A Matriz de Risco, composta por capacidade hospitalar, número de óbitos e taxa de crescimento de infectados, será usada para determinar as etapas de retomada das atividades em Alagoas. Mais de 30 ruas no Tabuleiro do Martins receberão obras de infraestrutura respeitando normas de segurança contra a Covid-19.
O Dia Digital - MP: “FLÁVIO LIDERAVA AORGANIZAÇÃOCRIMINOSA”
Matriz de Risco e capacidade hospitalar determinarão retomada em Alagoas
1. Capacidade hospitalar,
número de óbitos e taxa de
crescimento de infectados
serão determinantes para a
retomada das atividades em
Alagoas. O comportamento
dessa “Matriz de Risco” é que
dirá às autoridades como deve
ser feito o retorno gradual às
atividades econômicas.
Mais de 30 ruas no Tabu-
leiro do Martins estão inclu-
ídas no cronograma de ações
da infraestrutura do municí-
pio. Os serviços estão sendo
executados respeitando as
normas de segurança em
razão da pandemia de Covid-
19, com os trabalhadores
utilizando os EPIs.
Alagoas l 28 de junho a 4 de julho I ano 08 I nº 383 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
TEREMOS CAMPEÃO? APENAS CRB E CSA DEMONSTRARAM INTERESSE PELA SEQUÊNCIA DO CAMPEONATO ALAGOANO
“SEU LUIZ”
Um pouco do
convívio com Luiz
Carlos Barreto,
no extinto
O Jornal,da
Comendador
Leão,no Poço
TRABALHO INFANTIL
Divulgação
MárcioFerreira
CENTRO UNIVERSITÁRIO afirma que disponibiliza aulas em plataforma digital e que as práticas laboratoriais e estágios serão repostos
ODONTOLOGIANAUNIT
Alunos dos 9º e 10º períodos dizem que
pagam mensalidades e não têm aulas
Em coletiva de imprensa,junto com os secretários,governador explicou as condições que vão determinar a retomada
10
2
8
COVID-19 NOVA MACEIÓ
Avanço ou
recuo dirá
como será
a retomada
Mais de
30 ruas no
Tabuleiro
terão obras
3
A
lagoas está entre os quatro estados no Nordeste que mais
reduziram o trabalho infantil na agricultura, no período de
2006 a 2017. Os dados mostram uma redução de mais de 60%
do trabalho infantil. Sendo que, em 55 municípios alagoanos, a
redução variou de 50% a 100%. Em Palmeira dos Índios, Canapi,
Igaci,Inhapi,Traipu,São Sebastião e Água Branca a redução variou
de 70% a 100%. O levantamento foi feito pelo Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), com base
no Censo Agropecuário de 2017, realizado pelo IBGE. 4
7
2. 2 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
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ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Deraldo Francisco Jornalista
C
onheciLuizCarlos
BarretodeGóesno
início da década
de 90. Eu estava no comecinho da
profissão. A empresa da qual ele
era sócio, O JORNAL (respeito ao
leitor), também estava no início.
Ele tinha vindo de Sergipe inves-
tir na comunicação emAlagoas na
sociedade com um velho amigo
empresário. Esse sócio era o lado
do empregador na empresa. “Seu
Luiz” era o lado mais humano,
mais próximo dos trabalhadores.
Quando o outro dono dizia “isso
é com Luiz Carlos”, o trabalha-
dor tinha a certeza que seria bem
tratado. Que tudo seria resolvido
da melhor forma.
Luiz Carlos era o ponto de
equilíbrio na empresa. Tremenda
habilidade para distensionar
questões de grandes embaraços.
Embora dono de uma empresa de
comunicação, ouvia mais do que
falava. Isso mesmo: ele gostava de
ouvir as pessoas e pedir a opinião
delas para resolver questões
eminentemente dessas pessoas.
“Como você pretende resolver
isso,meufilho?Diga!”.Ouviessas
declarações muita vezes.
Eraumhomemdepaz,sensa-
tez e bastante justo. Fazia-se
entender facilmente. Cruzava os
braços quando ia conversar, incli-
nava a cabeça para o lado e ouvia
o interlocutor, pacientemente.
No final, a pessoa sempre saía do
encontro mais aliviada, pronta
pararetomaravida,dependendo
da gravidade do problema discu-
tido. Seu Luiz transmitia essa
sensação de paz.
Durantequasedezanostraba-
lhando com ele, só tenho
boas lembranças para
contar. Uma delas,
de tão grave, só eu
e ele [imagino] fica-
mos sabendo. Final
da década de 90, a
Gangue Fardada
me ameaçava de
morte toda semana.
Como eu era repór-
ter de Polícia,
entendia
s e r
arriscado tornar a informação
pública e despertar outros desa-
fetos. Esse tema foi tratado com
pessoas que poderiam ficar
sabendo e, nos bastidores, toma-
rem as providências. Coloca-
mos em prática a operação: “o
hóspede”.
Ele “me escondeu” na casa
dele por alguns dias. A família
dele não sabia porque eu estava
lá.Seriasómaisumhóspede.Saía
de lá para ir trabalhar e voltava
com ele para o “esconderijo”.
“Enquanto eu estiver aqui
[vivo] ninguém mexe
com você”. Ele dizia
isso e eu me sentia
seguro, embora ele
não portasse um
canivete. Até que a
maioriadosmembros
daGangueFardadafoi
presaeeupudedeixaro
“exílio”. Foi uma
asa prote-
t o r a
n o
momento em que eu me sentia
na mira dos bandidos de farda.
Nesse período, numa madru-
gada de um sábado, os bandidos
cercaram meu carro (Fiat Uno
preto, o Graúna), nas proximida-
des de minha casa, na Colina dos
Eucaliptos), mas eu não estava ao
volante. Um parente meu, loiro e
bem diferente de mim era quem
estava com o carro. Eu estava
dormindo, na casa do Seu Luiz.
Detalhe: eram bandidos mesmo.
Com a venda de O JORNAL,
em 2003, a gente se afastou do
contato diário. Eram poucas as
visitas à casa dele. Mas, eu era
sempre bem recebido por ele e
elogiado de forma até exagerada.
Pelo menos era assim que eu
entendia.
Nossos encontros foram se
reduzindo e chegaram a dois ou
três por ano. Pelo celular, sempre
tratávamos do nosso assunto
preferido:jornalimpresso.Opapo
já era mais formal e uma narrativa
umpoucodesconexa.Otempofaz
isso com a gente.
Pensei nele nessa pandemia.
Sabia dos riscos pela idade e algu-
mascomorbidades.Atéquerecebi
a informação que ele estava inter-
nado, intubado, numa situação
crítica. O portador foi seco: “Luiz
Carlos está mal”.A tristeza tomou
contademim.Tinhamedoqueele
não aguentasse o tranco.
Dia seguinte, pedi informa-
ções à mesma fonte e recebi a
notícia que ele tinha apresentado
uma boa reação. Vibrei, como ele
fazia comigo quando gostava de
uma matéria minha. Não demo-
rou, recebi a informação do faleci-
mento do Seu Luiz.
A gente custa a acreditar em
casos de morte, mas essa doença
nostornoumaisfamiliarizadocom
os arrebatamentos. A gente sente
toda morte que nos informam,
mas acaba aceitando diferente de
como era antes da pandemia. Ela
até nos afasta do “último adeus”
ao amigo. Da missa de sétimo dia.
Como se estivéssemos falando
de algo que poderemos resolver
depois que a pandemia passar.
VaicomDeus,SeuLuiz!Muito
obrigadopelaoportunidadequeo
senhormedeu.Pelaproteção.Pela
paciência e pelos ensinamentos
para ter paciência e buscar o equi-
líbrio.
Adeus a Luiz Carlos
A
p r i s ã o d e
Fabrício Quei-
roz na casa de
Wassef até então advogado da
família Bolsonaro, com grande
tráfego dentro do Palácio do
Planalto, mesmo sem assinar
um documento sequer como
patrono em autos, poderá trazer
várias repercussões. O que a
prisão de Queiroz e a atuação de
Wassef podem implicar a Bolso-
naro e ao seu clã?
O que se sabe até agora é
que o paradeiro de Queiroz há
muito tempo era desconhecido,
mesmoquandoeleaindanãoera
considerado foragido da justiça,
poisosujeitonãoeraencontrado
sequer para prestar depoimen-
tos/esclarecimentos.
O advogado da família
Bolsonaro, Wassef, deu muitas
entrevistas ao longo da semana
onde negava conhecer o para-
deiro de Queiroz mesmo este
tendo sido preso em um imóvel
de sua propriedade, na cidade
deAtibaia. Também negava que
a família Bolsonaro, principal-
mente o Presidente, conhecia
seu paradeiro. Mas, agora em
entrevista à Revista Veja, Wassef
diz que mentiu e que ele mesmo
escondeu Queiroz e reitera que
o clã Bolsonaro não sabia disso.
Vale lembrar que no dia
da prisão de Queiroz, Bolso-
aro fez uma live no fim do dia
não pra tratar dos 50 mil óbitos
por COVID-19 que o país tinha
atingido e sim para fazer uma
defesa injustificada de Queiroz,
aodizerquesuaprisãoeramidi-
ática e ainda disse que Queiroz
estava emAtibaia porque ficaria
mais próximo ao hospital onde
faria tratamento.
Muitos nomes começaram
a surgir no caso Queiroz e que
estãofazendocomqueopróprio
presidente se sinta acuado a
ponto de mudar o tom de seu
discursocontraasinstituiçõesda
democracia como o Congresso
Nacional e o STF (Supremo
Tribunal Federal).
Até então, só se falava em
Queiroz e seu esquema. Depois
se envolveu sua esposa e sua
filha, a primeira inclusive está
foragida e agora se pergunta
“quemestáescondendoaesposa
do Queiroz?”. A esposa e a mãe
do miliciano e amigo de Quei-
roz,Adriano da Nóbrega, morto
emoperaçãodapolícianaBahia.
O suplente do senador Flávio
Bolsonaro, Paulo Marinho, que
também prestou declarações
alegandoqueoclãBolsoraorece-
beu informações privilegiadas
(e ilegais) vazando operação da
Polícia Federal e agora o advo-
gado Wassef que deu guarida
para Queiroz.
Quemseráoprimeiroafalar,
arevelarmaisdoqueapolíciase
sabe? Será a esposa de Queiroz
quando for encontrada? Será
o próprio Queiroz que agora
não está mais escondido e, pelo
que se percebe estava escon-
dido porque se fosse preso
talvez “abrisse o bico”. Adriano
da Nóbrega foi supostamente
morto em decorrência da opera-
ção,masháquemfaleemexecu-
ção, Queiroz não teve o mesmo
azar.
OqueWassefsabe?oquanto
ele está implicado?
Será que os inquéritos irão
se cruzar? O inquérito iniciado
pela denúncia de então Ministro
Sérgio Moro de interferência do
Presidente na Polícia Federal e
o inquérito que envolve Flávio
Bolsonaro e Fabrício Queiroz e
a “rachadinha” de seu gabinete.
