. Nestes casos onde poderá ocorrer o choque mecânico, utilizar um
duplicador com duas roldanas normais;
Deve-se atentar para o fato de que algumas das ferragens poderão ser
reaproveitadas se apresentarem boas condições ao critério da fiscalização,
conforme indicadas nos desenhos específicos. Aquelas não utilizadas deverão ser
guardadas e conduzidas ao almoxarifado da empreiteira para posterior devolução
ao Cliente;
g) Nas torres com possibilidade de arrancamento, para se evitar que o cabo atrite
com a estrutura, prever o estaiamento do cabo com uma roldana invertida em
pelo menos um dos lados da estrutura;
h) Nas torres da extremidade do trecho (ancoragem suspensa ou ancoragem)
deverão ser efetuadas as seguintes operações:
• Aterrar o cabo existente em dois pontos, um em cada lado da estrutura;
• Tracionar o cabo de ambos os lados através de catracas instaladas em
ambos os lados da estrutura ou outro método mais eficaz a ser
empregado pela empreiteira com aprovação da fiscalização do Cliente,
observando-se as seguintes etapas:
1- instalar "come-along" ou outro tipo de equipamento no cabo existente
para possibilitar o puxamento do cabo por este ponto;
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2- tracionar o cabo simultaneamente de ambos os lados, de forma que o
cabo entre os pontos de puxamento se afrouxe e possibilite a remoção
do grampo e o seccionamento do cabo;
3- seccionar o cabo de forma a permitir a ligação com o cabo OPGW se
nesta praça estiver a bobina ou com o puxador se for a praça de
puxamento
- ancorar provisoriamente à torre para evitar esforços longitudinais
indevidos. Todas as ancoragens provisórias deverão ser submetidas
à aprovação da fiscalização do Cliente;
- uma vez seccionado o cabo, aliviar a tração em ambos os lados,
voltando a flecha nas condições próximas às originais (de preferência
ligeiramente maior), para tal balizar pelo para-raios remanescente se
houver.
i) Retirar as esferas de sinalização existentes, com o montador saindo no condutor
e não no para-raios. Lembrar que novas esferas deverão ser recolocadas nos
mesmos locais de onde as antigas foram retiradas.
j) Os cabos para-raios existentes deverão ser armazenados nas bobinas vazias do
cabo OPGW. As bobinas deverão ser conduzidas ao almoxarifado da empreiteira,
para posterior utilização.
6. REGULAGEM DO CABO OPGW (NIVELAMENTO)
6.1 Definições e conceitos básicos
a) Tensão de esticamento inicial:
É a tensão que estará atuando no cabo OPGW para mantê-lo sob uma dada
flecha.
b) Tabela de esticamento:
É a tabela que indica o valor das flechas e tensões para diversos vãos
baseadas no vão básico do trecho.
Para cada tipo de cabo e para cada condição de projeto existe uma tabela de
flechas e tensões diferentes.
c) Vão equivalente:
É um vão fictício de ancoragem que se comporta mecanicamente como uma
série de vãos em suspensão entre duas ancoragens.
Sendo A1, A2, A3,...,An os vãos em suspensão, o vão equivalente é calculado
pela fórmula:
AR =
A1 A2 A3 An
A1 A2 A3 An
3 3 3 3
+ + + +
+ + + +
....
....
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Desta forma, o vão equivalente se altera toda vez que mudamos de trecho
entre duas ancoragens.
e) Vão de controle de flecha:
Vão escolhido para se efetuar a verificação de flecha pré-estabelecida na
tabela de esticamento.
6.2 Serviços de regulagem do cabo OPGW
a) Vão de regulagem/ controle:
Vão no qual deve ser verificada a flecha conforme a Tabela de Esticamento. A
sua escolha consta do plano de lançamento.
b) Tabela de esticamento:
As flechas e tensões são calculadas normalmente por programas
computacionais e fornecidas aos montadores das linhas de transmissão em
tabelas.
Nas tabelas, as flechas são dispostas em colunas conforme as temperaturas e
comprimentos dos vãos.
As flechas indicadas na Tabela de Esticamento são as correspondentes aos
respectivos vãos corrigidos ( sc ) e representam a flecha máxima no ponto da
catenária onde o coeficiente angular da tangente é igual a B/S (vide Figura 18).
Figura 18 – Indicação da flecha
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c) Marcação de flechas:
O método consiste em marcar nas estruturas ou em balizas, as flechas
constantes da tabela de esticamento.
Figura 19 – Mira da marcação de flechas
e) Métodos de nivelamento:
Os métodos de nivelamento mais utilizados são:
- Visada direta
- Visada horizontal
- Visada em ângulo
- Nivelamento por tensão
Todos estes métodos servem para medir a flecha do cabo OPGW sendo,
entretanto, a visada direta (paralela a corda) o único método que não necessita
de cálculos adicionais e pode ser comparado diretamente com o valor indicado
na Tabela de esticamento.
f) Procedimentos para regulagem de cabos:
- Como as tabelas de flechas e tensões são baseadas no vão equivalente do
trecho, deverão ser escolhidos vãos de regulagem com comprimentos
próximos ao do vão equivalente do trecho e aqueles mais nivelados possíveis.
