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Baixar para ler offline
Há quem diga que o
inverno começa no dia 20 de
junho e quem diga que seja no
dia21.Comoosdoisdiasestão
neste final de semana, a infor-
mação é essa: inverno começa
neste final de semana. Os dois
dias serão de templo nublado
com possibilidades de chuvas
em várias partes do Estado.
Já vinha chovendo muito em
Alagoas, mas isso não teria a
ver com a estação, e sim com
uma tal de quadra chuvosa. O
inverno se estende até 22 ou
23 de setembro, quando tem
início a primavera.
Alagoas l 21 a 27 de junho I ano 08 I nº 382 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CHUVA E FRIO
Inverno
começa
neste final
de semana
IDOSOS
Quando o
“fique em
casa” gera
preocupação
6
Desembargador e juiz
enquadrados pelo CNJ, advo-
gados sendo presos e denun-
ciados no Tribunal de Ética e
Disciplina (TED), servidores
da justiça presos e investiga-
dos e promotor sob suspeita.
Deu a louca nos operadores
do Direito emAlagoas? 4
TRANSPORTES POR ÔNIBUS: CARTÃO BEM LEGAL LANÇA CAMPANHA PARA INCENTIVAR PEDIDOS DE RECARGA ON-LINE
NA CRISE
Jogador do
Jaciobá
faz “bico” na
construção civil
enquanto a bola
está parada no
Alagoano
PROVIDENCIAL
SecomMaceió
ESCÂNDALOSganhamespaçonaimprensaerevelamsordideznomundojurídico
OPERADORES
DO DIREITO
SOB SUSPEITAA
semana terminou com duas tristes marcas para o Brasil em relação à pandemia
da Covid-19.Numa pesquisa envolvendo 53 países,ficamos em último lugar no
quesito“reação do chefe da nação”no enfrentamento ao novo coronavírus.Também
ultpassamos a casa de um milhão de pessoas infectadas. O Brasil perde apenas
para os Estados Unidos, que atingiu o primeiro milhão de infectados em 28 de abril.
Lembrando que os Estados Unidos têm 120 milhões de habitantes a mais que o
Brasil.Quando se trata de pessoas mortas pela doença,o Brasil também é o segundo
colocado com quase 50 mil mortes.Vamos aguardar os números desta semana.
A
obra parece de pequena envergadura,mas será de
grande importância para a população de Maceió.
Faz-se, inclusive, necessária num momento em que o
estado emocional de muita gente está abalado com
todas as crises (sanitária, econômica e institucional)
que atingem a população.A Prefeitura de Maceió está
colocando grades na “Ponte do Reginaldo”, atendendo
à recomendação do Ministério Público. Há décadas, a
pontetemsidocenáriodetragédiascomocometimento
de suicídios. Situação semelhante aconteceu durante
anos com o Edifício Breda, no Centro, cujas medidas
para segurança das pessoas também foram adotadas.
PASSAMOS DE 1 MILHÃO
9
10
Reuters
2 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Elly Mendes (ellymendes71@gmail.com)
A
lguns meses se
passaram e a
situação de cala-
midade pública da saúde local,
nacionalemundialaindaperdura.
Os casos de infectados pelo coro-
navíruseonúmerodemortospela
Covid-19aindasãoassustadorese
não param de crescer. A maioria
dos estabelecimentos comerciais,
públicos e privados continuam
fechados. Todos com suas especi-
ficidades, mas um setor de grande
perspectivas e preocupação é o
educacional.
Na escola se aglomeram
váriaspessoas,alunos,estudantes,
profissionais e comunidade em
atendimento diário. Como resol-
ver a questão do distanciamento
e isolamento sociais de forma
justa e adequada? Há um perigo
eminente ao retorno às aulas
presenciais, em todos os níveis
e modalidades educacionais. O
contato olho no olho, toque de
mão e abraço, são manifestações
deaconchegotípicoseinerentesao
ser humano. Atualmente as aulas
estão sendo ministradas online.
Como? Para quem? Por que?
A situação de pandemia não
foi uma escolha social. Foi um fato
inédito e determinante para que
medidasdeprevençãoesegurança
fossem estabelecidas para todos
os seres humanos. Se prevenir é
uma responsabilidade de todos.
Contudo,asescolasestãotentando
uma forma abrupta de ensino
denominada de aulas remotas.
O ensino presencial nos últimos
meses tornou-se remoto, algo que
aconteceu há muito tempo, antigo,
longínquo, distante... Por aulas
remotas podemos entender aque-
las ministradas por professores,
em sua maioria no mesmo horário
convencional da aula presencial,
por meio de utilização de recur-
sos tecnológicos. A questão é?
Todos os alunos, principalmente
os da rede pública, têm acesso aos
recursos tecnológicos necessários
para a participação destas aulas?
Há celulares de grande potência,
computadores, internet e recur-
sos financeiros para que todos os
alunos tenham os mesmos direitos
igualmente? Que percentual de
alunosestamosatingindo?
Uma professora da rede
pública relatou uma situação
inusitada:“Asemanapassadafuià
padarianofimdatarde.Enquanto
esperava na fila para ser atendida,
uma aluna do 8º ano vespertino
da escola em que trabalho chegou
e me cumprimentou. Fiquei feliz
em vê-la e perguntei se ela estava
participando das aulas online e se
estava gostando.A adolescente de
13 anos me respondeu: ‘Olha tia,
eu participei das aulas por duas
semanas.Tenteiacompanhar,mas
não consegui. Na minha casa só
minha mãe tem celular. Ela traba-
lha como empregada doméstica.
Sai de casa na segunda-feira,
dorme no trabalho e só retorna
na sexta-feira à noite. Eu pegava
o celular dela sábado e domingo
para acompanhar as atividades
das aulas online, mas acumulava
muita coisa durante a semana e
eu não tive condições de acom-
panhar. Então desisti. Senti muito
isso ter acontecido pois já tenho 13
anos e sei que vou me atrasa nos
estudos, ficar para trás’ (G.M.S,
13 anos, 8º ano, de uma Escola da
Rede Pública de Maceió).
Esseéapenasumdosdiversos
depoimentos de inacessibilidade
de alunos que não têm condições
financeiras e tecnológicas para
continuar na escola, através das
aulas remotas. Como fica essa
camada da população educacio-
nal? Que perspectivas terão? Que
políticas públicas estão sendo
pensadas para se atingir um
número significante de alunos
atendidos por essa nova realidade
deensino?Percebemosclaramente
que é mais uma forma perversa
de exclusão social e educacional.
Muitas famílias não têm nem
como manter o sustento básico
de alimentação, saúde e vestu-
ário. Como esses familiares vão
disponibilizar celulares, compu-
tadores e internet, ferramentas
imprescindíveis nesta nova forma
de ensino, se muitos não têm nem
o pão que os alimente à cada dia?
Como os familiares podem gerir
sua emoção vendo seus filhos
sendo excluídos perversamente
do sistema educacional? Como
ajudar seus filhos a desenvolver
capacidade e a habilidade de se
reinventar diante das intempé-
ries da vida? Eles não têm saúde
mental nem emocional para isso!
Do remoto às remotas
U
m a d a s
p e r g u n t a s
mais feitas
depois de “Quem mandou
matar Marielle?” era “Onde
está o Queiroz?”. E, enfim
ela foi respondida. Queiroz,
amigo íntimo e ex-assessor
do agora senador Flávio
Bolsonaro, foi preso, depois
de muitos meses escondido.
Ele foi encontrado em opera-
ção da Polícia Civil e Minis-
tério Público de São Paulo
em uma casa pertencente ao
advogado de Flávio Bolso-
naro na cidade de Atibaia.
Queiroz é investigado
desde 2018, pela operação
de um esquema de corrup-
ção dentro do gabinete do
então deputado estadual
Flávio Bolsonaro. O esquema
denominado “rachadinhas”
consistia na nomeação de
pessoas nos gabinetes da
família Bolsonaro, mas que
não trabalhavam (funcioná-
rios fantasmas) e o repasse
dos salários recebidos para
os parlamentares, Queiroz
é considerado operador
do esquema que empre-
gou entre outras pessoas a
mãe e a esposa do miliciano
Adriano da NÓbrega, morto
em operação da polícia.
O vínculo de Queiroz
com a família Bolsonaro é
antigo e remonta aos idos de
1984 quando este iniciou sua
amizade com Jair Bolsonaro,
chegando até os dias atuais
com seus filhos e com circu-
lação nos gabinetes desses
legisladores.
O silêncio de Bolsonaro
após a prisão de Queiroz foi
rompido no início da noite
quando o presidente fez
um discurso em uma live
dizendo que não era advo-
gado de Queiroz e que a
prisãodestetinhasidodesne-
cessária e midiática. Alegou
ainda que Queiroz estava na
região de Atibaia porque era
próximo do hospital onde
faz tratamento.
A situação se torna estra-
nha demais para qualquer
pessoa de senso comum,
pois o presidente em sua
justificativa não esclareceu
as razões pelas quais, por
exemplo, Queiroz estava
escondido esse tempo dentro
de residência pertencente a
seu advogado. O advogado
de Bolsonaro inclusive teve
diversas entradas e contato
com o presidente Bolsonaro
durante esse período que
Queiroz esteve em sua resi-
dência. É sério que o presi-
dente acha que as pessoas
acreditam que ele não sabia
do paradeiro do Queiroz?
O hospital onde Queiroz
supostamentefaztratamento
em Atibaia informou, após a
prisão deste, que o paciente
não realizava tratamento
contínuo na instituição, o
que faz com que a justifica-
tiva dada pelo presidente
não se sustente.
O que será que Quei-
roz esconde sobre a famí-
lia Bolsonaro e sobre seus
esquemas de corrupção e
envolvimento com milícias
no Rio de Janeiro? Quem
financiava a manutenção de
Queiroz em Atibaia durante
todo esse tempo em que o
Ministério Público do Rio
de Janeiro o investigava e
este faltava aos depoimen-
tos alegando estar “muito
doente”? Por que Flávio e
sua família que se elegeram
com um discurso de combate
à corrupção tenta de todas as
formas suspender as inves-
tigações, trocar comandos
das polícias e receberem
informações privilegiadas e
ilegais sobre investigações?
Será que Queiroz agora se
calará? Será que o Ministério
Público e a polícia do Rio de
Janeiro atuarão com inde-
pendência suficiente para
coletar as provas suficientes
para manter Queiroz e qual-
quer envolvido preso?
E antes de esquecer,
Flávio Bolsonaro, isso não
é mais uma movimentação
do tabuleiro para desestabi-
lizar o governo de seu pai,
é apenas a atuação de insti-
tuições que devem atuar
de forma independente
para investigar os casos de
corrupção de quem quer que
seja, a desestabilização já era
existência por culpa exclu-
siva dos envolvidos.
Enfim, Queiroz!
Ariel Cipola
Repórter
A
pós 14 meses
– entre erros
d e p o r t u -
guês, ações e declarações
polêmicas – Abraham Wein-
traub anunciou a saída do
cargo de ministro da Educa-
ção. A informação foi dada ao
lado do presidente Jair Bolso-
naro (sem partido) em um
vídeo publicado pelo próprio
Weintraub. Autoridades e
entidades ligadas à educação
comemoraram a exonera-
ção. Até o fechamento dessa
edição, o nome do substituto
não havia sido informado.
No mesmo dia da prisão
de Fabrício Quieroz, – o faz-
-tudo da família Bolsonaro -
visivelmente desconfortável,
Bolsonaro disse a Weintraub
que o momento é “difícil’,
mas “de confiança” e que os
compromissos de campanha
serão mantidos.
“Todos os meus compro-
missos de campanha conti-
nuam de pé. A confiança você
não compra, você adquire.
Todos que estão nos assis-
tindo agora são maiores de
idade, sabem o que o Brasil
está passando. O momento
agora é de confiança, eu faço
o que o povo quiser”, afirmou
Bolsonaro no vídeo.
O agora ex-ministro Wein-
traub deixa o cargo após uma
série de desgastes e polêmi-
cas a frente do ministério.
O movimento Todos Pela
Educação chegou a dizer
em nota, após o anúncio de
sua saída, que Weintraub foi
o “pior ministro da Educa-
ção que o Brasil já teve”. Eles
prosseguiram considerando a
demissão “tardia” e disseram
que o ministro tinha “abso-
luto despreparo” e “falta de
compromisso com a busca
efetiva por melhores resulta-
dos educacionais”.
A União Nacional dos
Estudantes(UNE)eaAssocia-
ção Nacional de Pós-Gradu-
andos (ANGP) celebraram a
saída de Weintraub por meio
de postagens em uma rede
social. Segundo as entidades a
demissão do ministro foi clas-
sificada como uma “vitória
dos estudantes”. O texto inti-
tulado em caixa alta: JÁ VAI
TARDE@AbrahamWeint! Diz
o seguinte: “Sai com a marca
de pior ministro da história.
Gestão deplorável. No MEC
defendeu cortes de verbas,
debochou da produção cien-
tífica das universidades, calu-
niou professores e alunos.
Nuncatevecompromissocom
a educação”.
COLLOR SE MANIFESTA
O senador Fernando
CollordeMello,semanifestou
atravésdasuacontaoficialnas
redes sociais dizendo que o
Brasil merece um ministro da
Educação que tenha a experi-
ênciaeoconhecimentosneces-
sários para conduzir políticas
públicas à altura dos desafios
que o país enfrenta na área,
isentas de ideologias nefastas.
“Sem educação inclusiva e de
qualidade, não há futuro”, diz
o post do senador.
A secretária municipal
de Educação de Maceió, Ana
Dayse Dórea, disse que na
opinião dela, a passagem do
ex-ministro da Educação,
Abraham Weintraub, durou
muito tempo e causou muito
prejuízo à educação do país.
“Um ano e dois meses sem
projetos concretos que trou-
xessem resultados positivos.
O que a gente espera é que
chegue um ministro que de
fato tenha compromisso com
a Educação, que tenha conhe-
cimento e que possa ajudar a
dar o rumo que a Educação
brasileira precisa ter, prin-
cipalmente nesse período
de pandemia onde a educa-
ção foi um dos setores mais
atingidos. Hoje estamos com
escolas, faculdades, univer-
sidades suspensas, e diante
disso tivemos que nos rein-
ventar. O que a gente precisa
agora, é ter um ministro que
de fato tenha esse compro-
misso e assuma a pasta com
vontade de fazer a educação
brasileira se desenvolver
como ela precisa”, afirma a
secretária.
Na avaliação da profes-
sora e ex-reitora da Univer-
sidade Federal de Alagoas
(UFAL), Maria Valéria Costa,
o ex-ministro da Educação,
cumpriu bem o papel espe-
rado pelo governo Bolsonaro
de atacar a educação pública
brasileira, perseguir profes-
sores, estudantes, e dar mais
espaço para a mercantilização
da educação.
“Seus gestos e medidas
autoritárias, negacionistas,
obscurantistas, persecutórias,
racista, ultraneoliberal e de
gestão desastrosas seguem a
linha do atual governo. Wein-
traub escolheu como alvo as
Universidades e emplacou
uma assediosa plataforma de
ataques à autonomia univer-
sitária, desde a interferência
na forma de escolha de reito-
res e reitoras, às tentativas
de punição às denominadas
“balbúrdias” realizadas nas
Universidades, com corte de
seus orçamentos. As Univer-
sidades foram eleitas pelo
ex-ministro como inimi-
gas. Logo pelo Ministério
que existe para apoiá-las e
fomentá-las. O ex-ministro
insistiu em desqualificá-las e
depreciá-las durante toda sua
gestão. A saída de Weintraub,
certamente, não foi pelo seu
programa de (des) construção
da educação pública no país,
mas pela sua situação recente
que se mostrou insustentável
para mantê-lo no cargo. Sua
saída alimentará as lutas pela
defesa da Educação Pública
brasileira e contra o obscu-
rantismo anti-iluminista,
anti-conhecimento, racismo
e protofascismo no país.
Mesmo com esses e tantos
outros absurdos que atentam
contra a humanidade e que
elevam a nossa indignação
todos os dias, até a própria
negação da pandemia do
coronavírus, a banalização
das mortes e as tentativas de
impor uma normalidade em
nome do lucro, ainda nutri-
mos esperança de superação
desse pesadelo. Existem 70%
de brasileiros e brasileiras que
defendem a vida, o conheci-
mento, a ciência e a democra-
ciaequelutamcontratodasas
formas de opressão que estão
sendoimpostasnaatualidade!
Outros dias virão!”, disse a
professora.
Weintraub pode ter “caído
pra cima”, pois agora será
indicado para a diretoria
executiva do Banco Mundial,
com isso seu salário chegará à
bagateladeUS$21.547dólares
mensais, em reais, com a cota-
ção de R$ 5,38, isso equivale a
R$ 115.922. Vale destacar que
essa quantia estará livre de
impostos, pois agora ele será
um funcionário internacional,
e não é cobrado pelo Imposto
de Renda. No entanto, essa
ideia pode não passar de uma
estratégia de ele sair do País
para não ser preso. Pode não
haver cargo nenhum, salário
nenhum. Só uma fuga.
3O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
“Weintraubcumpriubem
o papel que lhe deram”
EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO deixa a sensação de que demorou muito [14 meses] no cargo; nada andou,nenhum projeto...nada
SeWeintraubsaíssedoMECdiretoparaacadeia,aindaficariadevendoaoPaís
O
Poder Judi-
c i á r i o d e
A l a g o a s
mostrou, na semana passada,
que não se submete ao corpo-
rativismo e não está tolerando
práticas criminosas justa-
mente por quem deve zelar
pela Justiça e ser intolerante
às irregularidades e delitos.
Com isto, o Judiciário mostrou
que aceita cortar na própria
carne a fim de tirar ‘de circula-
ção’ aqueles que, por ventura,
teriam práticas inadequadas
e que não condizem com suas
funções.
Tudo começou no dia 3,
com a Operação Bate e Volta,
em que quatro advogados
foram presos pelos delega-
dos Gustavo Henrique, Cayo
Rodrigues e José Carlos, em
cumprimento a um mandado
da 10ª Vara Criminal e levados
à Divisão Especial de Investi-
gações e Capturas (Deic). Na
presença dos delegados, um
deles, Rossemy Dosso, conse-
guiu provar que não tinha
envolvimento com ilícitos
praticados dentro do Judici-
ário ee foi solto. Já os outros
três advogados Fidel Dias de
Melo Gomes, Ruan Vinicius
GomesdeLimaeHugoSoares
Braga foram presos, acusados
detráficodeinfluênciaeextor-
são de apenados para que
conseguissem transferência
de unidades prisionais. Vale
lembrar que a transferência de
presos depende do aval da 16ª
Vara de Execuções Penais, e é
aí que o juiz José Braga Neto,
titular da supracitada vara,
entra na história. Braga Neto
é pai do advogado Davi Braga
e mesmo sendo filho de um
magistrado o advogado foi
preso.
De acordo com as denún-
cias da magistrada Renata
Malafaia Viana, que também
é da 16ª Vara de Execuções
Penais, Davi Braga tinha livre
trânsito na Vara de Execuções
Penais e uma antiga noiva
intermediaria as transferên-
cias,levandoosprocessospara
o pai do advogado.
Na semana passada foi
a vez do magistrado não ser
‘coberto’ pelo corporativismo.
Tendo como base as provas do
inquérito da Operação Bate
e Volta, Braga Neto foi afas-
tado de suas funções pelos
desembargadores do Pleno
do Tribunal de Justiça, após
uma indicação de medida
administrativa por parte do
corregedor-geral do Judiciá-
rio, desembargador Fernando
Tourinho. O caso está sob
investigação,masnãoédescar-
tada a possibilidade de que o
magistrado perca sua função.
RESGUARDAROJUDICIÁRIO
Em nota, o corregedor-
-geral de Justiça, disse que o
afastamento de Braga Neto
se deu “com o objetivo maior
de preservar as investigações
de quaisquer interferências
externas, bem como resguar-
dar o próprio Magistrado e,
principalmente o Poder Judi-
ciário, em geral, propiciando
que as atividades da 16ª Vara
Criminal da Capital – Execu-
çõesPenaispossamprosseguir
com naturalidade e seguindo
os princípios constitucionais
básicos, tais quais a indepen-
dência”.
Mas, ao que este caso
indica, a situação de Braga
Neto pode ser agravada em
instânciassuperiores,umavez
que o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) também abriu
investigação contra ele.