É preciso esperar os próximos
capítulos dessa novela. O que se
sabe é que o discurso do Presi-
dente já mudou. Que Flávio
Bolsonaro diz que isso é pra
atingir seu pai, enquanto tenta
a todo momento barrar as inves-
tigações. Muita água ainda tem
pra correr por baixo dessa ponte
de corrupção e criminalidade.
Uma teia de implicações
3. Ariel Cipola
Repórter
A
Matriz de
Risco que
irá basear
novas medidas de implanta-
ção das etapas de distancia-
mento social controlada no
estado foi apresentada pelo
GovernodeAlagoas.Oanún-
cio foi feito pelo governador
Renan Filho, e pelos secretá-
rios, Alexandre Ayres, Fábio
Farias e Fabrício Marques,
durante entrevista coletiva
virtual na sexta-feira, 26. A
Matriz será composta por
três dimensões estratégicas
a serem observadas para a
mudança de fase; dimensão
capacidade hospitalar insta-
lada, dimensão evolução dos
óbitos por semana epidemio-
lógica e taxa de crescimento
de infectados por Covid-19.
A dimensão capacidade
hospitalar instalada terá três
indicadores: taxa de ocupa-
ção de leitos com respirado-
res que inclui leitos de UTI e
leitos intermediários, taxa de
ocupação de leitos gerais e
oferta de leitos com respira-
dores por 100 mil habitantes.
Atualmente a taxa por habi-
tantes em alagoas é uma das
melhores do Brasil, está em
8,09 por 100 mil habitantes,
em São Paulo – estado mais
rico do Brasil -, por exemplo,
a taxa é de 3 a cada 100 mil
habitantes de leitos exclusi-
vos para pacientes infecta-
dos pela Covid-19.
A dimensão evolução de
óbitos por semana epide-
miológica será analisada
de domingo a sábado, onde
será analisada a taxa de
letalidade, que é a relação
número de óbitos em relação
ao número de casos e a taxa
de crescimento de infecta-
dos que é o número de casos
ativos sob o total de casos
recuperados.
O secretário estadual de
Gestão, Fabrício Marques
explicou que só após essa
análise dos números da
Matriz de Risco, o corpo
técnico e científico da Secre-
taria Estadual de Saúde
(Sesau), tomará novas medi-
das de distanciamento e de
reabertura do comércio.
Para o secretário do Gabi-
nete Civil de Alagoas, Fábio
Farias, o Governo do Estado
tem se destacado por estar
se baseando em três pilares
que são considerados por ele
fundamentais: Ética, trans-
parência e proximidade.
Farias também destacou que
o governo conseguiu reunir
e ouvir diversos segmentos
da sociedade, o que possibi-
litou um esforço mútuo no
combate a pandemia.
“Desde o início nós
percebemos que não terí-
amos sucesso sem o apoio
da sociedade. Alagoas foi o
estado mais bem colocado
no ranking da transparência.
Todos os decretos de isola-
mento foram trabalhados de
maneira coletiva, em parce-
ria com diversos segmentos
da sociedade. A imprensa
também tem seu lugar de
destaque, pois tem contribu-
ído de maneira crucial para o
combate de notícias falsas e
levando a informação verda-
deira para o povo alagoano.
O Gabinete Civil e o Gabi-
nete de Crise continuarão
no mesmo ritmo de conversa
e diálogo com todos os
segmentos da sociedade de
forma clara e transparente”,
disse Farias.
3O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Papel da imprensa no combate às fake news
Renan Filho finalizou a
coletiva agradecendo os seus
secretários, destacou mais uma
vez a postura da imprensa
no combate não só da pande-
mia, mas também das notícias
falsas. O governador pediu
mais uma vez a colaboração de
todos, também voltou a fazer o
apelo que a população respeite
as normas vigentes do decreto
estadual.
“Quero agradecer aos
secretários e principalmente
a imprensa, estamos vivendo
um momento no Brasil de
muitas fake news, e a imprensa
tem papel fundamental nisso,
passando a notícia verdadeira.
Estamosvencendoapandemia,
mas isso é dinâmico, por isso
estamos estudando semana
a semana, não sairemos sozi-
nhos dessa pandemia. Temos
que integrar os esforços, preci-
samos pedir a sociedade que
as medidas de distanciamen-
tos social sejam cumpridas, a
higienização,ousodamáscara,
o fechamento dos comércios
não essenciais, tudo isso foi um
esforçonuncavistoemAlagoas,
mas todas essas dificuldades
foram necessárias para preser-
var a vida. A estabilização da
curva é fruto de todos esses
esforços. Ninguém gostaria de
estar vivendo essa pandemia,
todosnósgostaríamosqueesse
vírus não existisse, mas infe-
lizmente ele ta aí, e temos que
unir esforços para estabilizar
a curva e seguir novos passos.
Nós construímos uma matriz
de risco com indicadores técni-
cosparaagentevoltaranorma-
lidade com segurança, vamos
continuar conduzindo o estado
com responsabilidade. Hoje
ainda estamos na área verme-
lha, mas no final da próxima
semana iremos apresentar os
novos números, após avalia-
ção de toda a parte científica e
técnica,iremosanalisarediscu-
tir,paraenfimtomardecisões”,
disseRenanFilho.
Números caem em Maceió e sobem no interior
O secretário estadual de
Saúde, Alexandre Ayres,
voltou a afirmar que os
números da capital estão
apresentando uma melhora
significativa, mas no inte-
rior os números ainda estão
aumentando. Atualmente a
ocupação de leitos de UTI
equipados com respiradores
na rede pública está em cerca
de 70%, e dos leitos gerais
estãoumpoucoacimade50%.
Ayres também explicou como
se dará a implementação das
novas etapas de distancia-
mento em todo estado a partir
do início do mês de julho.
“É importante ressaltar
que o Governo de Alagoas
em todos os momentos prio-
rizou o diálogo com a ciên-
cia, e nesse momento não é
diferente, todo esse estudo
elaborado pela secretaria
de Saúde em parceria com
o Planejamento, e com as
demaissecretariassempresob
acoordenaçãodogovernador,
foi feito com dados técnicos
analisando as semanas epide-
miológicas de que maneira
nóspoderíamosencontrarum
cenário para passarmos de
fase no sentido de que a gente
pudesse a partir de agora
conviver com a doença. Lá
atrás, em março, quando nós
baixamosoprimeirodecretoo
nosso pedido à sociedade era
que se isolassem socialmente
com o fechamento do comér-
cio para que possibilitasse que
a Saúde pudesse ampliar sua
rede hospitalar. Fizemos um
esforço muito grande. Hoje
já temos mais de 1.180 leitos
abertos em funcionamento
exclusivo para o enfrenta-
mento da Covid-19, e agora é
chegado o momento de que a
gentepossaacompanharesses
números e avançar de fase,
possibilitando que a gente
conviva com essa doença.
Nós temos uma tendência
de estabilização na capital,
isso não foi feito com base em
´achismo´. A gente tem acom-
panhado esses números com
a nossa equipe de epidemio-
logia e infectologistas, que
tem observado uma dimi-
nuição no fluxo nas centrais
de triagem, na ocupação dos
leitos nas UPAs. Quem não
se lembra do maio passado
quandoasUPAsestavamlota-
das? Com base nesses dados,
a gente tem sentido essa esta-
bilização, principalmente na
capital. Temos um cenário de
expansão, ainda tímido, mas
uma expansão dos números
da transmissão do vírus no
interior. Então com base nessa
Matriz de Risco nós iremos
acompanhar semanalmente
os dados com esses parâme-
tros e esses eixos estudados e
apresentados pelo secretário
Fabrício,ecomissonósiremos
num debate com a classe da
ciência, apresentar semanal-
mente as possibilidades de
ampliação do distanciamento
oudepermanênciaaténafaixa
presente naquela semana. Os
dados serão estudados toda
semana, como já vem sendo,
e nós iremos de acordo com
as cores, com os parâmetros
aquiapresentados,comunicar
ao governo do estado o que a
ciência, o que a Saúde, orienta
para que a gente possa avan-
çar ou permanecer na fase
atual”, afirmouAyres.
Abertura gradual do comércio
depende de controle do vírus
MATRIZ DE RISCO é que vai basear autoridades de saúde para a adoção de medidas com etapas de distanciamento social
Renan Filho explicou trabalho da equipe. pediu mais compreensão à população e destacou atuação da imprensa
4. LuizLuan
Ascom
O
t r a b a l h o
infantil é uma
realidade em
todo o Brasil e pode figurar em
várias esferas da sociedade e
da indústria, incluindo a agri-
cultura. A boa notícia é que
Alagoas está entre os quatro
estados do Nordeste que mais
reduziram o trabalho infantil
na agricultura entre os anos
de 2006 e 2017, de acordo com
levantamento feito pelo Fórum
Nacional de Prevenção e Erra-
dicação do Trabalho Infantil
(FNPETI), com base no Censo
Agropecuário de 2017, reali-
zadopeloIBGE.
Os dados mostram redu-
ção de mais de 60% do traba-
lho infantil na agricultura do
estado, tendo diminuído entre
50% e 100% em 55 dos 102
municípios. Em alguns deles,
comonoscasosdePalmeirados
Índios, Canapi, Igaci, Inhapi,
Traipu, São Sebastião e Água
Branca,areduçãodestamãode
obraindevidafoide74%a90%.
Ao todo, 72 municípios
reduziramotrabalhoinfantilna
agriculturanesteperíodo,tendo
27destesrecebidorecursofede-
ral de 2004 a 2018 para a execu-
ção das Ações Estratégicas do
Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil (Aepeti), com
o acompanhamento e monito-
ramento da equipe de referên-
ciadoProgramadeErradicação
do Trabalho Infantil (PETI), da
Secretaria de Estado da Assis-
tência e Desenvolvimento
Social(Seades).
O estudo ainda aponta
que a maior parte do trabalho
está na produção de lavouras
temporárias, na pecuária e na
criação de outros animais e que
83,5% das crianças e adoles-
centes com menos de 14 anos
de idade, trabalhando no meio
agrícola, concentravam-se na
agricultura familiar.A maioria
dos outros 16,5%, que estavam
em trabalho não familiar não
possuíagraudeparentescocom
o proprietário, situação que
expõe estes jovens a um risco
maiordeexploraçãodireta.
Marluce Pereira, Técnica de
ReferênciaEstadualdoPETIda
Seades, diz que a redução do
trabalho infantil em Alagoas
nosúltimosanossedápelacria-
ção de programas de incentivo
à agricultura familiar, como
o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), Programa
Nacional deAlimentação esco-
lar(PNAE),ProgramaNacional
de Fortalecimento da Agricul-
tura Familiar (Pronaf), além do
fortalecimento do Programa
Bolsa Família. “Esses progra-
mas melhoraram a renda das
famílias e permitiram a susten-
tabilidade da agricultura fami-
liar. O recurso federal para
o PETI nos municípios com
maior incidência de trabalho
infantiltambémpodeserconsi-
derado um dos programas que
contribuíramparaessaredução
significativa”,esclareceu.
