3. O Brigadista precisa conhecer as instalações do local em
que trabalha, quer seja de maneira contínua (em uma
mesma edificação), quer seja esporadicamente, em
eventos temporários, por exemplo.
4. Conhecer o local de trabalho facilita o planejamento
de ações relativas ao serviço e o atendimento a
qualquer situação de emergência, se for o caso.
5. Hoje aprenderemos sobre um importante
conceito,
que além de outros fatores, depende
diretamente do conhecimento do local de
trabalho.
Estou falando do ABANDONO DE ÁREA.
Mas antes, vejamos dois exemplos trágicos
onde, ou houve falha no Abandono de Área,
ou não havia o Plano de Abandono de Área.
Abandono de Área
7. Afetou centenas de indivíduos com lesões corporais e/ou intoxicadas,
alguns deles internados em hospitais;
Ocorrido em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria/RS, o incêndio na Boate Kiss:
Causou 241 mortes por asfixia, em decorrência da fumaça tóxica produzida pelo incêndio;
INCÊNDIO NA BOATE KISS
Abandono de Área
8. INCÊNDIO NA BOATE KISS
A saída não suportava a quantidade de pessoas que tentavam sair
por ela.
Após a perícia e levantamento das medidas
protetivas contra incêndio e pânico na Boate,
descobriram que:
Havia APENAS UMA SAÍDA que dava acesso ao seu exterior;
Abandono de Área
9. INCÊNDIO NA BOATE KISS
Outros fatores também dificultaram a rápida evacuação do
local:
Degraus irregulares;
Haviam diversos obstáculos físicos;
Guarda-corpos (barras de contenção) nas rotas de saída;
Abandono de Área
10. INCÊNDIO NA BOATE KISS
Funcionários e seguranças sem treinamento.
E ainda:
Deficiência da iluminação de emergência;
Falta de indicação ou sinalização das rotas de fuga;
Superlotação;
Abandono de Área
12. INCÊNDIO EM SHOPPING NA RÚSSIA
Em 25/03/2018, 41 crianças faleceram no incêndio que matou 64 pessoas
em um shopping de Kemerovo, na Sibéria. O incêndio começou no último andar da edificação,
onde funcionava um centro de entretenimento infantil, pista de gelo e cinemas.
Abandono de Área
13. INCÊNDIO EM SHOPPING NA RÚSSIA
muitas pessoas não conseguiram deixar o local porque as saídas de emergência estavam
trancadas.
Testemunhas afirmaram que o alarme de incêndio não foi acionado.
Por isso, os frequentadores do shopping só perceberam o fogo após uma fumaça densa tomar
o prédio.
Abandono de Área
14. INCÊNDIO EM SHOPPING NA RÚSSIA
Além das falhas das medidas de prevenção, a maioria da população do andar afetado
era composta de crianças, que não tinham condições de buscar uma saída.
Portanto, é fundamental considerar o perfil da população, como no caso de hospitais,
escolas, centros de apoio a deficientes, e outros que demandam cuidados específicos.
Abandono de Área
16. Como deve se dar o abandono de área?
Além de outras características que veremos, deve
ser feito de forma ordenada.
Abandono de Área
17. NÃO PODE SER UMA
RETIRADA
DESORDENADA
Abandono de Área
18. Também conhecido como evacuação da edificação, o abandono de área
é a retirada organizada e segura da população usuária de um local fechado
com grande concentração de pessoas, e deverá ser conduzida à via pública
ou espaço aberto exterior à mesma edificação, ficando em local seguro.
Abandono de Área
19. Seu objetivo é minimizar e prevenir a ocorrência de danos pessoais.
O abandono de área será realizado por pessoas que ocupam uma edificação
que apresente algum risco à vida ou que esteja em eminência de sofrer um acidente.
Abandono de Área
20. Vamos conhecer os termos relacionados à atividade de
abandono de área:
Terminologia
22. Rota de fuga
Trajeto que deve ser percorrido pelos ocupantes da
edificação/área a partir de qualquer ponto, de
qualquer pavimento, até um local seguro e
completamente livre dos efeitos de um incêndio.
Terminologia
23. Planta de emergência
Representação gráfica em forma de planta que
orienta os ocupantes de cada ambiente sobre
qual rota deve ser seguida para o abandono da
edificação em segurança, de forma a dirigi-los ao
ponto de encontro.
Terminologia
24. Na próxima aula veremos as características do plano
de abandono de área, o treinamento/simulado de
abandono de área e mais.
Até lá.
Terminologia
25. É um plano que complementa o Plano de Intervenção. Ele tem por objetivo a
organização
e estruturação das ações relacionadas ao abandono de área de forma detalhada.
Plano de Abandono
26. Cada empresa deve montar o seu, considerando suas peculiaridades.
Um edifício de escritórios, um hospital e uma indústria química
apresentam características e desafios diferentes para uma evacuação.
Plano de Abandono
27. Cada estabelecimento possui particularidades que devem ser consideradas, por exemplo:
Número de pavimentos;
Localização;
Tipo de construção;
Layout da edificação;
Plano de Abandono
28. Cada estabelecimento possui particularidades que devem ser consideradas, por exemplo:
Faixa etária da população;
Quantidade de funcionários;
Horário e turnos de trabalho;
Riscos da edificação;
Plano de Abandono
29. Cada estabelecimento possui particularidades que devem ser consideradas, por exemplo:
Recursos tecnológicos;
Rotas de fuga;
Brigadistas disponíveis;
Plano de Abandono
30. Deve haver uma previsão que considere os riscos gerais do estabelecimento, não apenas em caso de
incêndio.