Nem bem a categoria se
recuperou do ‘susto envol-
vendo o magistrado e seu
filho”, na quinta-feira passada
odiacomeçoucomumaopera-
ção policial que culminou na
prisão de uma advogada e
um serventuário efetivo dos
quadros do Judiciário, detidos
em casa, nos bairros de Cruz
das Almas e Jacarecica. Desta
vez, novamente figura o crime
de tráfico de influência. Os
mandados foram expedidos
pela pela juíza Vilma Renata
Jatobá de Carvalho. O então
juiz da Vara de Paripueira,
André Parízio Paiva, percebeu
em dezembro do ano passado
e denunciou que os casos da
advogada Shirley Fátima
Duarte Oliveira de Almeida
eram colocados na frente dos
outros processos pelo analista
judiciário Gerson Roberto
Silva Moura, fazendo com que
os processos de interesse dela
não passassem pelo trâmite
normal, o que é uma irregu-
laridade. O caso foi investi-
gado pelo Grupo de Atuação
EspecialdeCombateaoCrime
Organizado (Gaeco) e pela
Promotoria de Paripueira.
Além das escutas telefô-
nicas tratando das irregulari-
dades, há registros de várias
ações que deveriam ter sido
ajuizadas por ela e que, para
surpresa dos promotores de
justiça, tinham sido peticio-
nadas pelo próprio servidor.
Ou seja, havia uma relação
de confiança e cumplicidade
entre os alvos da operação,
visto que o funcionário dava
entradanosdocumentoscomo
se fosse a advogada.
4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Judiciário alagoano está
‘cortando na própria carne’
JUNHO NEM ACABOU e um magistrado foi afastado,quatro advogados e um analista judiciário acabaram presos por irregularidades
Segundopromotorhácorrupçãoeprevaricação
Em troca desse trâmite
privilegiado, o servidor era
recompensado. “E tal recom-
pensa vinha em forma de
dinheiro, com 50% dos hono-
rários sendo destinados ao
funcionário, e isso configura
corrupçãoativaepassiva.Mas,
alémdessecrime,elestambém
são investigados pela prática
criminosa de prevaricação,
falsidade ideológica e advoca-
cia administrativa”, explicou
Ary Lages, que atua como
promotor de justiça substituto
em Paripueira.
Pesamcontraelesoscrimes
de corrupção ativa e passiva.
Ele fica afastado do cargo
enquanto durar o processo e
pode ser definitivamente sair
do Judiciário. Estes últimos
casos estão evidenciando a
tolerância acabou e que não
importa se é juiz, filho de juiz,
advogado ou serventuário: de
cimaabaixoquemdescumprir
a lei e for descoberto pode ser
afastado e, depois de julgado o
caso, perder a função pública.
Corregedor-Geral de Justiça,desembargador FernandoTourinho,defende investigações sem interferências externas
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5O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Violência que importa
O título acima é um trecho da temáticado evento que o OIA (Observatório do
IdosoemAlagoas)vaipromovernodia24dejunho,DiaMundialdaPrevençãode
Quedas de Idosos. O acontecimento gerontológico será o I Encontroweb Obser-
vacional Sociotecnológicoeatemáticaadebatervaiser“QuedasdeIdosos:uma
violência que importa”. O encontro remoto está programado para transmitido a
partir das 14h, pelo programa Meet Google (meet.google.com/gtc-eomi-rce).A
realização é da Ideias & Ideais Cursos e Eventos Gerontológicos,que garante um
corpo de expositores experts no assunto.
Singelo aniversário
Outro marco legale
importantíssimo no
calendário conjuntural
do segmento idoso
alagoano é o dia 23 de
junho.A data assinala
de forma singela o 16º
aniversário da criação
do Conselho Estadual
do Idoso, CEI/Alagoas.
Aleifoisancionadaem
2004 sobre o registro
de Lei nº6.489, e sua estrutura orgânica é de caráter consultivo, deliberativo,
normatizador e fiscalizador da Política Estadual do Idoso (obs.: só que até hoje
o Estado de Alagoas não tem a sua política pública para o seu segmento idoso).
Também é de natureza permanente e de composição paritária entre governo
e sociedade civil.Vinculada (erroneamente) a Secretaria Executiva de Inserção
e Assistência Social (SEIAS), consta em seu regimento interno que é sem fins
lucrativos,credo político ou religioso.
Cursos gratuitos
ARedeEADSenac
está oferecendo
cursos gratui-
tos para quem
quer aperfeiçoar
conhecimentos
e estar pronto
para os constan-
tes desafios do
mercadodetrabalho.Estãosendoofertadasvagas gratuitasemcursoslivrespor
meiodoProgramaSenacdeGratuidade–destinadoàpopulaçãodebaixarenda,
cujarendafamiliarmensalpercapitanãoultrapasse2saláriosmínimosfederais.
As inscrições seguem abertas no portal https://www.ead.senac.br/gratuito/
ParaAlagoas,há vagas para os cursos:CozinhaVegetariana,Gestão de Salão de
Beleza, Informática Básica Internet e Mídias Sociais, Operador de Computador,
Agente de Desenvolvimento Socioambiental,Agente de Projetos Sociais, E-mail
Marketing,Custos Logísticos,Departamento deAlimentos & Bebidas em Hotela-
ria,Custos e Formação do Preço deVendas; dentre outros.
BB reduz taxas
As linhas de rece-
bíveis – descontos
de cheques e de
títulos, além da
antecipação de
crédito ao lojista
(ACL) - passarão a
contar com taxas
a partir de 1,07%,
0,76% e 0,74% ao mês,em substituição aos atuais 1,15%,0,82% e 0,82% ao
mês,respectivamente.
Para o crédito rotativo, a taxa mínima será reduzida de 2,05% para 1,93% ao
mês.Já para o capital de giro,a taxa cobrada pelo BB passará dos atuais 1,18%
ao mês para 1,10% ao mês.
As novas condições de taxas anunciadas na sexta-feira, 19, estarão disponíveis
para todos os canais de relacionamento do Banco, inclusive os eletrônicos (app
e internet banking).
“As últimas semanas
foram de diálogo
constante com
diversos setores
produtivos para
a criação de um
documento que
assegurasse,
posteriormente,um
retorno gradual
e seguro das
atividades”
Rafael Brito, Secretário de Estado
do Desenvolvimento Econômico e
Turismo
6 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
Um dos mais angustiantes
e maiores incômodos que
as pessoas idosas enfren-
tamnoseudiaadiaestána
convivência sócio-comuni-
táriaeintrafamiliar.Sãonos
relacionamentos que mais
se destacam e são degra-
dantesos diversos tipos de
violência que são reme-
tidas às pessoas idosas.
Neste decorrido 15 de
junho, data que foi eviden-
ciado mais um dia mundial para sensibilização aos atos
violentos contra a pessoa idosa,dois fatos conjunturais que
emergiram neste tempo de período pandêmico foram as
temáticas mais debatidas,
censuradas e apreciadas.
Reportamosoprimeirofato
aos indecorosos despre-
parados governamentais
relacionadosasgarantiase
proteções das Instituições
de Longa Permanências
das Pessoas Idosas-ILPI.
Um outro fato ocorrido e
que ficou ‘ao Deus-dará’,
contando com a própria
sorte do idoso foi o inusi-
tado, “fique em casa”. Em muitos casos, a pessoa idosa
que tinha com estratégia“o sair de casa”para evitar maus-
-tratos,teve de conviver com os seus agressores.
Maisumadatamarcantenestemêsjuninoquecausavisibili-
dadeapessoaidosa,mesmoquesejanumasituaçãoinfortú-
nia:aquedaouumaqueda.Orevéseinfelizfatodeumidoso
cair,sejaemsuaresidênciaouemqualquervia,trazdiversas
consequências, que além das fatais podem também gerar
outras traumatizantes como:escoriações e lesões; fraturas
nofêmurproximal(regiãodoquadril);fraturasnosmembros
superiores (ombro e punho).A queda em idosos representa
um risco alto para a saúde das pessoas da terceira idade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado
ao Traumatizado (Sbait), no mundo, a cada segundo, pelo
menos um idoso sofre uma queda,seja em casa ou na rua.
De acordo com a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia),cerca de 30% dos idosos sofrem pelo menos
uma queda e 50% deles acabam ficando com a mobilidade
reduzida.Outrosreflexospodemsersentidosmuitoalémdas
lesõesgeradassobreoacidenteemsi.Issoporqueafaltade
mobilidade e a dependência,características de um período
pós-queda,podem acarretar em acúmulo de secreções nos
pulmões, pneumonia, distúrbios gastrointestinais, infecção
do trato urinário, diminuição do fluxo sanguíneo, osteopo-
rose,AVC e até demência.
Angústia Geronto
24 de junho
CAFÉ&NEGÓCIOS redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com
Criatividade para driblar a crise
Na contramão de inúmeras empresas
que se viram obrigadas a fechar as
portas, eis que um nicho foi valorizado:
avendadecomidapormeiodedelivery.
Patrícia Farias, formada em marketing,
mas atualmente desempregada,enxer-
gounessecenárioaoportunidadedeter
uma renda fazendo o que mais gosta:
doces.
Às vésperas do Dia das Mães, com
pouco investimento e muita vontade de
empreender,ela iniciou a Claras Pudim,
uma loja virtual que promete levar
doçura aos clientes com um serviço
por encomendas de pudins, tamanho
família ou individual (minis e fatias).Pudim é um doce muito conhecido,simples,
popular,masaomesmotempodelicadoeclássicocomooamordemãe”,explica
a proprietária.
Ospedidospodemserfeitospelo 82 99689-7741eoupelodirectdoInstagram
@claras.pudim.Aempresacontacomosistemapegueeleveoudeliveryemtoda
Maceió,sob o pagamento de taxa.
Para não errar no delivery
Entre os cuidados que o empreende-
dor deve tomar para começar – ou
ampliar – o atendimento a distância,
está o cuidado com as embalagens,
que devem proteger corretamente o
produto e garantir as condições ideais
de higiene.
O horário de funcionamento e a defini-
ção dos canais de atendimento para o
pré e o pós-vendas também precisam ser definidos e comunicados aos clientes
com clareza.“O primeiro ponto é garantir a qualidade dos seus produtos via deli-
very, principalmente no caso de alimentos.Também é importante considerar os
custos de embalagens e das plataformas de delivery”,Alessandra Giner,diretora
de Marketing da Stone.
PODERGrisalho Francisco Silvestre
silvestreanjos@bol.com.br
Coroavívus
Para alguns especialistas uma pandêmica infecção viral pode ser
registradaportrêsoumaisdiferentesfases.Eterestratégiaspesso-
ais para o enfrentamento,protegido de estratégias governamentais,
comunitáriasefamiliaressãoextremamenteimportantesparaavitali-
dade.Principalmente,quandooindivíduoéumidoso,poispertenceao
mais preocupante grupo de risco.A primeira fase com seus determi-
nanteseimpactostira-nosdeformacompulsóriadazonadeconforto
edasrotinasestabelecidasecristalizadas.Vivenciarumanovaordem
social mais contundente com suas inquietações, esta é a principal
característica da segunda fase.Etapa estaque nos faz tender a ser,
ou ser,mais racional,saudosista e otimista.A terceira fase é a mais
assustadora.Não se sabe quando,realmente ela tem início.O certo
que tenhamos uma estratégia planejada para enfrentá-la.E,o mais
vivido(a),vivão(ona) que for um(a) Coroavívus aposta nas recomenda-
çõesdeprevençõespormaisalgumtempoeponderaaflexibilização.
Na semana passada falamos sobre uns dos temas mais polêmicos quando o
assunto é a locação de imóveis.Afinal? De que é a obrigação da contrata-
ção do Seguro Incêndio? Do inquilino ou proprietário do imóvel? Como vimos,
depende do contrato, pois a Lei do inquilinato deixa brechas pra isso.Mais rele-
vante do que saber quem vai ter que pagar o seguro incêndio é compreender
a importância desse seguro, tanto para o locatário quanto para o locador. Ao
contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de uma mera burocracia.
Vou explicar os principais motivos.
1.Preço do seguro e indenização
Ao adquirir o seguro, o contratante pode estipular que somente o conteúdo da
casa seja protegido no caso de o segurado ser inquilino. Da mesma forma, o
proprietário de um imóvel locado pode ter um seguro residencial para cobrir
apenas a estrutura e não os bens que estão dentro da casa.
O valor do seguro é determinado pela quantia declarada pelo contratante para a
reconstrução da casa e reposição dos bens, somada às coberturas e assistên-
cias adicionais,se contratadas.Para calcular quanto valem os seus pertences é
preciso listar tudo o que possui na residência.
2.Reembolso de bens materiais cobertos
Além de garantir que ninguém vai levar os objetos que não foram afetados pelo
incêndio,aseguradorapodereembolsarosbensmateriaisafetadosporele,como
eletrodomésticosemóveis,porexemplo.Paraqueissoaconteça,éprecisoqueos
itens estejam protegidos pelo seguro,informação que deve constar no contrato.
Sendoassim,pesquisejuntocomseucorretordesegurososdiferenciaisdecada
seguradoraeescolhaaquelaqueofereceromelhorcustoemrelaçãoaobenefício
ofertado.Não se esqueça de questionar o corretor sobre todas as possibilidades
de danos que serão cobertos pelo seguro e de ler atentamente o contrato.
3.Proteção do imóvel
Serviços que custam muito mais do que o valor da contratação do seguro,como
reparos elétricos, hidráulicos e até pintura podem ser oferecidos pela empresa.
Caso a estrutura da casa seja comprometida, o seguro também assume essa
responsabilidade e paga hospedagem aos moradores enquanto o problema é
resolvido.
Novamente,issodependerádotipodesegurocontratado.Noentanto,lembre-se
de que em casos de incêndio,a reforma do imóvel se faz necessária.Arcar com
esse custo sozinho pode ser algo muito pesado para o indivíduo.
No caso de um imóvel alugado, essa reforma pode ser objeto de uma disputa
judicial.Casooincêndiotenhasidocausadopordescuidodomorador,comouma
panela esquecida no fogo,a justiça pode determinar que ele pague pela obra,já
que foi o culpado pelo incidente.
Por outro lado,se esse problema tiver sido causado por falhas na rede elétrica,o
proprietário deverá arcar com o prejuízo da obra e ainda se responsabilizar pela
hospedagem do inquilino.
Nos dois casos, a contratação de um seguro incêndio seria o suficiente para
tornar a solução dos fatos mais rápida e tranquila para todos os envolvidos.
Conclusão
Em suma, é melhor prevenir do que remediar, certo? Ninguém quer precisar do
seguro,masémuitobomsaberque,casoalgoaconteça,umaempresaespecia-
lizada vai prestar todo o auxílio necessário.
É uma situação semelhante ao contrato de seguro de automóvel. Por saber que
os riscos de se envolver em um acidente de trânsito ou de ser assaltado podem
ocorrer,o comprador costuma priorizar a contratação desse produto financeiro.
Acontece que um imóvel também está sujeito a danos e,comparado a um carro,
uma casa ou apartamento tem muito mais impacto na vida do indivíduo.
Esperoquetenhagostadodotemadessasemanaesemprequevocêsdesejarem
enviemsuasdúvidasparameue-mail.Nãodeixemdeacompanharasnovidades
em minhas redes sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final de semana
para todos! Grande abraço!
7O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Conheça os benefícios do seguro incêndio
“
João Lemos
Repórter
A
CâmaraFede-
ral aprovou
no último dia
26 o projeto de lei que destina
R$ 3 bilhões para o pagamento
deumarendamensalaostraba-
lhadores da cultura, manuten-
çãodeespaçosculturaiseações
que ajudem o setor a enfrentar
a pandemia. Na quinta-feira
da semana passada, o Senado
aprovou o projeto de Lei de
autoria da deputada federal
Benedita da Silva (PT-RJ), o
texto foi aprovado na forma de
substitutivo da relatora depu-
tada Jandira Feghali (PCdoB-
-RJ)eagoraseguiráparasanção
dopresidente.
A relatora sugeriu que o
texto fosse batizado como Lei
Aldir Blanc, uma homenagem
ao artista e compositor que
faleceu vítima do Covid-19
no dia 4 de maio de 2020, aos
73 anos. Na lista de profissio-
nais que tem direito ao auxílio
estãoartistas,técnicos,mestres
de cultura popular, produto-
resedemaistrabalhadoresque
atuem na produção do setor.
De acordo com o Diário do
Nordeste, para ter direito ao
auxílio emergencial, o traba-
lhador precisa comprovar
atuação nas áreas artística e
cultural nos últimos dois anos
e deve ter tido no ano de 2018,
rendimento tributável de até
R$28. 559,70. O profissional
nãopoderáterempregoformal
ativo e não pode ser titular de
benefício previdenciário ou
assistencial nem beneficiário
do seguro-desemprego e de
programa de transferência de
renda federal, com exceção do
Bolsa Família. Aqueles que já
recebem o auxílio emergencial
do governo pago a trabalha-
dores informais também não
terão acesso à nova ajuda.
Todos os estados recebe-
rão uma fatia do auxílio, que
será repassado também ao
Distrito Federal e municípios.
No caso das cidades, elas terão
o prazo máximo de 60 dias,
contados da descentralização,
para a destinação dos recursos
previstos. Os espaços culturais
que forem contemplados com
a Lei precisarão realizar ativi-
dades destinadas, prioritaria-
mente, aos alunos de escolas
públicas ou em espaço público
de forma gratuita.
Reunião via internet tratou dos pormenores do uso dos recursos para Cultura Aldir Blanc,um dos ícones da música brasileira,morreu em maio deste ano
Alagoas prevê o repasse de R$33,7 milhões
EmAlagoasoprojetoprevê
o repasse de R$ 33,7 milhões
que serão distribuídos com os
municípios que estão cadas-
trados no Sistema Nacional de
Cultura, atualmente, apenas
29 municípios estão aptos para
recebimento.
O projeto que dispõe R$
3 bilhões será dividido pela
metade, 50% para estados
e 50% para municípios. Em
seguida, os recursos serão
redistribuídos para cada
seguindo dois critérios: 20%
de acordo com as normas utili-
zadas pelos fundos de partici-
pação e 80% tendo como base
critérios populacionais.
A proposta determina que
o primeiro recurso seja o auxí-
lio emergencial no valor de R$
600, pagos em três parcelas, o
segundo recurso seja voltado
para a manutenção de espaços
culturais que poderá variar
entre R$ 3 mil (valor mínimo)
e R$10 mil (valor máximo) e a
terceira forma de repasse do
recurso será no financiamento
de editais, chamadas públicas
e serviços voltados ao setor.
De acordo com nota publi-
cada, a Secretaria de Estado
da Cultura vem mobilizando
os municípios que não estão
cadastrados no Sistema Nacio-
nal de Cultura, afim de que
nenhuma unidade municipal
fique sem receber os recursos
demaneiraadequada.ASecult
também informa que já está
sendo feito o mapeamento dos
vários segmentos do setor que
desde 2018 recolhem dados
através de editais e projetos.
“O processo de cadastra-
mento e credenciamento dos
artistas alagoanos já é algo
contínuo da Secult, visto que
já lançamos editais desse porte
e com esses dados obtivemos
um mapeamento, a exemplo
do Edital do Festival Dendi
Casa Tem Cultura que com a
aprovaçãodaLeipretendemos
reabrir o edital para que mais
artistas e segmentos sejam
contemplados”, disse a secre-
táriadeculturaMellinaFreitas.
PL beneficiará comunidade cultural alagoana com 33,7 milhões que serão distribuídos com os municípios credenciados
Lei Aldir Blanc: só 29 cidades
de AL estão aptas para recurso
CULTURA redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
8 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
Municípios aptos:
Anadia
Arapiraca
Branquinha
Capela
Colônia Leopoldina
Coruripe
Delmiro Gouveia
Feira Grande
Feliz Deserto
Jacaré dos Homens
Joaquim Gomes
Junqueiro
Lagoa da Canoa
Maceió
Maragogi
Olho D’ Água
das Flores
Olho D’Água
do Casado
Ouro Branco
Paulo Jacinto
Penedo
Projeto tem
R$ 3 bilhões
para estados
e municípios
E
m tempos de
i s o l a m e n t o
social para
combater o coronavírus o
Sindicato das Empresas de
Transporte Urbano de Maceió
(Sinturb) quer incentivar que
os passageiros de ônibus de
Maceió que possuem o Cartão
Bem Legal solicitem recargas
do cartão sem precisar sair
de casa. Os pedidos de crédi-
tos podem ser feitos de forma
online, garantindo mais prati-
cidade para o passageiro. Os
usuários podem recarregar
através de três aplicativos e
também pelo site oficial do
cartão,evitandofilaseaglome-
rações nos postos e pontos de
venda.
A campanha está sendo
divulgados dentro dos veícu-
los,outbus,outdoorsetambém
nas redes sociais do Cartão
Bem Legal. O material gráfico
temumanovidade,quefacilita
ainda mais para o usuário de
ônibus, com o uso do Qr-code,
onde o passageiro pode usar a
câmeradocelulareserdirecio-
nado automaticamente para a
página com todas as opções de
recarga on-line.
Para o presidente do
Sinturb, Guilherme Borges, a
campanhavemparaincentivar
ainda mais o usuário sobre as
facilidades de recarga on-line.