4 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
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Alagoas tem redução de mais de 60% do
trabalho infantil na agricultura do estado
LEVANTAMENTO:Palmeira,Canapi,Igaci,Inhapi,Traipu,SãoSebastiãoeÁguaBrancasãoosquemaisreduziramaexploração
5. PUBLICIDADE
5O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
redação 82 3023.2092
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6. Devidoàsvivênciasexercitadas,experiênciasacumuladase
valores constituídos,a postura de uma pessoa idosa inclina
para ser solidificada a cada ano e possivelmente habitar
numa zona de conforto satisfatório.Assim sendo, é natural
que as pessoas de idades avançadas se blindem.Invólucro
esse que tem no primeiro a ponderação, as vezes o receio
e outros sentimentos. Com a nova norma social atribuindo
umisolamentosocialemfunçãodanovapandemiadocoro-
navírus que se alastrou rapidamente, o grande pedido que
os governantes e figuras públicas fazem - além, claro, das
medidasdehigiene,éparaquempuderficaremcasa,ficar,
de fato, em casa, alguns choques habituais foram inevi-
táveis. Mesmo tendo, a duras pena, que enfrentar o ficar
confinado largando mão de toda uma rotina antienvelheci-
mentoquejáfaziapartedavida.Principalmenteparaaque-
les idosos que,com o processo da aposentadoria,planejou
um estilo de vida prazeroso.A alternativa mais sensível e
conscientefoiacolherumadasalternativasqueasociedade
aderiu com mais poder de utilidade e funcionalidade para a
sobrevivência,que foi o uso das novas tecnologias virtuais.
Que para as pessoas das faixas etárias mais jovens não foi
problema devido à contumaz cultura.Mas,para as pessoas
idosos para se adaptar a esse novo hábito tiveram de se
disponibilizarem.
A pandemia de coronavírus no Brasil já afetou a participa-
ção do segmento idoso no mercado de trabalho. Devido
às especulações e concepções pandêmicas, aumentou
assustadoramente a quantidade de pessoas com 60 anos
ou mais, que deixararam a força de trabalho. Mais de 1,3
milhãodeidososdeixaramdetrabalharoudeprocurarum
emprego, na comparação do primeiro trimestre de 2020
comomesmoperíododoanoanterior.Conformepesquisa
elaborada pelo economista Bruno Ottoni, pesquisador do
IDados e do Ibre/FGV.O grupo de pessoas com 60 anos ou
mais que deixaram de trabalhar ou de procurar emprego
representa 64% do total de mais de 2 milhões de brasilei-
ros que deixaram a força de trabalho nesse mesmo perí-
odo. É esperado que as pessoas mais velhas, inclusive
devidoaaposentadorias,sejamproporcionalmenteasque
mais saiam da força de trabalho, mas Ottoni diz que ficou
impressionado com o volume, ao levantar os dados do
perfil de quem deixou o mercado de trabalho no começo
da pandemia. Ele lista hipóteses para a aceleração da
saída dos mais velhos do mercado de trabalho, como a
decisão de pessoas já aposentadas de deixar um trabalho
informal para ficar em casa ou a opção dos empregado-
res por funcionários mais jovens (e menos vulneráveis à
doença).
Reprodução da: https://economia.uol.com.br/noticias/
bbc/2020/06/24/coronavirus-por-que-pandemia-esta-
-acelerando-a-saida-de-idosos-do-mercado-de-traba-
lho.htm?cmpid=copiaecola.
Disponibil-idade
Covid-19,idoso e trabalho
Ginástica laboral no home office
O trabalho em home office foi uma
realidade que chegou para muita gente
de surpresa nos últimos meses. Quem
nunca achou que precisaria trabalhar
em casa, ficou sem escolha e teve que
enfrentar as dificuldades para se adap-
tar, visto que as residências, em sua
maioria,não são preparadas para aten-
der as necessidades trabalho.
Para cuidar da saúde e bem-estar de seus colaboradores, a ginástica laboral
feita via internet é uma opção eficaz a ser promovida por empresas.Em Maceió,
a Uninassau (Centro Universitário Maurício de Nassau) deu início aos exercícios,
uma vez por semana, sendo ministrados por um profissional de Fisioterapia e
Educação Física.
“O bem-estar dos nossos colaborados sempre foi prioridade. Neste momento
tão complicado,é importante um olhar especial para cada funcionário que,com
muita determinação, continua fazendo a instituição funcionar. Promover ações
que prezem pela saúde da equipe é fundamental”, diz o reitor da Uninassau
Maceió,Avelino Balbino.
Mulher que Inspira
“Seja você a mulher que inspira”, este
é o tema do curso online que será
ministrado pela coach de desempenho
Rafa Portela e pela psicóloga Sandra
Carvalho a partir do dia primeiro de
julho.A ideia é realizar uma jornada de
autoconhecimento e poder da mulher.
Serão seis encontros,todos online,pela
plataforma Google meet, sempre das
19h às 22h.
O curso inclui mapeamento do perfil comportamental,e-book com todo material
teórico do curso, Certificado de conclusão e mentoria por 7 dias. Rafa Portela
explica: “O curso é recomendado para quem deseja conhecer seu propósito,
investir em conhecimento e ser protagonista da sua vida e carreira”.
O investimento é de R$ 197,00.As inscrições estão sendo realizadas pelo site:
www.rafaportela.com.br.Outras informações:82 9 8801-7246.
“É preciso ter muito
cuidado com a postura.
No home office,o
indivíduo pode ficar
muito tempo no mesmo
lugar com a postura
errada e,com o passar
do tempo,as dores
começam a surgir.
Então,o recomendado
é colocar na rotina ao
menos um momento
de alongamento
ao dia”
Daniel Pestana, Fisioterapeuta
e Educador Físico, coordenador de
curso na UNINASSAU Maceió.
6 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
Queda em idosos! Violência que importa
Se discorrer sobre
quedas em idosos
já é um eminente
desafio, imagine
ter que discer-
nir sobre que, a
queda de uma
pessoaidosapode
ser uma violên-
cia. E para deixar
mais ainda num clima junino (com labaredas, calor das fogueiras e estouros de
bombas) parametrizar as quedas no estado de Alagoas.Tema que não foi difícil
para os quatro mobilizadores convidados:o fisioterapeuta e o advogadoAugusto
César; a psicóloga e coach Neilma Paz; a arquiteta Nara Sá e para a educadora
física Nina Silver. Conforme a tendência da atualidade, o evento foi remoto pelo
meet google como o nome de I Encontroweb Observacional Sociotecnológico
e foi mediado por esse jornalista e geronteiro Francisco Silvestre. O encontro
idealizado pelo Observatório do Idoso emAlagoas (OIA) aconteceu,no último dia
24dejunho,marcandoapassagemdoDiaMundialdaPrevençãodeQuedasem
Idosos, com o título que está nomeando esta nota e foi promovido pela Ideias &
Ideais Cursos e Eventos Gerontológicos.
Gratidão
Nossa homenagem lembrativa é a forma mais singela de expressarmos nossa
eterna gratidão a quem primeiro apostou neste projeto de ser o primeiro espaço
de mídia imprensa de Alagoas e do Nordeste. Estamos louvando um camarada
amigo, Luiz Carlos Barreto de Góes, que faleceu no dia 23 de junho, que com
ousadia e referências administrativas e jornalísticas que lhe eram peculiar,publi-
cou nas páginas do Jornal Primeira Edição,esta coluna por oito anos.
CAFÉ&NEGÓCIOS redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com
O mercado das máscaras
A empresa alago-
ana LibertStyle
tem como foco
produzir cami-
sas. Em meio a
esta pandemia o
empresário Anto-
nio Martins viu
na produção de
máscaras uma
ótima oportuni-
dade de negócios.
“Uma vez que já
produzíamos as
camisas, a cria-
ção das máscaras
tornou possível o
aproveitamento
de pequenos
cortes que seriam
descartados no
lixo. Desta forma,
começamos a criar um produto de qualidade com design moderno e preço justo
para atender a população nesse momento”,explicou o empresário.
Para ampliar as vendas,Antonio fez parceria com farmácias, salões de beleza
e barbearias.Tem dado certo e as encomendas só aumentam. Para conhecer
as máscaras e outros produtos, acesse no Instagram: @libertmcz.A empresa
atende pelo 82 9 9907-0238.
Reabertura do Centro
Lojistas do Centro estão na expectativa para a reabertura das lojas até 400m² no
dia 1° de julho,já que o decreto vai até o dia 30.
AAliança Comercial de Maceió demonstra preocupação caso não ocorra a reto-
mada.
O presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Santos, alerta que se for
assim,muitas empresas do Centro irão quebrar,além de gerar um alto índice de
desemprego.
PODERGrisalho Francisco Silvestre
silvestreanjos@bol.com.br
Coroavívus
Um dos estímulos naturais e mais primário do ser humano é
a vontade de transformar adversidades em oportunidades
para atender uma conjuntura satisfatória da sua vida.Tendo como
exemplo o homem, ele experimenta essa inspiração desde o
nascer com sua primeira mamada. Logo depois com o processo
dos seus primeiros passos tem como continuidade vital os demais
desafios de cada faixa etária e etapas de sua existência. Estudos
relatam que é na velhice que esse desafio se torna uma peleja
mais árdua.Também destaca que se o desenvolvimento cultural
tenhasidopreparadodesfavoravelmente,tendearesultantenuma
velhice indigna.Porém,é nesse tempo de Covid-19 que mais uma
vez, uma parcela do segmento idoso surpreendeu a todos e as
ciências que a investiga. Foi observado que as pessoas de idades
avançadas situadas na assinalada parcela, que elas não se inti-
midaram com os obstáculos encontrados durante o isolamento
social e a todo tempo buscaram não abrir mão da sua vitalidade,
da sua vigoridade,do seu rejuvenescimento,da sua longevidade e
da identidade de coroavívus.
7. M
ais ruas do
Tabuleiro
do Martins
estão recebendo serviços de
esgotamento sanitário, por
meio do projeto Revitaliza
Maceió, que integra o Nova
Maceió. O programa leva
saneamentobásico,drenagem
e pavimentação para centenas
de ruas da capital. As obras
no bairro, que têm o financia-
mento do Banco do Desenvol-
vimento da América Latina
(CAF),estãosendoexecutadas
pela Prefeitura de Maceió, por
meio da Secretaria Municipal
de Infraestrutura (Seminfra).
As equipes da Seminfra
seguemdiariamentecomuma
programação de serviços, que
vão desde a etapa inicial –
instalação da rede coletora de
esgoto – até a pavimentação,
para atender as necessidades
de cada rua contemplada pelo
programa.