Em um caso de vazamento de cloro, por
exemplo, talvez seja preciso evacuar a
população da empresa, e até de empresas
e áreas vizinhas.
Plano de Abandono
31. É importante levar em conta observações como a velocidade e o tempo que a equipe leva
para percorrer as rotas, caminhos alternativos para os casos em que a rota de fuga definida
estiver sinistrada, os pontos de encontro e como chegar a eles com segurança.
Plano de Abandono
32. Deve estar claro aos funcionários o que fazer ao ouvir o alarme:
se esperam pela equipe de emergência ou
se, calmamente, devem ir ao ponto de encontro definido.
A SEQUÊNCIA DE AÇÕES DEVE SER PREVIAMENTE ESTABELECIDA E CONHECIDA POR
TODOS.
Plano de Abandono
33. Algumas empresas estruturam suas equipes de abandono com as seguintes funções:
• Chefe de Setor;
• Cabeça de fila / Puxa fila;
• Cerra fila.
DESIGNAÇÃO DE FUNÇÕES
A estrutura de organização da equipe e respectivas funções podem variar
de acordo com a necessidade da empresa.
Plano de Abandono
34. Funções do Chefe de Setor
• Manter a calma, para transmitir calma;
• Vasculhar rapidamente a área e ver se há pessoas remanescentes;
• Dispensar atenção especial para a remoção de pessoas idosas, portadoras de necessidades
especiais, gestantes e crianças;
Plano de Abandono
35. Funções do Chefe de Setor
• Dar ordem para o início do abandono.
• Orientar demais componentes da Brigada;
Plano de Abandono
36. Funções do Cabeça de fila / Puxa fila
• O cabeça de fila se mantém sempre à frente da fila, até que alcancem a área externa da
empresa.
• Aguardar orientações do Chefe de Setor;
• Orientar a formação das filas, dirigindo-se próximo à saída do ambiente;
• Aguardar à frente da fila, para o início do abandono;
Plano de Abandono
37. Funções do Cerra fila
• Fechar janelas de comunicação com outros setores;
• Posiciona-se ao final da fila;
• Apressar retardatários;
• Fechar as portas que ficarem para trás, a fim de retardar o fogo;
Plano de Abandono
38. Funções do Cerra fila
• Chegando ao ponto de reunião, deverá informar como foi o abandono
(se houve alguma intercorrência ou não).
• Auxiliar na organização, a fim de evitar tumultos;
• Vistoriar rapidamente o setor e verificar se há retardatário;
Plano de Abandono
39. Os trajetos não devem apenas conduzir até o lado de fora do prédio,
mas a um local de encontro totalmente seguro;
Conforme o tamanho da unidade, pode ser que haja a necessidade
de haver mais de um ponto de encontro;
Plano de Abandono
40. O plano de abandono também define pontos de apoio externos, como hospitais,
para direcionamento imediato das pessoas em estado mais grave.
Empresas que tenham um controle de pessoal podem fazer uma lista de chamada
para verificar se todos chegaram ao local combinado.
Plano de Abandono
41. A empresa deve buscar a melhor metodologia para explicar o procedimento à população fixa:
palestras, vídeos ou reuniões, conforme tamanho, condições e estrutura.
Uma situação comum é o Plano de Abandono engavetado – feito apenas para cumprir uma
formalidade e sem aplicação prática.
Plano de Abandono
42. Vários estudos de caso e experiências anteriores revelaram
que os ocupantes de edificações, quando expostos a um
alarme de emergência e avisos, por vezes, não atendem a eles
ou não respondem à possível ameaça tão rapidamente quanto
deveriam.
Treinamentos e Simulados
43. GERENCIAMENTO DE EMERGÊNCIA – AULA VI
Treinamento é condicionamento.
O exercício repetido várias vezes leva à menor probabilidade
de as pessoas demorarem a evacuar ou entrarem em
pânico.
Treinamentos e Simulados
44. Uma arquitetura antiga, sem rotas de fuga, larguras de escadas e saídas adequadas,
exige mais treinamento de seus ocupantes,
inclusive intervalos menores para simulados,
para que fiquem melhor condicionados a um escape seguro conforme as condições do local.
Treinamentos e Simulados
45. O que fazer?
Nunca volte para apanhar objetos;
Retire sapatos de salto alto;
Não acione interruptores;
Procure sempre a direção da rua.
46. Acionar Ajuda
Com calma identifique-se e informe:
- Local da Ocorrência;
- Ponto de Referência;
- Nº de Vítimas;
- Se possível isole o local.
47. Referências Bibliográficas
COMANDO GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITARES JURISDIÇÃO DE
MINAS GERAIS. Portaria nº 54. CBMMG, jul. 2020.
CORPO DE BOMBEIROS JURISDIÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. Manual de
Combate a Incêndio. CBMDF.
DIRETORIA DE ATIVIDADES TÉCNICAS. INSTRUÇÃO TÉCNICA N. 12 3ª edição:
Brigada de Incêndio. Corpo de Bombeiro de Minas Gerais (CBMMG), jul. 2020.