1) A Liga Independente das Escolas de Samba decidiu adiar os desfiles do carnaval de 2021 no Rio de Janeiro devido à pandemia de covid-19.
2) Cinco grupos do PT, PSOL e UP formaram candidaturas coletivas para disputar vagas na Câmara Municipal de Maceió, inaugurando uma nova modalidade de disputa eleitoral na cidade.
3) O plano de governo do candidato a prefeito de Maceió, JHC, foi criticado por conter propostas rasas e sem embasamento.
O Dia Digital - MP: “FLÁVIO LIDERAVA AORGANIZAÇÃOCRIMINOSA”
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
1. Alagoas l 27 de setembro a 3 de outubro I ano 08 I nº 396 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
EDITORIAL:MENTIREMCADEIANACIONALÉPARAOSFRACOS;PRESIDENTEDOBRASILMENTEEMDISCURSONAONU
FUTEBOL
ESCOLAS DE SAMBA
Liga decide adiar desfiles no Rio
A Liga Independente das
Escolas de Samba (Liesa)
decidiu adiar os desfiles das
escolas de samba do grupo
especial, que aconteceriam
em fevereiro de 2021, devido
à pandemia de covid-19.
A decisão foi tomada na
quinta-feira (24), durante
reunião entre representantes
das agremiações. De acordo
com o presidente da Liesa,
Jorge Castanheira, como
ainda não se sabe se haverá
uma vacina até o carnaval,
não haverá tempo hábil para
as agremiações se prepara-
rem. No entanto, ele desta-
cou que, por enquanto, os
desfiles não foram suspen-
sos, apenas adiados. A Liesa
continuará acompanhando a
situação da pandemia e fará
novas reuniões para decidir
se será possível realizar os
desfiles em uma nova data
em 2021 ou se o evento terá
mesmo que ser cancelado.
Bilhetagem eletrônica vai reduzir os custos e deve inibir ação de assaltantes
JHC é candidato a prefeito pelo PSB
2
10
Diretoria do Azulão
´bate cabeça´e
treinador já
chega
dispensando
zagueiro
titular
A disputa por vagas na
Câmara Municipal tem um
diferencial este ano. Pela
primeiravezemMaceióforam
apresentadas candidaturas
para mandatos coletivos. A
modalidade já existe no País,
principalmente com parti-
dos da esquerda. Em Maceió,
cinco candidaturas coletivas
do PT, PSOL e UP vão dispu-
tarvagasàCâmara,comchan-
ces de ganhar.
Contendo 22 páginas, o
Plano de Governo de JHC
entregue à Justiça Eleitoral foi
apelidadoporquemteveacesso
a ele de “pastel de vento”: sem
nada dentro.A leitura do texto
revelaumjogocomasfrasesde
efeito e clichês que, muito mais
confundem,doqueesclarecem.
Faltam , no plano de governo,
propostas de políticas públicas
com embasamento administra-
tivo.
CINCO GRUPOS DO PT,PSOL E UP formam candidaturas para mandatos coletivos,inaugurando modalidade de disputa em Maceió
CANDIDATURASCOLETIVAS
CONCORREMÀCÂMARA
3
3
IDEIAS RASAS
Plano de
Governo
de JHC “é
superficial”
ESPECIAL
A matemática para se
chegar ao valor da tarifa de
ônibus é mais complicado do
que muita gente imagina. Não
bastaapenasreporosíndicesda
inflação,comoocorreemoutros
setores.Sócomfolhadepessoal,
o impacto é de 45%. Mas ainda
tem: os combustíveis (22,29%);
insumos(12%);impostosetaxas
(8%).Alémdisso,háasgratuida-
desprevistasnalegislação,umas
com subsídios e outras não. A
sangriatambémvemdaconcor-
rênciadeslealcom ostransportes
clandestinos. Uma alternativa
para aliviar um pouco o setor
é a bilhetagem eletrônica, que
também tem seus efeitos cola-
terais. Reportagem especial faz
direitinho essas contas para o
usuárioentendermelhorasitua-
ção.Tudooqueimpactanovalor
datarifa.
Os cálculos para
a tarifa de ônibus
6
2. 2 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
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CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
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ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Elly Mendes (ellymendes71@gmail.com)
E
m tempos de
pandemia, os
p r o f e s s o r e s
têm recebido elogios por suas
desenvolturaseajustesprofis-
sionais, mas também sofrem
críticas severas e injustas,
como o rótulo de “preguiço-
sos, encostados e ganhadores
dedinheirofácil”.Porseruma
categoria que informa, forma,
conscientiza e desperta, os
professores têm convicção de
que as aulas só devem retor-
nar mediante a descoberta de
uma vacina contra o covid-19.
É uma situação difícil de ser
administrada pessoal e profis-
sionalmente. Entretanto, essa
categoria está “calejada” de
ser apontada como uma das
profissões do país e financei-
ramente ser desprezível.
Eronilda considera-se
professora desde a infância.
Aos 8 anos de idade brincava
de escola com seus amigos e
amigas.Naadolescênciaconti-
nuou brincando de ser profes-
sora. Criada em uma pequena
fazendadointeriordeAlagoas,
aprendeu a ler e a escrever
aos 4 anos numa pequena
escola mantida pelo usineiro
local. Sempre foi apaixonada
pela escrita e pela leitura. As
condições financeiras de seus
pais eram limitadas. Toda a
renda era destinada à alimen-
tação e vestuário. Remédios,
só os caseiros, feitos de ervas
medicinais. Seus portado-
res de texto eram os jornais
que embrulhavam o peixe
ou as capas de disco de vinil.
Eronilda era procurada por
quase todos os moradores da
fazenda para escrever cartas
para os parentes distantes da
população. E quando esses
moradores recebiam respos-
tas de seus familiares, a procu-
ravam para fazer a leitura.
Eronilda se sentia muito
importante e útil por ajudar
seus vizinhos na manutenção
do vínculo familiar através da
escrita.
Devido às condições escas-
sas de escola e educação na
fazenda, Eronilda não teve
oportunidade para continuar
seus estudos. Queria formar-
-seemPedagogiaeconcretizar
o sonho de ser professora. Foi
morar com a avó materna em
Maceió. Começou a Educa-
ção de Jovens e Adultos, pois
já estava com 18 aos de idade.
Se formou no magistério,
trabalhou como professora
nas escolas do bairro. Casou,
teve filhos. Depois dos filhos
“criados”, resolveu se prepa-
rar para o extinto vestibular.
Passou no curso de Pedagogia
pela Universidade Federal de
Alagoas (UFAL). Formou-se.
Fezconcursopúblico.Foiapro-
vada na rede municipal e rede
estadual.Atualmenteégestora
em uma rede e coordenadora
em outra. Seus estudos conti-
nuam a todo vapor. “Tudo
é mutável. O conhecimento
é efêmero. O que considera-
mos certo e verdadeiro hoje,
amanhã poderá ser totalmente
irreal. Mas estudar é extrema-
mente necessário, em todo o
tempo e em qualquer época.
Principalmente a profissão de
professor, que precisa estar
atualizadodetudooqueacon-
tece no planeta. O conheci-
mento é nosso maior tesouro e
esseninguémpodenosroubar.
E agora nesta época digital...
precisei estudar, pesquisar,
conhecer. E a cada descoberta,
à cada novo aprendizado, à
cada aquisição do conheci-
mento me senti um “pinto no
lixo”,felizedonadomeusaber.
Àcadadia,àcadamudançade
época, percebo que o conhe-
cimento é uma arma pode-
rosa, por isso é tão cobiçado
e restrito simultaneamente.
Por isso nossos governantes
não investem em educação,
principalmente para os mais
humildes e desfavorecidos. Se
estes se conscientizarem que o
conhecimento é poder, auto-
maticamentetornar-se-ãouma
ameaça visível ao sistema que
massacra,manipulaeescaneia
a população pobre e sofrida.
Vejo e me deparo com tantos
absurdos sociais, descaso e
desumanidade em meu coti-
diano pessoal, profissional e
social que trabalho com possi-
bilidades reais de conscien-
tização social para as turmas
que acompanho e administro
como gestora educacional e
como coordenadora peda-
gógica. Não podemos conce-
ber uma geração de crianças,
adolescentes, jovens, adultos
e idosos que ficam aquém
do contexto político, social e
econômico de seu país. Todos
os dias, através de exemplos e
depoimentos reais, demonstro
aos meus companheiros de
jornada que conhecimento é
poder”!
Conhecimento é poder!
N
ão diferente
do que fez
em várias
oportunidades durante toda
sua vida política, passando
pela campanha eleitoral e
culminando em sua gestão,
o Presidente Jair Bolsonaro
não deixou de contar menti-
ras e as mais recentes delas
foram proferidas no discurso
de abertura das Organiza-
ções das Nações Unidas, que
tradicionalmente é feito pelo
Brasil.
Em outras oportunida-
des, os presidentes brasileiros
puderam falar sobre diversos
assuntos de relevância nacio-
nalemundial,comoporexem-
plo, o combate à fome desde
Fernando Henrique Cardoso
à Lula. O que aconteceu com
discursodeBolsonarofoiuma
aberração sem precedentes,
usando sempre seu viés ideo-
lógico sem sentido, o Presi-
dente utilizou sua estratégia
de sempre se eximir de suas
responsabilidadeseempurrá-
-la para alguém.