Somente no Tabuleiro do
Martins, desde a segunda-
-feira passada, as equipes
concentram os serviços em
oitoruaspararealizarasobras
de saneamento, que consis-
tem na instalação da rede de
esgoto e poços de visitas.
Dentro da programa-
ção desta semana estão as
ruas José Sales Pitombeira,
Pedrosa, José Correia Torres,
Pastor Tavares, Cícero Freitas
da Silva, José Bandeira Bastos,
CruzeiroeCarlosFranciscode
Farias.
Antes delas, outras ruas
também já iniciaram os servi-
ços de instalação das redes
coletoras de esgotos. São elas:
Rua João Lins Calheiros, Rua
Doutor Jones Castro Lisboa,
Eduardo Pinheiro, Romeiro
deAvelar e Rua Rotary.
Todos os serviços estão
sendoexecutadosrespeitando
as normas de segurança em
razão da pandemia de Covid-
19, com os trabalhadores
fazendousodeEquipamentos
de Proteção Individual (EPIs).
No Tabuleiro do Martins,
cerca de 30 ruas estão incluí-
das no cronograma de ações
deinfraestrutura,incluindoas
que fazem parte do contorno
de quadra da Bomba do
Gonzaga e a rua do Instituto
Médico Legal (IML).
Para o coordenador do
projeto Revitaliza Maceió,
Vitor Albuquerque, as obras
que a Prefeitura de Maceió
está levando para centenas de
bairros da capital são necessá-
rias, mesmo diante da pande-
mia.
“Sãoregiõesondeaspopu-
lações sofrem com poeira e
lama, condições que levam a
problemas respiratórios ou
mesmo doenças infecciosas
causadas pela falta de sane-
amento básico. O projeto
busca resolver esses proble-
mas, melhorando questões de
saúdepública,evitandotrans-
tornos de locomoção, dando
condições de vida adequadas
para os moradores”, afirma o
coordenador do projeto.
Ao final, o resultado no
Tabuleiro do Martins será de
27 mil metros de saneamento,
3.819 metros de drenagem e
63.710,88 m² de pavimenta-
ção.Nototal,maisdecincomil
residências serão beneficiadas
com ligações domiciliares.
NOVA MACEIÓ
Lançado em agosto do ano
passado pela Prefeitura de
Maceió, com ações coordena-
das pela Secretaria Municipal
de Infraestrutura (Seminfra),
o Nova Maceió irá investir,
aproximadamente, R$ 420
milhões em 400 ruas da capi-
tal.
Serão mais de 400 mil
metros quadrados de pavi-
mentação, mais de 40 mil
metros de rede de drenagem
pluvial e, aproximadamente,
100 mil metros de rede cole-
tora de esgoto.
Os recursos são oriun-
dos do Banco de Desenvol-
vimento da América Latina
(CAF), Banco do Brasil,
Codevasf, Governo Federal e
verba própria da Prefeitura de
Maceió.
7O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
COTIDIANO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Nova Maceió amplia serviços
de saneamento no Tabuleiro
PROGRAMA leva esgotamento sanitário, drenagem e pavimentação asfáltica a centenas de ruas da capital
Nova Maceió traz obras que representam mais qualidade de vida para os moradores dos bairros contemplados
MarcoAntônio/SecomMaceió
8. Q
uem começa
u m c u r s o
superior não
quer nem pensar na possibi-
lidade de perder disciplinas
e ter que adiar a tão sonhada
formatura, que não somente
representaofimdaquelaépoca
acadêmica,masoinícioefetivo
de uma nova profissão e a
busca de vaga no mercado de
trabalho, além da perspectiva
desucessoprofissionalefinan-
ceiro. Sabedoras dessa expec-
tativa depositada pelos seus
alunos, as faculdades e univer-
sidades particulares estão se
desdobrando para atender,
da melhor forma possível, seu
público.
Ademandadosacadêmicos
tem sido maior, tendo em visto
que muitos estão matriculados
e ambientados com as aulas no
modelopresencialeagorapreci-
saramficarprovisoriamenteno
modelo remoto, enquadrando-
-senamodalidadedeEducação
àDistância(EAD)quenãoesco-
lheram,mastiveramqueaderir
emfunçãodoisolamentosocial
imposto como forma de evitar
a proliferação do novo corona-
vírus.
Este modelo tem a necessi-
dade de maior compromisso
dos alunos, uma vez que mais
do que assistir as aulas online,
eles precisam realizar mais
pesquisas, apresentar e entre-
gar trabalhos, sem esquecer
das avaliações.
Por não se enquadrarem
neste modelo mais autônomo
de educação superior, alguns
alunos têm optado por trancar
amatrículaeaguardarapande-
mia passar para retornar aos
seus cursos somente quando
tudo ‘voltar ao normal’, situ-
ação que pode persistir pelo
segundo semestre acadêmico
deste ano.
Mas para quem não quer
abrir mão de terminar o curso
no tempo previsto, o suporte
por parte da instituição de
ensinoéessencialparaoapren-
dizado e para resolver as mais
diversas questões.
Universidadedizque
aulasestãodisponíveis
noGoogleforEducation
Acerca da não disponi-
bilidade das aulas, a Unit
afirma que “nos dias 19,
25, 26, 30 de março e 2 de
abril, informamos sobre as
deliberações do Ministério
da Educação a respeito da
oferta de disciplinas presen-
ciais, excepcionalmente, por
meio das Tecnologias de
Informação e Comunicação.
Diante disso, passamos a
orientar e ofertar aos nossos
alunos aulas ao vivo por
meio do Google for Educa-
tion – tecnologia na qual o
Grupo Tiradentes é reconhe-
cida como instituição refe-
rência mundial. Já as aulas
com práticas laboratoriais e
os estágios permaneceram
suspensos, conforme parecer
do Ministério da Educação e
decretos governamentais,
que impossibilitavam seu
desenvolvimento virtual e
sua retomada presencial,
respectivamente”.
Sobre o fato de não
oferecer desconto sobre as
mensalidades, a institui-
ção alega que “os efeitos
econômicos da crise sanitá-
ria sob as famílias de nossos
alunos não foram e não serão
despercebidos. Em virtude
da impossibilidade de apli-
cação de descontos, elabo-
ramos políticas financeiras
de atendimento individual
ao aluno que se encontra em
difícil situação financeira,
podendo ser verificadas e
negociadas por um amplo
canal de acesso. Diante
disso, enviamos comunica-
dos para o e-mail de todos os
alunos sobre o Programa de
Parcelamento das mensali-
dades que o Grupo Tiraden-
tes estruturou pensando na
saúde financeira de cada um
e assim o fizemos nos dias
20, 29 de maio e 2 de junho”,
defende.
Sem aulas, descontos nem informações
Principal queixa diz respeito aos gestores
Os alunos do curso de
Odontologia da Universidade
Tiradentes (Unit), campus
Maceió, denunciaram que,
mesmo cumprindo o compro-
misso financeiro de estar em
dia com o pagamento das
mensalidades, mesmo sem
terem sido contemplados com
qualquer tipo de desconto,
não recebem nenhum tipo
de aula ou acompanhamento
desde o início do isolamento
social, no final de março deste
ano.
“Somos alunos do 9º e do
10º período, estamos há três
meses sem aulas e não temos
qualquer posicionamento da
instituição sobre a nossa situ-
ação. Nós sabemos que é uma
situaçãoextremamentenovae
fora do controle de todos, mas
precisamos ser ouvidos e a
instituição precisa se articular
de acordo com os decretos”,
reclamou um aluno que pediu
para não ser identificado,
temendo ser prejudicado.
Outra aluna, que também
pediu para não ser identifi-
cada, lembra que o valor das
mensalidades é alto. “Um
aluno de Odontologia da Unit
paga mensalmente R$ 2.740.
Mas, na verdade, o custo é
bem mais alto, porque temos
material, livros. A maioria da
turma tem despesas ainda
maiores porque são do inte-
rior do estado têm gastos
comoalugueletodasascontas
de casa. Com a indefinição,
eles estão gastando mesmo
sem ter aulas. Não recebemos
sequer uma posição da Unit
para que possamos decidir
se vamos ou não reincidir o
contrato, se pedimos transfe-
rência para outra instituição
que dê o aporte que precisa-
mos”, defende a acadêmica.
A principal queixa do
alunado tem sido mais acerca
da instituição do que dos
docentes, uma vez que os
professores encaminham
material para os alunos. “A
gestão, a partir da sua reitoria,
não se presta a dar um único
posicionamento”, completa a
aluna de Odontologia.
No entanto, o problema
não é limitado ao curso de
Odontologia. Uma aluna de
Fisioterapia conta que está
cogitando a possibilidade de
entrar com uma ação judicial
contra a instituição. Já com
carga horária e cursado as
disciplinas essenciais para
poder estagiar, ela tem feito
os estágios de forma não-
-presencial. Isto mesmo: está-
gio remoto.
Ela classifica o estágio
online como um descaso por
parte da Unit. “Vou lidar com
vidas, com seres humanos,
preciso aprender na prática,
não pela internet”, assinalou.
“Outro absurdo é que não
tivemos qualquer desconto,
mas a faculdade está com
menos gastos: nada de luz,
material de limpeza, água
entre outros gastos. Estamos
pagando integralmente. Eles
aceitaram parcelar as mensa-
lidades de uma colega minha
em três vezes. Resolve? Claro
que não, vira uma bola de
neve porque vai ficar o parce-
lamentomaisamensalidade”,
frisou.
“Essa colega ainda teve
sorte que recebeu resposta,
porque eu já perdi as contas
de quantas vezes liguei para
a Unit, em dias e horários
alternados, e nunca atende
o telefone da secretaria nem
do departamento. Não temos
um posicionamento concreto
sobre volta das atividades,
inscrições.Nãotenhoresposta
nemdose-mailsquemandei”,
completa.
UniversidadeTiradentes,em Maceió,alega que está seguindo modelo EAD
Unit emite uma nota de esclarecimento
Diante da denúncia,
a Unit emitiu uma nota
de esclarecimento, onde
garante que desde o dia
13 de março deste ano, a
instituição vem se comu-
nicando diretamente com
seus alunos, corpo docente
e colaboradores por meio
de comunicados oficiais
enviados por e-mail e pelo
Magister (canal oficial de
relacionamento acadêmico
com o aluno).
Na nota, a Universidade
Tiradentes refuta a acusa-
ção de que alunos estejam
fazendo estágios online,
alegando que os estágios
obrigatórios foram suspen-
sos por tempo indetermi-
nado.
“Mesmo diante do
avançoglobaldonovoCoro-
navírus (Covid-19), o Grupo
Tiradentes permanece
estreitando seu relaciona-
mento com os alunos, pres-
tando todas as informações
necessárias para cumpri-
mento do isolamento social
com saúde e segurança,
enquanto prima sua missão
diária de inspirar pessoas
a ampliar seus horizontes
ainda que neste cenário
desafiador de pandemia.
