1. Unidade
2 Trabalho e sociedade
Há sempre muitas perguntas a fazer sobre o
trabalho. Por exemplo: por que ele existe?
Quem o inventou? Seu significado é
semelhante nas diferentes sociedades?
3. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
A produção nas sociedades tribais
As sociedades tribais diferenciam-se umas das
outras em muitos aspectos, mas em geral não
são estruturadas pela atividade que em nossa
sociedade denominamos trabalho.
Nelas todos fazem quase tudo, e as atividades
relacionadas à obtenção do que as pessoas
necessitam para se manter integram-se a todas
as esferas da vida social.
4. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
A explicação para o fato de os membros das
sociedades tribais trabalharem menos do que
nós está no modo como se relacionam uns
com os outros e com a natureza.
O antropólogo estadunidense Marshall Sahlins
as denomina “sociedades da abundância” ou
“sociedades do lazer”, pois seus membros
têm todas as necessidades materiais e sociais
satisfeitas dedicando um mínimo de horas ao
que chamamos trabalho.
5. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Anísio
Magalhães/Samba
Photo
Xingu, Mato Grosso, 1995. Jovem yawalapity prepara folhas de buriti para artesanato.
Nas sociedades tribais, todos compartilham os conhecimentos necessários para a obtenção de
matérias-primas e a elaboração de objetos. Apenas a idade e o sexo definem a divisão das tarefas.
6. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Escravidão e servidão
Nas sociedades grega e
romana, a mão de obra
escrava garantia a
produção necessária para
suprir as necessidades da
população.
Representação do trabalho escravo em detalhe de mural romano
do século IV.
Mausoléu
de
Santa
Constanza,
Roma,
Itália
Os gregos utilizavam
diferentes termos para
expressar suas concepções
de trabalho: labor significava esforço
físico; poiesis, atividade manual;
práxis, a atividade do discurso.
7. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Nessas sociedades, havia outras formas de trabalho,
como as atividades artesanais, desenvolvidas nas
cidades e nos feudos, e as atividades comerciais.
Nas sociedades medievais, a terra era o principal
meio de produção, e os trabalhadores tinham
direito a seu usufruto e ocupação, mas nunca à
propriedade. Prevalecia um sistema de deveres
do servo para com o senhor e deste para com
aquele.
8. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Da Antiguidade até o fim da Idade Média, o trabalho
não orientava as relações sociais. Estas se definiam
pela hereditariedade, pela religião, pela honra, pela
lealdade e pela posição em relação às questões
públicas: elementos que permitiam a alguns viver
do trabalho dos outros.
9. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Com a emergência do
mercantilismo e do capitalismo
e o fim do serviço compulsório,
era preciso convencer as
pessoas de que trabalhar para
os outros era bom.
Foi preciso, então, mudar a
concepção de trabalho: de
atividade vil, passou a ser visto
como atividade que dignifica o
ser humano.
Trabalho artesanal representado em iluminura
do século XVI.
Coleção
particular/AKG/Latin
Stock
As bases do trabalho na sociedade moderna
10. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
A transformação dos artesãos e pequenos
produtores em assalariados ocorreu por meio
de dois processos de organização do trabalho:
a cooperação simples e a manufatura.
Cooperação simples o artesão desenvolvia
todo o processo produtivo, mas trabalhava
para quem financiava a matéria-prima e os
instrumentos de trabalho, e definia o local e
a jornada de trabalho.
11. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Manufatura o trabalho continuava a ser
artesanal, mas uma pessoa não fazia tudo,
do começo ao fim. Cada indivíduo passou a
fazer apenas uma parte do trabalho.
Trabalho em manufatura na Inglaterra.
Fotografia do século XIX.
The
Bridgeman
Art
Library/
Keystone
12. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Na manufatura, o produto tornou-se resultado
das atividades de muitos trabalhadores.
O trabalho transformou-se em mercadoria que
podia ser vendida e comprada.
Surgiu, então, a maquinofatura, na qual o
espaço de trabalho passou a ser a fábrica.
A destreza manual do trabalhador foi
substituída pela máquina.
14. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
O trabalhador estava livre
apenas legalmente porque, na
realidade, via-se forçado pela
necessidade a fazer o que lhe
impunham. E trabalhava mais
horas do que antes.
De acordo com Max Weber, em
seu livro História econômica
(1923), isso era necessário para
que o capitalismo existisse.
15. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Não foi fácil submeter os trabalhadores às longas
jornadas e aos horários rígidos, pois a maioria deles
não estava acostumada a isso.
A maior parte da
população que foi para
as cidades trabalhava
anteriormente no
campo, onde o único
“patrão” era o ritmo
da natureza.
Thinkstock/Getty
Images
16. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
Exercícios
1. Leia um resumo da fábula “A cigarra e a formiga”,
atribuída a Esopo.
Durante todo o verão, enquanto a formiga trabalhava,
a cigarra só cantou. Quando chegou o inverno, a cigarra
pediu comida à formiga que, indignada, perguntou:
− Mas o que você fez no verão?
− No verão eu cantei.
− Então agora dance.
17. Capítulo
4
O trabalho nas diferentes sociedades
2. Junte-se um colega e reescrevam essa fábula com
base no que as tarefas relacionadas à produção
representavam para:
a) as sociedades tribais;
b) as sociedades medievais.