Em seu discurso, Bolso-
naro tratou inicialmente da
pandemia do novo corona-
vírus tentando atribuir aos
governadores e prefeitos a
responsabilidade sobre os
milhões de casos e as milha-
res de mortes causadas pela
doença no Brasil ao afir-
mar que o STF [Supremo
Tribuankl Federal] dele-
gou exclusivamente a estes
entes federados o poder para
decretar isolamento social
e quarentena, o que não é
verdade, considerando que
o STF garantiu a estes entes a
autonomia de decidir sobre o
isolamento, não afastando da
responsabilidade da União a
tarefa de também assim agir,
mas de forma mais generali-
zada.
Ainda na toada das medi-
das de combate à COVID-
19, Bolsonaro exagerou nos
valores dos aportes financei-
ros para ajudar as pessoas e
economia repasses de recur-
sos como o realizado através
doauxílioemergencial.Bolso-
naro afirmou que o valor que
as famílias brasileiras recebe-
ram nesse período de pande-
mia equivaleria a mil dólares,
quando na verdade o valor
não chega a 800 dólares.
Ao chegar nos assuntos
das queimadas que atingem
a Amazônia e o Pantanal,
Bolsonaro afirmou sem lógica
algumaetentandoatribuiraos
povos indígenas a responsa-
bilidade pelos focos de incên-
diodequenossasflorestassão
úmidas o que não permitiria
a propagação do fogo, já que
estes suspostamente estariam
acontecendo justamente onde
os povos indígenas fazem uso
do fogo. Não é nem preciso
dizer o quanto é mentirosa é
essa afirmação, considerando
que apesar de as florestas
brasileiras serem de clima
tropical, a seca que atinge a
região e as queimadas provo-
cadas principalmente pelo
desmatamento para o agro-
negócio, são responsáveis
incêndios.
Bolsonaro talvez ache que
as outras nações vão acreditar
em um discurso desse tipo,
mentiroso. Talvez ele ache
que o discurso que ele enche
osouvidosdeseusapoiadores
cegos,possaserutilizadopara
convencer líderes mundiais.
Discurso da mentira
3. “
Ariel Cipola
Repórter
A
eleição de
2020 será a
p r i m e i r a ,
desde a redemocratização,
onde não haverá coligações
para o cargo de vereador.
Dessa forma, o número de
candidaturas coletivas tende a
ser recorde no País.
Em Maceió, três partidos
apresentaram candidaturas
coletivas para vereador: PSOL,
UP e PT, todos de esquerda.
A expressão “mandato
coletivo” já obteve êxito posi-
tivoeleitoralnoBrasil.Ogrupo
“Muitas” conquistou uma
cadeira na Câmara de Belo
Horizonte (MG), o “Juntas”
foi eleito para a Assembleia
Legislativa de Pernambuco
e a bancada Ativista também
garantiu vaga na Assembleia
Legislativa de São Paulo.
A Unidade Popular (UP)
apresentou o “Elas Sim”, para
concorreràvaganaCâmarade
Maceió.ÉricaGonzaga,Liliane
Pereira, Mona Spinassé, Lays
Calisto, Vanessa Sátiro e
Tatiana Bezerra, compõem a
candidatura.
Para Vanessa Sátiro, é
gratificante participar dessa
candidatura num partido
“que construímos com nossas
mãos”,atravésdodiálogocom
o povo, e sem amarras com as
“elitesdessesistemaopressor”.
“A concepção de mandato
coletivo vem, justamente, da
relevância e protagonismo da
construção coletiva e parti-
cipativa dos movimentos e
militância na vida parlamen-
tar”,assimclassificouascandi-
daturas coletivas, Marcela
Carnaúba,presidentedoPSOL
emAlagoas. Ela explica que tal
posicionamento rompe com
o individualismo e o perso-
nalismo, e coloca no centro a
discussão sobre a ocupação
dos espaços políticos insti-
tucionalizados por coletivos
organizados, trazendo uma
novaformadeatuaçãonoexer-
cício do cargo eletivo.
Em Maceió, o PSOL apre-
senta neste pleito duas candi-
daturascoletivasque,segundo
o partido, refletem a organi-
zação de grupos e movimen-
tos populares de setores da
sociedade em torno de pautas
que dão vozes ao povo negro,
à periferia, aos LGBTQi+ e às
mulheres, que sofrem com as
políticas genocidas e com a
retirada de direitos imposta
pelo governo Bolsonaro.
O PT apresentou duas
candidaturas coletivas para
este pleito, o coletivo TODOS ,
formadopelaprofessoraDanú-
bia Barbosa, o bancário Zé
Roberto, o professor Gustavo
Pessoa e o bacharel Marcelo
Nascimento. E o ÉpelaVida-
DasMulheres, composto por
Ana Pereira, Mauriza Cabral,
Jorgina Sales enfermeira e
professora univesitária e
Eulina Neta, policial civil.
A possibilidade de se ter
um mandato coletivo entu-
siasma a professora Danúbia
Barbosa,quevênessaformade
representação uma construção
mais democrática.
Zé Roberto não esconde
que foi essa forma de mandato
que o levou a retornar ao cená-
rio político. “A proposta de
Candidatura Coletiva rompe
com a atual forma de fazer
política, dando mais transpa-
rência e aproximando estes
parlamentares coletivos da
sociedade”, disse ele.
“Nós mulheres ocupamos
diversos lugares de atuação
política a partir dos espaços
de controle social, como os
Conselhos de Saúde, Educa-
ção,Assistência Social, Mulhe-
res e Moradia no sentido de
pensar, propor e monitorar a
implementação das políticas
públicas. No entanto, quando
é para assumir os espaços de
decisão, ou como dizemos
popularmente, o poder da
caneta na mão, não somos
priorizadas pelos partidos e
facilmente nossas ideias são
descartadas. A pré-candida-
tura coletiva para Maceió vem
sendo gestada desde o ano de
2018, quando no evento de
homenagem a “Mulheres que
brilham!”fizemosumagrande
reflexão sobre micro poderes
e as dificuldades de chegar ao
parlamento e gestão de pastas
importantes para a economia,
enfrentamento a pobreza e
segurança pública. Ali perce-
bemos que juntas poderíamos
potencializar um coletivo para
concorrer à vereança em 2020.
Pois, estamos em espaços
diversos com as mesmas dores
epercebemosquejuntaspode-
mos nos multiplicar”, disse a
nota das candidatas do Épela-
VidaDasMulheres.
3O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Palavras ao vento e frases de
efeito no seu plano de governo
OPlanodeGovernodeum
candidato a prefeito de uma
capital deve detalhar proje-
tos específicos para a cidade.
Mas uma olhada no pacote
de propostas de concorren-
tes à Prefeitura de Maceió
mostra que, na prática, não
é bem assim. A reportagem
analisouoconjuntodeideiase
promessas apresentado como
plano de governo pelo candi-
dato a prefeito João Henrique
Caldas, o JHC. Muitas vezes,
o tom do documento parece
mais o de uma cartilha reli-
giosaoudeautoajuda.Otexto
peca também pelo recurso a
slogans e a frases de efeito.
Na apresentação do plano
de gestão de JHC, a primeira
ideia aparece já com uma
redação confusa que não
esclarece afinal o que está
sendo proposto: “O bem-
-estar, o conforto, a paz social,
a dignidade e o sentido de
pertencimento [formam] uma
unidade,poissãosentimentos,
valores e condições humanas
imprescindíveis para se alcan-
çar a felicidade”. O que essas
palavrasqueremdizer,afinal?
Nãoexistenoanunciadonada
de realmente concreto como
ação de política pública.
Em outro trecho da apre-
sentaçãodoplanodeJHCpara
Maceió – que deveria resumir
as linhas gerais do que se
pretende realizar –, pode-se
leroseguinte:“Temosodever,
unidosesolidários,depromo-
ver um ciclo de inclusão social
em Maceió, lançando mão
da inovação governamen-
tal, da eficiência na gestão e
da construção de parcerias
com governos, empresas e
entidades da sociedade civil
organizada”. De novo, uma
descrição genérica de inten-
ções que não explica o que o
candidatopropõeparamelho-
rar a vida da população.
O documento apresentado
pela coligação de JHC como
seuplanodegoverno“explica”
ainda a metodologia usada na
formulaçãodositens:“Atrans-
versalidade e a participação
são inerentes à uma política
pública inovadora e eficiente.
Dessa maneira, as etapas
desenvolvidas para conclu-
são deste Plano de Governo
ocorreram de maneira não-
-sucessiva e com equipe multi-
disciplinar”. Mais uma vez,
não está claro o que significa a
tal metodologia e nem porque
o candidato exalta esse tipo
de formulação pouco transpa-
renteenãoesclarecedora.
“Mas,de onde virá o dinheiro para isso?”CANDIDATO JHC
Quando o documento
começa a listar o que seriam
os compromissos do plano
de governo, outro problema
passa a ocorrer com frequên-
cia: o candidato não explica
como as metas apresentadas
serão alcançadas. Fica-se
com a descrição de um obje-
tivo, um desejo solto, uma
promessa de campanha, mas
nada que indique o caminho
para a concretização do que
é posto no papel. Exemplo:
“Construir novos conjuntos
habitacionais para reduzir o
déficit de moradias”. Como
isso será possível? Quais os
recursos para as obras e quais
os números oficiais sobre
habitação?
Outros exemplos assim
estão ao longo das 22 pági-
nas do plano de JHC. Sobre
limpeza urbana e outros
serviços, o texto diz: “Elevar
drasticamente a cobertura
dos serviços de coleta de lixo,
abastecimento de água potá-
vel e esgotamento por rede
coletora para sua universali-
zação”. Mais uma vez, não é
explicado como a Prefeitura
conseguiria atingir o que
está no papel. Também se
nota aqui, de novo, a impre-
cisão de dados no que está
sendo proposto. Quanto seria
“elevar drasticamente” o
atendimento em alguma área
da gestão municipal?