- O número de vãos de controle de flecha num trecho a ser regulado de uma só
vez, deverá ser proporcional ao número de vãos deste trecho. Normalmente,
deve-se escolher um vão de controle para cada cinco vãos a serem regulados
num trecho.
- Quando não houver vãos de regulagem próximos do vão equivalente (em
comprimento), optar sempre pelo maior.
- Escolher os vãos de regulagem de modo que fiquem eqüidistantes dos
extremos e não muito juntos entre si. Indicamos como a condição mais
apropriada o terceiro vão, a contar de cada extremo do trecho a regular.
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- O tramo de flechamento deverá ter quando possível seu início em uma torre
de ancoragem, para facilitar os serviços.
- Optar por vãos de regulagem, com torres do mesmo tipo, sempre que
possível.
- Deverá sempre ser flechado em primeiro lugar, o vão mais distante do ponto
de tração dos cabos.
ATENÇÃO: O flechamento, com a marcação do prumo e do off-set, com o cabo
ainda na roldana, deve ser realizado logo após o lançamento do mesmo.
7. GRAMPEAMENTO DOS CABOS OPGW
7.1 Marcação dos pontos de off-set
Terminada a operação de flechamento do cabo OPGW em roldana, pode-se
iniciar o grampeamento do mesmo, ou seja, a fixação definitiva dos grampos de
suspensão.
Colocado o cabo em flecha, torna-se necessário assinalar sobre o cabo a
posição correspondente do off-set, segundo uma linha vertical baixada no
alinhamento do eixo da fixação da cadeia na torre, conforme pode ser visto na
Figuras 21 e 22.
Esta operação deve ser repetida em todas as torres do tramo.
7.2 Grampeamento
Figura 20 - Operação de grampeamento.
O processo consiste na substituição das roldanas (suspensão provisória) pelos
grampos de suspensão definitivos.
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É feita uma fixação provisória por catracas (talhas auxiliares) no cabo OPGW
conforme Figura 20, liberando então a roldana e colocando o grampo de
suspensão.As marcas de prumo sobre o cabo deverão ser efetuadas a partir da
linha de centro das estruturas, obrigatoriamente no mesmo dia do flechamento,
com o cabo nas roldanas. A Tabela de Grampeamento fornece os deslocamentos a
partir da marca de prumo onde deverá ser fixado o grampo (ver Figuras 21 e 22).
Figura 21 Figura 22
As trações horizontais indicadas na Tabela correspondem a valores calculados no
estado inicial, sem vento, para um vão igual ao vão equivalente adotado.
ATENÇÃO: O intervalo de tempo até o efetivo grampeamento do cabo não deverá
ser superior a 24 horas. Por motivo de força maior, esse grampeamento poderá
ser realizado com intervalo de tempo superior a 24 horas, porém o cabo deverá
ser aterrado em todas as roldanas.
7.3. Ancoragem do cabo OPGW
As torres de ancoragem, diferindo das de suspensão, suportam os esforços de
tração dos cabos no sentido horizontal.
Após o lançamento, o cabo OPGW é ancorado provisoriamente, e esta
ancoragem deve ser transferida ao grampo de ancoragem. Esta operação é
delicada e perigosa, principalmente porque os cabos estão tensionados.
8. CAIXA DE EMENDAS E EMENDAS ÓPTICAS
Durante o lançamento, as extremidades do cabo OPGW devem ser protegidas
contra a umidade e agentes externos, de forma a proteger as fibras ópticas.
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As caixas de emendas devem ser instaladas na torre de transmissão ou poste a
uma altura conveniente, conforme os desenhos específicos, cuidando-se para que
os bocais de entrada do cabo óptico fiquem voltados para baixo.
Especial atenção e cuidados devem ser tomados contra os dobramentos no trajeto
de descida na torre, instalações dos grampos de fixação, etc., de forma que o
cabo fique firmemente instalado e em posição estável.
Todos os produtos a serem utilizados na emenda deverão ser mantidos protegidos
em suas embalagens originais até o momento da utilização.
As emendas ópticas deverão ser realizadas em locais protegidos contra
intempéries (sol, chuva, vento, poluição ou qualquer outro elemento agressor).
9. CONTROLE DAS CARACTERÍSTICAS ÓPTICAS
9.1 Após a instalação e tensionamento de cada cabo deverá ser medida a atenuação
do sinal óptico no cabo OPGW, para verificar se o mesmo não foi danificado
durante a operação. Estes resultados devem ser registrados e comparados com
dados obtidos nos testes anteriores.
9.2 Após a confecção de cada emenda na fibra óptica, deve-se medir a atenuação do
sinal óptico. A perda óptica na emenda de cada fibra deve estar abaixo dos limites
estabelecidos.
9.3. Após a conclusão da instalação do cabo e seus acessórios, deve-se medir a
atenuação do sinal referente ao enlace óptico total. Este valor deve ser registrado
e deverá estar dentro dos limites estabelecidos para os equipamentos ópticos.