Além de seguir as recomen-
dações do Ministério da
Saúde, também informa-
mos, em tempo real, sobre
as atualizações do funciona-
mento de atividades acadê-
micas e administrativas do
campus da Unit/AL, bem
como os estágios obrigató-
rios e supervisionados que
precisaram ser suspensos
temporariamente conforme
decretos governamentais
que impedem o funciona-
mentodasatividadeseduca-
cionaisdeformapresencial”,
diz trecho da nota.
“Enviamos aos nossos
alunos no dia 19 de junho,
sobre a nova Portaria nº 544
do MEC, de 16 de junho de
2020, que estabelece que
as aulas de Instituições de
Ensino Superior podem
ser virtualizadas até 31 de
dezembro de 2020. Diante
desse cenário, o Grupo Tira-
dentes orientou o impacto
em nossas atividades acadê-
micas. Esta nova portaria
do MEC também flexibiliza
os estágios e as práticas em
laboratórios, que podem
ser feitos virtualmente
nesse período. Vale ressal-
tar que o curso só se encer-
rará com essas atividades
devidamente repostas, pois
cumpriremos todas as obri-
gações contratuais, garan-
tindo o desenvolvimento
das suas competências e
seguindo as normativas do
Ministério da Educação”,
complementa.
8 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
ESPECIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Acadêmicos reclamam da
falta de assistência da Unit
DESCASOAlunosalegamquemensalidadeécobradaintegralmente,mesmocomaulasEAD,einstituiçãonãomantémcomunicação
9. Oseguro ganha, cada vez mais, um sentido de urgência. Principalmente
nesse momento em que o mundo se vê ameaçado por um inimigo
comum e invisível.A população percebe com mais clareza a importância de
contratar uma cobertura securitária.As mudanças nas rotinas das pessoas
diante do confinamento são claras, já que os lares passaram a ser, para
muitos, o local de trabalho.
O regime de home office mudou por completo as rotinas das residências, o
movimento de nossas casas. Além do trabalho remoto exercido pelos pais
e chefes de família, os filhos passaram a ter, obrigatoriamente, o ensino à
distância,ao passo que as atividades domésticas assumiram um ritmo dife-
rente.Além disso, há uso mais intenso de equipamentos. Essa movimenta-
ção intensa nos lares implica na alteração de riscos, sendo imperativo rever
cuidadosamente as formas adequadas de precaução neste novo ambiente.
A necessidade de buscar proteção e tranquilidade em um cenário de gran-
des mudanças é cada vez mais evidente.Por certo,a contratação de seguro
poderá trazer mais tranquilidade às pessoas, tanto no objetivo de proteger
seus bens materiais como também em relação à cobertura pessoal. Os
seguros de vida e de pessoas, em especial, fazem toda a diferença no bem-
-estar das famílias. Com a apólice em mãos, os pais têm a garantia de que,
se algo acontecer com eles, os filhos poderão continuar estudando em uma
boa escola e fazer a faculdade que tanto desejam. Ou ainda que o cônjuge
terá condições de arcar com as despesas da família e seguir adiante.
Neste cenário de grande apreensão, os seguros pessoais ganham signifi-
cado ainda mais relevante. Eles contemplam, por exemplo, a possibilidade
de o segurado continuar exercendo suas atividades profissionais por conta
de um grave acidente. Existem ainda coberturas que repõem uma parte do
que se está deixando de ganhar por não poder trabalhar em determinado
período. Em particular, quando nos referimos ao seguro de vida sabemos
que ele não traz de volta a pessoa falecida, porém preserva a família, que é
a base da existência da sociedade.
Conclusão
Em suma, importante sempre lembrar uma famosa frase de Winston Chur-
chill. “Se fosse possível, escreveria a palavra seguro no umbral de cada
porta, na fronte de cada homem, tão certo estou de que o seguro pode,
mediante um desembolso módico, livrar as famílias de catástrofe irrepa-
ráveis”.
A vida, afinal, é o nosso patrimônio maior.
Espero que tenha gostado do tema dessa semana e sempre que vocês dese-
jarem enviem suas dúvidas para meu e-mail.Não deixem de acompanhar as
novidades em minhas redes sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final
de semana para todos! Grande abraço!
9O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Nesse cenário de pandemia, os seguros
pessoais ganham sentido de urgência
10. 10 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Só CRB e CSA confirmados
para o retorno ao Alagoano
DIFICULDADES DOS OUTROS CLUBES cria situação difícil para FederaçãoAlagoana de Futebol (FAF) resolver sobre 2020
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Thiago Luiz
Estagiário
D
e p o i s d e
pouco mais
de três meses
com as atividades presen-
ciais suspensas em razão da
pandemia do novo coronaví-
rus, CRB e CSA voltaram aos
seus Centros de Treinamento.
Voltar mesmo, só pelo lado
regatiano, porque o Azulão
está de casa nova: o Nelson
Peixoto Feijó. Enquanto as
equipes da capital se empol-
gameveemavoltaà“normali-
dade”maispróxima,osclubes
do interior enfrentam realida-
des muito diferentes.
Para voltar a treinar de
forma presencial, o Galo
contou com o apoio da Fede-
ração Alagoana de Futebol
(FAF), em parceria com um
laboratório médico para
realização dos testes para a
Covid-19 em atletas e funcio-
nários. Na primeira bateria,
sete jogadores e um funcio-
nário testaram positivo para
a doença. Já na segunda fase,
todos estavam recuperados
e aptos para voltar a treinar.
O Regatas, mesmo durante o
período de quarentena, não
demitiu nenhum funcionário,
bemcomonãoreduziusalário.
Apresentou três reforços para
o elenco, contratou um novo
diretor comercial e tem feito
reformas significativas no CT.
Já o CSA, por sua vez, não
contratou ninguém e optou
por uma redução no salá-
rio de jogadores, comissão
técnica e dirigentes em 25%,
mas também é preciso avaliar
o cenário de mudança vivido
pelo time marujo. Obrigado a
desocuparoCTGustavoPaiva,
noMutange,pelainstabilidade
do solo no bairro, o Azulão
precisouinvestiraltonasrefor-
mas da nova casa. A diretoria
azulina deu uma repaginada
no Nelsão, pintando arqui-
bancadas, dando um tapa no
gramado e fazendo reforma
para as salas de musculação,
fisiologia, sala de imprensa e
outras mudanças.
Principalmente por esse
cenário positivo, em meio à
pandemia, os comandantes
técnicos das duas equipes se
posicionaram a favor da reto-
mada do Campeonato Esta-
dual em 2020, por meio de
entrevistas exclusivas dadas
em nosso Instagram.
Eduardo Baptista, técnico
do CSA, afirmou que oAlago-
ano é a principal forma de
preparação para as competi-
ções nacionais, porque sem a
disputa do estadual, os clubes
perderiam muito no processo
de aperfeiçoamento para
disputa da Série B. Por isso,
para o treinador, é preciso
que se conclua a competição,
mesmo que com um formato
diferente.
Jáparaosclubesdointerior
doestado,avoltadoAlagoano
é uma “carta fora do baralho”
no cenário atual. Isso porque,
mesmoaquelesquevãodispu-
taraSérieDdoBrasileirão,não
tiveram condições de manter
os contratos de trabalho em
vigor. Logo que foi decretado
o isolamento social, os times
rescindiramseusvínculoscom
jogadores.
Essa situação afetou tanto
os dirigentes, quanto aos atle-
tas. O Dia Alagoas trouxe,
na edição passada, a história
de jogadores que precisam
desempenharoutrostrabalhos
durante o período de quaren-
tena, inclusive como ajudante
de pedreiro, já que não têm
outra fonte de renda a não ser
o futebol.
Em entrevista ao podcast
Pelota Alagoana, o vice-presi-
dente do Conselho Delibera-
tivo do ASA, Higor Rafael,
dissequeoalvinegrodeArapi-
raca,assimcomooutrosclubes
menores, não tem condições
financeira de remontar um
elenco para a conclusão do
estadual.
Os clubes do interior têm
como patrocinador master,
geralmente,asprefeiturasque,
nesse momento, estão com as
receitas prioritariamente foca-
das na luta contra a Covid-19
e retiraram o patrocínio. Sem
o apoio financeiro, as equipes
não têm como “caminhar”
sozinhas.
Finalmente a volta aos treinamentos
Como já era esperado, o Decreto do Governo do Estado
de Alagoas liberou os clubes profissionais para trei-
namentos presenciais, desde que sigam todas as reco-
mendações estabelecidas pelo protocolo da Secretaria de
Esportes, Lazer e Juventude. Na verdade, acredito que o
governador Renan Filho queria dizer Secretaria Estadual
de Saúde, porque, com um protocolo médico específico,
cabe tão somente a ela estabelecer os critérios para que a
situação volte a normalidade,como abertura do comércio,
área de lazer e outras atividades que possam proporcionar
aglomeração de público,possivelmente,com a orientação
da entidade que coordena o futebol,no caso,a FAF.
No que se refere a SELAJ - Secretaria de Esportes e Lazer
- é de sua responsabilidade a liberação do estádio Rei Pelé
para a realização dos jogos, que ainda não foram libera-
dos, com toda a garantia para a segurança, mesmo sem a
presença de público, com essa possibilidade ficando para
o final de julho, se tudo correr bem e a curva do mapa da
Covid-19 cair de verdade. A secretaria, pelo que se sabe,
nem quadro médico tem para avaliar ou fiscalizar se os
clubes estão cumprindo, rigorosamente, os protocolos
estabelecidos pelos decretos. Sem contar com o Campeo-
natoAlagoano,quatroclubesprofissionaisestãoliberados:
CSA,CRB,Jaciobá e Coruripe.
Esses quatro clubes vão participar do Campeonato Brasi-
leiro,SériesBeD.Alémdisso,oCSAtemocumprimentode
tabela na Copa do Nordeste, enquanto o CRB tem a Copa
do Nordeste e a Copa do Brasil. Sobre as demais equipes
alagoanas, a FAF já informou que, somente quando tiver
definido o retorno dos jogos,elas retornarão as atividades,
que são ASA, CSE, CEO e Murici. Por sinal, tirando CSA e
CRB, nenhum outro clube conta com jogadores em seus
elencos.Todos já encerraram seus vínculos contratuais,e,
paraavoltaaostreinosejogos,precisamcomeçardozero,
contratando todos novamente ou novos reforços só para
encerrar a temporada.
l E o sonho do CSA para seu centro de treinamento na
cidade de Rio Largo acabou. O prefeito Gilberto Gonçalves,
quetemminorianaCâmaradeVereadores,jáfoiinformado
que o terreno não terá autorização para ser desapropriado.
A área pertence à família Paiva, que quer uma boa grana
pelo local;
l ComooCSAnãotemodinheiroparacompraroterreno,
pois a indenização do CT do Mutange, que será paga pela
Braskem, não dá para comprar e construir, os dirigentes
do clube já estão olhando outras áreas,incluindo Maceió e
Barra Nova,em Marechal Deodoro.O CSA e o prefeito fize-
ram festa antes da hora.