No item Mobilidade
Urbana, o padrão das ideias
genéricassemantém,comode
resto em praticamente todo o
textodoprogramadegoverno
de JHC. Duas propostas no
topo da lista para esta área
são “Redução de acidentes”
e “Redução do tempo médio
de deslocamento”. Não está
explícito como deveria, mas,
ao que parece, são ações para
o setor de transporte coletivo.
E também com esse tema,
o documento não mostra
comoocandidatocumpririaa
proposta, caso fosse eleito.
O Programa de Governo
muda de área, mas a super-
ficialidade na descrição das
propostas atravessa todos
os campos de gestão. Assim,
sobre Educação, diz o texto:
“Expansão do acesso à educa-
ção infantil em tempo inte-
gral”. Mais: “Elevação do
número das matrículas na
educação infantil”. E final-
mente: “Aumentar a atual
NotadoIdebdosanosiniciais
e finais do ensino fundamen-
tal”.Enemumapalavrasobre
meios e financiamento para
a viabilização do que está no
Plano de Governo.
UP traz
candidatura
para mandato
coletivo na
Câmara com
seis mulheres
PT, PSOL e UP apresentam
novos modelos de disputa
PARTIDOS DE ESQUERDA terão cinco candidaturas para mandatos coletivos à Câmara de Maceió, nas eleições de novembro
4. 4 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Thiago Tarelli
Ascom
A
malha aérea
a l a g o a n a
ganha refor-
ços para a alta temporada
de verão. Isso porque a CVC
Viagens, maior operadora de
turismo da América Latina,
anunciou nesta semana que
disponibilizará 8 voos freta-
dos para Maceió nos meses
de dezembro 2020 e janeiro
2021 na retomada das opera-
ções domésticas da empresa,
fragilizada pela pandemia do
coronavírus.
Provenientes de cidades
como São Paulo (SP), Campi-
nas(SP),BeloHorizonte(MG),
Brasília (DF), Londrina (PR),
Porto Alegre (RS), Cuiabá
(MT) e Goiânia (GO), os voos
fretados atendem aos prin-
cipais mercados emissores
de turistas para Alagoas. As
operações têm início em 19 de
dezembro e se estendem até o
fim de janeiro.
Maceió é um dos destinos
mais procurados na plata-
forma da CVC para o período.
Para o secretário de Estado
do Desenvolvimento Econô-
mico e Turismo, Rafael Brito,
os fretamentos da CVC são
essenciais para a alta tempo-
rada de verão e mostram a
força do Destino no cenário
do turismo nacional.
“Oito voos fretados neste
cenário ainda fragilizado pela
pandemia é um número exce-
lente para o nosso destino. A
aposta da CVC em Maceió é
resultado direto da relação
que o governo de Alagoas
vem construindo com a
operadora nos últimos anos,
pelos avanços em segurança
pública, estrutura hoteleira,
pelos diferenciais do Destino
como nossas atrações ao ar
livre que são a grande procura
para este verão, além do rela-
tivo controle da pandemia
no estado. Com toda a cadeia
produtivaprontaparaatender
aos turistas, certificadas com
os protocolos de segurança,
seguiremos avançando no
cenário nacional e internacio-
nal,gerandorendaeoportuni-
dadesatravésdoturismopara
muitos alagoanos”, pontuou
Rafael Brito.
PORTO DE PEDRAS
Outra novidade anun-
ciadapelaCVCéainserçãoda
cidade de Porto de Pedras, do
Litoral Norte de Alagoas, no
catálogo de destinos domésti-
cos rodoviários, apostando no
segmento do turismo regio-
nal.Omaterialindicadestinos
paradisíacos pelo Brasil que
são acessíveis para viagens
de carro e ônibus, levando em
consideração também a proxi-
midade a grandes centros
urbanos. No caso da cidade
alagoana, além das incríveis
belezas naturais do municí-
pio,comdestaqueparaaPraia
do Patacho, a curta distância
entre ela e as capitais Maceió
e Recife) são diferenciais para
este nicho de mercado.
Maceió terá 8 voos fretados
TURISMO:Fretamentostêminíciodia19dedezembroeatendemaosprincipaismercadosemissoresdeturistasparaAlagoas
5. PUBLICIDADE
5O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
6. ESPECIAL
O DIA ALAGOAS l 27 de sete6
Empresaspagam18%de
O segundo item que mais
pesa para o setor é o gasto com
combustível, que poderia ser
minorado caso houve isenção
ou redução do ICMS sobre
o produto para o setor. Em
Pernambuco, por exemplo, as
empresas de transporte cole-
tivo pagam 9% de ICMS sobre
ovalordocombustível,odobro
do valor praticado emAlagoas,
que é de 18%. “Por isso, o gasto
com combustível representa
22,29%dovalordatarifa.Atual-
mente, cada litro de diesel para
abastecer os ônibus sai para as
empresas por R$ 3,40. Por mês,
as empresas utilizam cerca um
milhão de litros para abastecer
a frota e atender a
população. Se
houvesse
i s e n -
ção do
imposto
somente
s o b r e
o p r e ç o
do diesel, a
tarifa já ficaria
mais barata em pelo
menos 3,6%”, destaca Guil-
herme.
Depois do combustível, os
custoscomseguro,depreciação
e o Imposto sobre a Proprie-
dade de Veículos Automo-
tores (IPVA) constituem outra
parcela de 11,79% que incide
na tarifa. Uma reclamação das
empresas de ônibus é que elas
são obrigadas a pagar o tributo
estadualanualporcadaveículo
de sua frota, no entanto, os
taxistas e os transportadores
alternativos (que pertencem
ao mesmo setor, transporte de
passageiros) são isentos deste
pagamento,bemcomodopaga-
mento de ICMS na compra do
veículo. Tal isenção, desoner-
ariaosetorrodoviárioepoderia
contribuir para baratear o valor
da tarifa.
Como qualquer veículo,
periodicamente é necessário
trocar uma peça aqui, outra ali,
umpneu,alémdousoóleoedos
lubrificantes. Para as empresas
de ônibus, óleos e lubrificantes,
peças, acessórios e rodagens
(Conjunto das rodas) somam
12% dentro da composição da
tarifa.
Cercade45%dosgastosécommão-de-obra
De acordo com o presi-
dente do Sindicato das
Empresas de Transporte
Urbano de Maceió (Sinturb),
Guilherme Borges, na
composição da tarifa, 45%
dos gastos é representado
pela mão-de-obra, ou seja,
o pagamento dos salários,
encargos trabalhistas e
benefícios dos colaboradores
das empresas de ônibus.
Representando o item mais
vultuoso na conta. Com
o n ú m e r o c r e s -
cente da bilheta-
gem eletrônica,
a necessidade
d e a l g u m a s
funções está
a c a b a n d o ,
como é o papel
do cobrador.
“ E m a l g u -
mas linhas, o
cobrador recebe
apenas o equiva-
lente a cinco passa-
gens numa corrida de
uma hora e meia, porque
a maioria dos passageiros
têm optado pelo uso do Bem
Legal.Assimcomoemoutras
cidades,essa
função aos
poucos vai
a c a b a r ,
mas isso
não quer
d i z e r
q u e
haverá
demissão em massa,
uma vez que os cobra-
dores estão sendo
requalificados como
motoristas. Eles vão poder
substituirmotoristasquevão
se aposentar ou que já não
querem mais permanecer
na função, passaram em
concursopúblico,resolveram
empreenderemalgumaárea.
O mercado é
dinâmico”, assinala o presi-
dente do Sinturb.
Iracema Ferro
Repórter
Os mais diversos setores da economia
precisam se reestruturar depois de
praticamente um semestre de estag-
nação econômica, onde os recursos do capital de
giro inexistem e praticamente toda a reserva para
eventualidades também já foram utilizadas.
Alguns setores estão se reerguendo por meio da
isenção de alguns impostos, que embora gerem
receita diretamente para estados
e municípios,quando isentados acabam por não
somente garantir as frentes de trabalho,mas também a
geração de novos empregos,o que representa retorno
financeiro por outra via,como o Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago nos bens
e serviços adquiridos pelos trabalhadores.Por outro
O QUE O PASSAGEIRO PAGA ‘D
CARGA TRIBUTÁRIA pesa no bolso do empresariado,que precis
7. 7embro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EconomistasenxergamperigoemcortartributoseICMSsobrecombustível Para o economista e
professor universitário Jarpa
Aramis, quando a questão
diz respeito a impostos é
necessário olhar os três agen-
tes principais da economia: as
famílias, o governo
e as empresas.
“A única
forma de
a r r e c -
adação,
degerar
receita
d o
governo
s ã o a s
tributações,
t a x a s e
contribuiçõessoci-
ais. As empresas, pela venda
de bens e oferta de serviços.
E as famílias pela força de
trabalho. O Estado existe
porqueasfamíliaseasempre-
sas não ‘sabem’ sobreviver.
Nós criamos as organizações
para suprir nossas necessi-
dades, mas ao mesmo tempo
não sabemos nos comportar
sem uma figura que possa
estabelecer a ordem. A partir
daí que surgem as externali-
dades (como o trânsito), posi-
tivas ou negativas, e precisa
ter a figura do Estado para
intervir porque não consegui-
mos resolver esses proble-
mas de maneira individual”,
contextualiza.