“A ideia é mostrar para o usuá-
rio as diversas opções que ele
tem para recarregar o cartão
dele, e principalmente que
a compra pode ser feita sem
queeleprecisesairdecasa.Em
tempos de pandemia a tecno-
logia precisa ser usada como
uma grande aliada e para o
transporte público não seria
diferente. A recarga on-line
facilita também para que o
usuário evite pagar a tarifa em
dinheiro,seprotegendodeum
possível contágio com moedas
e dinheiro em espécie”, desta-
cou o presidente do Sinturb.
Após acessar a página, o
usuário pode escolher qual
modalidade on-line ele quer
realizar o pedido de recarga.
Como o site do Cartão Bem
Legal, (www.cartaobemlegal.
com.br), bastando apenas o
usuário faça um cadastro com
os dados pessoais e do cartão.
Os pedidos são pagos através
de boleto bancário.
As outras opções são: o
aplicativo Cittamobi, que
além de informar sobre linhas
e horários, também realiza o
pedido de recarga; e os apli-
cativos RecargaPay e Ponto
Certo. Nessas três opções os
pagamentos podem ser feitos
através de cartão de crédito e o
procedimento além de rápido,
é simples.
Os créditos são disponibili-
zados no cartão dos passagei-
ros de ônibus após o prazo de
72h úteis.
9O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
COTIDIANO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
AgilidadeepraticidadenarecargadoCartãoBemLegaléboaideiaemtemposdeisolamentosocialporcausadaCovid-19
Cartão Bem Legal faz campanha
para incentivar recarga on-line
DESCOMPLICA:PassageirosdoSIMMpodemdesfrutardosbenefíciossemterquesairdecasa,fazendoacomprapelocelular
10 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Atletas dão “um jeito” para
garantir renda na pandemia
SEM JOGAR FUTEBOL, eles trabalham em outras áreas para sustentar a família e ainda treinam para manter a forma física
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Thiago Luiz
Estagiário
F
icar em casa,
m e s m o e m
meio à pande-
mia do novo coronavírus é
uma necessidade, mas que
nem todo mundo pode aten-
der. Nas mais diversas classes
trabalhistas, existem os servi-
ços essenciais. Com a suspen-
são do futebol [que não se
enquadra nesse grupo], não é
diferente. Muitos profissionais
não conseguem manter suas
famílias apenas com a prática
esportiva. Isso porque a maio-
ria dos times de Alagoas só
joga, aproximadamente, três
meses, ou durante o prazo que
duraroCampeonatoEstadual.
No restante do ano, os atle-
tasquenãoconseguemassinar
contrato com outras equipes
acabam procurando outros
empregos fora das quatro
linhas e com um material de
trabalho muito diferente de
chuteiras e bolas.
Voltando a falar do cenário
alagoano,todososclubes,além
de CRB e CSA, estão com as
atividades totalmente paradas
e, por problemas financeiros,
decidiram rescindir contrato
com seus jogadores.
De acordo com o vice-
-presidente do Conselho Deli-
berativo doASA deArapiraca,
Higor Rafael, o clube tem
uma dívida decerca de R$ 10
milhões, além de mais de 80
cláusulas trabalhistas penden-
tes que tendem a piorar nesse
momento de pandemia. O
dirigente ainda se posicionou
contra a volta doAlagoano em
2020, por garantir que nem o
Alvinegro e nenhuma outra
equipe do interior tem condi-
ções de remontar os elencos
nem custear as despesas de
uma temporada.
Mesmocomtodoessecená-
rio em Arapiraca, segundo o
vice-presidente, nenhum joga-
dor do clube está desempe-
nhando outros trabalhos, nem
os que residem no município.
Já em Coruripe, os jogado-
resdotimedacidade,quetive-
ramseuscontratosrescindidos
ainda em março, têm uma
“porta aberta”. Um ex-diretor
do Hulk possui uma empresa
de instalação e manutenção
de serviços de internet que
sempre “abraça” os atletas,
quando o clube não tem mais
calendário no futebol. E, repe-
tindo essa atitude, a empresa
admitiu dois jogadores do
Verdão: o atacante Ivan e o
volante Jair.
Em entrevista a O Dia
Alagoas,oatacante,de37anos,
disse que tem sido muito difí-
cil passar por esse momento
de suspensão do futebol antes
do momento esperado [com
o término do Campeonato
Alagoano].Há17anosjogando
profissionalmente e passando
pelaprimeiravezporumcená-
rioinusitadocomooatual,Ivan
disse que, mesmo trabalhando
sem carteira assinada, o salá-
rio que recebe atualmente está
dandoparasustentarafamília.
Na mesma situação, Jair,
desde março trabalhando na
mesma empresa, disse que o
mais difícil está sendo ficar
longe dos gramados. “Tenho
vinteeoitoanosenuncapassei
por um momento como esse,
mas as coisas acontecem do
jeito que Deus quer”, diz o
atleta, confiante.
PeloladodoJaciobá,equipe
dePãodeAçúcar,entremuitas
histórias como as do Coruripe,
está o meia Elizeu. Baiano, o
jovem de 21 anos trocou os
gramados pela construção
civil, durante a quarentena.
Nesse período de isolamento
social, o atleta teve que ficar
na casa da sogra, em Penedo.
Atuando como ajudante de
pedreiro, ele afirma que dá
apenas para suprir as necessi-
dades básicas do lar. E mesmo
com a correria e a rotina cansa-
tiva de trabalho, Elizeu segue
realizando treinamentos físi-
cos para manter a forma, na
esperança da volta ao futebol.
O futebol venceu a pandemia
Mesmo com a curva aumentando, com mais pessoas
contaminadasemuitasmortes,osdirigentesdeclubes
que formam a Liga do Nordeste decidiram que a copa,para-
lisada uma rodada antes da final da primeira fase,recebeu
o sinal verde para o seu retorno. Os representantes dos 16
clubes dessa Copa do Nordeste aprovaram o reinício da
competição e com uma novidade: todos os jogos em uma
mesma cidade ou uma mesma sede, como está sendo
chamado.Trêscidadessãocandidatasasediaressesjogos:
Recife,SalvadoreFortaleza.
Hoje,a capital pernambucana e a capital baiana estão mais
próximas dessa escolha.As três cidades citadas empatam
emalgunspré-requisitos:bonshotéis,centrosdetreinamen-
tos, facilidade para o deslocamento e na boa vontade para
essa volta.No entanto,Recife e Salvador disponibilizam um
númeromaiordeestádiosparaarealizaçãodosjogos,jáque
serão oito partidas,mesmo que não sejam no mesmo dia.A
Cidade de Recife tem os estádios do Sport (Ilha do Retiro),
Náutico(Aflitos),SantaCruz(Arruda)eaArenaPernambuco.
Em Salvador,estariam disponibilizados a Arena Fonte Nova,
do Bahia (Pituaçú) e do Vitória (Barradão). Ficou acertado
também que todas as despesas para esses jogos serão de
responsabilidade da Liga do Nordeste,desde o pagamento
com as viagens,hotel,alimentação,locais de treinamentos
e o deslocamento pela cidade em ônibus especial fretado.
Decidiramaindaqueaspartidasserãorealizadasdeportões
fechados e com transmissão pela televisão, o SBT (canal
aberto), FOX Sports (canal fechado) e o site Live FC. A Liga
do Nordeste assume também as despesas e o pagamento
comaarbitragem.
l Pergunto: de onde surgiu essa história, que aquele
ex-patrimônio do CSA, com mais de 100 anos de história,
tenha sido uma doação de Gustavo Paiva? Na verdade, o
CSA pagou 20 mil réis, em quatro parcelas, pela área do
Mutange, que antes de ser o campo, era um Grande Ponto
Parque, um espaço de diversão. Está no último livro de
Lauthenay Perdigão, Vida, Obra e Luta do guardião da
memória esportiva alagoana e brasileira;
l No artigo da semana que vem, vamos tratar um pouco
mais desse assunto, que desfaz uma história que foi
contada por mais de 100 anos.
ALFINETADAS...Estruturaeforça
Confirmado o retorno da Copa do Nordeste,os clubes viajam para a
cidade escolhida quinze dias antes do retorno do futebol,para uma
preparação especial e ambientação com o lugar e os locais dos
jogos. Com essa decisão e as medidas que serão tomadas ainda
estasemana,aLigadoNordestejárecebeuoavaldaáreadesaúde
destastrêscidades egarantequeofutebolvaivoltar.Paraencerrara
CopadoNordesterestamaúltimarodadadafasedeclassificação,os
jogosdasquarta-de-final,semi-finaleagrandefinal,comapremia-
çãoecotasprometidasaosclubesconfirmadas.
Bolsonarorecuou-1
Na última quarta-feira (17),o presidente Jair Bolsonaro desistiu de
assinar uma Medida Provisória que interferia na gestão do futebol
brasileiro. Se a MP fosse assinada entraria em choque com um
Projeto de Lei que já circula na Câmara dos Deputados.A questão
é que,com tantos problemas para solucionar,inclusive com a saída
do ministro da Educação de seu governo, o presidente ainda está
pensando em interferir no futebol. Já basta ele ter forçado a volta
do futebol no Rio de Janeiro,com o apoio de Flamengo eVasco,e o
posicionamentocontráriodeFluminenseeBotafogo.
Bolsonarorecuou-2
O Projeto de Lei da Câmara dos Deputados que se chocava com a
MP do Bolsonaro está relacionado, basicamente, em quatro itens:
1 - a suspensão temporária a obrigatoriedade do pagamento do
Profut,que é o financiamento dos clubes de futebol com encargos
do governo; 2 - a redução para 30 dias o tempo mínimo de contrato
entreclubesejogadores.Hoje,aLeiPeléfalaem90dias;3-apossi-
bilidade de que as entidades alterem regulamentos de competições
em curso; 4 - a ampliação de prazo - sete meses - para que clubes
eentidadespubliquemseusbalançosfinanceirosdoanoanterior.
Bolsonarorecuou-3
Do Projeto de Lei o artigo mais polêmico já foi retirado pelo rela-
tor.Era o que permitia a redução em 50% da multa sobre a quebra
de contrato para jogadores e membros da comissão técnica dos
clubes. Essa proposta foi apresentada pelos dirigentes do futebol,
masrechaçadapeloSindicatoNacionaldosJogadoresProfissionais,
que fez um movimento forte junto aos deputados e convenceram
pelaretiradadaproposta,permanecendoopagamentode100%de
indenizaçãodorestantedocontratodessesprofissionais.
OMutangeeGustavoPaiva
AcabeidelerefazendoalgumasreflexõesolivrodosjornalistasMário
Lima e Wellington Santos, intitulado Dom Lauthenay um Quixote
do Esporte Nacional.Tive o prazer e a responsabilidade de fazer a
apresentação da obra,portanto,fiz uma leitura mais rápida.Agora,
olhando com mais carinho, descobri que o terreno do Mutange
(Estádio e depois CT do CSA) nunca foi uma doação do Comenda-
dor Gustavo Paiva.Aquilo lá,hoje destruído pela Braskem,foi uma
aquisição da diretoria do clube na gestão do presidente Virgílio de
Brito.O terreno pertencia ao comercianteAlfredoVugner,que nem
defutebolgostava.
IvaneJair(doCoruripe)trabalhamnainstalaçãodeInternet;Elizeu(doJaciobá)estásevirandocomoajudantedepedreiro
FagnoPinto
Fotos:AgapitoSantana
11O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
FLYLIBRAS: Embarque no universo da Libras, seja bilíngue!
FLYLIBRASéumaferramentadigitalbilínguequetemcomoobje-
tivodeproporcionaraformaçãodocenteediscentenoprocesso
de ensino e aprendizagem da Língua brasileira de sinais (Libras).
Através dessa ferramenta inovadora digital bilíngue Libras/Portu-
guês,acomunidadesurdateráoportunidadedeaprenderaLíngua
Portuguesa, na modalidade escrita como segunda língua. E, mais
que isso, ela também proporcionará a sociedade ouvinte apren-
der a Libras para se comunicar com surdos em qualquer área de
estudo:educação,saúde,segurança,dentre outras.
A ideia dessa ferramenta surgiu da parceria com o professor
da UFAL/Arapiraca, Dr. Patrick Brito, coordenador do Projeto de
pesquisa FALIBRAS,que é um sistema 3D de tradução automática
da língua portuguesa para Libras no ensino de línguas de moda-
lidade visuo-gestual. A equipe do FALIBRAS é responsável pelo
sistema de programação da ferramenta FLYLIBRAS.
Como professor pesquisador da UFAL (campus Arapiraca-AL),
eu coordeno o projeto da ferramenta FLYLIBRAS em várias ações
de extensão dando ênfase a semântica (estrutura linguística da
Libras).Essa ferramenta encontra-se em fase de desenvolvimento
e aplicabilidade.A minha equipe é composta por professores de
todas esferas de ensino, técnicos, intérpretes de Libras, estudan-
tes,monitoresesurdosdaUFALcomcolaboraçãodeoutrasuniver-
sidades.Assim sendo,tenho a intenção de possibilitar a promoção
da acessibilidade comunicacional entre surdos e ouvintes.
Nessa perspectiva de contribuição e colaboração como professor
pesquisador, pretendo por intermédio da ferramenta FLYLIBRAS,
proporcionarpráticaspedagógicasparaformaçãoinicialecontinu-
ada de forma inovadora, dinâmica, interativa, colaborativa e autô-
noma no ensino presencial,semipresencial e à distância.Trata-se
deumprojetodeduploefeito,elaboradoparairalémdeumacomu-
nicação pontual,como temos visto em outras ferramentas já exis-
tentes.Aqui,o interesse é de construção de uma ponte definitiva e
de uso atemporal,pois trabalha no aprendizado do português para
os surdos e no aprendizado de Libras para professores e alunos
ouvintes.
AndersonFranciscoVitorinoé ProfessorAssistenteMagistério
Superiordadisciplina(Libras)LínguabrasileiradesinaispelaUFAL
(CampusArapiraca)eparceironacoluna“EstudarLáFora”.E-mail:
anderson.vitorino@arapiraca.ufal.br .
German Chancellor Fellowship for tomorrow’s leaders
Fonte: Fundação Alexander von Humboldt
A Funda-
ç ã o
Alexan-
der von
Humboldt
e s t á
p r o c u -
rando os
líderes de
amanhã -
do Brasil,
C h i n a ,
Í n d i a ,
RússiaeEUA.Paraseinscrever,desenvolvasuaprópriaidéiadeprojetoeencon-
treohostdesuaescolhaparaorientá-lo.Depoisqueseuanfitriãoconfirmar,você
poderá solicitar uma bolsa mensal de estudos no valor de 2.170 , 2.470 ou
2.770 ,dependendo das suas qualificações.
Envie uma inscrição,se você:
* são graduados universitários com um viés internacional do Brasil,China,Índia,
Rússia ou EUA e já adquiriram experiência inicial de liderança
* completou seu primeiro diploma há menos de 12 anos
* gostaria de passar um ano trabalhando em um projeto que você desenvolveu
com uma série de sua escolha naAlemanha
*podedemonstrarqueseuprojetoterásignificadosocialequevocêtemopoten-
cial de construir pontes futuras entre aAlemanha e seu próprio país
* trabalharemumsetorcomopolítica,economia,mídia,administraçãoecultura.
Mais informações em http://bit.ly/2Lnuxao .
Bolsas de Mestrado do Programa Helmut Schmidt - Alemanha
Bolsa de Pós-graduação - Reino Unido
Fonte: DAAD
DAAD informa que está recebendo candidaturas para seu
programa Helmut Schmidt, através do qual concederá
bolsasparaoitocursosdeMasternaáreadePolíticasPúbli-
cas e Boa Governança naAlemanha.
O principal objetivo do programa é a formação de líderes
e profissionais que, ao retornarem para seus países de
origem, contribuam para o aperfeiçoamento democrá-
tico da gestão pública.A edição do programa para 2020
está voltada para candidatos com formação em Ciências
Sociais,Ciências Políticas,Direito,Administração Pública,
Economia ou áreas afins, desde que interessados nos
programas de Analysis and Design of Social Protection
Systems, Peace and Conflict Studies e Development
Studies.
Além da graduação completa até o momento da candida-
tura, é necessário ter rendimento acadêmico excelente e
bons conhecimentos de alemão ou inglês.Os selecionados
ganham uma bolsa mensal no valor de 850 euros, auxí-
lio para passagem aérea de 1.575 euros, seguro-saúde e
curso preparatório de alemão de seis meses naAlemanha.
As inscrições estarão abertas de 01/06 a 31/07 para os
cursos que terão início em setembro/outubro de 2021.
Maiores informações e inscrição em https://bit.ly/3dTlERb .
Fonte: Brunel
University London
Oportunidade de
bolsa para quem
está interessado em
uma pósgraduação
na Brunel University
London. Estão abertas
as inscrições para o
programa de Excelên-
cia Acadêmica que
financiará estudantes
internacionais.
Candidatos devem
pediradmissãoemum
curso de pós - gradu-
ação na Universidade
de Brunel, no Reino
Unido. Para tanto,
históricos acadêmi-
cos, curriculum vitae,
cópia do passaporte
e comprovante de
capacidade linguística
devem ser enviados.
Veja todas as informa-
ções no link https://bit.
ly/2BmbRok .
12 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
GM: retorno à
produção no
Brasil
Após quase três meses
de paralisação, a General
Motors retomou a
produção nas fábricas
de Gravataí (RS) que, na
segunda-feira, 15, voltou a
fabricar o Onix e Onix Plus,
enquanto em São José
dos Campos (SP) a linha
da S10 e Trailblazer foi
reiniciada na terça-feira,
16. Com isso, as cinco
unidades industriais da
GM no País regressaram
ao trabalho, mas de forma
gradual. “O reinício da
produção de veículos da
GM no Brasil ocorreu sem
problemas, graças ao
forte trabalho em equipe.
Nossos procedimentos
de segurança estão
funcionando bem e
nossos fornecedores
fizeram um ótimo trabalho
implementando suas
estratégias de retorno ao
trabalho e manuais de
segurança”, informa a GM
em nota.
Seguro 24 horas
chega ao Brasil
Um seguro que pode
ser contratado antes de
pegar a estrada e por
apenas 24 horas. Esse
é o ‘Instant’, produto
lançado para automóveis
com proteção por perda
total por acidente. É o
primeiro seguro do Brasil
que permite a contratação
exclusivamente pelo
uso e sob demanda,
diferentemente do que
acontece nas apólices
tradicionais. Apesar
de já existir em outros
países, essa modalidade
só foi autorizada pela
Superintendência
de Seguros Privados
(Susep) em agosto do
ano passado, através da
Circular 592, que permitiu
a customização de planos
de seguros com vigência
reduzida de contrato e
período intermitente.
A novidade chega ao
mercado brasileiro
através da Argo Seguros,
multinacional norte-
americana especializada
em seguros de nicho.
ACONTECE
esta semana
SANDERO GANHA
VERSÃO GT LINE
Chega às lojas a nova versão
do Renault Sandero: GT Line,
que tem visual esportivo
assinado pela divisão Renault
Sport. O modelo é oferecido
com duas opções de motor
e câmbio: 1.0 SCe manual
e 1.6 SCe CVT X-Tronic. Um
rápido passar de olhos é o
suficiente para se perceber
que a versão GT Line tem
atributos que o diferenciam
de sua versão de base, a
Zen. Entre as novidades
visuais do modelo estão
aerofólio traseiro, aplique
no para-choque traseiro,
retrovisores na cor cinza,
faróis de neblina e máscara
negra nas lanternas. O
preço sugerido da versão GT
Line 1.0 é de R$ 57.390. O
preço da versão GT Line 1.6
é de R$ 73.290.
Consórcios ficam
sem motos para
os contemplados
Embora necessária
para conter o avanço da
Covid-19, a paralisação
das fábricas de motos
em Manaus (AM) gerou
grande insatisfação entre
consorciados pela falta
de produtos nas revendas
e previsão de entrega.
A cada notícia publicada
sobre o adiamento do
retorno da produção da
Honda (que detém 79% do
mercado), esses leitores
se queixavam de não
conseguir a moto, mesmo
quando o lance ou sorteio
haviam ocorrido antes
do início da quarentena.
Vale dizer que a
fabricante foi prudente em
prorrogar a quarentena,
já que emprega 6 mil
funcionários em Manaus,
onde o sistema de saúde
entrou em colapso por
causa do coronavírus.
RODASDUAS
A grade dianteira do novo
Mach 1 remete ao original,
com recorte em formato de
nariz de tubarão e o emblema
do cavalo no centro. Detalhes
em cinza e preto fosco em todo
o veículo criam um visual
sofisticado. As novas rodas
pretas de alumínio, de 19x9,5
polegadas na frente e 19x10
polegadas na traseira são uma
versão moderna das clássicas
rodas estilo Magnum 500.