ALFINETADAS...Sempre a imprensa - 1
No discurso a conversa é uma, na hora da decisão o resultado é
outro. Quando ainda não tinha sido liberado o período de treinos
presenciais, tudo era feito pelos programas de internet, os diri-
gentes davam a garantia que o trabalho da imprensa não sofreria
qualquer alteração ou interrupção no dia-a-dia dos clubes.Com o
início dos trabalhos diários dos jogadores, a primeira decisão de
dirigentesdeCSAeCRBéqueaimprensa,porcontadapandemia,
nãoterãoacessoaosclubes.Todasasinformaçõesserãopassadas
pelas assessorias deles,inclusive entrevistas e imagens.
Sempre a imprensa - 2
Mais uma vez a imprensa está barrada e impedida de realizar o
seu trabalho. Ouvir as perguntas feitas pelos repórteres, não é a
mesma coisa que as que serão feitas pela assessoria dos clubes.
Normalmente, só será perguntado o que eles querem ouvir como
respostas.Aminhapreocupaçãoéqueissoviremodae,depoisque
passar essa pandemia,não mude,continuando do jeito que vai ser
feito agora. É mais interessante e cômodo para os clubes, e parti-
cularmente melhor para os treinadores que gostam de esconder
os treinos e não encontram o melhor do futebol na hora dos jogos.
A volta do carioca
Depois de muito vai e vem, inclusive reiniciando a competi-
ção e nem concluindo a primeira rodada da volta, o Campe-
onato Estadual do Rio de Janeiro vai voltar, finalmente, neste
final de semana. Fluminense e Botafogo, que brigaram até o
último momento contra a vontade de voltar logo da federa-
ção carioca, Flamengo,Vasco da Gama e os chamados times
pequenos, aceitaram a decisão do STJD para a volta neste
domingo (28). Os dois clubes queriam que isso ocorresse
no dia 1º de julho em diante. O Decreto do prefeito do Rio
de Janeiro marcava para o dia 25 de junho, mas a justiça
desportiva decidiu e todos resolveram acatar.
Rompimento da Globo
Após dezenas e dezenas de anos com um contrato junto
à FIFA para cobertura de jogos internacionais de seleções
e competições como a Copa do Mundo, a Rede Globo de
Televisão, alegando dificuldades financeiras por conta da
pandemia do coronavírus, comunicou que não honrará o
pagamento de R$ 450 milhões (90 milhões de euros) que
deveria efetuar até o dia 30/06, a entidade que lida com o
futebol no Mundo. Esse não pagamento poderá acarretar em
problemas para a emissora de televisão, e mais, expõe para
todos uma situação até certo ponto desconhecida no Brasil.
O assunto está em discussão na justiça brasileira. A FIFA
quer receber o dinheiro.
Técnicos de CRB e CSA querem o retorno ao Campeonato Alagoano 2020
Fotos:Divulgação
11. 11O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
Incluindo para “Estudar Lá Fora”
Em janeiro de 2018, o jornal “O Dia Alagoas” apresentava seu
novo espaço como “uma coluna para abordar e até desmisti-
ficar as possibilidades de estudar em escolas e universidades no
exterior.”Lembro-mequefuipositivamenteimpactada,poisnunca
tinhavistomeutrabalhocomouminstrumentodedesmistificação.
Minha apresentação dava ênfase na democratização das informa-
ções e oportunidades internacionais.
Por outro lado, já faz um certo tempo que venho acompanhando
o trabalho de inclusão dos surdos no ambiente acadêmico. Por
muitas vezes, fiquei incomodada ao perceber que, apesar de
escrever para todos, o público surdo parecia não entender minha
mensagem. Fui, então, confrontada com a seguinte informação:
libraséaprimeiralínguadossurdoseeufalavacomelesemportu-
guês.A descoberta me inspirou a buscar uma forma de ir além do
desmistificar-democratizar as informações,e INCLUIR este grupo.
A ponte já está sendo construída no site“O Dia Mais”,onde muitos
textos são, também apresentados através de vídeos informativos
com tradução e interpretação em Libras. O trabalho está sendo
feito com a parceria de Anderson Francisco Vitorino, professor da
UFAL/Arapiraca no curso de Letras Libras.
Coordenador do projeto FLY-LIBRAS (ferramenta digital bilíngue),
membro do Projeto de Pesquisa FALIBRAS, sistema tecnológico
que faz a tradução da Língua Portuguesa para Libras, ele ainda
faz parte do Núcleo de Estudo, Extensão e Pesquisa em Inclusão
Educacional eTecnologia assistiva (NUPITA/UFS); Núcleo de Estu-
dos e Pesquisas em Interiorização da Língua de Sinais (NEPILS)
e Grupo de Estudos em Análise e descrição Linguística (GEADLIn
- Universidade de Pernambuco),o professor demonstra que libras
permeia sua vida particular e profissional.
Aparceriajárendeumaterialrelacionadoaduasséries.Aprimeira,
já mencionada, intitulada “Sinalizando para Estudar lá Fora”, foi
pensada para facilitar a divulgação das informações.A segunda,
por sua vez, está mais direcionada para trazer à discussão temas
interessantes para a comunidade surda e todos os demais inte-
ressados, que serão discutidos em uma roda de conversa virtual
denominada“Sinais de conversa”.
Osdoiscasosbuscamainclusãodestegruponasdiscussõessobre
Educação Global e nas oportunidades de Educação Internacional.
Sugiro que você visite o site “O Dia Mais” e acompanhe; um novo
mundo cheio de informações te espera.
Alyshia Gomes escreve sobre Educação Internacional, Educa-
ção Global e temas correlacionados no jornal “O DIA ALAGOAS” e
no site “O Dia Mais”. Dúvidas, comentários e sugestões, entre em
contato através do email alyshiagomes.ri@gmail.com .
Webinários do DAAD
Fonte: DAAD
No segundo semestre de 2020, a
equipe do DAAD no Brasil realizará
uma série de webinários apresen-
tando diferentes instituições alemãs
de ensino superior.
Os encontros começarão no dia
02/07, às 11h, recebendo a Universi-
dadeHeilbronndeCiênciasAplicadas.
Três representantes da instituição
darãodetalhessobreosprogramasde
Master ofArts na área de International
Business,ministrados em inglês.
O evento será realizado em inglês e
tem capacidade máxima para 500
participantes.Para participar do webi-
nário, é necessário se inscrever na
plataformapormeiodolinkhttps://bit.
ly/3fSLBRr .
Bolsas de Mestrado do Programa Helmut Schmidt - Alemanha
Bolsas para ensinar Português nos EUA
Fonte: DAAD
DAAD informa que está recebendo candidaturas para seu programa
Helmut Schmidt, através do qual concederá bolsas para oito cursos de
Master na área de Políticas Públicas e Boa Governança na Alemanha.
O principal objetivo do programa é a formação de líderes e profissionais
que, ao retornarem para seus países de origem, contribuam para o aper-
feiçoamento democrático da gestão pública. A edição do programa para
2020 está voltada para candidatos com formação em Ciências Sociais,
Ciências Políticas, Direito, Administração Pública, Economia ou áreas
afins, desde que interessados nos programas de Analysis and Design of
Social Protection Systems, Peace and Conflict Studies e Development
Studies.
Além da graduação completa até o momento da candidatura, é necessá-
rio ter rendimento acadêmico excelente e bons conhecimentos de alemão
ou inglês. Os selecionados ganham uma bolsa mensal no valor de 850
euros, auxílio para passagem aérea de 1.575 euros, seguro-saúde e
curso preparatório de alemão de seis meses na Alemanha.
As inscrições estarão abertas de 01/06 a 31/07 para os cursos que terão
início em setembro/outubro de 2021. Maiores informações e inscrição
em https://bit.ly/3dTlERb .
Fonte: Fulbright
OprogramaForeignLanguageTeachingAssistant(FLTA)daFulbrightofereceaté
15 bolsas de nove meses de duração para brasileiros ensinarem português nos
EUA.Os selecionados serão alocados em universidades norte-americanas,onde
serão assistentes de ensino de português e frequentarão cursos sobre a cultura
e história dos EUA.
Para participar,interessados deverão:
* Possuir nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade norte-americana;
* Possuir bacharelado ou licenciatura em língua portuguesa e/ou inglesa, com
conclusão do curso após 31 de dezembro de 2015;
* Ter proficiência em inglês,com certificado com data posterior a 27 de julho de
2017 (TOEFL-ITP com nota mínima de 550 pontos;TOEFL-iBT de 79 pontos; ou,
IELTS de 6.0 – versões para realização dos testes online já disponíveis);
* Residir no Brasil no momento da candidatura e durante todo o processo de
seleção;
*NãoreceberouterrecebidobolsaoubenefíciofinanceirodaComissãoFulbright
ou outras agências ou entidades brasileiras para programa similar.
Osbenefíciosirãovariardeacordocomauniversidadenaqualobolsista
será alocados podendo,por exemplo,incluir itens como:
* Estipêndio mensal
* Passagem aérea internacional
* Auxílio de compra de livros
* Ajuda de custo para instalação nos EUA
* Seguro para acidentes e doenças limitado (ASPE – Accident and Sickness
Program for Exchanges)
* Seminário de Orientação Pré-Partida em São Paulo
* Seminário de Orientação na chegada aos Estados Unidos
* Seminário deAcompanhamento em Dezembro de 2021
* Taxa de visto J-1.
Maiores informações em https://bit.ly/3fUSL7X .
12. 12 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
Fiat Strada inova
mais uma vez
O desenvolvimento da
Nova Fiat Strada, pronta
para tomar as ruas do
Brasil a partir desta
sexta-feira (26), passou
por uma notável evolução
em design, tecnologia e
segurança. Mas mesmo
em relação aos atributos
que definem o DNA do
modelo – versatilidade,
qualidade e robustez –,
a segunda geração da
picape compacta mais
vendida do país há 20
anos evoluiu muito na
configuração voltada para
dois passageiros.A Nova
Fiat Strada Cabine Plus
dispõe agora de 1.354
litros de capacidade
volumétrica da caçamba
tornando-se o maior
volume de carga da
categoria.A capacidade de
carga também aumentou,
e passou de 705 kg para
720kg. Internamente, o
espaço também ficou
maior, garantindo, além
dos atributos listados, mais
conforto e espaço útil para
seus usuários.
Ford vai incluir
recurso de
direção sem as
mãos no pacote
de tecnologia
Co-Pilot360
A Ford anunciou a
introdução de novos
recursos ao seu arsenal de
tecnologias de assistência
ao motorista – reunidas
no pacote Co-Pilot360
–, incluindo um sistema
que permite dirigir sem
as mãos na estrada, o
Active Driver Assist. O
Ford MustangMach-E,
futuro SUV elétrico da
marca, será o primeiro
veículo a oferecer essa
tecnologia, que poderá
ser usada em mais de
160.000 km de rodovias
dos EUA e Canadá.