“Cada agente tem noção e
dimensãodoimpactoquando
você tem uma redução
de impostos, como
é o caso do IPVA,
mas, de todo
modo, quando
há a redução
desses impostos,
há também uma
redução de arrec-
adação do poder
público. Do mesmo
jeito que tem um
impacto positivo
para as empre-
s a s , e u
tenho um
impacto
n e g a -
t i v o
para o
poder
público
e n ó s ,
enquanto
famílias, não
temos acesso à
arrecadação também
destes impostos”, analisa.
Pa r a o e c o n o m i s t a
Emanuel Lucas de Barros, a
tarifadetransportepúblicode
Maceió tem onerado trabal-
hadores, desempregados,
donas de casa e estudantes.
Atualmente a tarifa de R$3,65
compromete a renda de um
assalariado em no mínimo
21%. “Porém a realidade
atual é ainda mais grave: com
a pandemia muitos perderam
seus empregos e o auxílio
emergencial foi cortado para
R$300, valor pouco acima
dos R$219 de quem precisa
pegar ônibus todos os dias”,
defende.
“Outra questão
que entra em
debate é que
n ã o h á
g a r a n -
tias que
descon-
t o s e
i s e n -
ções de
i m p o s -
tos dadas
a o s e t o r
p r i v a d o
sejam repas-
sados ao valor da
tarifa paga pelo consu-
midor, podendo ser utilizado
apenas para aumentar ou
repor a margem de lucro”,
completa.
Outros 8% são de impostos
e taxas, como o Imposto Sobre
Serviços (ISS). As empresas de
transporte coletivo pagam de
5% ao município, já os motor-
istas de aplicativo cumprem a
alíquota de 2%.
Apenas 1% do valor da
passagem de ônibus corre-
sponde aos gastos com a
bilhetagem eletrônica.
“Se o Executivo estadual
isentasseosetordoICMSparao
combustívelecompradeveícu-
los,alémdoIPVA,eaprefeitura
isentasse do ISS, os valores que
incidem sobre a tarifa cairiam
37,79%, uma redução consid-
e r á v e l .
Enquantoessadesoneraçãonão
chega, nosso trabalho é para
nosmanterereduziroscustos”,
assinala Borges.
O Sinturb ainda chama
a atenção para um ponto:
quando as empresas de ônibus
que compõem o Sistema Inte-
grado de Maceió venceram a
licitação em 2015, o contrato
firmado com a prefeitura trazia
uma clausula de subsídio de
reequilíbrio econômico. Este
seria um meio de ajudar as
empresas neste período crítico,
em que a demanda ainda não
foi restabelecida (já que escolas
e faculdades não estão funcio-
nando e muitas empresas e
órgãos públicos permanecem
em teletrabalho), mas o
sistemanãopodeparar.
Já há três propos-
tas de desoneração
total do sistema
rodoviário em
t r a m i t a ç ã o
n o C o n g r e s s o
Nacional, um de
autoria do Execu-
tivo Federal, outro
da Câmara dos Depu-
tados e o terceiro do
Senado Federal.
lado,essas isenções dão fôlego para as empresas,
porque ajuda a reduzir custos.
No setor de transporte não é diferente. Embora a
aviação tenha recebido incentivos (em forma de isen-
ção fiscal) para circular em Alagoas, os transportes
coletivos amargam a perda de passageiros para
outros modelos (como o transporte por aplicativos),
lucram pouco e não conseguem ter competitividade
por causa do valor da tarifa, que em Maceió custa,
atualmente, R$ 3,65. O dado mais alarmante: o valor
deveria ser maior para cobrir os gastos, chegando
a R$ 4,55, mas, em contraponto, poderia ser bem
menor, inferior a R$ 3,00, caso alguns tributos
fossem isentados.
O valor para a tarifa em R$ 4,55 foi calculado por
uma auditoria da prefeitura de Maceió e do Ministério
Público Estadual,feita pela empresa Quantum,de
Minas Gerais.
DENTRO’ DA TARIFA DE ÔNIBUS
sa repassar os custos para os usuários do sistema de transporte
8. Aprenda o que fazer depois
daquela colisão no trânsito!
Seusegurocobreoconsertodeseu
automóvel.Masseráqueelepaga
também a lanterna daquele carro de
R$ 1 milhão no qual você bateu? É
por riscos como esse que o seguro de
reponsabilidade civil ganha cada vez
mais importância.
Em países como Europa e nos EUA
esse tipo de seguro é obrigatório
para o licenciamento dos carros. No
Brasil temos a cobertura de danos
contra terceiros (RCF-V) contratada
pelo seguro tradicional, popular ou
somente terceiros.
Essa cobertura tem o propósito de
reembolsar ao segurado até o limite
determinado na sua apólice de inde-
nizações que seja obrigado a pagar,
judicial ou extrajudicialmente, por ter
provocado danos pessoais ou mate-
riais a outros.
A cobertura mais corriqueira ainda é
baixa no Brasil. Hoje a média é de R$
80 mil a R$ 100 mil. O ideal é verifi-
car junto ao seu corretor de seguros
a melhor cobertura, porque depen-
dendo da região não é difícil dirigir
lado a lado com veículos que passam
de R$ 100 mil.
É preciso entender que, infelizmente,
os acidentes de trânsito fazem parte
da rotina de muitos motoristas e, às
vezes,não há o que fazer.Essa é uma
situação que pode ser muito assus-
tadora para algumas pessoas. Você
pensa:“agora que bati o carro, o que
devo fazer?Ӄ exatamente sobre isso
que vamos falar em nossa coluna
dessa semana!
Bati o carro,devo tirá-lo da via?
Às vezes, não será possível mover o
carro, pois os danos da batida foram
maisgraves.Mas,seninguémseferiu
ouseoscarrospuderemsemovimen-
tar, estacione-os em locais seguros e
que não obstruam o trânsito. Isso é
importante para não causar outros
acidentes com proporções ainda
maiores. E, caso seja possível tirar o
carro da via e isso não for feito, será
considerada uma atitude passível de
multa no valor de R$ 130,16,além de
perder quatro pontos na CNH.
E se não for possível, quem tem um
seguro auto, pode ligar para seu
corretor de seguros e solicitar junto
à sua cia de seguros o guincho.
Esse contato é bem rápido e o mais
eficiente possível, de modo que o
carro não fique muito tempo na via,
além de suporte ao segurado no
contato.
Lembre-se, também, de sinali-
zar a área com o triângulo, um dos
itens essenciais para ter no carro, e
posicione-o a uma distância de, pelo
menos, 30 metros. Assim você evita
que possam haver novas colisões
com o seu carro já batido. Mesmo
se não for à noite, é obrigatório ligar
o pisca-alerta para complementar a
sinalização.
Fazer ou não o Boletim de Ocor-
rência?
Não é necessário fazer um B.O, para
sinistro sem vítimas ou de pequena
monta, mas é mais prudente e
garante as informações de todas as
pessoasquepossamestarenvolvidas
no acidente. Algumas seguradoras
exigem o B.O para o pagamento da
indenização em caso de perda total,
por isso, fique atento às regras da
sua seguradora.Quando há feridos,é
obrigatória a realização do B.O.
No momento do registro das informa-
ções, relate a cronologia do acidente,
inclua os dados dos veículos, como
modelo e placa, os dados dos moto-
ristas,com nome e RG e,por fim,das
testemunhas,caso tenha.
Acione seu corretor de seguros!
Esse é o próximo passo. A batida,
caso tenha envolvido terceiros,
precisa ser analisada entre os dois
condutoresparaqueamboscheguem
aumconsensodequemfoioculpado.
Caso isso não seja possível, será
necessárioacionaraSMTTouoórgão
de trânsito responsável pela via.
No entanto, é necessário, seja lá
qual for a decisão, tirar fotos dos
veículos e danos causados, do local
e da posição exata dos carros no
momento do acidente. Lembre-se,
também, de colher os dados do
outro condutor. Tudo isso são infor-
mações necessárias para serem
encaminhadas à seguradora no
momento de abertura de sinistro.
Caso haja testemunhas no local, é
recomendado que, se possível, os
contatos delas sejam anotados para
contatos posteriores.
Em caso de vítimas, não se
ausente,preste socorro!
Se a batida deixou feridos, chame o
socorro médico para o atendimento
das pessoas.Lembre-se de acionar a
políciapararealizaroregistrodaocor-
rência e perícia no local.É importante
sinalizar o lugar com um triângulo e
pisca-alerta para evitar aglomera-
ções e possíveis novos acidentes.
Não movimente as vítimas, pois, um
atendimento equivocado pode agra-
var as lesões.
Prestar socorro é obrigatório! Quem
se omite, mais do que a penalização
de acordo com o CTB (Código de
Trânsito Brasileiro), de multa gravís-
sima e suspensão do direito de diri-
gir, é crime passível de detenção
pelo Código Penal, assim como pelo
Código deTrânsito.
Quem sofre com acidentes causados
no trânsito pode e deve pedir a inde-
nização do seguro DPVAT (Seguro de
Danos Pessoais Causados por Veícu-
los Automotores de Via Terrestre).
Qualquer pessoa que seja vítima no
trânsito tem direito a solicitar essa
indenização.
Onde o carro será consertado?
Quem tem seguro e vê o seu veículo
danificado,já quer saber qual é o local
que será responsável por reparar os
danos causados. Nesse momento, o
seguradotemlivreescolhaparalevaro
carroondequiser.Mas,existeaimpor-
tânciadeescolherasoficinasreferen-
ciadaspelofatodelasseremavaliadas
previamente pelas seguradoras e
terem um controle de qualidade para
realizar o conserto da melhor forma
possível,dentro de um prazo justo.Os
carros passarão por uma vistoria para
que possa ser medido o tamanho dos
danos causados ao carro.