O pacote Handling –
disponível exclusivamente
com a transmissão manual
Tremec 3160 de seis veloci-
dades – inclui rodas de
19x10,5 polegadas e 19x11
polegadas e difusor dianteiro
com maior “downforce”. As
opções de cores da carroce-
ria são cinza Fighter Jet,
prata Iconic, preto Shadow,
branco Oxford, azul Veloc-
ity, laranja Twister, vermelho
Race e amarelo Grabber,
com faixas laterais e no capô
em preto fosco com listras
contrastantes em vermelho,
branco e laranja. O interior
tem painel de instrumentos
exclusivo com detalhes em
alumínio e um emblema
entalhado com o número do
chassi do veículo. Os bancos
de couro preto trazem uma
faixa laranja constrastante,
uma herança Mach 1.
Ford apresenta a versão
final do novo Mustang Mach 1
Um carro perfeito para
viagens em família, com
capacidade para até sete
passageiros, que reúne o que
existe de melhor em tecno-
logia e segurança, com uma
impressionante capacidade
4x4 que permite te levar até
onde a maioria dos outros
veículos não te leva, com todo
o conforto e sofisticação. Essa
é a proposta da linha 2021
do Pajero Sport, mais luxu-
oso modelo já produzido em
toda a história da Mitsubishi
Motors, que chega ao Brasil
a partir de agora em duas
versões: HPE e HPE-S, com
preços de R$291.990 e R$
318.990, respectivamente.A
ve r s ã o H P E p o d e s e r
adquirida com um pacote de
opcionais que inclui teto solar
e sistema Adaptive Cruise
Control (ACC) pelo valor de
R$ 8 mil. O modelo é o mesmo
comercializado nos princi-
pais mercados da Mitsubishi
Motors em todo o mundo e
traz design exterior atual-
izado,maistecnologiaeníveis
ainda maiores de conforto e
conectividade a bordo.
Mitsubishi lança o Pajero 2021,
SUV mais luxuoso e tecnológico
SPORT
LANÇAMENTO
CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO
Alagoas l 21 a 27 de junho I ano 08 I nº 382 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
PedroCabr
al
Envie critica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Ca m p u s / O D i a
continua com seu
objetivo de organizar
para o futuro, uma série
de depoimentos pres-
tados sobre estes dias
de pandemia e isola-
mento. Aposta numa
leitura sistemática no
futuro e sente-se bem
com esta tarefa. Traz
textos diversificados
e agradecemos a seus
autores: ao Golbery,
Cláudia, Adriana,
Clébio. É um, prazer
editá-los e Campus/O
Dia espera que a leitura
seja muito boa.Agrade-
cemos à artista Myrian
R. C. de Almeida pela
permissão para usar-
mos um seu traba-
lho como capa deste
número.
Um abraço,
Sávio de Almeida
VIVENTES DAS ALAGOAS
E A PANDEMIA (X)
R
eza um itan
(conto) Nagô
que orixá Iku
(a morte) não sabia mais onde
depositar os corpos de suas
vítimas e propôs um pacto à
terra, que também reclamava
de tudo produzir para os
homens sem receber nada em
troca. A terra aceitou acolher
os corpos humanos tocados
pela morte, todavia exigiu
que, a partir de então, estes
lhes fizessem oferendas de
tudo que comem, de forma
que os que não cumprissem
seriam cobrados por Iku. Este
aceitou,maspediuparaincluir
no pacto Arun (a doença), sua
esposa, pois esta prepararia
tudo para que ambos, terra
e morte, alcançassem seus
propósitos.
Nesse conto há muito da
concepção de mundo dos
povos de terreiros alagoa-
nos, sobretudo em tempos
de pandemia. A doença, sob
esse olhar, não é fatalidade
ou punição. Ela se apresenta
como instrumento de reequi-
líbrio de um ciclo (o pacto)
natural que fora violado,
sintetizado na expressão
Nagô:“oqueaterradá,aterra
come,”poistudodelaprovém
e a ela pertence, inclusive o ser
humano, humus hominizado.
Na verdade, para os povos de
matriz africana todos os seres
estão interligados, todos são
elos de um sistema cósmico
antropocêntrico que liga os
homens entre si, com a natu-
reza,comasdivindadesecom
osancestrais,ondetodosestão
em todos, ou como dizem
os bantu, através do termo
umbutu: sou porque somos.
Essa ótica não comporta o
indivíduo absolutizado. Ao
contrário, tudo que compõe
o sistema flui alimentado por
uma corrente de energia vital,
o Axé, que se expande eterna-
mente, em um fluxo constante
de trocas, ou seja, de recipro-
cidades, onde viver significa
dar e receber. O acumular,
ao romper esse fluxo, gera o
desequilíbrio, a perda do Axé
que esvai toda a vitalidade,
atraindo a morte, pois a vida
só é gerada em comunhão.
Não há Axé de um só, todo
Axééproduzidonocomparti-
lhamento,exigindoapresença
do Outro, da alteridade. Por
isso mesmo, não há terreiro
individual, mas sempre de
uma comunidade, uma famí-
lia deAxé.
Assim, para os povos
de terreiro a pandemia é o
sintoma de uma sociedade
cuja reprodução se baseia
na morte, pois incapaz de
produzir Axé. Nela, o ideal
de humano foi reduzido ao
do indivíduo acumulador,
modelo bem sucedido a ser
imitado, solitário em suas
herméticas residências. Ele de
tudo se apropria para consu-
mir até o esgotamento total.
O vírus, nada mais é do que
a metáfora viva dessa atomi-
zação predatória em escala
microscópica. Éindividualista
como o próprio ser que para-
sita. Para ele não há reciproci-
dade com o humano, apenas
a auto sobrevivência a todo
o custo, inclusive da própria
vida da qual se alimenta.
O terreiro é a antítese da
necrosociedade. Nele tudo
é vida porque é oferenda
(ebó), é troca, reciprocidade.
Não há dicotomização pois,
assim como Orixá Exu, o
terreirotudoconectadeforma
complementar, bem e mal,
vivosemortos,visíveleinvisí-
vel. Por isso no terreiro não se
toma mas se trocam bençãos:
mais novos com mais velhos,
visíveis com invisíveis, huma-
nos com divindades e vice e
versa. Tudo se retroalimenta
de todos, numa linguagem
distributiva incompreensível
ao indivíduo acumulador. O
ser do terreiro o é enquanto
comunidade em todas as situ-
ações e passeia com olhos de
estrangeiro no necroterritório
pandêmico, pois sua terra é
fonte de vida, de fartura, de
acolhimento. Invisíveis encla-
ves na sociedade da escassez
e da miséria, os terreiros são
terras fecundas onde não
se passa fome e sua gente é
“povo de barriga cheia”, pois
neles tudo começa e termina
em comida, em partilha, para
que o Axé possa ser multipli-
cado.
Emsentidoinverso,ovírus
exige o isolamento social e a
pandemia – que não é o vírus,
mas a insana forma de socia-
bilidade que o liberou e que
pretende enfrenta-lo em seus
próprios termos - estabelece
o “salve-se quem puder”,
acentua a individualização,
estoca-se comida e relativiza-
-se a vida. Os idosos tornam-
-se danos residuais. Enquanto
isso, os povos de terreiro, anti-
pandemicamente, sacralizam
anciãos e anciãs, curvam-se às
forças da natureza, aos ances-
trais, partilham e oferendam o
seumelhoralimentoemnome
de toda a humanidade.Até da
virótica, da qual só recebem
preconceito e desprezo.
São dois sistemas opostos
e, nessa oposição, a beleza e
vitalidade do segundo não
pode ser suportada pela
pulsão de morte do primeiro
que, na impossibilidade de
“quebra-lo” permanente-
mente, opta por silenciar sua
existência, na tentativa de sua
mortesimbólica.Dessaforma,
onecroestadocontinuadesco-
nhecendo os povos de terrei-
ros como sujeito de direito.
Assim na pandemia como na
história, na morte como na
vida.
Diaspóricos, os afro-alago-
anosreconstituíramnosterrei-
ros suas aldeias ancestrais.
Hoje, impossibilitados pelo
vírus de nelas habitarem, nem
por isso descuidam de pagar
tributo a Obaluaye – o senhor
da terra – e, generosamente,
fazem de seus corpos, isola-
dos fisicamente, o território
ancestral onde oAxé é ativado
a cada vela e em cada pipoca
arriada para limpar o mundo
e trazer o humano à plenitude
da sua telúrica existência,
afinal a terra dá e a terra come.
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Projeto Memória da Pandemia nas Alagoas é coordenado por Luiz Sávio de Almeida
e José Carlos Silva de Lima. Nosso objetivo é deixar um painel diversificado sobre a
pandemia nas Alagoas.
Quem
é
quem?
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Prof. Clébio Correia NEAB/UNEAL
A antipandemia do axé
CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
E
m tempos de
p a n d e m i a ,
descobrimo-
-nosmenoresdoqueimagina-
mos, ou melhor, enxergamos
o nosso real tamanho, as limi-
tações, dificuldades e impos-
sibilidades.
No momento que estamos
vivendo, a vontade não é sufi-
ciente para a realização dos
nossos propósitos, porque
existe algo maior que atinge o
coletivo e que nos faz desco-
brir que não vivemos sós, que
somos uma orquestra perfeita
queprecisadetodososinstru-
mentosparatocarasinfoniae,
quando um desafina, é o sufi-
ciente para macular o som.
Começamos a enxergar
os garis nas ruas fazendo a
limpeza, sentimos o quanto
são importantes as emprega-
das domésticas, os enfermei-
ros que nos assistem quando
necessitamos, os porteiros e
tantos outros trabalhadores
essenciais em nossas vidas,
cujo sublime valor descobri-
mos agora.
Descortinamos o véu de
uma realidade que não visu-
alizamos na correria do coti-
diano porque a engrenagem
criada para a nossa vida não
permite que nos preocu-
pemos com o meio em que
vivemos, com o outro que
está tão próximo e a quem
não conseguimos estender
a mão, sequer escutá-lo.
Quantos perdemos no cami-
nho? Tantos poderíamos ter
ajudadoseestivéssemosaten-
tos para o verdadeiro sentido
da nossa existência...
Chega de supetão em
nossas vidas. Um vírus que se
chamaCoronaveioparatrans-
formar formas de pensar, agir
e viver, e forçosamente nos
convida à reflexão sobre valo-
res e prioridades. Diferente-
mente de outras lutas, nesta
não precisamos pegar em
armas, ao contrário, o remé-
dio é ficar em casa, porque
ao sair podemos ser a arma.
Não é uma guerra sangrenta
como as que a história noticia,
embora muitos soldados este-
jam sendo mortos.
Énecessárioquepossamos
entender que os números que
temos de infectados e óbitos
nãosãoumameracontamate-
mática, porque uma vida
envolvesentimentos,famílias,
projetos. Cada ser humano
não é um mundo em si, ele
arrasta uma teia enorme de
pessoas que estão envolvidas
com aquela realidade.
Estamos passando por
momentos difíceis. Não sere-
mos os mesmos quando tudo
passar, ou então não teremos
aprendido a lição. Quando
as lojas, os restaurantes e os
shoppingsabrirem,osempre-
gados voltarem ao trabalho
e a vida for retomando seu
passo, mais que nunca tere-
mos de ser IRMÃOS, porque
as dificuldades serão muitas.
Paranóscristãos,arespon-
sabilidade é maior porque
conhecemos o mandamento
queJesusnosensinou:AMAI-
-VOS UNS AOS OUTROS
COMO EU VOS AMEI. Na
verdade, somos uma família,
embora inúmeras vezes nos
esqueçamos disso.
A COVID-19 nos obriga
a uma visita interior e a uma
faxina necessária para reco-
lhermos o que não nos eleva.
Além disso, nos trouxe de
volta aos nossos lares, onde
podemos estar juntos com os
nossos, usufruir os prazeres
dos elos afetivos e, também,
os dissabores, mas de igual
forma digeri-los para que
possamos crescer, afinal esta
é a nossa missão na terra.
Resta-nos, após esta
tempestade, ressurgirmos
novos e enxergarmos o
próximo com as lentes do
amorqueJesustantopraticou.
Que seja Ele o nosso modelo.
Que o legado deste
momento seja o aprendizado
de que ninguém é feliz sozi-
nho, de que nenhum corpo
é saudável se algum órgão
sofre, de que ninguém se
beneficiedadoralheiaporque
somos irmãos. Que aprenda-
mos neste isolamento social,
ao menos, o significado da
família em nossas vidas, e
que possamos estender o
nosso amor àqueles menos
aquinhoados que, indepen-
dentemente da pandemia,
sofrem porque não têm casa,
alimento, escola, trabalho,
transporte... “vida em abun-
dância”.
Assim como depois da
quaresma vem a Páscoa,
que depois do isolamento
social venha o novo homem/
mulher, que a fraternidade e a
solidariedadesejamospilares
principais em nossas vidas,
que saibamos construir um
novo mundo, como diz Ivan
Lins em sua bela canção: “No
novo tempo, apesar dos casti-
gos, estamos crescidos, esta-
mos atentos, estamos mais
vivos, pra nos socorrer. No
novo tempo, apesar dos peri-
gos, da força mais bruta, da
noite que assusta, estamos na
luta, pra sobreviver. Pra que
nossa esperança, seja mais
que vingança, seja sempre
um caminho que se deixa de
herança...”.
Paulo, um exemplo de fé
na história do Cristianismo,
em sua carta aos Coríntios,
sempre tão atual, nos ensina:
“Agora, portanto, permane-
cem estas três coisas: a fé, a
esperança e o amor. A maior
delas, porém, é o amor”.
Emtemposdepandemia...
amai-vos!
A
l g u n s
meses atrás,
n i n g u é m
imaginava que estaríamos
passando por momentos
como estes. A vida tomou
rumo diferente daquilo que
muitos programaram. Muitos
estavam de viagem marcada,
calendário organizado, plane-
jamento em dia. Assim eu
também estava começando
2020 confiante, cheia de pers-
pectivas, mas tudo tomou
caminho diferente, a partir da
pandemia do coronavírus que
expandiu-se de modo rápido,
causando estrago sem reparos
na humanidade.
Hoje, diante de tudo que
escuto e vejo, me deparo com
a seguinte reflexão: nós, seres
humanos, somos frágeis de
todas as formas.
Vejo-me em meio a tudo
isso de forma atenta, pergun-
tando quando teremos nossas
vidas normalizadas. Eu vejo
o isolamento social como
um caminho para nos ensi-
nar a refletir sobre as condi-
ções emocionais que estamos
vivendo.Aderir ao isolamento
social não é sacrifício para
mim, como é para muitos, até
porque não faço muita ques-
tão de sair de casa, mas, devo
confessar que estar sendo um
dos momentos para que eu
possarefletirepararumpouco
para ver as pessoas ao meu
redor, e perceber os caminhos
que percorri até chegar aqui.
Todos os dias acordo com
aesperançadeque,aqualquer
momento, tudo isso estará
resolvido, e tudo voltará ao
que era antes, mas, por outro
lado, me vejo pensando que
voltaraoqueeraanteséimpos-
sível, pois esse tempo deixará
muitas sequelas na vida de
todos, no mundo. Vejo-me em
um ambiente onde, ao mesmo
tempo, estou “segura”, mas
me sinto insegura diante dos
fatos e do convívio com os
familiares.
Podemos dizer que o isola-
mento social também serve
para nos reconhecermos e
reconhecermos as necessi-
dades do ser humano. Viver
esse isolamento, para mim,
leva a uma reflexão sobre o
que verdadeiramente somos
ou queremos ser diante dos
outros. Esse momento de
pandemia, acredito que se
encontre em um tempo de
muito aprendizado para
todos; momentos como esses
que estamos vivendo, devem
ser refletidos de todos os
lados, principalmente dentro
de nós. Vivo acreditando que
a covid-19, soube dar o seu
recadodireitinhoparaosseres
humanos, provando que a
humanidade é limitada e não
temopoderdetudocontrolar.
A minha experiência está
sendo de muita aprendiza-
gem; o tempo está me levando
a outros sentimentos, dando
possibilidades a mim mesma
de escolhas para minha vida
que antes não se propunham.
Estou estudando mais, refle-
tindo mais, tento me rein-
ventar nessa sociedade tão
louca, e individualista. Estou
buscando, em meio a esses
caos, muita serenidade, e
equilibro para poder seguir
em frente e confiar no que virá
em breve. Penso que acovid
-19 conhece a cada um que
vai atacar, pois pressente que
cada pessoa atingida já expe-
rimentou ou já viveu tempo
suficiente para entender
como funciona a vida. Parece
um ser muito inteligente que
ataca aquele que ele decide,
sabendo que ele já teve opor-
tunidade.
Estou tranquila e ao
mesmo tempo ansiosa para
ver como as coisas serão
depois dessa pandemia. Fico
imaginando, quando tudo
isso passar como as pessoas
novamente irão se acostumar
a uma nova rotina. Nesse
tempo de isolamento descobri
o quanto é importante manter
a nossa sanidade mental, o
nosso corpo em equilíbrio,
sustentado por atividade que
venham a preencher nossa
mente e ampliar nosso conhe-
cimento, como, por exemplo,
fazer boas leituras, principal-
mente aquelas que nos façam
refletir sobre o que estamos
vivendo.
Portanto, aprendi com
o isolamento social que
ninguém é uma ilha ao ponto
de se isolar de tudo e todos,
mas as vezes é necessário se
recolher. Esse tempo me fez
perceber o quanto precisa-
mos manter os nossos laços
afetivos, mas aqueles que nos
façam bem e que nos façam
perceber a importância de
estar com pessoas queridas e
amadas.
Cláudia Muniz do Amaral Procuradora de Estado
Adriana da Conceição Nascimento Graduada em História – UFAL, Especialista em Ensino de História – UFAL e Professora de História do Ensino Básico em Viçosa
Novos olhares em tempos de pandemia
Vidas modificadas pela pandemia
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
FICHA TÉCNICA
CAMPUS
COORDENADORIAS SETORIAIS
L. Sávio deAlmeida
Coordenador de Campus
Cícero Rodrigues
Ilustração
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Diagramação
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Edição e Revisão
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Artes Plásticas
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Índios
Lúcio Verçoza
Ciências Sociais
Renildo Ribeiro
Letras e Literatura
Visite o Blog do SávioAlmeida
A
e s t r u t u r a
social e a
n a t u r e z a
humana não são suspensas no
tempo trágico. As tragédias
coletivas duradouras iniciam
com comoção e desconti-
nuidade. Mas, em algumas
semanas, um novo cotidiano
se impõe porque a sociedade
precisa se reproduzir, algo
impossível sem automatis-
mos. O primeiro morto vai
às manchetes, o milésimo se
transforma em número, surge
uma frieza em massa ao lado
de ondas de solidariedade. Os
dilemas da vida e do conheci-
mentonãomudameaaparên-
cia do dia a dia mantém, em
essência, as mesmas possibi-
lidades de alienação e liber-
tação dos períodos normais.
Mas a tragédia cria brechas,
modifica algumas condições
de entendimento do mundo.
Cada tragédia particu-
lar facilita a compreensão de
aspectosdistintosdavida.Não
modifica totalmente os indi-
víduos e as instituições, mas
sempremarcaoimagináriode
modo indelével, pois muda a
maneira dos fatos aparecerem
às pessoas. A pandemia da
covid-19 destruiu a sensação
de segurança sanitária exis-
tente no mundo contempo-
râneo em amplos segmentos
populacionais. Essa sensação
só não existia em grande parte
da África, regiões da Ásia e
nos segmentos mais pauperi-
zados da classe trabalhadora
de todos os continentes. A
mudança abrupta na mentali-
dade,determinadapelosúbito
entendimento da degradação
das condições sanitárias, mais
do que os decretos governa-
mentais, é o que tem levado as
multidões que não trabalham
nos setores essenciais ao isola-
mento social.
No que se refere à aparên-
cia enganadora das rela-
ções sociais capitalistas, que
corrobora o liberalismo em
conjunturas ditas normais,
pois passa a falsa ideia de
que vivemos em um mundo
justo de troca de mercadorias
entre iguais, no qual a criação
da riqueza é característica do
capitalenãodosassalariados,
o isolamento em massa e a
paralisia do setor de serviços
causaram um rebaixamento
momentâneo relevante da
alienação da consciência dos
trabalhadores, já que eviden-
ciaram, até certo ponto, o fato
de que não há produção de
valor econômico ou consumo
final, duas variáveis estru-
turantes, sem a atividade e a
fruição dos indivíduos que
laboram. A ideologia domi-
nante ficou nua em público
em poucas semanas.
Assim como ocorre
durante uma hiperinflação,
que quebra conjunturalmente
a falsa ideia de que o traba-
lhador oferece oito horas de
trabalho e recebe o equiva-
lente em salário, a paralisia
parcial da produção durante a
pandemia também revela em
alguma medida o fenômeno
da mais-valia e evidencia que
o sistema não se fundamenta
na troca de mercadorias entre
iguais, mas na apropriação de
um valor excedente por um
dos lados da equação econô-
mica, e que a atuação empre-
sarial é dispensável diante de
uma possível auto-organiza-
ção dos assalariados e autô-
nomos. Um efeito análogo ao
de uma greve geral planetá-
ria. E, como se sabe, as greves
gerais prefiguram revoluções,
mesmo que não sejam sufi-
cientes para um desenlace
revolucionário, pois este pres-
supõe também decisões das
vanguardas políticas.