O modo “hands-free”
permite que o motorista
dirija sem as mãos no
volante em determinados
trechos de estradas duplas
pré-mapeadas para mais
conforto em viagens
longas.
ACONTECE
esta semana
SPIN GANHA
CONTROLE
ELETRÔNICO DE
ESTABILIDADE
A Chevrolet está ampliando
o pacote de equipamentos
de segurança e comodidade
do Spin. O modelo se
destaca por ser a opção
de veículo de sete lugares
mais acessível e de maior
sucesso do mercado
nacional. A principal
novidade do Spin para a
linha 2021 é a adoção
do controle eletrônico de
estabilidade e tração como
item de série em todas as
configurações. A tecnologia
reduz sensivelmente o
risco de perda de controle
do veículo em condições
extremas ao limitar a
velocidade quando ela se
torna incompatível com a
trajetória ou a aderência do
piso.
AVISO DE RECALL
Kawasaki Motores
A Kawasaki Motores do
Brasil Ltda. em respeito
a seus clientes, convoca
os proprietários das
motocicletas modelo Ninja
ZX-10R e Ninja ZX-10R SE
modelos 2020, fabricadas
em março de 2019, com
números de chassi abaixo,
a agendar uma visita a
uma das concessionárias
autorizadas Kawasaki
para a reprogramação da
ECU e substituição das
válvulas de sucção de ar
do cabeçote. O uso da
motocicleta deverá ser
suspenso imediatamente
até que o reparo seja
realizado. Modelo (Ninja
ZX-10R)(Ninja ZX-10R
SE) Ano (2020) Faixa
de numeração de chassi
(96PZXVE1*LFS00001 até
96PZXVE1*LFS00161)
(96PZXVH1*LFS00001 até
96PZXVH1*LFS00020).
RODASDUAS
A linha L200 Triton
Outdoor está de volta ao
mercado brasileiro com seu
inconfundível design voltado
ao 4x4. Mas não é só: desta
vez o nome Outdoor passa
a batizar todas as versões da
L200 Triton, reforçando a
vocaçãodomodeloparaofora
de estrada. A picape chega
a partir de hoje em todas as
concessionárias Mitsubishi
Motors do Brasil em quatro
diferentes versões e preços:
L200 Triton GLX Outdoor –
R$ 149.990 -L200 Triton GLS
Outdoor Automática – R$
162.990 - L200 Triton HPE
Outdoor Automática – R$
183.990 - L200 Triton HPE-S
Outdoor Automática – R$
203.990. Para a linha 2021,
o nome Outdoor resgata o
aspecto robusto do modelo,
que não perdeu seu visual
agressivo, nem sua proposta
de ser a mais versátil da cate-
goria, ideal para o trabalho no
campooumesmoparaaqueles
que gostam de um estilo de
vida ao ar livre. Com algumas
mudanças nos acabamentos
internos e externos, a L200
Triton Outdoor 2021 tem
aspecto bastante robusto e
entrega extrema capacidade
em todos os tipos de terrenos,
sem deixar de lado o conforto
e a tecnologia.Produzida
na fábrica da HPE Automo-
tores em Catalão (GO), a
picape média foi concebida
no conceito Ultimate Sport
UtilityTruck, que se traduz
em estilo dinâmico e atlético,
com esportividade e prazer
ao dirigir, sem perder a sofisti-
cação, conforto e o silêncio dos
veículos de passeio, unindo a
praticidade e a durabilidade
para usos comerciais.
L200 Triton Outdoor 2021 está
de volta ao mercado brasileiro
A Volkswagen revelou no
dia (25) os detalhes e preços
do Nivus, derivado “aven-
tureiro” do Polo. Ele vem em
duas versões, Comfortline
que parte de (R$ 85.890) com
um único opcional que custa
R$3.520 e a versão Highline
por (R$ 98.290). Os modelos
entraram em produção este
mêsnafábricadaAnchietaem
São Bernardo do Campo, SP.
O fabricante alemão o coloca
em segmento inédito, entre os
hatches compactos e os SUVs.
Seu desenho é certamente um
ponto alto, com linhas típicas
de um hatchback com vidro
traseirobeminclinado,combi-
nado a uma maior altura de
rodagem (10 mm a mais que
no Polo pela suspensão, além
do aumento dos pneus). Os
faróis e as lanternas traseiras
usam leds em toda a linha.
Não foi prevista versão para
pessoas com deficiência
(PCD), em função do limite
de preço de R$ 70 mil para
isenção de ICMS. Mesmo
assim, a Volkswagen oferece
uma condição especial do
NivusComfortline para esse
público: isenção de IPI (7%) e
desconto de 10% para baixar o
preço a R$ 72.346.
Volkswagen Nivus é
apresentado em duas versões
AVENTUREIRO
MITSUBISHI
13. CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO
Alagoas l 28 de junho a 4 de julho I ano 08 I nº 383 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
PedroCabr
al
Envie critica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Meus amigos,
C o n t i n u a m o s a
cobrir a pandemia e
sempre com bons cola-
boradores. Agradece-
mos aos amigos que
colaboram com seus
textos: Itálo, Rafael,
Raildo. Agradecemos
também à Isadora
Padilha, pela impor-
tante listagem das
entidades que se desti-
nam a ajudar pessoas
neste tempo de vírus
e, finalmente, agrade-
cemos à Myrian R. C.
de Almeida, pela auto-
rização para usarmos
uma tela sua como capa
deste número. A foto é
da Jangada Filmes.
Vamos ler!
Um abraço,
Sávio de Almeida
VIVENTES DAS ALAGOAS
E A PANDEMIA (XI)
14. N
a s e m a n a
que passou
(15/5), parti-
cipeideumalivedoCentrode
Estudos Bíblicos de Sergipe
(CEBI-SE) com o tema “As
pragas do Egito e a Covid-
19”. Confesso que este tema
trouxealgumasinquietaçõese
provocaçõesemelevouareler
Ex 7-14, importante narrativa
na libertação dos hebreus.
Primeiro aspecto que encon-
tramos na narrativa é que não
aparece uma única vez a pala-
vra “praga”, e sim as palavras
“sinais” e “maravilhas” da
ação de Deus em favor dos
hebreus, a fim de libertá-los
da opressão do faraó. Desde o
ponto de vista do faraó e dos
egípcios, estes sinais repre-
sentaram sérios problemas
e conduziram o faraó a uma
derrota política e econômica.
Segundo aspecto: a narra-
tiva descreve os passos da
queda do faraó de forma
gradativa. Os primeiros
sinais causaram incômodo na
corte do faraó e a disputa com
os magos resultou em crise
do seu poder religioso. Os
sinais que seguem dão início
à queda econômica e política
do faraó: úlcera, peste nos
animais, chuva de granizo,
gafanhotos e trevas. O faraó,
diante da crise econômica e
com a morte dos primogêni-
tos, deixa os escravos saírem
do Egito e antes que eles/elas-
deixassem de vez a região de
Gossen, pôs-se a persegui-
-los e viu de vez sua queda:
“Cantem a Javé, porque gran-
demente se enalteceu: ele
atirou no mar carros e cava-
leiros” (Ex 15,21).
Essa é a leitura que comu-
mente nos reporta para a luta
e resistência dos escravos ante
seus opressores. No entanto,
tome-se a construção desta
narrativanostemposdaprofe-
cia de Israel que condenou as
atrocidades, roubo e violência
aos trabalhadores e às mulhe-
res, praticadas pelos reis e
seus aliados. Na companhia
dos profetas de Israel constru-
íram as lembranças do êxodo
e dos sinais e sintetizaram na
narrativa de Gn 12,10-20, em
que Javé ouviu o grito deSarai
e a libertou junto comAbraão.
Nesta narrativa não se diz que
Deus enviou “sinais”, e sim o
termo “pragas”.
Naquela sociedade cheia
de desigualdades, injustiças,
roubos, violência e opressão,
a profecia ajudava o povo a
enxergar as enfermidades e
pestes que afligiam o povo,
qualpraga.Encontramosuma
narrativa cheia de sutilezas
sobre o rei Davi e suas opções
em 2 Samuel 24. O texto fala
que Davi mandou fazer um
censo com a clara intenção de
arrecadar impostos e refor-
çar seu poder militar. Gade,
profeta da corte, coloca diante
de Davi três opções como
castigo por sua ação explora-
dora e tirânica: sete anos de
fome, três meses de persegui-
ção dos inimigos ou três dias
de peste (v.13). O rei tirano
escolheu a peste, que matou
70 mil pessoas. Claramente,
a narrativa chama a atenção
para o rei tirano e suas esco-
lhas contra o povo. Ao invés
de optar pela vida do povo,
faz uma escolha na qual se
torna livre das condenações e
sacrifica o povo.
Essa reflexão de 2 Samuel
24, acerca da tirania e da
peste, logo nos faz olhar para
o momento atual, no qual
lidamos, de um lado, com
a COVID-19, que vai a cada
dia aumentando o número
de mortos e infectados, e, de
outro, com o governo irres-
ponsável, genocida e tirano,
com instituições políticas,
projetos desde o início do
lado de uma pauta econômica
neoliberal e de mercado, e
nenhumaaçãovoltadaparaas
vítimas e os milhares de famí-
lias destroçadas pela COVID-
19. Claramente, um governo
preocupado com a defesa de
seus interesses, em livrar poli-
ticamenteoseuclãdasdenún-
cias de corrupção e crimes.
Que se percam as vidas para
defender os seus interesses é o
projeto do governo tirano e de
seus apoiadores e aliados, que
se plantam na frente do palá-
cio ou integram as carreatas
da morte. Tirania de cá, que
muito se aproxima da tirania
de Davi e de seus puxa-sacos.
Assim enfrentamos a peste da
COVID-19 e a praga de ações
de morte de um governo
tirano e assassino.
A profecia a partir daí não
dá tréguas aos palácios que
se enchem de luxo, exploram
os trabalhadores e aumen-
tam a miséria do povo. O
grito profético soa como um
“ai” e condena a situação dos
pobres. É o grito e lamento do
povo que se transforma em
denúncia diante de tanta dor.
A profecia apresenta o “Dia
de Javé” como dia de destrui-
ção, escuridão e trevas, como
demonstração do processo
que Deus irá instaurar contra
os “habitantes da terra”. Vale
lembrar que em hebraico o
substantivo “yôsheb” muitas
vezes é traduzido por habi-
tantes; no seu sentido mais
profundo,querindicar“aque-
les que estão sentados” ou
“aqueles que governam”. A
profecia diz que o dia de Javé
é um dia contra os que domi-
nam e têm o poder na socie-
dade (ver Sofonias 1), pois
eles roubam, matam, teste-
munham com fraude, adulte-
ram, mentem e são violentos
(Oseias 4,2).
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
redação 82 3023.2092
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Este número faz parte do Projeto Memória da Pandemia nas Alagoas, conduzido por
Luiz Sávio de Almeida e José Carlos Lima.