As oficinas que são referenciadas
também oferecem outros serviços,
como revisão e liberação dos reparos
com mais rapidez, sem mencionar o
fato de que as seguradoras conce-
dem benefícios quando o segurado
escolhe a oficina referenciada para
consertar o carro após a batida.
Conclusão
Em suma, o responsável pela colisão
deve arcar com os custos dos danos
materiais. Se o motorista respon-
sável pelo acidente tiver seguro, ele
deve acionar seu corretor de seguros
para tomar as providências necessá-
rias. Não esqueça de reunir fotos do
veículo,do local e de testemunha.
Vejaaimportânciadesecontratarum
seguro auto: a pessoa tende a ficar
mais tranquila porque existe uma
proteção quer para o seu veículo quer
para o terceiro, isso contribui para
uma resolução mais rápida e prática
de qualquer problema.
E aí, gostou do tema dessa semana?
Espero que tenha gostado! Acompa-
nhe também nosso quadro“Momento
Seguro” todas as quintas feiras na
rádio 98,3 FM,a partir das 7h30 e,na
TVMAR (Canal 525 NET), a partir das
9h. Participem com suas perguntas!
Até a próxima se Deus quiser! Um
grande abraço!
Bati o carro! E agora?
8 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
9. EMALTA | Jornalista Carlos
Alberto Júnior from Maceió,
chega chegando como colaborador
no Portal ConexãoAlagoas
NEWS,NEWS | Psicóloga
Márcia Miotto,coordenadora
do Comitê Pró Social,campanha
“Doe brinquedos e ganhe
sorrisos”,no stand de arrecadação
no Maceió Shopping
9O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
SOCIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EM SOCIEDADE Jailthon Sillva
jailthonsilva@yahoo.com.br
Contatos:
3522-2662 / 99944-8050
CAMPANHA DOS
BRINQUEDOS I
A Capitania dos Portos de Alagoas,
em parceria com a Sociedade
Amigos da Marinha de Alagoas
(Soamar/AL) e o Sindicato das
Agências de Navegação Marítima
e Operadores Portuários do Estado
de Alagoas (Sindaneal), realiza a
Campanha dos Brinquedos inti-
tulada “Doe brinquedos e ganhe
sorrisos”, com a finalidade de
arrecadar brinquedos novos para
doação às crianças de comunida-
des carentes de Maceió.
CAMPANHA DOS
BRINQUEDOS II
Para a campanha ganhar maior
impulso, foi formado o “Comitê
Pró Social” liderado pela psicóloga
Márcia Miotto, esposa do Capitão
de fragata Wendell Petrocelli de
Lima, comandante da Capitania
dos Portos de Alagoas. A campa-
nha prossegue recebendo as
doações dos brinquedos novos até
o dia 8 de outubro, com pontos de
arrecadação na própria Capitania
dos Portos de Alagoas e stand no
Maceió Shopping.
MADE IN SAMPA |
O amigo e
empresário
Wellison Lakuka
e sua amada
Valleska Barbosa
PODEROSO | Empresá-
rio Erivan Gomes leiam
Morada Construções in
Arapiraca,é destaque
na City de Manoel
André
IN DESTAQUE | Sempre
de bem com a vida,o
empresário Emerson
Colibrir posa para esta
coluna com sua linda
filha Júlia Gabrielly
10. 10 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CSA “bate cabeça” dentro e
fora de campo; torcida reage
RECÉM-CHEGADO AO CLUBE AZULINO, treinador barrou o zagueiroAlan Costa,que já rescindiu contrato e foi embora deAlagoas
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
ThiagoLuiz
Estagiário
O
C S A , e m
nome de sua
diretoria, deu
a última cartada para a tempo-
rada 2020. Além da demissão
do técnico Argel Fuchs, que
teve apenas 17 dias para traba-
lhar, mandou embora também
o antigo executivo de futebol
Marcelo Barbarotti. Para seu
lugar chegou Rodrigo Pastana.
Experientee,namesmapropor-
ção, polêmico. Com ele chegou
o treinador Mozart Santos, que
tem como o ponto alto de sua
carreira o comando das cate-
gorias de base do Coritiba por
quatroanos.
Mozart é o quarto coman-
dante técnico do time marujo
no ano. O projeto começou
com Maurício Barbieri, que foi
sucedidoporEduardoBaptista.
Demitido em agosto, quem o
substituiufoiArgelFuchs.Esse,
por sua vez, em sua curtíssima
passagem, só conseguiu um
empate à frente da equipe. Sua
demissão veio após a derrota
contra o Cuiabá, onde o trei-
nador afirmou que precisaria
de tempo para organizar o
Azulão.A diretoria não acatou
odiscursoepreferiu,maisuma
vez, “recomeçar” a temporada
comtemposnovos.
Assimcomoagrandequan-
tidade de técnicos num curto
espaço de tempo, o que reforça
a necessidade de revisão no
planejamento é o número
de profissionais que ficaram
responsáveis pelo Departa-
mento de Futebol do clube. No
início de 2020, o executivo era
FabianoMelo,quefoimandado
embora junto com Barbieri e
saiu como um “bode expiató-
rio” pelo começo de ano ruim
que fazia o CSA: eliminado
na fase de grupos da Copa do
Nordeste e também saindo
da Copa do Brasil de maneira
precoce, para o Vitória do Espí-
ritoSanto.
Depois de Fabiano,
Raimundo Tavares, que estava
afastado desde o fim de 2019,
voltou ao CSA. O clube apos-
tou na contratação de um novo
executivo de futebol, Barba-
rotti. Esse caiu com Argel. E
agora, chega Rodrigo Pastana.
O novo dirigente tem histórico
de acessos e títulos, mas sua
vinda não foi tão aprovada
pela torcida azulina. Principal-
mentepelohistóricodepolêmi-
cas e até ações judiciais contra
ele. Para agravar a situação, o
zagueiroAlan Costa, uma peça
importante, pediu a rescisão de
seu contrato depois de acusar
Pastana de tê-lo oferecido ao
Avaí e por ser “barrado” por
Mozartemumtreinamento.
Em entrevista coletiva, os
dois recém-chegados ao CSA
afirmaram que o zagueiro
mentiu. De acordo com eles, ao
desembarcar no Nelsão, o joga-
dor já tinha negociação com
outras equipes e que seria libe-
rado pela diretoria de qualquer
maneira.
Alan fez 47 partidas com
a camisa azulina e era o capi-
tão da equipe. Mesmo assim,
o treinador disse que ele não
se adequava ao seu modelo de
jogo e não fazia parte dos seus
planos. Já Pastana foi mais inci-
sivo. Preferiu não falar sobre
como se deu a saída do atleta
e sobre as acusações, disse que
o assunto será resolvido na
Justiça. “Não vou dar palco
paramaluco”,afirmouoexecu-
tivo.
Pelo menos no que se
observa no maior “termôme-
tro” que são as redes sociais, o
torcedor do CSA não está nada
satisfeito com a saída de Alan
Costa e das consequências da
contratação do novo cartola
azulino.
Mesmo assim, Pastana
minimizou a pressão vinda
da torcida e pediu paciência,
porque “quem está descon-
fiado hoje, vai confiar no final
do trabalho”. Ainda segundo
o diretor, o que se comenta em
redes sociais e os julgamentos
feitos de forma “precoce” não
devem ser levados em conside-
ração. Para ele, é necessário se
blindar e focar apenas no que
aconteceinternamentenoCSA.
A crise ainda não acabou
Vigarista foi a palavra mais leve utilizada pelo ex-técnico
do CSA, Argel Fucks, para se referir ao novo diretor de
futebolremuneradodoclube,RodrigoPastana,queaindafoi
acusadodesermau-caráter,edeganhardinheirodeempre-
sáriosejogadoresparafacilitartransaçõesporondepassou.
Fucks chegou a informar tudo isso ao presidente Rafael
Tenório,quando discutia sua saída do CSA,ao dizer que não
trabalharia com Pastana,além de gravar um áudio e postar
no grupo de treinadores de futebol do Brasil, com todas as
letrasmaiúsculasemrelaçãoaostermosaquiescritos.
Por sua vez, Rodrigo Pastana se defendeu afirmando que
nunca foi responsável por nenhuma demissão do Argel
Fucks por onde ele tenha passado e que trabalhou muito
pouco com ele. Chegou a dizer que o treinador não é um
vencedor, mas que o caso das acusações do Argel vai
terminarnaJustiça,edissoelenãoterácomofugir.Pastana
garantiu ainda que nunca se envolveu com empresários,
que seu trabalho é respeitado por todos e a autonomia que
ele pede aos clubes por onde passou está relacionada,
especialmente, à transparência com que trata a gestão do
futebol,ouvindo mais e falando pouco.
Sem querer me aprofundar muito nesta briga, que é mais
uma coisa pessoal entre Fucks e Pastana, acho que é o
sujo falando do mal-lavado.Tanto é que,mesmo os áudios
e vídeos do Argel circulando em grupos no Brasil inteiro,
não soube de algum treinador, jogador ou empresário do
futebol que tenha se manifestado contra ou a favor de um
ou de outro. Muito pelo contrário, o assunto só foi comen-
tadoemuitodiscutidonamídia,ondeváriasopiniõesforam
dadas,mais em forma de cobrança na busca pela verdade,
do que mesmo na defesa de A ou B. Que isso precisa ser
passadoalimponãotenhoamenordúvida,masapostoque
não sairá desse oba-oba.