Essa realidade está, de um
lado, inquietando as corpora-
ções capitalistas e, de outro, as
obrigando a aceitar a quaren-
tena massiva como uma
concessão aos trabalhadores,
diante da alternativa poten-
cial de desobediência civil
ou rebelião aberta. O grande
capital tem sido obrigado a
aceitar perdas nos setores de
serviços e comércio presen-
cial, mas, na medida em que
a maior parte da população
legitima por razões de sobre-
vivência a atividade nos seto-
resessenciais,temconseguido
garantir a continuidade do
trabalhonaindústria,naagro-
pecuária, no comércio digital
e nos meios de comunicação,
ramo este no qual se encon-
tram as poderosas empresas
tecnológicas, inseridas na
ponta da economia. A situa-
ção radicaliza a tendência de
aumento do trabalho à distân-
cia presente anteriormente, o
que tem facilitado a convivên-
cia do sistema econômico com
o isolamento social.
Estabeleceu-se uma espé-
cie de empate entre capital e
trabalho, alienação e esclare-
cimento, mercado e Estado.
Situação diferente da conjun-
tura anterior, na qual os traba-
lhadores estavam perdendo
de goleada e o neoliberalismo
triunfava impávido. A maio-
riadosgovernantesquetoma-
ram as medidas adequadas de
combate à covid – 19 viram
sua popularidade aumentar,
uma repetição de fenômeno
frequente durante guerras e
pandemias, pois são situações
nasquaisasociedadeficamais
dependente da coordenação
estatal para se reproduzir. O
caso brasileiro é prova adicio-
nal, pois a popularidade de
Bolsonaro, o genocida, caiu
significativamente.
A atitude resoluta de auto-
preservação da maioria dos
trabalhadores, isto é, a verda-
deira greve geral planetária
quefazemserecusandoalabo-
rar sem as condições mínimas
desegurançasanitária,eofato
de vários setores econômicos
continuarem funcionando,
dando sobrevida ao capital,
sinalizam que a superação da
pandemia coordenada por
instâncias estatais fortalecidas
será lenta e se desenrolará na
maiorpartedospaísesdurante
todo o ano de 2020, além de
impactar nos próximos anos.
As corporações capitalistas já
conseguiram enormes bene-
fícios dos governos e traçam
planos para reafirmar o neoli-
beralismo na fase de transição
e no pós-pandemia. Os sindi-
catos e movimento sociais de
esquerda, por seu lado, têm
procurado defender o direito
àquarentena,apoiarosprofis-
sionaisdesaúdeeapopulação
mais empobrecida e trans-
formar a momentânea cons-
cientização anticapitalista
espontânea em um momento
mais avançado da consciência
de classe.
Golbery Lessa Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, no Ministério da Economia
O isolamento social é uma
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  • 1. Há quem diga que o inverno começa no dia 20 de junho e quem diga que seja no dia21.Comoosdoisdiasestão neste final de semana, a infor- mação é essa: inverno começa neste final de semana. Os dois dias serão de templo nublado com possibilidades de chuvas em várias partes do Estado. Já vinha chovendo muito em Alagoas, mas isso não teria a ver com a estação, e sim com uma tal de quadra chuvosa. O inverno se estende até 22 ou 23 de setembro, quando tem início a primavera. Alagoas l 21 a 27 de junho I ano 08 I nº 382 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br CHUVA E FRIO Inverno começa neste final de semana IDOSOS Quando o “fique em casa” gera preocupação 6 Desembargador e juiz enquadrados pelo CNJ, advo- gados sendo presos e denun- ciados no Tribunal de Ética e Disciplina (TED), servidores da justiça presos e investiga- dos e promotor sob suspeita. Deu a louca nos operadores do Direito emAlagoas? 4 TRANSPORTES POR ÔNIBUS: CARTÃO BEM LEGAL LANÇA CAMPANHA PARA INCENTIVAR PEDIDOS DE RECARGA ON-LINE NA CRISE Jogador do Jaciobá faz “bico” na construção civil enquanto a bola está parada no Alagoano PROVIDENCIAL SecomMaceió ESCÂNDALOSganhamespaçonaimprensaerevelamsordideznomundojurídico OPERADORES DO DIREITO SOB SUSPEITAA semana terminou com duas tristes marcas para o Brasil em relação à pandemia da Covid-19.Numa pesquisa envolvendo 53 países,ficamos em último lugar no quesito“reação do chefe da nação”no enfrentamento ao novo coronavírus.Também ultpassamos a casa de um milhão de pessoas infectadas. O Brasil perde apenas para os Estados Unidos, que atingiu o primeiro milhão de infectados em 28 de abril. Lembrando que os Estados Unidos têm 120 milhões de habitantes a mais que o Brasil.Quando se trata de pessoas mortas pela doença,o Brasil também é o segundo colocado com quase 50 mil mortes.Vamos aguardar os números desta semana. A obra parece de pequena envergadura,mas será de grande importância para a população de Maceió. Faz-se, inclusive, necessária num momento em que o estado emocional de muita gente está abalado com todas as crises (sanitária, econômica e institucional) que atingem a população.A Prefeitura de Maceió está colocando grades na “Ponte do Reginaldo”, atendendo à recomendação do Ministério Público. Há décadas, a pontetemsidocenáriodetragédiascomocometimento de suicídios. Situação semelhante aconteceu durante anos com o Edifício Breda, no Centro, cujas medidas para segurança das pessoas também foram adotadas. PASSAMOS DE 1 MILHÃO 9 10 Reuters
  • 2. 2 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 EXPRESSÃO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas Elly Mendes (ellymendes71@gmail.com) A lguns meses se passaram e a situação de cala- midade pública da saúde local, nacionalemundialaindaperdura. Os casos de infectados pelo coro- navíruseonúmerodemortospela Covid-19aindasãoassustadorese não param de crescer. A maioria dos estabelecimentos comerciais, públicos e privados continuam fechados. Todos com suas especi- ficidades, mas um setor de grande perspectivas e preocupação é o educacional. Na escola se aglomeram váriaspessoas,alunos,estudantes, profissionais e comunidade em atendimento diário. Como resol- ver a questão do distanciamento e isolamento sociais de forma justa e adequada? Há um perigo eminente ao retorno às aulas presenciais, em todos os níveis e modalidades educacionais. O contato olho no olho, toque de mão e abraço, são manifestações deaconchegotípicoseinerentesao ser humano. Atualmente as aulas estão sendo ministradas online. Como? Para quem? Por que? A situação de pandemia não foi uma escolha social. Foi um fato inédito e determinante para que medidasdeprevençãoesegurança fossem estabelecidas para todos os seres humanos. Se prevenir é uma responsabilidade de todos. Contudo,asescolasestãotentando uma forma abrupta de ensino denominada de aulas remotas. O ensino presencial nos últimos meses tornou-se remoto, algo que aconteceu há muito tempo, antigo, longínquo, distante... Por aulas remotas podemos entender aque- las ministradas por professores, em sua maioria no mesmo horário convencional da aula presencial, por meio de utilização de recur- sos tecnológicos. A questão é? Todos os alunos, principalmente os da rede pública, têm acesso aos recursos tecnológicos necessários para a participação destas aulas? Há celulares de grande potência, computadores, internet e recur- sos financeiros para que todos os alunos tenham os mesmos direitos igualmente? Que percentual de alunosestamosatingindo? Uma professora da rede pública relatou uma situação inusitada:“Asemanapassadafuià padarianofimdatarde.Enquanto esperava na fila para ser atendida, uma aluna do 8º ano vespertino da escola em que trabalho chegou e me cumprimentou. Fiquei feliz em vê-la e perguntei se ela estava participando das aulas online e se estava gostando.A adolescente de 13 anos me respondeu: ‘Olha tia, eu participei das aulas por duas semanas.Tenteiacompanhar,mas não consegui. Na minha casa só minha mãe tem celular. Ela traba- lha como empregada doméstica. Sai de casa na segunda-feira, dorme no trabalho e só retorna na sexta-feira à noite. Eu pegava o celular dela sábado e domingo para acompanhar as atividades das aulas online, mas acumulava muita coisa durante a semana e eu não tive condições de acom- panhar. Então desisti. Senti muito isso ter acontecido pois já tenho 13 anos e sei que vou me atrasa nos estudos, ficar para trás’ (G.M.S, 13 anos, 8º ano, de uma Escola da Rede Pública de Maceió). Esseéapenasumdosdiversos depoimentos de inacessibilidade de alunos que não têm condições financeiras e tecnológicas para continuar na escola, através das aulas remotas. Como fica essa camada da população educacio- nal? Que perspectivas terão? Que políticas públicas estão sendo pensadas para se atingir um número significante de alunos atendidos por essa nova realidade deensino?Percebemosclaramente que é mais uma forma perversa de exclusão social e educacional. Muitas famílias não têm nem como manter o sustento básico de alimentação, saúde e vestu- ário. Como esses familiares vão disponibilizar celulares, compu- tadores e internet, ferramentas imprescindíveis nesta nova forma de ensino, se muitos não têm nem o pão que os alimente à cada dia? Como os familiares podem gerir sua emoção vendo seus filhos sendo excluídos perversamente do sistema educacional? Como ajudar seus filhos a desenvolver capacidade e a habilidade de se reinventar diante das intempé- ries da vida? Eles não têm saúde mental nem emocional para isso! Do remoto às remotas U m a d a s p e r g u n t a s mais feitas depois de “Quem mandou matar Marielle?” era “Onde está o Queiroz?”. E, enfim ela foi respondida. Queiroz, amigo íntimo e ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro, foi preso, depois de muitos meses escondido. Ele foi encontrado em opera- ção da Polícia Civil e Minis- tério Público de São Paulo em uma casa pertencente ao advogado de Flávio Bolso- naro na cidade de Atibaia. Queiroz é investigado desde 2018, pela operação de um esquema de corrup- ção dentro do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. O esquema denominado “rachadinhas” consistia na nomeação de pessoas nos gabinetes da família Bolsonaro, mas que não trabalhavam (funcioná- rios fantasmas) e o repasse dos salários recebidos para os parlamentares, Queiroz é considerado operador do esquema que empre- gou entre outras pessoas a mãe e a esposa do miliciano Adriano da NÓbrega, morto em operação da polícia. O vínculo de Queiroz com a família Bolsonaro é antigo e remonta aos idos de 1984 quando este iniciou sua amizade com Jair Bolsonaro, chegando até os dias atuais com seus filhos e com circu- lação nos gabinetes desses legisladores. O silêncio de Bolsonaro após a prisão de Queiroz foi rompido no início da noite quando o presidente fez um discurso em uma live dizendo que não era advo- gado de Queiroz e que a prisãodestetinhasidodesne- cessária e midiática. Alegou ainda que Queiroz estava na região de Atibaia porque era próximo do hospital onde faz tratamento. A situação se torna estra- nha demais para qualquer pessoa de senso comum, pois o presidente em sua justificativa não esclareceu as razões pelas quais, por exemplo, Queiroz estava escondido esse tempo dentro de residência pertencente a seu advogado. O advogado de Bolsonaro inclusive teve diversas entradas e contato com o presidente Bolsonaro durante esse período que Queiroz esteve em sua resi- dência. É sério que o presi- dente acha que as pessoas acreditam que ele não sabia do paradeiro do Queiroz? O hospital onde Queiroz supostamentefaztratamento em Atibaia informou, após a prisão deste, que o paciente não realizava tratamento contínuo na instituição, o que faz com que a justifica- tiva dada pelo presidente não se sustente. O que será que Quei- roz esconde sobre a famí- lia Bolsonaro e sobre seus esquemas de corrupção e envolvimento com milícias no Rio de Janeiro? Quem financiava a manutenção de Queiroz em Atibaia durante todo esse tempo em que o Ministério Público do Rio de Janeiro o investigava e este faltava aos depoimen- tos alegando estar “muito doente”? Por que Flávio e sua família que se elegeram com um discurso de combate à corrupção tenta de todas as formas suspender as inves- tigações, trocar comandos das polícias e receberem informações privilegiadas e ilegais sobre investigações? Será que Queiroz agora se calará? Será que o Ministério Público e a polícia do Rio de Janeiro atuarão com inde- pendência suficiente para coletar as provas suficientes para manter Queiroz e qual- quer envolvido preso? E antes de esquecer, Flávio Bolsonaro, isso não é mais uma movimentação do tabuleiro para desestabi- lizar o governo de seu pai, é apenas a atuação de insti- tuições que devem atuar de forma independente para investigar os casos de corrupção de quem quer que seja, a desestabilização já era existência por culpa exclu- siva dos envolvidos. Enfim, Queiroz!
  • 3. Ariel Cipola Repórter A pós 14 meses – entre erros d e p o r t u - guês, ações e declarações polêmicas – Abraham Wein- traub anunciou a saída do cargo de ministro da Educa- ção. A informação foi dada ao lado do presidente Jair Bolso- naro (sem partido) em um vídeo publicado pelo próprio Weintraub. Autoridades e entidades ligadas à educação comemoraram a exonera- ção. Até o fechamento dessa edição, o nome do substituto não havia sido informado. No mesmo dia da prisão de Fabrício Quieroz, – o faz- -tudo da família Bolsonaro - visivelmente desconfortável, Bolsonaro disse a Weintraub que o momento é “difícil’, mas “de confiança” e que os compromissos de campanha serão mantidos. “Todos os meus compro- missos de campanha conti- nuam de pé. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos assis- tindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. O momento agora é de confiança, eu faço o que o povo quiser”, afirmou Bolsonaro no vídeo. O agora ex-ministro Wein- traub deixa o cargo após uma série de desgastes e polêmi- cas a frente do ministério. O movimento Todos Pela Educação chegou a dizer em nota, após o anúncio de sua saída, que Weintraub foi o “pior ministro da Educa- ção que o Brasil já teve”. Eles prosseguiram considerando a demissão “tardia” e disseram que o ministro tinha “abso- luto despreparo” e “falta de compromisso com a busca efetiva por melhores resulta- dos educacionais”. A União Nacional dos Estudantes(UNE)eaAssocia- ção Nacional de Pós-Gradu- andos (ANGP) celebraram a saída de Weintraub por meio de postagens em uma rede social. Segundo as entidades a demissão do ministro foi clas- sificada como uma “vitória dos estudantes”. O texto inti- tulado em caixa alta: JÁ VAI TARDE@AbrahamWeint! Diz o seguinte: “Sai com a marca de pior ministro da história. Gestão deplorável. No MEC defendeu cortes de verbas, debochou da produção cien- tífica das universidades, calu- niou professores e alunos. Nuncatevecompromissocom a educação”. COLLOR SE MANIFESTA O senador Fernando CollordeMello,semanifestou atravésdasuacontaoficialnas redes sociais dizendo que o Brasil merece um ministro da Educação que tenha a experi- ênciaeoconhecimentosneces- sários para conduzir políticas públicas à altura dos desafios que o país enfrenta na área, isentas de ideologias nefastas. “Sem educação inclusiva e de qualidade, não há futuro”, diz o post do senador. A secretária municipal de Educação de Maceió, Ana Dayse Dórea, disse que na opinião dela, a passagem do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, durou muito tempo e causou muito prejuízo à educação do país. “Um ano e dois meses sem projetos concretos que trou- xessem resultados positivos. O que a gente espera é que chegue um ministro que de fato tenha compromisso com a Educação, que tenha conhe- cimento e que possa ajudar a dar o rumo que a Educação brasileira precisa ter, prin- cipalmente nesse período de pandemia onde a educa- ção foi um dos setores mais atingidos. Hoje estamos com escolas, faculdades, univer- sidades suspensas, e diante disso tivemos que nos rein- ventar. O que a gente precisa agora, é ter um ministro que de fato tenha esse compro- misso e assuma a pasta com vontade de fazer a educação brasileira se desenvolver como ela precisa”, afirma a secretária. Na avaliação da profes- sora e ex-reitora da Univer- sidade Federal de Alagoas (UFAL), Maria Valéria Costa, o ex-ministro da Educação, cumpriu bem o papel espe- rado pelo governo Bolsonaro de atacar a educação pública brasileira, perseguir profes- sores, estudantes, e dar mais espaço para a mercantilização da educação. “Seus gestos e medidas autoritárias, negacionistas, obscurantistas, persecutórias, racista, ultraneoliberal e de gestão desastrosas seguem a linha do atual governo. Wein- traub escolheu como alvo as Universidades e emplacou uma assediosa plataforma de ataques à autonomia univer- sitária, desde a interferência na forma de escolha de reito- res e reitoras, às tentativas de punição às denominadas “balbúrdias” realizadas nas Universidades, com corte de seus orçamentos. As Univer- sidades foram eleitas pelo ex-ministro como inimi- gas. Logo pelo Ministério que existe para apoiá-las e fomentá-las. O ex-ministro insistiu em desqualificá-las e depreciá-las durante toda sua gestão. A saída de Weintraub, certamente, não foi pelo seu programa de (des) construção da educação pública no país, mas pela sua situação recente que se mostrou insustentável para mantê-lo no cargo. Sua saída alimentará as lutas pela defesa da Educação Pública brasileira e contra o obscu- rantismo anti-iluminista, anti-conhecimento, racismo e protofascismo no país. Mesmo com esses e tantos outros absurdos que atentam contra a humanidade e que elevam a nossa indignação todos os dias, até a própria negação da pandemia do coronavírus, a banalização das mortes e as tentativas de impor uma normalidade em nome do lucro, ainda nutri- mos esperança de superação desse pesadelo. Existem 70% de brasileiros e brasileiras que defendem a vida, o conheci- mento, a ciência e a democra- ciaequelutamcontratodasas formas de opressão que estão sendoimpostasnaatualidade! Outros dias virão!”, disse a professora. Weintraub pode ter “caído pra cima”, pois agora será indicado para a diretoria executiva do Banco Mundial, com isso seu salário chegará à bagateladeUS$21.547dólares mensais, em reais, com a cota- ção de R$ 5,38, isso equivale a R$ 115.922. Vale destacar que essa quantia estará livre de impostos, pois agora ele será um funcionário internacional, e não é cobrado pelo Imposto de Renda. No entanto, essa ideia pode não passar de uma estratégia de ele sair do País para não ser preso. Pode não haver cargo nenhum, salário nenhum. Só uma fuga. 3O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 PODER redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br “Weintraubcumpriubem o papel que lhe deram” EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO deixa a sensação de que demorou muito [14 meses] no cargo; nada andou,nenhum projeto...nada SeWeintraubsaíssedoMECdiretoparaacadeia,aindaficariadevendoaoPaís