Quem
é
quem?
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Rafael Rodrigues da Silva Diretor Nacional Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) e professor na Universidade Federal de Alagoas
As pragas do Egito e a Covid-19
15. CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
E
m tempo de
c o l a p s o n o
planeta Terra,
o ser humano tem tombado a
cada dia, pois ainda não sabe
como enfrentar essa guerra
mundial contra a Covid-19 e
cuidar de sua Casa Comum.
No pensamento cristão,
homens e mulheres foram
criados para assumir a função
de zeladores/as de toda a
criação. Foram convidados
pelo próprio Deus, Senhor da
Vida, a serem coparticipan-
tes do seu projeto da criação.
Para as mais diversas formas
de crenças, vivemos em uma
grande rede de comunica-
ção, movidos pela fé e por
energias, onde há um contí-
nuo diálogo entre homens
e mulheres, toda a natureza
(animais, vegetais, minerais
e seus quatro elementos: ar,
terra, fogo e água) e o trans-
cendente (ancestralidade).
Já para os/as materialis-
tas, somos uma comunidade
ou sociedade composta por
pessoas,considerandoapluri-
diversidade cultural, e temos
de extrair da terra tudo que
for necessário para a sobre-
vivência humana, de forma
democrática, com equidade
social, ecologicamente justa,
economicamente sustentável.
Algunsoutrospensamapenas
em acumular riquezas, explo-
randoeescravizandopessoas,
degradando a natureza,
destruindo tudo em nome
do progresso e do desenvol-
vimento, alimentado pelo
capitalismo selvagem, que
a cada momento da história
apresenta características dife-
rentes, mas sempre perversas
e cruéis. Nos dias atuais, é
chamado de neoliberalismo
ou capitalismo contempo-
râneo, tendo como oposição
correntes socialistas/comu-
nistas e o anarquismo. Tudo
isso, quase sempre, sem levar
em consideração a nossa Casa
Comum – a Mãe Terra.
Essa pandemia surge de
forma aterrorizante, tirando
a vida de milhares de pessoas
mundo afora. Como parar
a Covid-19? O isolamento
social? O cuidado com a
higiene? O cuidar um do
outro, agora a distância?
Vale salientar que há um
bom tempo muitos/as ativis-
tas/militantes (religiosos/
as ou não) vêm chamando
atenção para cuidarmos do
planeta terra, humanizarmos
as relações, combatermos as
desigualdadessociaiseeconô-
micas. Como alternativa para
garantir o bem viver entre
os humanos e a natureza,
apontam para a agroecolo-
gia, a segurança alimentar, a
economia solidária e a demo-
cratizaçãodoacessoaoconhe-
cimento, às terras e às águas.
Diante de tudo o que vem
acontecendo com as pessoas
e com o planeta Terra, o capi-
talismo se reinventa, sempre
a priorizar a acumulação de
riquezas desenfreada, desu-
mana e degradante, deixando
à mercê a vida. O povo vive
na miséria, e a Mãe Terra pede
socorro.
Apesar de todos os males,
percebe-se que o planeta
respirou. Vinha agonizando,
estava a ponto de explodir,
não aguentava tanta degrada-
ção. A Covid-19 fez o mundo
parar e ironicamente dá
uma sobrevida à nossa Casa
Comum. A nossa Mãe Terra,
chorando as dores do parto e
da morte, contraditoriamente
agradeceaumvírus,quemata
aquele/as que deviam cuidar
de toda a criação e do planeta
Terra,poisaCovid-19feztudo
parar. Com o mundo parali-
sado, a Mãe Terra aproveita
para se revigorar, pois dimi-
nuiu a poluição, a degradação
socioambiental, e o desmata-
mento.
Toda a criação vem sendo
destruída pela ganância do
capitalismo selvagem, pelo
neoliberalismo, pelo capita-
lismo contemporâneo globali-
zante, como queiram chamar.
O progresso que destrói a
Mãe Terra e gera a desigual-
dade social, coloca em risco
o Projeto do Senhor Deus da
Vida para os Cristãos e vem
destruindo o planeta Terra
para os demais credos e para
os materialistas.
Só essa guerra mundial,
na qual o nosso inimigo é o
invisível – a Covid-19 ‒, é que
poderá fazer o ser humano
se reinventar enquanto zela-
dores da criação. De fato, a
humanidade só vencerá essa
guerra se mudar seus hábi-
tos, procurando humanizar
as relações sociais, econômi-
cas e ambientais, bem como
priorizar o combate à desi-
gualdade social, a democra-
tização do acesso à terra, às
águas e ao saber. Precisa-
-se, de fato, cuidar da nossa
Casa Comum – a Mãe Terra.
Nessa perspectiva seguem
algumas frentes de luta para
serem desenvolvidas pelo
envolvimento de homens e
mulheres na efetivação: da
segurança alimentar; de ações
que valorizem a economia
solidária, economicamente
justa e ecologicamente susten-
tável; de políticas públicas de
educação contextualizada e
de saúde sanitária no campo
e na cidade; da agroecologia;
da Reforma Agrária Popular,
entre outras.
Tudo isso só se efetivará
quando a coletividade perce-
ber que somos uma só famí-
lia, que é muito bela por ser
composta por uma diversi-
dade de rostos presente na
pluridiversidade: religiosa,
cultural, política, ambiental
e étnica; de orientação sexual
e de gênero; geracional; clas-
sista... Um só povo, do campo
e da cidade, vivendo com
dignidade, vencerá a Covid-
19 e cuidará da nossa Casa
Comum – a Mãe Terra. “Por
uma Terra sem Males”.
Raildo Ferreira Coordenação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Arquidiocese de Maceió
A casa comum, Covid-19 e os cuidadores/as da criação
16. CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 28 de junho a 4 de julho I 2020
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COORDENADORIAS SETORIAIS
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Índios
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Ciências Sociais
Renildo Ribeiro
Letras e Literatura
Visite o Blog do SávioAlmeida
A
s aulas estão
s u s p e n s a s
pelos próxi-
mos 15 dias! Foi com essas
palavras que o reitor nos exor-
tou, logo após uma manhã
normal de aulas, que, a partir,
daquele momento iríamos
entrar em isolamento social
devido ao início da pande-
mia em nosso estado. De
fato, naquele momento fazia
pouco mais de uma semana
que o Estado deAlagoas tinha
registrado o primeiro caso de
pessoa infectada pelo novo
coronavírus.Logoemseguida
foi possível ouvir os murmú-
rios de algumas pessoas
dizendo que seria bem prová-
vel que não só as instituições
educativas iriam fechar as
portas, mas todo o comércio e
os serviços considerados não
essenciais.
Naquele mesmo dia já se
viam pela televisão os núme-
ros de infectados no Brasil
a crescer e o desastre que o
novo vírus estava causando
pelospaíseseuropeus,comos
altos índices de infectados e o
terrível número de mortos. A
mídia mostrava a dor, a tris-
tezaeodesesperodasfamílias
que tinham seus entes queri-
dos contaminados ou mortos
pela nova doença, e a pressa
que as instituições de saúde
tinham em achar a cura para
esse mal, tudo isso se espa-
lhava nas grandes cidades,
nas quais o número de seus
habitantes passa das casas
dos milhões. Consequente-
mente, há nessas metrópoles
organizações que se dedicam
a pesquisas de novas vaci-
nas, hospitais com estrutu-
ras para receber pacientes
em estado grave e equipados
com o que há de mais novo na
medicina; enfim, são lugares
bem desenvolvidos, e mesmo
com todos esses aparatos se
viram com os seus sistemas
de saúde colapsados, total-
mente quebrados por uma
força invisível que estava
se alastrando cada vez mais
rápido. Fiquei a pensar nas
cidades pequenas do meu
estado, pois em muitas delas
o sistema de saúde é débil, e
emoutraséquaseinexistente.
Ao entardecer, logo após
o pronunciamento do reitor,
fiz minhas malas e viajei para
a casa dos meus pais, no inte-
rior do estado, distante uns
130 km da capital. Nas ruas
da nossa capital algumas
pessoas já estavam usando
máscaras, e na rodoviária não
foi diferente: os funcionários
já estavam usando máscaras
e luvas também. Nos ônibus,
não se falava em outra coisa.
Quando cheguei à minha
cidade, tive um espanto: as
pessoas estavam nas ruas,
andando e fazendo compras;
ocomércio,totalmenteaberto,
mesmo depois do decreto
governamental ordenando o
fechamento de todas as lojas
consideradas não essenciais.
Era como se o que estava
acontecendo fosse coisa de
outro planeta e nunca fosse
chegar ali. A desobediência
ao decreto talvez decorra
do abandono por parte das
autoridades que a população
sempre sofreu, durante anos
entregue à própria sorte;
ou até mesmo, pela falta de
informação. Muitos afirma-
vam: isso é mentira! Outros,
porém, diziam: isso é um
castigo divino! O fato é que
chegou.
Quando chegou foi como
uma emboscada; de repente,
pessoas conhecidas que
passavam todos os dias por
mim e me cumprimentavam,
ficaram em isolamento domi-
ciliar e com os sintomas da
doença. Os apertos de mãos e
abraços, que são bem típicos
de pessoas acolhedoras do
interior, na verdade agora são
comopunhais.Acidadezinha,
que já era pacata, tornou-se
ainda mais; as ruas vazias, à
noite, em que antes escutáva-
mos o barulho das crianças
correndo e brincando, agora
deu lugar ao coaxar dos sapos
e ao barulho da correnteza do
rio que corta a cidade. Toda
a rotina da cidade PAROU,
exceto o sino da igreja, que
continua a tocar sempre às 18
horas, para lembrar aos mais
piedososderezaremsuasave-
-marias.
Eu ficava a escutar o soar
do sino, que nesses dias ficara
mais alto por causa do silên-
cio das ruas. Não era apenas
o som de um eco vazio, mas
o som da esperança em dias
melhores que ressoava por
toda a cidade e que enchia o
nossocoraçãodepazeharmo-
nia, e renovava a nossa fé na
certeza de que tudo aquilo iria
passar. Independentemente
de credo, era naquela hora
que todos sonhávamos com
dias melhores.
Portanto, vamos levar com
leveza essa quarentena, não
comoalgoruimouentediante,
mas como algo que nos leve a
refletir sobre o nosso modo de
ser e de agir. Vamos dedicar
esse tempo à nossa vida de
oração, estudo e enriqueci-
mento cultural, já que esse é
o melhor modo que temos de
passarportudoisso,poisesta-
mos todos no mesmo barco, a
tempestade já chegou e agita
violentamente a embarca-
ção. A escuridão da noite nos
amedronta, mas tenhamos
fé, pois Deus é o nosso guia e
Ele vai acalmar a tempestade.
Ao nascer do sol, iremos atra-
car seguros no porto e juntos
confraternizaremos na luta
por um mundo novo.
Ítalo Dalton Alves de Lima Seminarista
Vivendo a pandemia no interior