Alan está fora - 1
Nessa briga entre a água e o rochedo, apareceu a primeira vítima. Trata-se
do zagueiroAlan Costa,o melhor jogador da defesa,quem sabe até do grupo
todo do CSA. Quando Rodrigo Pastana foi anunciado como novo diretor de
futebol do clube, o jogador ficou insatisfeito e procurou a diretoria para
anunciar o seu desejo de sair. Dois clubes, imediatamente, se mostraram
interessados: Fortaleza (Série A) e Avaí (Série B). Depois de uma conversa
com o presidente do CSA, Rafael Tenório, o jogador acertou tudo e disse
que ia ficar.
Alan está fora - 2
Só que essa conversa não adiantou. No dia seguinte, o treinador Mozart
Santos procurou o Alan Costa e disse que ele estava fora dos planos. E foi
mais além: que ele tinha sido o pior jogador do CSA, na vitória diante do
Cruzeiro, quando o Alan fez um gol e foi escolhido pela imprensa como o
melhor jogador da partida. Foi a gota d’água.Alan conversou com Tenório e
está indo para o Avaí, pelo menos ficou acertado isso até o fechamento da
coluna. Bom, se o Pestana é bom caráter ou não só o tempo vai se encar-
regar de esclarecer, mas por conta dele o CSA já tem a sua primeira baixa.
O que queria o Gum - 1
Em um momento extremamente errado e delicado,o zagueiro Gum,do CRB,
fez duras declarações quanto ao extra-campo do clube, que, segundo ele,
estava interferindo no trabalho dentro de campo. Isso foi dito logo após a
eliminação do CRB da Copa do Brasil para o Juventude, e isso lhe custou
duras críticas e uma resposta forte do presidente Marcos Barbosa, que
chegou a insinuar que Gum estava mais preocupado com dinheiro, ou seja,
era mercenário. Barbosa cobrou que ele viesse a público e falasse clara-
mente,desse nomes,porque o clube também teria como responder à altura.
O que queria o Gum - 2
Confesso que até agora fiquei sem entender o que queria dizer o Gum,
quando declarou que tem comentarista que fala e não sabe da realidade
interna e que o clube está tratando os jogadores como robôs e não como
seres humanos, além de outras insinuações sobre promessas não cumpri-
das e viagens mal-programadas neste Campeonato Brasileiro da Série B.
Ao que parece, tudo ficou no dito pelo não dito, já que o jogador viajou para
enfrentar o Botafogo/SP, jogo realizado nesta última sexta-feira.
Será que teremos novos capítulos?
Coruripe e Jaciobá
Não foi boa a estréia de Alagoas na Série D do Campeonato Brasileiro.
Jogando em Arapiraca, sua sede temporária, o Jaciobá ficou no empate
em 2 a 2 diante do Central de Caruaru. Enquanto isso, o Coruripe foi até a
cidade de Vitória da Conquista e foi derrotado por 2 a 0 pelo time da casa.
Vamos ficar na torcida para que os dois times possam melhorar na rodada
deste final de semana. Novos tropeços podem dificultar o sonho de uma
classificação, mesmo que a competição só esteja começando.
l Faz tempo que não vejo crise
no CRB. Marcos Barbosa tem, vez
ou outra, recebido algumas críti-
cas, especialmente às vésperas
das eleições no clube, mas nada
que não passe de uma guerrinha
de meia dúzia de conselheiros.
Nos últimos anos, o CRB tem sido
ummodelodegestão,compoucas
pessoas trabalhando e que vem
dandocerto.Éoqueimaginamos;
l Situação mais complicada é
no CSA, que com uma atuação
ruim dentro de campo e a perda
do tri-campeonato alagoano,
vem enfrentando manifestações
de torcidas organizadas na porta
do centro de treinamento, de
grupos de sócios torcedores e de
alguns conselheiros. O CSA está
na contra-mão da sua história nos
últimosquatroanos.Atorcidatem
memóriacurta.
ALFINETADAS...
Mozart Santos disse que o zagueiro não se adequava ao seu estilo de jogo
AugustoOliveira/AscomCSA
11. PUBLICIDADE
11O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
12. O sucesso do Chevrolet
Onix está atrelado a vários
fatores, desde os mais racio-
nais, relacionados ao custo-
benefício do produto em si,
às inovações tecnológicas, às
soluçõesdeconfortoeaobaixo
consumo de combustível,
por exemplo. Mas é o fato de
estar em constante evolução
e ditando tendências que o
transformou em uma espécie
de carro-símbolo desta atual
geração de consumidores -
contemporânea, inteligente
e conectada. A chegada da
segunda geração do Onix, no
ano passado, reforçou este
posicionamento e inaugurou
no segmento um patamar
aindamaiselevadoemrelação
a segurança, performance,
nível de equipamentos e
design.Aliás,onovovisualdo
produto é o quesito que mais
encanta os clientes, e num
grau similar apenas ao de
carros de categoria superior,
apontam pesquisas da marca.
O Onix vai surpreender
novamente em estilo, só que
desta vez com dois modelos
especiais. O primeiro deles
é o Onix RS, que une um
design esportivo inédito com
a eficiência do motor turbo e o
acerto dinâmico tão particular
do hatch. A outra novidade é
estreia mundial do Onix Plus
Midnight, que marca o lança-
mento do acabamento todo
preto da grife global da Chev-
rolet para agregar sofisticação
comumtoquedeatitudeinco-
muns em sedãs.
AFiatChryslerAutomóveis
(FCA) acaba de alcançar a
marca de 500 mil motores Fire-
fly produzidos no Polo Auto-
motivo Fiat, em Betim (MG).
O motor de número 500 mil é
umFirefly1.0litrodetrêscilin-
drosesaidalinhadeprodução
no momento em que a FCA
Powertrain está em fase de
ampliação,comainstalaçãoda
nova fábrica de motores turbo.
“Nunca seria possível chegar a
esse marco de 500 mil motores
Firefly produzidos no Brasil se
o time não fosse competente,
com muito talento, determi-
nação e vontade de realizar. É
umprodutodeexcelência,com
tecnologia inovadora, muito
apreciado pelos clientes dos
mercados latino-americano
e europeu”, afirma o presi-
dente da FCA para a América
Latina, AntonioFilosa. Com
cerca de 800 funcionários, em
três turnos, a produção diária
chegaa1,3milmotores,dividi-
dos entre o Firefly 1.0 litro,
de três cilindros, e o Firefly
1.3 litro, de quatro cilindros,
amboscomblocoemalumínio.
Atualmente, mais de 50% da
produção é exportada. Os
embarques começaram em
setembro de 2019 para Itália e
Polônia, totalizando mais de
130milunidadesqueequipam
Fiat Panda, Fiat 500 e Lancia
Y. Esse volume já representa a
maior exportação de motores
da história da FCA no Brasil.
12 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
PEUGEOT Just
Drive It
Com o Novo PEUGEOT
208, nasce também o
PEUGEOT Just Drive It.
O programa, em ruptura
no mercado brasileiro,
é o primeiro a oferecer,
ao final do ciclo, a
recompra garantida a
100% da tabela Fipe.
Assim, o PEUGEOT Just
Drive It passa a ser mais
um eixo estratégico e
de diferenciação da
Marca no país, que
garante tranquilidade,
acessibilidade e
previsibilidade financeira
aos seus clientes.A
exemplo do PEUGEOT
Total Care, no qual
a premissa é de que
“Cliente que não estiver
satisfeito com o serviço,
não paga”, o Just Drive
It é um “item de série”,
ou seja, o superpograma
de financiamento criado
especialmente para o
Novo 208 passa a ser
ofertado para toda a linha
de veículos de passeio da
PEUGEOT.
Nissan abre loja
de peças no
Mercado Livre
A Nissan reforça sua
presença na plataforma
virtual de vendas Mercado
Livre com o lançamento
de sua loja peças e
acessórios. Depois da
Loja de Veículos, agora
os clientes da marca
podem comprar produtos
originais e homologados
Nissan diretamente
pelo sítio eletrônico e
receberem em casa.
ACONTECE
esta semana
COPA TROLLER
A Copa Troller realizou
no último dia 19 o rali na
cidade paulista de Sorocaba,
com grid completo de 133
carros e muita emoção,
depois de meses de espera
devido à pandemia. Para
evitar aglomerações foram
tomados vários cuidados
durante o evento e, assim
como o briefing antes da
prova, a premiação foi
realizada de forma virtual.
Com mais de 400 pessoas
conectadas na transmissão,
foram anunciados os
vencedores do rali nas
categorias Expedition,
Turismo, Graduado e Master.
Chevrolet lança Onix RS
e Onix Plus Midnight
FCA atinge 500 mil motores
Firefly produzidos no Brasil
CARRO-SÍMBOLO
AMPLIAÇÃO
Peugeot volta
para o mercado
de motos
A divisão de motos da
Peugeot, separada do
Grupo PSA e comprada
pela Mahindra no ano
passado, está trabalhando
já em um estágio avançado
em seu mais novo
modelo - o primeiro desta
nova fase.A nova moto
promete ser uma versão
de produção do conceito
P2X exibido no Salão de
Paris em 2019. Na época
o modelo foi mostrado em
duas variantes diferentes,
uma Roadster de 125 cc e
outra “caferacer” de 300
cc no estilo naked. Os dois
motores são refrigerados
a água e possuem duplo
comando de válvulas,
oferecendo desempenho
para trafegar pela cidade.