  • 4. O Poder Judi- c i á r i o d e A l a g o a s mostrou, na semana passada, que não se submete ao corpo- rativismo e não está tolerando práticas criminosas justa- mente por quem deve zelar pela Justiça e ser intolerante às irregularidades e delitos. Com isto, o Judiciário mostrou que aceita cortar na própria carne a fim de tirar ‘de circula- ção’ aqueles que, por ventura, teriam práticas inadequadas e que não condizem com suas funções. Tudo começou no dia 3, com a Operação Bate e Volta, em que quatro advogados foram presos pelos delega- dos Gustavo Henrique, Cayo Rodrigues e José Carlos, em cumprimento a um mandado da 10ª Vara Criminal e levados à Divisão Especial de Investi- gações e Capturas (Deic). Na presença dos delegados, um deles, Rossemy Dosso, conse- guiu provar que não tinha envolvimento com ilícitos praticados dentro do Judici- ário ee foi solto. Já os outros três advogados Fidel Dias de Melo Gomes, Ruan Vinicius GomesdeLimaeHugoSoares Braga foram presos, acusados detráficodeinfluênciaeextor- são de apenados para que conseguissem transferência de unidades prisionais. Vale lembrar que a transferência de presos depende do aval da 16ª Vara de Execuções Penais, e é aí que o juiz José Braga Neto, titular da supracitada vara, entra na história. Braga Neto é pai do advogado Davi Braga e mesmo sendo filho de um magistrado o advogado foi preso. De acordo com as denún- cias da magistrada Renata Malafaia Viana, que também é da 16ª Vara de Execuções Penais, Davi Braga tinha livre trânsito na Vara de Execuções Penais e uma antiga noiva intermediaria as transferên- cias,levandoosprocessospara o pai do advogado. Na semana passada foi a vez do magistrado não ser ‘coberto’ pelo corporativismo. Tendo como base as provas do inquérito da Operação Bate e Volta, Braga Neto foi afas- tado de suas funções pelos desembargadores do Pleno do Tribunal de Justiça, após uma indicação de medida administrativa por parte do corregedor-geral do Judiciá- rio, desembargador Fernando Tourinho. O caso está sob investigação,masnãoédescar- tada a possibilidade de que o magistrado perca sua função. RESGUARDAROJUDICIÁRIO Em nota, o corregedor- -geral de Justiça, disse que o afastamento de Braga Neto se deu “com o objetivo maior de preservar as investigações de quaisquer interferências externas, bem como resguar- dar o próprio Magistrado e, principalmente o Poder Judi- ciário, em geral, propiciando que as atividades da 16ª Vara Criminal da Capital – Execu- çõesPenaispossamprosseguir com naturalidade e seguindo os princípios constitucionais básicos, tais quais a indepen- dência”. Mas, ao que este caso indica, a situação de Braga Neto pode ser agravada em instânciassuperiores,umavez que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também abriu investigação contra ele. Nem bem a categoria se recuperou do ‘susto envol- vendo o magistrado e seu filho”, na quinta-feira passada odiacomeçoucomumaopera- ção policial que culminou na prisão de uma advogada e um serventuário efetivo dos quadros do Judiciário, detidos em casa, nos bairros de Cruz das Almas e Jacarecica. Desta vez, novamente figura o crime de tráfico de influência. Os mandados foram expedidos pela pela juíza Vilma Renata Jatobá de Carvalho. O então juiz da Vara de Paripueira, André Parízio Paiva, percebeu em dezembro do ano passado e denunciou que os casos da advogada Shirley Fátima Duarte Oliveira de Almeida eram colocados na frente dos outros processos pelo analista judiciário Gerson Roberto Silva Moura, fazendo com que os processos de interesse dela não passassem pelo trâmite normal, o que é uma irregu- laridade. O caso foi investi- gado pelo Grupo de Atuação EspecialdeCombateaoCrime Organizado (Gaeco) e pela Promotoria de Paripueira. Além das escutas telefô- nicas tratando das irregulari- dades, há registros de várias ações que deveriam ter sido ajuizadas por ela e que, para surpresa dos promotores de justiça, tinham sido peticio- nadas pelo próprio servidor. Ou seja, havia uma relação de confiança e cumplicidade entre os alvos da operação, visto que o funcionário dava entradanosdocumentoscomo se fosse a advogada. 4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 ESTADO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Judiciário alagoano está ‘cortando na própria carne’ JUNHO NEM ACABOU e um magistrado foi afastado,quatro advogados e um analista judiciário acabaram presos por irregularidades Segundopromotorhácorrupçãoeprevaricação Em troca desse trâmite privilegiado, o servidor era recompensado. “E tal recom- pensa vinha em forma de dinheiro, com 50% dos hono- rários sendo destinados ao funcionário, e isso configura corrupçãoativaepassiva.Mas, alémdessecrime,elestambém são investigados pela prática criminosa de prevaricação, falsidade ideológica e advoca- cia administrativa”, explicou Ary Lages, que atua como promotor de justiça substituto em Paripueira. Pesamcontraelesoscrimes de corrupção ativa e passiva. Ele fica afastado do cargo enquanto durar o processo e pode ser definitivamente sair do Judiciário. Estes últimos casos estão evidenciando a tolerância acabou e que não importa se é juiz, filho de juiz, advogado ou serventuário: de cimaabaixoquemdescumprir a lei e for descoberto pode ser afastado e, depois de julgado o caso, perder a função pública. Corregedor-Geral de Justiça,desembargador FernandoTourinho,defende investigações sem interferências externas
  • 5. PUBLICIDADE 5O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
  • 6. Violência que importa O título acima é um trecho da temáticado evento que o OIA (Observatório do IdosoemAlagoas)vaipromovernodia24dejunho,DiaMundialdaPrevençãode Quedas de Idosos. O acontecimento gerontológico será o I Encontroweb Obser- vacional Sociotecnológicoeatemáticaadebatervaiser“QuedasdeIdosos:uma violência que importa”. O encontro remoto está programado para transmitido a partir das 14h, pelo programa Meet Google (meet.google.com/gtc-eomi-rce).A realização é da Ideias & Ideais Cursos e Eventos Gerontológicos,que garante um corpo de expositores experts no assunto. Singelo aniversário Outro marco legale importantíssimo no calendário conjuntural do segmento idoso alagoano é o dia 23 de junho.A data assinala de forma singela o 16º aniversário da criação do Conselho Estadual do Idoso, CEI/Alagoas. Aleifoisancionadaem 2004 sobre o registro de Lei nº6.489, e sua estrutura orgânica é de caráter consultivo, deliberativo, normatizador e fiscalizador da Política Estadual do Idoso (obs.: só que até hoje o Estado de Alagoas não tem a sua política pública para o seu segmento idoso). Também é de natureza permanente e de composição paritária entre governo e sociedade civil.Vinculada (erroneamente) a Secretaria Executiva de Inserção e Assistência Social (SEIAS), consta em seu regimento interno que é sem fins lucrativos,credo político ou religioso. Cursos gratuitos ARedeEADSenac está oferecendo cursos gratui- tos para quem quer aperfeiçoar conhecimentos e estar pronto para os constan- tes desafios do mercadodetrabalho.Estãosendoofertadasvagas gratuitasemcursoslivrespor meiodoProgramaSenacdeGratuidade–destinadoàpopulaçãodebaixarenda, cujarendafamiliarmensalpercapitanãoultrapasse2saláriosmínimosfederais. As inscrições seguem abertas no portal https://www.ead.senac.br/gratuito/ ParaAlagoas,há vagas para os cursos:CozinhaVegetariana,Gestão de Salão de Beleza, Informática Básica Internet e Mídias Sociais, Operador de Computador, Agente de Desenvolvimento Socioambiental,Agente de Projetos Sociais, E-mail Marketing,Custos Logísticos,Departamento deAlimentos & Bebidas em Hotela- ria,Custos e Formação do Preço deVendas; dentre outros. BB reduz taxas As linhas de rece- bíveis – descontos de cheques e de títulos, além da antecipação de crédito ao lojista (ACL) - passarão a contar com taxas a partir de 1,07%, 0,76% e 0,74% ao mês,em substituição aos atuais 1,15%,0,82% e 0,82% ao mês,respectivamente. Para o crédito rotativo, a taxa mínima será reduzida de 2,05% para 1,93% ao mês.Já para o capital de giro,a taxa cobrada pelo BB passará dos atuais 1,18% ao mês para 1,10% ao mês. As novas condições de taxas anunciadas na sexta-feira, 19, estarão disponíveis para todos os canais de relacionamento do Banco, inclusive os eletrônicos (app e internet banking). “As últimas semanas foram de diálogo constante com diversos setores produtivos para a criação de um documento que assegurasse, posteriormente,um retorno gradual e seguro das atividades” Rafael Brito, Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo 6 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 Um dos mais angustiantes e maiores incômodos que as pessoas idosas enfren- tamnoseudiaadiaestána convivência sócio-comuni- táriaeintrafamiliar.Sãonos relacionamentos que mais se destacam e são degra- dantesos diversos tipos de violência que são reme- tidas às pessoas idosas. Neste decorrido 15 de junho, data que foi eviden- ciado mais um dia mundial para sensibilização aos atos violentos contra a pessoa idosa,dois fatos conjunturais que emergiram neste tempo de período pandêmico foram as temáticas mais debatidas, censuradas e apreciadas. Reportamosoprimeirofato aos indecorosos despre- parados governamentais relacionadosasgarantiase proteções das Instituições de Longa Permanências das Pessoas Idosas-ILPI. Um outro fato ocorrido e que ficou ‘ao Deus-dará’, contando com a própria sorte do idoso foi o inusi- tado, “fique em casa”. Em muitos casos, a pessoa idosa que tinha com estratégia“o sair de casa”para evitar maus- -tratos,teve de conviver com os seus agressores. Maisumadatamarcantenestemêsjuninoquecausavisibili- dadeapessoaidosa,mesmoquesejanumasituaçãoinfortú- nia:aquedaouumaqueda.Orevéseinfelizfatodeumidoso cair,sejaemsuaresidênciaouemqualquervia,trazdiversas consequências, que além das fatais podem também gerar outras traumatizantes como:escoriações e lesões; fraturas nofêmurproximal(regiãodoquadril);fraturasnosmembros superiores (ombro e punho).A queda em idosos representa um risco alto para a saúde das pessoas da terceira idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (Sbait), no mundo, a cada segundo, pelo menos um idoso sofre uma queda,seja em casa ou na rua. De acordo com a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia),cerca de 30% dos idosos sofrem pelo menos uma queda e 50% deles acabam ficando com a mobilidade reduzida.Outrosreflexospodemsersentidosmuitoalémdas lesõesgeradassobreoacidenteemsi.Issoporqueafaltade mobilidade e a dependência,características de um período pós-queda,podem acarretar em acúmulo de secreções nos pulmões, pneumonia, distúrbios gastrointestinais, infecção do trato urinário, diminuição do fluxo sanguíneo, osteopo- rose,AVC e até demência. Angústia Geronto 24 de junho CAFÉ&NEGÓCIOS redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com Criatividade para driblar a crise Na contramão de inúmeras empresas que se viram obrigadas a fechar as portas, eis que um nicho foi valorizado: avendadecomidapormeiodedelivery. Patrícia Farias, formada em marketing, mas atualmente desempregada,enxer- gounessecenárioaoportunidadedeter uma renda fazendo o que mais gosta: doces. Às vésperas do Dia das Mães, com pouco investimento e muita vontade de empreender,ela iniciou a Claras Pudim, uma loja virtual que promete levar doçura aos clientes com um serviço por encomendas de pudins, tamanho família ou individual (minis e fatias).Pudim é um doce muito conhecido,simples, popular,masaomesmotempodelicadoeclássicocomooamordemãe”,explica a proprietária. Ospedidospodemserfeitospelo 82 99689-7741eoupelodirectdoInstagram @claras.pudim.Aempresacontacomosistemapegueeleveoudeliveryemtoda Maceió,sob o pagamento de taxa. Para não errar no delivery Entre os cuidados que o empreende- dor deve tomar para começar – ou ampliar – o atendimento a distância, está o cuidado com as embalagens, que devem proteger corretamente o produto e garantir as condições ideais de higiene. O horário de funcionamento e a defini- ção dos canais de atendimento para o pré e o pós-vendas também precisam ser definidos e comunicados aos clientes com clareza.“O primeiro ponto é garantir a qualidade dos seus produtos via deli- very, principalmente no caso de alimentos.Também é importante considerar os custos de embalagens e das plataformas de delivery”,Alessandra Giner,diretora de Marketing da Stone. PODERGrisalho Francisco Silvestre silvestreanjos@bol.com.br Coroavívus Para alguns especialistas uma pandêmica infecção viral pode ser registradaportrêsoumaisdiferentesfases.Eterestratégiaspesso- ais para o enfrentamento,protegido de estratégias governamentais, comunitáriasefamiliaressãoextremamenteimportantesparaavitali- dade.Principalmente,quandooindivíduoéumidoso,poispertenceao mais preocupante grupo de risco.A primeira fase com seus determi- nanteseimpactostira-nosdeformacompulsóriadazonadeconforto edasrotinasestabelecidasecristalizadas.Vivenciarumanovaordem social mais contundente com suas inquietações, esta é a principal característica da segunda fase.Etapa estaque nos faz tender a ser, ou ser,mais racional,saudosista e otimista.A terceira fase é a mais assustadora.Não se sabe quando,realmente ela tem início.O certo que tenhamos uma estratégia planejada para enfrentá-la.E,o mais vivido(a),vivão(ona) que for um(a) Coroavívus aposta nas recomenda- çõesdeprevençõespormaisalgumtempoeponderaaflexibilização.
  • 7. Na semana passada falamos sobre uns dos temas mais polêmicos quando o assunto é a locação de imóveis.Afinal? De que é a obrigação da contrata- ção do Seguro Incêndio? Do inquilino ou proprietário do imóvel? Como vimos, depende do contrato, pois a Lei do inquilinato deixa brechas pra isso.Mais rele- vante do que saber quem vai ter que pagar o seguro incêndio é compreender a importância desse seguro, tanto para o locatário quanto para o locador. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de uma mera burocracia. Vou explicar os principais motivos. 1.Preço do seguro e indenização Ao adquirir o seguro, o contratante pode estipular que somente o conteúdo da casa seja protegido no caso de o segurado ser inquilino. Da mesma forma, o proprietário de um imóvel locado pode ter um seguro residencial para cobrir apenas a estrutura e não os bens que estão dentro da casa. O valor do seguro é determinado pela quantia declarada pelo contratante para a reconstrução da casa e reposição dos bens, somada às coberturas e assistên- cias adicionais,se contratadas.Para calcular quanto valem os seus pertences é preciso listar tudo o que possui na residência. 2.Reembolso de bens materiais cobertos Além de garantir que ninguém vai levar os objetos que não foram afetados pelo incêndio,aseguradorapodereembolsarosbensmateriaisafetadosporele,como eletrodomésticosemóveis,porexemplo.Paraqueissoaconteça,éprecisoqueos itens estejam protegidos pelo seguro,informação que deve constar no contrato. Sendoassim,pesquisejuntocomseucorretordesegurososdiferenciaisdecada seguradoraeescolhaaquelaqueofereceromelhorcustoemrelaçãoaobenefício ofertado.Não se esqueça de questionar o corretor sobre todas as possibilidades de danos que serão cobertos pelo seguro e de ler atentamente o contrato. 3.Proteção do imóvel Serviços que custam muito mais do que o valor da contratação do seguro,como reparos elétricos, hidráulicos e até pintura podem ser oferecidos pela empresa. Caso a estrutura da casa seja comprometida, o seguro também assume essa responsabilidade e paga hospedagem aos moradores enquanto o problema é resolvido. Novamente,issodependerádotipodesegurocontratado.Noentanto,lembre-se de que em casos de incêndio,a reforma do imóvel se faz necessária.Arcar com esse custo sozinho pode ser algo muito pesado para o indivíduo. No caso de um imóvel alugado, essa reforma pode ser objeto de uma disputa judicial.Casooincêndiotenhasidocausadopordescuidodomorador,comouma panela esquecida no fogo,a justiça pode determinar que ele pague pela obra,já que foi o culpado pelo incidente. Por outro lado,se esse problema tiver sido causado por falhas na rede elétrica,o proprietário deverá arcar com o prejuízo da obra e ainda se responsabilizar pela hospedagem do inquilino. Nos dois casos, a contratação de um seguro incêndio seria o suficiente para tornar a solução dos fatos mais rápida e tranquila para todos os envolvidos. Conclusão Em suma, é melhor prevenir do que remediar, certo? Ninguém quer precisar do seguro,masémuitobomsaberque,casoalgoaconteça,umaempresaespecia- lizada vai prestar todo o auxílio necessário. É uma situação semelhante ao contrato de seguro de automóvel. Por saber que os riscos de se envolver em um acidente de trânsito ou de ser assaltado podem ocorrer,o comprador costuma priorizar a contratação desse produto financeiro. Acontece que um imóvel também está sujeito a danos e,comparado a um carro, uma casa ou apartamento tem muito mais impacto na vida do indivíduo. Esperoquetenhagostadodotemadessasemanaesemprequevocêsdesejarem enviemsuasdúvidasparameue-mail.Nãodeixemdeacompanharasnovidades em minhas redes sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final de semana para todos! Grande abraço! 7O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br DjaildoAlmeida Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com Conheça os benefícios do seguro incêndio
  • 8. “ João Lemos Repórter A CâmaraFede- ral aprovou no último dia 26 o projeto de lei que destina R$ 3 bilhões para o pagamento deumarendamensalaostraba- lhadores da cultura, manuten- çãodeespaçosculturaiseações que ajudem o setor a enfrentar a pandemia. Na quinta-feira da semana passada, o Senado aprovou o projeto de Lei de autoria da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), o texto foi aprovado na forma de substitutivo da relatora depu- tada Jandira Feghali (PCdoB- -RJ)eagoraseguiráparasanção dopresidente. A relatora sugeriu que o texto fosse batizado como Lei Aldir Blanc, uma homenagem ao artista e compositor que faleceu vítima do Covid-19 no dia 4 de maio de 2020, aos 73 anos. Na lista de profissio- nais que tem direito ao auxílio estãoartistas,técnicos,mestres de cultura popular, produto- resedemaistrabalhadoresque atuem na produção do setor. De acordo com o Diário do Nordeste, para ter direito ao auxílio emergencial, o traba- lhador precisa comprovar atuação nas áreas artística e cultural nos últimos dois anos e deve ter tido no ano de 2018, rendimento tributável de até R$28. 559,70. O profissional nãopoderáterempregoformal ativo e não pode ser titular de benefício previdenciário ou assistencial nem beneficiário do seguro-desemprego e de programa de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família. Aqueles que já recebem o auxílio emergencial do governo pago a trabalha- dores informais também não terão acesso à nova ajuda. Todos os estados recebe- rão uma fatia do auxílio, que será repassado também ao Distrito Federal e municípios. No caso das cidades, elas terão o prazo máximo de 60 dias, contados da descentralização, para a destinação dos recursos previstos. Os espaços culturais que forem contemplados com a Lei precisarão realizar ativi- dades destinadas, prioritaria- mente, aos alunos de escolas públicas ou em espaço público de forma gratuita. Reunião via internet tratou dos pormenores do uso dos recursos para Cultura Aldir Blanc,um dos ícones da música brasileira,morreu em maio deste ano Alagoas prevê o repasse de R$33,7 milhões EmAlagoasoprojetoprevê o repasse de R$ 33,7 milhões que serão distribuídos com os municípios que estão cadas- trados no Sistema Nacional de Cultura, atualmente, apenas 29 municípios estão aptos para recebimento. O projeto que dispõe R$ 3 bilhões será dividido pela metade, 50% para estados e 50% para municípios. Em seguida, os recursos serão redistribuídos para cada seguindo dois critérios: 20% de acordo com as normas utili- zadas pelos fundos de partici- pação e 80% tendo como base critérios populacionais. A proposta determina que o primeiro recurso seja o auxí- lio emergencial no valor de R$ 600, pagos em três parcelas, o segundo recurso seja voltado para a manutenção de espaços culturais que poderá variar entre R$ 3 mil (valor mínimo) e R$10 mil (valor máximo) e a terceira forma de repasse do recurso será no financiamento de editais, chamadas públicas e serviços voltados ao setor. De acordo com nota publi- cada, a Secretaria de Estado da Cultura vem mobilizando os municípios que não estão cadastrados no Sistema Nacio- nal de Cultura, afim de que nenhuma unidade municipal fique sem receber os recursos demaneiraadequada.ASecult também informa que já está sendo feito o mapeamento dos vários segmentos do setor que desde 2018 recolhem dados através de editais e projetos. “O processo de cadastra- mento e credenciamento dos artistas alagoanos já é algo contínuo da Secult, visto que já lançamos editais desse porte e com esses dados obtivemos um mapeamento, a exemplo do Edital do Festival Dendi Casa Tem Cultura que com a aprovaçãodaLeipretendemos reabrir o edital para que mais artistas e segmentos sejam contemplados”, disse a secre- táriadeculturaMellinaFreitas. PL beneficiará comunidade cultural alagoana com 33,7 milhões que serão distribuídos com os municípios credenciados Lei Aldir Blanc: só 29 cidades de AL estão aptas para recurso CULTURA redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br 8 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 Municípios aptos: Anadia Arapiraca Branquinha Capela Colônia Leopoldina Coruripe Delmiro Gouveia Feira Grande Feliz Deserto Jacaré dos Homens Joaquim Gomes Junqueiro Lagoa da Canoa Maceió Maragogi Olho D’ Água das Flores Olho D’Água do Casado Ouro Branco Paulo Jacinto Penedo Projeto tem R$ 3 bilhões para estados e municípios
  • 9. E m tempos de i s o l a m e n t o social para combater o coronavírus o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (Sinturb) quer incentivar que os passageiros de ônibus de Maceió que possuem o Cartão Bem Legal solicitem recargas do cartão sem precisar sair de casa. Os pedidos de crédi- tos podem ser feitos de forma online, garantindo mais prati- cidade para o passageiro. Os usuários podem recarregar através de três aplicativos e também pelo site oficial do cartão,evitandofilaseaglome- rações nos postos e pontos de venda. A campanha está sendo divulgados dentro dos veícu- los,outbus,outdoorsetambém nas redes sociais do Cartão Bem Legal. O material gráfico temumanovidade,quefacilita ainda mais para o usuário de ônibus, com o uso do Qr-code, onde o passageiro pode usar a câmeradocelulareserdirecio- nado automaticamente para a página com todas as opções de recarga on-line. Para o presidente do Sinturb, Guilherme Borges, a campanhavemparaincentivar ainda mais o usuário sobre as facilidades de recarga on-line. “A ideia é mostrar para o usuá- rio as diversas opções que ele tem para recarregar o cartão dele, e principalmente que a compra pode ser feita sem queeleprecisesairdecasa.Em tempos de pandemia a tecno- logia precisa ser usada como uma grande aliada e para o transporte público não seria diferente. A recarga on-line facilita também para que o usuário evite pagar a tarifa em dinheiro,seprotegendodeum possível contágio com moedas e dinheiro em espécie”, desta- cou o presidente do Sinturb. Após acessar a página, o usuário pode escolher qual modalidade on-line ele quer realizar o pedido de recarga. Como o site do Cartão Bem Legal, (www.cartaobemlegal. com.br), bastando apenas o usuário faça um cadastro com os dados pessoais e do cartão. Os pedidos são pagos através de boleto bancário. As outras opções são: o aplicativo Cittamobi, que além de informar sobre linhas e horários, também realiza o pedido de recarga; e os apli- cativos RecargaPay e Ponto Certo. Nessas três opções os pagamentos podem ser feitos através de cartão de crédito e o procedimento além de rápido, é simples. Os créditos são disponibili- zados no cartão dos passagei- ros de ônibus após o prazo de 72h úteis. 9O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 COTIDIANO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br AgilidadeepraticidadenarecargadoCartãoBemLegaléboaideiaemtemposdeisolamentosocialporcausadaCovid-19 Cartão Bem Legal faz campanha para incentivar recarga on-line DESCOMPLICA:PassageirosdoSIMMpodemdesfrutardosbenefíciossemterquesairdecasa,fazendoacomprapelocelular
  • 10. 10 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 ESPORTES redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Atletas dão “um jeito” para garantir renda na pandemia SEM JOGAR FUTEBOL, eles trabalham em outras áreas para sustentar a família e ainda treinam para manter a forma física JOGODuro Jorge Moraes jorgepontomoraes@gmail.com Thiago Luiz Estagiário F icar em casa, m e s m o e m meio à pande- mia do novo coronavírus é uma necessidade, mas que nem todo mundo pode aten- der. Nas mais diversas classes trabalhistas, existem os servi- ços essenciais. Com a suspen- são do futebol [que não se enquadra nesse grupo], não é diferente. Muitos profissionais não conseguem manter suas famílias apenas com a prática esportiva. Isso porque a maio- ria dos times de Alagoas só joga, aproximadamente, três meses, ou durante o prazo que duraroCampeonatoEstadual. No restante do ano, os atle- tasquenãoconseguemassinar contrato com outras equipes acabam procurando outros empregos fora das quatro linhas e com um material de trabalho muito diferente de chuteiras e bolas. Voltando a falar do cenário alagoano,todososclubes,além de CRB e CSA, estão com as atividades totalmente paradas e, por problemas financeiros, decidiram rescindir contrato com seus jogadores. De acordo com o vice- -presidente do Conselho Deli- berativo doASA deArapiraca, Higor Rafael, o clube tem uma dívida decerca de R$ 10 milhões, além de mais de 80 cláusulas trabalhistas penden- tes que tendem a piorar nesse momento de pandemia. O dirigente ainda se posicionou contra a volta doAlagoano em 2020, por garantir que nem o Alvinegro e nenhuma outra equipe do interior tem condi- ções de remontar os elencos nem custear as despesas de uma temporada. Mesmocomtodoessecená- rio em Arapiraca, segundo o vice-presidente, nenhum joga- dor do clube está desempe- nhando outros trabalhos, nem os que residem no município. Já em Coruripe, os jogado- resdotimedacidade,quetive- ramseuscontratosrescindidos ainda em março, têm uma “porta aberta”. Um ex-diretor do Hulk possui uma empresa de instalação e manutenção de serviços de internet que sempre “abraça” os atletas, quando o clube não tem mais calendário no futebol. E, repe- tindo essa atitude, a empresa admitiu dois jogadores do Verdão: o atacante Ivan e o volante Jair. Em entrevista a O Dia Alagoas,oatacante,de37anos, disse que tem sido muito difí- cil passar por esse momento de suspensão do futebol antes do momento esperado [com o término do Campeonato Alagoano].Há17anosjogando profissionalmente e passando pelaprimeiravezporumcená- rioinusitadocomooatual,Ivan disse que, mesmo trabalhando sem carteira assinada, o salá- rio que recebe atualmente está dandoparasustentarafamília. Na mesma situação, Jair, desde março trabalhando na mesma empresa, disse que o mais difícil está sendo ficar longe dos gramados. “Tenho vinteeoitoanosenuncapassei por um momento como esse, mas as coisas acontecem do jeito que Deus quer”, diz o atleta, confiante. PeloladodoJaciobá,equipe dePãodeAçúcar,entremuitas histórias como as do Coruripe, está o meia Elizeu. Baiano, o jovem de 21 anos trocou os gramados pela construção civil, durante a quarentena. Nesse período de isolamento social, o atleta teve que ficar na casa da sogra, em Penedo. Atuando como ajudante de pedreiro, ele afirma que dá apenas para suprir as necessi- dades básicas do lar. E mesmo com a correria e a rotina cansa- tiva de trabalho, Elizeu segue realizando treinamentos físi- cos para manter a forma, na esperança da volta ao futebol. O futebol venceu a pandemia Mesmo com a curva aumentando, com mais pessoas contaminadasemuitasmortes,osdirigentesdeclubes que formam a Liga do Nordeste decidiram que a copa,para- lisada uma rodada antes da final da primeira fase,recebeu o sinal verde para o seu retorno. Os representantes dos 16 clubes dessa Copa do Nordeste aprovaram o reinício da competição e com uma novidade: todos os jogos em uma mesma cidade ou uma mesma sede, como está sendo chamado.Trêscidadessãocandidatasasediaressesjogos: Recife,SalvadoreFortaleza. Hoje,a capital pernambucana e a capital baiana estão mais próximas dessa escolha.As três cidades citadas empatam emalgunspré-requisitos:bonshotéis,centrosdetreinamen- tos, facilidade para o deslocamento e na boa vontade para essa volta.No entanto,Recife e Salvador disponibilizam um númeromaiordeestádiosparaarealizaçãodosjogos,jáque serão oito partidas,mesmo que não sejam no mesmo dia.A Cidade de Recife tem os estádios do Sport (Ilha do Retiro), Náutico(Aflitos),SantaCruz(Arruda)eaArenaPernambuco. Em Salvador,estariam disponibilizados a Arena Fonte Nova, do Bahia (Pituaçú) e do Vitória (Barradão). Ficou acertado também que todas as despesas para esses jogos serão de responsabilidade da Liga do Nordeste,desde o pagamento com as viagens,hotel,alimentação,locais de treinamentos e o deslocamento pela cidade em ônibus especial fretado. Decidiramaindaqueaspartidasserãorealizadasdeportões fechados e com transmissão pela televisão, o SBT (canal aberto), FOX Sports (canal fechado) e o site Live FC. A Liga do Nordeste assume também as despesas e o pagamento comaarbitragem. l Pergunto: de onde surgiu essa história, que aquele ex-patrimônio do CSA, com mais de 100 anos de história, tenha sido uma doação de Gustavo Paiva? Na verdade, o CSA pagou 20 mil réis, em quatro parcelas, pela área do Mutange, que antes de ser o campo, era um Grande Ponto Parque, um espaço de diversão. Está no último livro de Lauthenay Perdigão, Vida, Obra e Luta do guardião da memória esportiva alagoana e brasileira; l No artigo da semana que vem, vamos tratar um pouco mais desse assunto, que desfaz uma história que foi contada por mais de 100 anos. ALFINETADAS...Estruturaeforça Confirmado o retorno da Copa do Nordeste,os clubes viajam para a cidade escolhida quinze dias antes do retorno do futebol,para uma preparação especial e ambientação com o lugar e os locais dos jogos. Com essa decisão e as medidas que serão tomadas ainda estasemana,aLigadoNordestejárecebeuoavaldaáreadesaúde destastrêscidades egarantequeofutebolvaivoltar.Paraencerrara CopadoNordesterestamaúltimarodadadafasedeclassificação,os jogosdasquarta-de-final,semi-finaleagrandefinal,comapremia- çãoecotasprometidasaosclubesconfirmadas. Bolsonarorecuou-1 Na última quarta-feira (17),o presidente Jair Bolsonaro desistiu de assinar uma Medida Provisória que interferia na gestão do futebol brasileiro. Se a MP fosse assinada entraria em choque com um Projeto de Lei que já circula na Câmara dos Deputados.A questão é que,com tantos problemas para solucionar,inclusive com a saída do ministro da Educação de seu governo, o presidente ainda está pensando em interferir no futebol. Já basta ele ter forçado a volta do futebol no Rio de Janeiro,com o apoio de Flamengo eVasco,e o posicionamentocontráriodeFluminenseeBotafogo. Bolsonarorecuou-2 O Projeto de Lei da Câmara dos Deputados que se chocava com a MP do Bolsonaro está relacionado, basicamente, em quatro itens: 1 - a suspensão temporária a obrigatoriedade do pagamento do Profut,que é o financiamento dos clubes de futebol com encargos do governo; 2 - a redução para 30 dias o tempo mínimo de contrato entreclubesejogadores.Hoje,aLeiPeléfalaem90dias;3-apossi- bilidade de que as entidades alterem regulamentos de competições em curso; 4 - a ampliação de prazo - sete meses - para que clubes eentidadespubliquemseusbalançosfinanceirosdoanoanterior. Bolsonarorecuou-3 Do Projeto de Lei o artigo mais polêmico já foi retirado pelo rela- tor.Era o que permitia a redução em 50% da multa sobre a quebra de contrato para jogadores e membros da comissão técnica dos clubes. Essa proposta foi apresentada pelos dirigentes do futebol, masrechaçadapeloSindicatoNacionaldosJogadoresProfissionais, que fez um movimento forte junto aos deputados e convenceram pelaretiradadaproposta,permanecendoopagamentode100%de indenizaçãodorestantedocontratodessesprofissionais. OMutangeeGustavoPaiva AcabeidelerefazendoalgumasreflexõesolivrodosjornalistasMário Lima e Wellington Santos, intitulado Dom Lauthenay um Quixote do Esporte Nacional.Tive o prazer e a responsabilidade de fazer a apresentação da obra,portanto,fiz uma leitura mais rápida.Agora, olhando com mais carinho, descobri que o terreno do Mutange (Estádio e depois CT do CSA) nunca foi uma doação do Comenda- dor Gustavo Paiva.Aquilo lá,hoje destruído pela Braskem,foi uma aquisição da diretoria do clube na gestão do presidente Virgílio de Brito.O terreno pertencia ao comercianteAlfredoVugner,que nem defutebolgostava. IvaneJair(doCoruripe)trabalhamnainstalaçãodeInternet;Elizeu(doJaciobá)estásevirandocomoajudantedepedreiro FagnoPinto Fotos:AgapitoSantana
  • 11. 11O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 Estudarláfora redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Alyshia Gomes alyshiagomes.ri@gmail.com FLYLIBRAS: Embarque no universo da Libras, seja bilíngue! FLYLIBRASéumaferramentadigitalbilínguequetemcomoobje- tivodeproporcionaraformaçãodocenteediscentenoprocesso de ensino e aprendizagem da Língua brasileira de sinais (Libras). Através dessa ferramenta inovadora digital bilíngue Libras/Portu- guês,acomunidadesurdateráoportunidadedeaprenderaLíngua Portuguesa, na modalidade escrita como segunda língua. E, mais que isso, ela também proporcionará a sociedade ouvinte apren- der a Libras para se comunicar com surdos em qualquer área de estudo:educação,saúde,segurança,dentre outras. A ideia dessa ferramenta surgiu da parceria com o professor da UFAL/Arapiraca, Dr. Patrick Brito, coordenador do Projeto de pesquisa FALIBRAS,que é um sistema 3D de tradução automática da língua portuguesa para Libras no ensino de línguas de moda- lidade visuo-gestual. A equipe do FALIBRAS é responsável pelo sistema de programação da ferramenta FLYLIBRAS. Como professor pesquisador da UFAL (campus Arapiraca-AL), eu coordeno o projeto da ferramenta FLYLIBRAS em várias ações de extensão dando ênfase a semântica (estrutura linguística da Libras).Essa ferramenta encontra-se em fase de desenvolvimento e aplicabilidade.A minha equipe é composta por professores de todas esferas de ensino, técnicos, intérpretes de Libras, estudan- tes,monitoresesurdosdaUFALcomcolaboraçãodeoutrasuniver- sidades.Assim sendo,tenho a intenção de possibilitar a promoção da acessibilidade comunicacional entre surdos e ouvintes. Nessa perspectiva de contribuição e colaboração como professor pesquisador, pretendo por intermédio da ferramenta FLYLIBRAS, proporcionarpráticaspedagógicasparaformaçãoinicialecontinu- ada de forma inovadora, dinâmica, interativa, colaborativa e autô- noma no ensino presencial,semipresencial e à distância.Trata-se deumprojetodeduploefeito,elaboradoparairalémdeumacomu- nicação pontual,como temos visto em outras ferramentas já exis- tentes.Aqui,o interesse é de construção de uma ponte definitiva e de uso atemporal,pois trabalha no aprendizado do português para os surdos e no aprendizado de Libras para professores e alunos ouvintes. AndersonFranciscoVitorinoé ProfessorAssistenteMagistério Superiordadisciplina(Libras)LínguabrasileiradesinaispelaUFAL (CampusArapiraca)eparceironacoluna“EstudarLáFora”.E-mail: anderson.vitorino@arapiraca.ufal.br . German Chancellor Fellowship for tomorrow’s leaders Fonte: Fundação Alexander von Humboldt A Funda- ç ã o Alexan- der von Humboldt e s t á p r o c u - rando os líderes de amanhã - do Brasil, C h i n a , Í n d i a , RússiaeEUA.Paraseinscrever,desenvolvasuaprópriaidéiadeprojetoeencon- treohostdesuaescolhaparaorientá-lo.Depoisqueseuanfitriãoconfirmar,você poderá solicitar uma bolsa mensal de estudos no valor de 2.170 , 2.470 ou 2.770 ,dependendo das suas qualificações. Envie uma inscrição,se você: * são graduados universitários com um viés internacional do Brasil,China,Índia, Rússia ou EUA e já adquiriram experiência inicial de liderança * completou seu primeiro diploma há menos de 12 anos * gostaria de passar um ano trabalhando em um projeto que você desenvolveu com uma série de sua escolha naAlemanha *podedemonstrarqueseuprojetoterásignificadosocialequevocêtemopoten- cial de construir pontes futuras entre aAlemanha e seu próprio país * trabalharemumsetorcomopolítica,economia,mídia,administraçãoecultura. Mais informações em http://bit.ly/2Lnuxao . Bolsas de Mestrado do Programa Helmut Schmidt - Alemanha Bolsa de Pós-graduação - Reino Unido Fonte: DAAD DAAD informa que está recebendo candidaturas para seu programa Helmut Schmidt, através do qual concederá bolsasparaoitocursosdeMasternaáreadePolíticasPúbli- cas e Boa Governança naAlemanha. O principal objetivo do programa é a formação de líderes e profissionais que, ao retornarem para seus países de origem, contribuam para o aperfeiçoamento democrá- tico da gestão pública.A edição do programa para 2020 está voltada para candidatos com formação em Ciências Sociais,Ciências Políticas,Direito,Administração Pública, Economia ou áreas afins, desde que interessados nos programas de Analysis and Design of Social Protection Systems, Peace and Conflict Studies e Development Studies. Além da graduação completa até o momento da candida- tura, é necessário ter rendimento acadêmico excelente e bons conhecimentos de alemão ou inglês.Os selecionados ganham uma bolsa mensal no valor de 850 euros, auxí- lio para passagem aérea de 1.575 euros, seguro-saúde e curso preparatório de alemão de seis meses naAlemanha. As inscrições estarão abertas de 01/06 a 31/07 para os cursos que terão início em setembro/outubro de 2021. Maiores informações e inscrição em https://bit.ly/3dTlERb . Fonte: Brunel University London Oportunidade de bolsa para quem está interessado em uma pósgraduação na Brunel University London. Estão abertas as inscrições para o programa de Excelên- cia Acadêmica que financiará estudantes internacionais. Candidatos devem pediradmissãoemum curso de pós - gradu- ação na Universidade de Brunel, no Reino Unido. Para tanto, históricos acadêmi- cos, curriculum vitae, cópia do passaporte e comprovante de capacidade linguística devem ser enviados. Veja todas as informa- ções no link https://bit. ly/2BmbRok .