RODASDUAS
13. COTIDIANO PANDEMIA ÍNDIO COTIDIANO PANDEMIA ÍNDIO COTIDIANO PANDEMIA ÍNDIO COTIDIANO
Alagoas l 27 de setembro a 3 de outubro I ano 08 I nº 396 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
PedroCabr
al
Envie crítica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Este número conta com dois artigos de índios de Alagoas que falam sobre a pandemia e
pensam sobre a vida das aldeias nestes tempos ainda inseguros. Quem organiza todo
este trabalho que estamos publicando é o NEABI/IFAL, do campus de Maceió, e o grupo
de estudos sobre etnohistória indígena do Estado. A coordenação cabe ao Professor Dr.
Amaro Hélio Leite dos Santos. É importante sentir o próprio índio escrevendo sobre sua
vida. Campus continua com seu papel de divulgar documentos sobre a vida alagoana e
agradece ao Amaro por sua gentileza.
Vamos ler!
Abraço,
Sávio de Almeida
VIVENTE DAS ALAGOAS E
PANDEMIA (XXII): ÍNDIOS
E O CORONAVÍRUS
14. C
om a pandemia do
coronavírus, as rela-
ções sociais entre as
pessoas têm sido reconfigura-
das. Hoje, “não dar as mãos” é
sinal de união; “não visitar” é
sinal de cuidado; “não querer
estar perto” é sinal de amor.
São ações inversas do que
costumávamos fazer, mas,
em tempos de pandemia, os
significados dessas ações são
essenciaisparaumbemmaior:
combater o vírus, salvar o
máximo de pessoas. As polí-
ticas de ações dos governos
em todo o mundo consistem
no isolamento ou distancia-
mento social, o uso de másca-
ras, a higienização pessoal etc.
“Quem puder fique em casa,
enquanto não surge uma cura
para este mal”. São medidas
tomadas para combater a
disseminação do COVID-19.
Diante deste cenário de
pandemia, os hábitos cotidia-
nos mais simples se tornam
complexos, por exemplo:
visitar um parente próximo,
sentar com os amigos para
conversar e se divertir, come-
morar aniversário com festa,
ir ao mercado, a padaria, a
farmácia, a consultas em clíni-
cas médicas etc. se tornou um
desafio a nossa própria capa-
cidade de enfrentar e superar
medoseangústias,frenteaum
inimigo invisível e não pouco
letalqueéonovocoronavírus.
EmAlagoas,amobilização
de enfrentamento à pandemia
culminou na criação de um
comitê de crise, responsável
pelo controle das informa-
ções e emissão de Decretos,
conforme o avanço do vírus.
Os municípios também cria-
ramcomitêsdecrise,adotando
ações de enfrentamento com
Decretos que viabilizam juri-
dicamente a instalação de
barreiras sanitárias nas entra-
das dos municípios e fecha-
mento de estradas vicinais,
a fim de impedir o avanço
do vírus em suas respectivas
áreas administrativas.
No município de Parico-
nha não foi diferente: estra-
das vicinais que antes davam
acesso ao município foram
fechadas com o intuito de
estabelecer somente duas
opções de acesso à região,
passando pelo controle das
barreiras sanitárias estabele-
cidas na divisa do município
com Estado de Pernambuco
e o Povoado Marcação, divisa
do município de Pariconha
com o município de Água
Branca, Alagoas. Com o
aumento de casos no Estado
de Pernambuco, o acesso
ao município foi fechado
permanecendo somente uma
opção de acesso a região. As
restrições nas barreiras com
respeito ao acesso de pessoas
oriundas de outros Estados
ou mesmo municípios vizi-
nhos foram intensificadas;
mesmo pessoas naturais de
Pariconha, mas que mora-
vam em outros municípios,
não podiam entrar na região,
salvo para serviços essenciais.
Várias medidas de segurança,
deprevençãoeenfrentamento
foram e ainda são tomadas
para combater o avanço do
vírus no município. Mas,
mesmo diante de tantas restri-
ções e isolamento, este mal
chegou à região.
Com os primeiros casos no
município, as relações sociais
entre as pessoas tornaram-se
ainda mais restritivas: distan-
ciamento social, isolamento
local, fechamento de institui-
ções religiosas, escolas, lojas,
bares; além do uso obrigató-
rio de máscaras, suspensão
das feiras livres, fechamento
de mercados aos domingos,
proibição de festas e de aglo-
meração de pessoas de qual-
quer natureza, seja nas ruas,
nascasas,emreuniões,encon-
tros religiosos, ou em mani-
festações culturais e rituais.
Com essas restrições, as três
aldeias indígenas localizadas
no município de Pariconha
– Jiripankó, Katokinn e Karu-
azú – também foram proibi-
das de quaisquer atividades
culturais e religiosas.
Na aldeia Karuazú, loca-
lizada entre os povoados
Campinhos e Tanque, as festi-
vidadesereuniõesforamproi-
bidas, a exemplo das reuniões
mensais da Associação Indí-
gena Karuajé, onde sempre
se discutia e buscava soluções
para as questões da área da
saúde, educação escolar indí-
gena, processo de demarca-
ção de terras, toré e rituais, o
“terreiro ficou vazio”. Diante
do cenário de Pandemia, os
Karuazú buscam estratégias
para manter a unidade e luta
já antes travada pelo direito a
saúde, terra, educação e pela
valorização cultural e étnica.
Com isso, uma das ferramen-
tas utilizadas para viabilizar
a continuidade das ações de
enfrentamento político, ante
aos problemas enfrentados
pela comunidade, é o uso da
internet, e principalmente das
redessociais,quetêmseinten-
sificado entre os indígenas.
Neste período, em que
as restrições impostas pelo
distanciamento social são
essenciais para o combate
ao avanço do vírus, a comu-
nidade indígena Karuazu
criou grupos de whatsapp
para manter a comunicação e
interação entre os indígenas:
um grupo com participação
de toda e/ou parte da comu-
nidade, com a finalidade de
informar, discutir e buscar
soluções referentes a assuntos
ligados a aldeia; outro grupo
daAssociação Indígena Karu-
ajé para tratar assuntos refe-
rentes à associação, já que as
reuniões mensais também
foram suspensas; além dos
grupos que já existiam e
passaram a ser ainda mais
utilizados nesse período de
pandemia.
Referente a área da
saúde, os Karuazú conquis-
taram, depois de muita luta,
a Unidade Básica de Saúde
Indígena Karuazú com prédio
próprionacomunidade,quejá
está em funcionamento desde
o mês de junho, com algumas
precauções, como agenda-
mento de consultas e controle
do fluxo de pessoas para
evitar aglomerações. Antes, a
Unidade Básica de Saúde dos
indígenas karuazú funcionava
na cidade, numa casa alugada
que foi adaptada para o aten-
dimento médico.As dificulda-
des eram grandes, tanto para
a equipe médica como para
os Karuazú, pela distância do
atendimento e falta de estru-
tura física. Devido à pande-
mia, os Karuazú ainda não
puderam festejar a inaugura-
ção de sua unidade de saúde,
conforme o costume local, mas
o sentimento de orgulho por
mais uma conquista é notório
na comunidade.
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Amaro Hélio Leite da Silva é professor Doutor em História e Coordenador do NEABI.
Quem
é
quem?
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Carla Alves, indígena Karuazú, Professora da Rede Municipal de Ensino Básico de Pariconha-AL, Colaboradora na luta pela implementação da Educação Escolar Indígena na aldeia Karuazú”
Os indígenas Karuazú e a pandemia do coronavírus:
estratégias e ações de enfrentamento
15. CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
A equipe médica multi-
disciplinar, assim como os
agentes de saúde na comuni-
dade têm trabalhado incan-
savelmente para evitar que o
vírus avance na aldeia. Neste
sentido, as primeiras ações
de combate a pandemia na
comunidade consistiram na
divulgação de informações
sobre o vírus, com o objetivo
de orientar os Karuazú sobre
a importância do isolamento e
distanciamento social, do uso
de máscaras e dos sintomas
da doença. Em parceria com
a prefeitura, foram distribuí-
dos kits de máscaras de tecido
para todas as famílias indí-
genas Karuazú, entre outras
ações de combate e controle
do COVID-19. Infelizmente,
houve dois casos da doença
na comunidade, um indígena
quefoicuradoeumaindígena
que lamentavelmente veio a
óbito.Atéopresentemomento
não foram mais notificados
casos da COVID-19 entre os
Karuazú.
O fato é que não tem como
isolar a comunidade, porque
as terras ainda não foram
demarcadas. Os Karuazú
espalhados entre os povoados
Tanque e Campinhos divi-
dem o mesmo espaço com os
não índios, dificultando assim
o isolamento da comunidade
neste tempo de pandemia. Os
karuazú lutam por mais de
duas décadas pelo direito à
terra, pela demarcação de seu
território – um direito consti-
tucional –, porém negado pela
mávontadepolíticadosgover-
nantes deste país. Mesmo
com a conquista da Unidade
Básica de Saúde, com prédio
na comunidade, muito ainda
falta referente à demarcação
de terras e a implantação da
educação escolar indígena na
comunidade.