  • 12. 12 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA GM: retorno à produção no Brasil Após quase três meses de paralisação, a General Motors retomou a produção nas fábricas de Gravataí (RS) que, na segunda-feira, 15, voltou a fabricar o Onix e Onix Plus, enquanto em São José dos Campos (SP) a linha da S10 e Trailblazer foi reiniciada na terça-feira, 16. Com isso, as cinco unidades industriais da GM no País regressaram ao trabalho, mas de forma gradual. “O reinício da produção de veículos da GM no Brasil ocorreu sem problemas, graças ao forte trabalho em equipe. Nossos procedimentos de segurança estão funcionando bem e nossos fornecedores fizeram um ótimo trabalho implementando suas estratégias de retorno ao trabalho e manuais de segurança”, informa a GM em nota. Seguro 24 horas chega ao Brasil Um seguro que pode ser contratado antes de pegar a estrada e por apenas 24 horas. Esse é o ‘Instant’, produto lançado para automóveis com proteção por perda total por acidente. É o primeiro seguro do Brasil que permite a contratação exclusivamente pelo uso e sob demanda, diferentemente do que acontece nas apólices tradicionais. Apesar de já existir em outros países, essa modalidade só foi autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em agosto do ano passado, através da Circular 592, que permitiu a customização de planos de seguros com vigência reduzida de contrato e período intermitente. A novidade chega ao mercado brasileiro através da Argo Seguros, multinacional norte- americana especializada em seguros de nicho. ACONTECE esta semana SANDERO GANHA VERSÃO GT LINE Chega às lojas a nova versão do Renault Sandero: GT Line, que tem visual esportivo assinado pela divisão Renault Sport. O modelo é oferecido com duas opções de motor e câmbio: 1.0 SCe manual e 1.6 SCe CVT X-Tronic. Um rápido passar de olhos é o suficiente para se perceber que a versão GT Line tem atributos que o diferenciam de sua versão de base, a Zen. Entre as novidades visuais do modelo estão aerofólio traseiro, aplique no para-choque traseiro, retrovisores na cor cinza, faróis de neblina e máscara negra nas lanternas. O preço sugerido da versão GT Line 1.0 é de R$ 57.390. O preço da versão GT Line 1.6 é de R$ 73.290. Consórcios ficam sem motos para os contemplados Embora necessária para conter o avanço da Covid-19, a paralisação das fábricas de motos em Manaus (AM) gerou grande insatisfação entre consorciados pela falta de produtos nas revendas e previsão de entrega. A cada notícia publicada sobre o adiamento do retorno da produção da Honda (que detém 79% do mercado), esses leitores se queixavam de não conseguir a moto, mesmo quando o lance ou sorteio haviam ocorrido antes do início da quarentena. Vale dizer que a fabricante foi prudente em prorrogar a quarentena, já que emprega 6 mil funcionários em Manaus, onde o sistema de saúde entrou em colapso por causa do coronavírus. RODASDUAS A grade dianteira do novo Mach 1 remete ao original, com recorte em formato de nariz de tubarão e o emblema do cavalo no centro. Detalhes em cinza e preto fosco em todo o veículo criam um visual sofisticado. As novas rodas pretas de alumínio, de 19x9,5 polegadas na frente e 19x10 polegadas na traseira são uma versão moderna das clássicas rodas estilo Magnum 500. O pacote Handling – disponível exclusivamente com a transmissão manual Tremec 3160 de seis veloci- dades – inclui rodas de 19x10,5 polegadas e 19x11 polegadas e difusor dianteiro com maior “downforce”. As opções de cores da carroce- ria são cinza Fighter Jet, prata Iconic, preto Shadow, branco Oxford, azul Veloc- ity, laranja Twister, vermelho Race e amarelo Grabber, com faixas laterais e no capô em preto fosco com listras contrastantes em vermelho, branco e laranja. O interior tem painel de instrumentos exclusivo com detalhes em alumínio e um emblema entalhado com o número do chassi do veículo. Os bancos de couro preto trazem uma faixa laranja constrastante, uma herança Mach 1. Ford apresenta a versão final do novo Mustang Mach 1 Um carro perfeito para viagens em família, com capacidade para até sete passageiros, que reúne o que existe de melhor em tecno- logia e segurança, com uma impressionante capacidade 4x4 que permite te levar até onde a maioria dos outros veículos não te leva, com todo o conforto e sofisticação. Essa é a proposta da linha 2021 do Pajero Sport, mais luxu- oso modelo já produzido em toda a história da Mitsubishi Motors, que chega ao Brasil a partir de agora em duas versões: HPE e HPE-S, com preços de R$291.990 e R$ 318.990, respectivamente.A ve r s ã o H P E p o d e s e r adquirida com um pacote de opcionais que inclui teto solar e sistema Adaptive Cruise Control (ACC) pelo valor de R$ 8 mil. O modelo é o mesmo comercializado nos princi- pais mercados da Mitsubishi Motors em todo o mundo e traz design exterior atual- izado,maistecnologiaeníveis ainda maiores de conforto e conectividade a bordo. Mitsubishi lança o Pajero 2021, SUV mais luxuoso e tecnológico SPORT LANÇAMENTO
  • 13. CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO Alagoas l 21 a 27 de junho I ano 08 I nº 382 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS PedroCabr al Envie critica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com Dois dedos de prosa Ca m p u s / O D i a continua com seu objetivo de organizar para o futuro, uma série de depoimentos pres- tados sobre estes dias de pandemia e isola- mento. Aposta numa leitura sistemática no futuro e sente-se bem com esta tarefa. Traz textos diversificados e agradecemos a seus autores: ao Golbery, Cláudia, Adriana, Clébio. É um, prazer editá-los e Campus/O Dia espera que a leitura seja muito boa.Agrade- cemos à artista Myrian R. C. de Almeida pela permissão para usar- mos um seu traba- lho como capa deste número. Um abraço, Sávio de Almeida VIVENTES DAS ALAGOAS E A PANDEMIA (X)
  • 14. R eza um itan (conto) Nagô que orixá Iku (a morte) não sabia mais onde depositar os corpos de suas vítimas e propôs um pacto à terra, que também reclamava de tudo produzir para os homens sem receber nada em troca. A terra aceitou acolher os corpos humanos tocados pela morte, todavia exigiu que, a partir de então, estes lhes fizessem oferendas de tudo que comem, de forma que os que não cumprissem seriam cobrados por Iku. Este aceitou,maspediuparaincluir no pacto Arun (a doença), sua esposa, pois esta prepararia tudo para que ambos, terra e morte, alcançassem seus propósitos. Nesse conto há muito da concepção de mundo dos povos de terreiros alagoa- nos, sobretudo em tempos de pandemia. A doença, sob esse olhar, não é fatalidade ou punição. Ela se apresenta como instrumento de reequi- líbrio de um ciclo (o pacto) natural que fora violado, sintetizado na expressão Nagô:“oqueaterradá,aterra come,”poistudodelaprovém e a ela pertence, inclusive o ser humano, humus hominizado. Na verdade, para os povos de matriz africana todos os seres estão interligados, todos são elos de um sistema cósmico antropocêntrico que liga os homens entre si, com a natu- reza,comasdivindadesecom osancestrais,ondetodosestão em todos, ou como dizem os bantu, através do termo umbutu: sou porque somos. Essa ótica não comporta o indivíduo absolutizado. Ao contrário, tudo que compõe o sistema flui alimentado por uma corrente de energia vital, o Axé, que se expande eterna- mente, em um fluxo constante de trocas, ou seja, de recipro- cidades, onde viver significa dar e receber. O acumular, ao romper esse fluxo, gera o desequilíbrio, a perda do Axé que esvai toda a vitalidade, atraindo a morte, pois a vida só é gerada em comunhão. Não há Axé de um só, todo Axééproduzidonocomparti- lhamento,exigindoapresença do Outro, da alteridade. Por isso mesmo, não há terreiro individual, mas sempre de uma comunidade, uma famí- lia deAxé. Assim, para os povos de terreiro a pandemia é o sintoma de uma sociedade cuja reprodução se baseia na morte, pois incapaz de produzir Axé. Nela, o ideal de humano foi reduzido ao do indivíduo acumulador, modelo bem sucedido a ser imitado, solitário em suas herméticas residências. Ele de tudo se apropria para consu- mir até o esgotamento total. O vírus, nada mais é do que a metáfora viva dessa atomi- zação predatória em escala microscópica. Éindividualista como o próprio ser que para- sita. Para ele não há reciproci- dade com o humano, apenas a auto sobrevivência a todo o custo, inclusive da própria vida da qual se alimenta. O terreiro é a antítese da necrosociedade. Nele tudo é vida porque é oferenda (ebó), é troca, reciprocidade. Não há dicotomização pois, assim como Orixá Exu, o terreirotudoconectadeforma complementar, bem e mal, vivosemortos,visíveleinvisí- vel. Por isso no terreiro não se toma mas se trocam bençãos: mais novos com mais velhos, visíveis com invisíveis, huma- nos com divindades e vice e versa. Tudo se retroalimenta de todos, numa linguagem distributiva incompreensível ao indivíduo acumulador. O ser do terreiro o é enquanto comunidade em todas as situ- ações e passeia com olhos de estrangeiro no necroterritório pandêmico, pois sua terra é fonte de vida, de fartura, de acolhimento. Invisíveis encla- ves na sociedade da escassez e da miséria, os terreiros são terras fecundas onde não se passa fome e sua gente é “povo de barriga cheia”, pois neles tudo começa e termina em comida, em partilha, para que o Axé possa ser multipli- cado. Emsentidoinverso,ovírus exige o isolamento social e a pandemia – que não é o vírus, mas a insana forma de socia- bilidade que o liberou e que pretende enfrenta-lo em seus próprios termos - estabelece o “salve-se quem puder”, acentua a individualização, estoca-se comida e relativiza- -se a vida. Os idosos tornam- -se danos residuais. Enquanto isso, os povos de terreiro, anti- pandemicamente, sacralizam anciãos e anciãs, curvam-se às forças da natureza, aos ances- trais, partilham e oferendam o seumelhoralimentoemnome de toda a humanidade.Até da virótica, da qual só recebem preconceito e desprezo. São dois sistemas opostos e, nessa oposição, a beleza e vitalidade do segundo não pode ser suportada pela pulsão de morte do primeiro que, na impossibilidade de “quebra-lo” permanente- mente, opta por silenciar sua existência, na tentativa de sua mortesimbólica.Dessaforma, onecroestadocontinuadesco- nhecendo os povos de terrei- ros como sujeito de direito. Assim na pandemia como na história, na morte como na vida. Diaspóricos, os afro-alago- anosreconstituíramnosterrei- ros suas aldeias ancestrais. Hoje, impossibilitados pelo vírus de nelas habitarem, nem por isso descuidam de pagar tributo a Obaluaye – o senhor da terra – e, generosamente, fazem de seus corpos, isola- dos fisicamente, o território ancestral onde oAxé é ativado a cada vela e em cada pipoca arriada para limpar o mundo e trazer o humano à plenitude da sua telúrica existência, afinal a terra dá e a terra come. CAMPUS 2 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Projeto Memória da Pandemia nas Alagoas é coordenado por Luiz Sávio de Almeida e José Carlos Silva de Lima. Nosso objetivo é deixar um painel diversificado sobre a pandemia nas Alagoas. Quem é quem? CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas Prof. Clébio Correia NEAB/UNEAL A antipandemia do axé
  • 15. CAMPUS 3O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus. E m tempos de p a n d e m i a , descobrimo- -nosmenoresdoqueimagina- mos, ou melhor, enxergamos o nosso real tamanho, as limi- tações, dificuldades e impos- sibilidades. No momento que estamos vivendo, a vontade não é sufi- ciente para a realização dos nossos propósitos, porque existe algo maior que atinge o coletivo e que nos faz desco- brir que não vivemos sós, que somos uma orquestra perfeita queprecisadetodososinstru- mentosparatocarasinfoniae, quando um desafina, é o sufi- ciente para macular o som. Começamos a enxergar os garis nas ruas fazendo a limpeza, sentimos o quanto são importantes as emprega- das domésticas, os enfermei- ros que nos assistem quando necessitamos, os porteiros e tantos outros trabalhadores essenciais em nossas vidas, cujo sublime valor descobri- mos agora. Descortinamos o véu de uma realidade que não visu- alizamos na correria do coti- diano porque a engrenagem criada para a nossa vida não permite que nos preocu- pemos com o meio em que vivemos, com o outro que está tão próximo e a quem não conseguimos estender a mão, sequer escutá-lo. Quantos perdemos no cami- nho? Tantos poderíamos ter ajudadoseestivéssemosaten- tos para o verdadeiro sentido da nossa existência... Chega de supetão em nossas vidas. Um vírus que se chamaCoronaveioparatrans- formar formas de pensar, agir e viver, e forçosamente nos convida à reflexão sobre valo- res e prioridades. Diferente- mente de outras lutas, nesta não precisamos pegar em armas, ao contrário, o remé- dio é ficar em casa, porque ao sair podemos ser a arma. Não é uma guerra sangrenta como as que a história noticia, embora muitos soldados este- jam sendo mortos. Énecessárioquepossamos entender que os números que temos de infectados e óbitos nãosãoumameracontamate- mática, porque uma vida envolvesentimentos,famílias, projetos. Cada ser humano não é um mundo em si, ele arrasta uma teia enorme de pessoas que estão envolvidas com aquela realidade. Estamos passando por momentos difíceis. Não sere- mos os mesmos quando tudo passar, ou então não teremos aprendido a lição. Quando as lojas, os restaurantes e os shoppingsabrirem,osempre- gados voltarem ao trabalho e a vida for retomando seu passo, mais que nunca tere- mos de ser IRMÃOS, porque as dificuldades serão muitas. Paranóscristãos,arespon- sabilidade é maior porque conhecemos o mandamento queJesusnosensinou:AMAI- -VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI. Na verdade, somos uma família, embora inúmeras vezes nos esqueçamos disso. A COVID-19 nos obriga a uma visita interior e a uma faxina necessária para reco- lhermos o que não nos eleva. Além disso, nos trouxe de volta aos nossos lares, onde podemos estar juntos com os nossos, usufruir os prazeres dos elos afetivos e, também, os dissabores, mas de igual forma digeri-los para que possamos crescer, afinal esta é a nossa missão na terra. Resta-nos, após esta tempestade, ressurgirmos novos e enxergarmos o próximo com as lentes do amorqueJesustantopraticou. Que seja Ele o nosso modelo. Que o legado deste momento seja o aprendizado de que ninguém é feliz sozi- nho, de que nenhum corpo é saudável se algum órgão sofre, de que ninguém se beneficiedadoralheiaporque somos irmãos. Que aprenda- mos neste isolamento social, ao menos, o significado da família em nossas vidas, e que possamos estender o nosso amor àqueles menos aquinhoados que, indepen- dentemente da pandemia, sofrem porque não têm casa, alimento, escola, trabalho, transporte... “vida em abun- dância”. Assim como depois da quaresma vem a Páscoa, que depois do isolamento social venha o novo homem/ mulher, que a fraternidade e a solidariedadesejamospilares principais em nossas vidas, que saibamos construir um novo mundo, como diz Ivan Lins em sua bela canção: “No novo tempo, apesar dos casti- gos, estamos crescidos, esta- mos atentos, estamos mais vivos, pra nos socorrer. No novo tempo, apesar dos peri- gos, da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta, pra sobreviver. Pra que nossa esperança, seja mais que vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança...”. Paulo, um exemplo de fé na história do Cristianismo, em sua carta aos Coríntios, sempre tão atual, nos ensina: “Agora, portanto, permane- cem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor”. Emtemposdepandemia... amai-vos! A l g u n s meses atrás, n i n g u é m imaginava que estaríamos passando por momentos como estes. A vida tomou rumo diferente daquilo que muitos programaram. Muitos estavam de viagem marcada, calendário organizado, plane- jamento em dia. Assim eu também estava começando 2020 confiante, cheia de pers- pectivas, mas tudo tomou caminho diferente, a partir da pandemia do coronavírus que expandiu-se de modo rápido, causando estrago sem reparos na humanidade. Hoje, diante de tudo que escuto e vejo, me deparo com a seguinte reflexão: nós, seres humanos, somos frágeis de todas as formas. Vejo-me em meio a tudo isso de forma atenta, pergun- tando quando teremos nossas vidas normalizadas. Eu vejo o isolamento social como um caminho para nos ensi- nar a refletir sobre as condi- ções emocionais que estamos vivendo.Aderir ao isolamento social não é sacrifício para mim, como é para muitos, até porque não faço muita ques- tão de sair de casa, mas, devo confessar que estar sendo um dos momentos para que eu possarefletirepararumpouco para ver as pessoas ao meu redor, e perceber os caminhos que percorri até chegar aqui. Todos os dias acordo com aesperançadeque,aqualquer momento, tudo isso estará resolvido, e tudo voltará ao que era antes, mas, por outro lado, me vejo pensando que voltaraoqueeraanteséimpos- sível, pois esse tempo deixará muitas sequelas na vida de todos, no mundo. Vejo-me em um ambiente onde, ao mesmo tempo, estou “segura”, mas me sinto insegura diante dos fatos e do convívio com os familiares. Podemos dizer que o isola- mento social também serve para nos reconhecermos e reconhecermos as necessi- dades do ser humano. Viver esse isolamento, para mim, leva a uma reflexão sobre o que verdadeiramente somos ou queremos ser diante dos outros. Esse momento de pandemia, acredito que se encontre em um tempo de muito aprendizado para todos; momentos como esses que estamos vivendo, devem ser refletidos de todos os lados, principalmente dentro de nós. Vivo acreditando que a covid-19, soube dar o seu recadodireitinhoparaosseres humanos, provando que a humanidade é limitada e não temopoderdetudocontrolar. A minha experiência está sendo de muita aprendiza- gem; o tempo está me levando a outros sentimentos, dando possibilidades a mim mesma de escolhas para minha vida que antes não se propunham. Estou estudando mais, refle- tindo mais, tento me rein- ventar nessa sociedade tão louca, e individualista. Estou buscando, em meio a esses caos, muita serenidade, e equilibro para poder seguir em frente e confiar no que virá em breve. Penso que acovid -19 conhece a cada um que vai atacar, pois pressente que cada pessoa atingida já expe- rimentou ou já viveu tempo suficiente para entender como funciona a vida. Parece um ser muito inteligente que ataca aquele que ele decide, sabendo que ele já teve opor- tunidade. Estou tranquila e ao mesmo tempo ansiosa para ver como as coisas serão depois dessa pandemia. Fico imaginando, quando tudo isso passar como as pessoas novamente irão se acostumar a uma nova rotina. Nesse tempo de isolamento descobri o quanto é importante manter a nossa sanidade mental, o nosso corpo em equilíbrio, sustentado por atividade que venham a preencher nossa mente e ampliar nosso conhe- cimento, como, por exemplo, fazer boas leituras, principal- mente aquelas que nos façam refletir sobre o que estamos vivendo. Portanto, aprendi com o isolamento social que ninguém é uma ilha ao ponto de se isolar de tudo e todos, mas as vezes é necessário se recolher. Esse tempo me fez perceber o quanto precisa- mos manter os nossos laços afetivos, mas aqueles que nos façam bem e que nos façam perceber a importância de estar com pessoas queridas e amadas. Cláudia Muniz do Amaral Procuradora de Estado Adriana da Conceição Nascimento Graduada em História – UFAL, Especialista em Ensino de História – UFAL e Professora de História do Ensino Básico em Viçosa Novos olhares em tempos de pandemia Vidas modificadas pela pandemia
  • 16. CAMPUS 4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de junho I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br FICHA TÉCNICA CAMPUS COORDENADORIAS SETORIAIS L. Sávio deAlmeida Coordenador de Campus Cícero Rodrigues Ilustração Jobson Pedrosa Diagramação Iracema Ferro Edição e Revisão CíceroAlbuquerque Semiárido Eduardo Bastos Artes Plásticas Amaro Hélio da Silva Índios Lúcio Verçoza Ciências Sociais Renildo Ribeiro Letras e Literatura Visite o Blog do SávioAlmeida A e s t r u t u r a social e a n a t u r e z a humana não são suspensas no tempo trágico. As tragédias coletivas duradouras iniciam com comoção e desconti- nuidade. Mas, em algumas semanas, um novo cotidiano se impõe porque a sociedade precisa se reproduzir, algo impossível sem automatis- mos. O primeiro morto vai às manchetes, o milésimo se transforma em número, surge uma frieza em massa ao lado de ondas de solidariedade. Os dilemas da vida e do conheci- mentonãomudameaaparên- cia do dia a dia mantém, em essência, as mesmas possibi- lidades de alienação e liber- tação dos períodos normais. Mas a tragédia cria brechas, modifica algumas condições de entendimento do mundo. Cada tragédia particu- lar facilita a compreensão de aspectosdistintosdavida.Não modifica totalmente os indi- víduos e as instituições, mas sempremarcaoimagináriode modo indelével, pois muda a maneira dos fatos aparecerem às pessoas. A pandemia da covid-19 destruiu a sensação de segurança sanitária exis- tente no mundo contempo- râneo em amplos segmentos populacionais. Essa sensação só não existia em grande parte da África, regiões da Ásia e nos segmentos mais pauperi- zados da classe trabalhadora de todos os continentes. A mudança abrupta na mentali- dade,determinadapelosúbito entendimento da degradação das condições sanitárias, mais do que os decretos governa- mentais, é o que tem levado as multidões que não trabalham nos setores essenciais ao isola- mento social. No que se refere à aparên- cia enganadora das rela- ções sociais capitalistas, que corrobora o liberalismo em conjunturas ditas normais, pois passa a falsa ideia de que vivemos em um mundo justo de troca de mercadorias entre iguais, no qual a criação da riqueza é característica do capitalenãodosassalariados, o isolamento em massa e a paralisia do setor de serviços causaram um rebaixamento momentâneo relevante da alienação da consciência dos trabalhadores, já que eviden- ciaram, até certo ponto, o fato de que não há produção de valor econômico ou consumo final, duas variáveis estru- turantes, sem a atividade e a fruição dos indivíduos que laboram. A ideologia domi- nante ficou nua em público em poucas semanas. Assim como ocorre durante uma hiperinflação, que quebra conjunturalmente a falsa ideia de que o traba- lhador oferece oito horas de trabalho e recebe o equiva- lente em salário, a paralisia parcial da produção durante a pandemia também revela em alguma medida o fenômeno da mais-valia e evidencia que o sistema não se fundamenta na troca de mercadorias entre iguais, mas na apropriação de um valor excedente por um dos lados da equação econô- mica, e que a atuação empre- sarial é dispensável diante de uma possível auto-organiza- ção dos assalariados e autô- nomos. Um efeito análogo ao de uma greve geral planetá- ria. E, como se sabe, as greves gerais prefiguram revoluções, mesmo que não sejam sufi- cientes para um desenlace revolucionário, pois este pres- supõe também decisões das vanguardas políticas. Essa realidade está, de um lado, inquietando as corpora- ções capitalistas e, de outro, as obrigando a aceitar a quaren- tena massiva como uma concessão aos trabalhadores, diante da alternativa poten- cial de desobediência civil ou rebelião aberta. O grande capital tem sido obrigado a aceitar perdas nos setores de serviços e comércio presen- cial, mas, na medida em que a maior parte da população legitima por razões de sobre- vivência a atividade nos seto- resessenciais,temconseguido garantir a continuidade do trabalhonaindústria,naagro- pecuária, no comércio digital e nos meios de comunicação, ramo este no qual se encon- tram as poderosas empresas tecnológicas, inseridas na ponta da economia. A situa- ção radicaliza a tendência de aumento do trabalho à distân- cia presente anteriormente, o que tem facilitado a convivên- cia do sistema econômico com o isolamento social. Estabeleceu-se uma espé- cie de empate entre capital e trabalho, alienação e esclare- cimento, mercado e Estado. Situação diferente da conjun- tura anterior, na qual os traba- lhadores estavam perdendo de goleada e o neoliberalismo triunfava impávido. A maio- riadosgovernantesquetoma- ram as medidas adequadas de combate à covid – 19 viram sua popularidade aumentar, uma repetição de fenômeno frequente durante guerras e pandemias, pois são situações nasquaisasociedadeficamais dependente da coordenação estatal para se reproduzir. O caso brasileiro é prova adicio- nal, pois a popularidade de Bolsonaro, o genocida, caiu significativamente. A atitude resoluta de auto- preservação da maioria dos trabalhadores, isto é, a verda- deira greve geral planetária quefazemserecusandoalabo- rar sem as condições mínimas desegurançasanitária,eofato de vários setores econômicos continuarem funcionando, dando sobrevida ao capital, sinalizam que a superação da pandemia coordenada por instâncias estatais fortalecidas será lenta e se desenrolará na maiorpartedospaísesdurante todo o ano de 2020, além de impactar nos próximos anos. As corporações capitalistas já conseguiram enormes bene- fícios dos governos e traçam planos para reafirmar o neoli- beralismo na fase de transição e no pós-pandemia. Os sindi- catos e movimento sociais de esquerda, por seu lado, têm procurado defender o direito àquarentena,apoiarosprofis- sionaisdesaúdeeapopulação mais empobrecida e trans- formar a momentânea cons- cientização anticapitalista espontânea em um momento mais avançado da consciência de classe. Golbery Lessa Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, no Ministério da Economia O isolamento social é uma reivindicação dos trabalhadores