No atual momento, as
barreirassanitáriasforamreti-
radas, e as estradas vicinais
de acesso ao município de
Pariconha estão sendo aber-
tas; o comércio já foi liberado;
as instituições religiosas já
podem funcionar com 30% da
capacidade do espaço físico;
as pessoas já podem circu-
lar livremente nas ruas; no
entanto, os cuidados de prote-
ção como o uso de máscaras,
higienização das mãos e a
proibição de aglomeração de
pessoas continuam. Os casos
ativos na cidade diminuíram:
no boletim epidemiológico
do dia 18 de agosto constam
155 casos confirmados ao
todo, 140 curados, 14 ativos e
1 óbito. Aos poucos a cidade
de Pariconha vai retomando
a “normalidade”. As escolas
ainda permanecem fechadas,
a proibição das feiras livres
continua. Em nossa comuni-
dade, ainda não há uma data
prevista para a realização
de reuniões e das atividades
culturais e religiosas.
Em suma, mesmo em
temposdepandemia,osKaru-
azú, assim como os Katokinn
e os Jiripankó permanecem
resistentes,lutandopelosseus
direitos e buscando novas
estratégias de enfrentamento
ante aos problemas, dificul-
dade e incertezas. Diante de
um cenário não muito anima-
dor, os indígenas Karuazú,
são capazes de se organizar,
de se adaptar (caso seja neces-
sário), e de buscar estratégias
para sobreviver diante das
adversidades – contrárias a
sua sobrevivência, enquanto
etnia indígena –, de lutar e ser
protagonista de seu próprio
processo histórico.
H
i s t o r i c a m e n t e
falando, os povos
originários desse
território denominado
por seus colonizadores de
“Brasil” tiveram seu processo
histórico marcado por cons-
tantes episódios cercados
de atos de violências e cruel-
dade, dos quais resultaram
em consequências devasta-
doras para esses povos.
Uma história sangrenta,
escrita, literalmente, com o
sangue de inúmeros “indí-
genas”, que perderam tudo
que consideravam de mais
sagrado: Sua liberdade, seu
território, seu direito de ter
sua própria identidade. O
processo de repressão perdu-
rou, desde a invasão do
território até os dias atuais,
onde a sobrevivência desses
povos segue uma trajetória
marcada por lutas constan-
tes e batalhas diárias trava-
das principalmente contra
o preconceito e a ganancia
instaurada que se apresenta
semlimite,emmeioaumpaís
extremamente capitalista,
onde o lucro e o acúmulo de
riqueza são o foco de uma
parcela da sociedade deten-
tora do “poder”, que domina
o Estado, dita regras e leis que
cada vez mais têm desfavore-
cido os povos originários.
Desde o período da inva-
são, muitas mortes foram
causadas, muitos povos
foram dizimados através
de massacres e dos inúme-
ros atos de violência. Outros
modos de viver foram impos-
tos. E com os invasores, além
do terror que trouxeram com
seus atos bárbaros, também
causaram o adoecimento de
muitos indígenas, através de
doenças físicas como gripes,
DST, entre outras; também
causaram o adoecimento
da alma, como a depressão.
Muitos perderam a vontade
de viver, e, consequente-
mente, ocorreram ondas de
suicídio como forma de fugir
da catástrofe que se instalou
na vida desses povos.
Seguindo esse processo
doloroso, os povos origi-
nários foram aprendendo
a sobreviver, muitas coisas
tiveram que ser mudadas:
costumes, línguas, moradia,
religião. Novos costumes
foram introduzidos.
Surgiram movimentos,
simpatizantes da causa indí-
gena. Algumas politicas
foram criadas. Discutiu-se
e se aprovou um modelo de
atenção a saúde dos povos
indígenas cujo conteúdo fala
de execução de uma aten-
ção primária com respeito às
especificidades de cada povo.
Embora, desde sua criação,
ainda não seja exercida em
sua plenitude, conforme seu
conteúdo, a criação da Polí-
tica Nacional de Atenção a
Saúde dos Povos Indígenas
(PENASPI) amenizou a situa-
ção de sofrimento no quesito
“saúde”.
Então, de repente em um
momento no qual se pensa
que as questões estão domi-
nadas, que os programas
criados e executados são
eficazes na redução de danos,
na prevenção e promoção da
saúde, a ponto de diminuir a
mortalidade entre os indíge-
nas...surgeumanovadoença,
que se espalha por todo
mundo e que rapidamente
chega à aldeia, e que oferece
perigo letal.
O mundo para; o Estado
elaboraprotocolosqueimplica
mais uma vez na mudança de
hábito, e começa uma nova
guerra, desta vez contra um
inimigo silencioso e perigoso,
que inesperadamente chegou
comacapacidadedeprovocar
mais uma vez o extermínio de
vários povos.
É perceptível o conflito
de pensamentos, os dilemas
vivenciado pelos membros
da comunidade, que apesar
de vários meses com o mesmo
assunto em pauta de discus-
são, têm presenciado o novo
coronavírus se alastrando
rapidamente nos territórios.
Apesar de alguns líderes polí-
ticos não facilitar nem incen-
tivar a população quanto
à necessidade de seguir as
medidas de prevenção, conta-
mos com equipes de saúde
guerreiras nos territórios, que
trava lutas diárias contra a
COVID19, executando diver-
sas ações no enfrentamento
contra esse inimigo silencioso
que já provocou a partida de
muitos parentes que transi-
tam no território nacional.
É possível observar que
a medida de isolamento tem
sido um desafio, pois é uma
prática que embora necessária
para o momento de pande-
mia, contradiz tudo que foi
defendido até os dias atuais,
que é a privação do direito de
ir e vir.
Hoje, as aldeias se divi-
dem em situações diversas:
de um lado, tem uma parcela
do povo que teme a doença,
que procura seguir o que está
sendo orientado a fazer. Do
outro lado, existem aqueles
que banalizam a situação,
ignoramosriscosesecolocam
em uma situação que causa
perigoparatodacomunidade.
Aguarda-se ansiosamente
que a tempestade passe, que
se encontre uma cura. Mas no
meio disso tudo, existe uma
certeza: a vida não será mais a
mesma. Só quem passou pelo
drama de ver seus parentes
adoecendo, correndo risco
de morte, quem vivenciou o
pavor de ser encaminhado ao
hospital, de ficar em quartos
sombrios sem ter o direito de
vivenciar a agonia na compa-
nhia de um rosto familiar,
sabe o peso psicológico dessa
situação. Não há dor maior
do que a perda precoce de um
ente querido.
Eline Juvita de Lima, Índia Wassu-Cocal
Os povos indígenas e a pandemia
16. O isolamento social é uma
necessidade do momento, mas
quetemsidoumgargalo,noque
se refere a seu cumprimento.
Há muitas resistências entre as
pessoasnotificadascomocasos
suspeitos e até mesmo entre os
casos confirmados. Se percebe
tambémumdescasodemuitos
representantesdeseguimentos
da sociedade diante da gravi-
dade que a situação exige. Tais
comportamentos favorecem o
crescimento dos casos confir-
mados e do adoecimento de
grandeparceladapopulação.
A movimentação no terri-
tório indígena mudou, um
clima tenso foi instaurado.
Tudo que se faz tem um misto
de incerteza e preocupação.
Vários questionamentos têm
sido feitos. Pensa-se na execu-
ção das atividades cotidianas,
nas formas de subsistências.
Como sobreviver em meio a
uma pandemia? Como prati-
car os rituais de forma segura?
Como viver carregando uma
incerteza que não tem hora
para acabar? O que realmente
éseguro?
Todos esses questiona-
mentos fazem parte do leque
de pensamentos complexos
que rodeia a cabeça de muitos
indígenas, e de outros segui-
mentosdasociedade.Ospovos
indígenas fazem parte de um
grupo historicamente margi-
nalizado, que tem inúmeras
lutas pendentes no que diz
respeito a questões territoriais,
educacionais e até mesmo de
saúde. Povos estes que têm o
hábito de lutar pela participa-
ção efetiva nas discussões que
dizem respeito à construção e
efetivaçãodepolíticaspúblicas.
Hoje, vivem uma situação que
exige uma urgência de ações
protetivas; porém os espaços
de discussões se encontram
praticamente fechados, impos-
sibilitandooavançoemmuitas
questões.Pormaisqueexistam
recursos tecnológicos, a essên-
cia dos indígenas está interli-
gada a seus rituais, as grandes
reuniões onde reflete a impor-
tânciadesentirocalorhumano,
além das praticas de suas
danças e rituais de curas que
os fortalecem e os fazem sentir
parte do que é mais sagrado,
onde existe uma ligação direta
com a cosmologia, refletidas
em crenças que envolvem o
sobrenatural. Esses rituais
ocorrem em meio a tensão do
momento e, muitas vezes, são
aindamaiscriticadosporconta
das possíveis consequências
que as aglomerações podem
causar.
A pandemia impulsionou
a utilização de outros veículos
decomunicaçãoqueinterligam
algumas pessoas – a exem-
plo das lives –, mas fica longe
das práticas tradicionais e do
modelodediscussãoutilizados
pelospovos.
A aldeia silenciou; a
presença de expressões de
temor ainda é evidente na
face de muitos. Tem sido
longos meses de tentativas de
adequações a qual a situação
exige. São tempos de espera,
de incertezas. Muitas questões
estãoparalisadas,muitascami-
nhadas estão deixando de ser
realizadas por conta da neces-
sidade de conter a propagação
dadoença,dostemoresqueela
provoca.
É fato que lidar com o
desconhecido é algo que na
maioria das vezes apavora,
porém, está escrito na trajetória
dessespovosoconstanteconví-
vio com situações inusitadas,
que sempre exigiram atenção,
disciplina e adoção de compor-
tamento que muitas vezes
foram decisivas no processo de
sobrevivência. Hoje, a situação
é complexa, cheia de contra-
venções. Existem atuações
contraditóriasentreospróprios
governantes, que desarticula e
induzprocessossociaisquevão
nosentidocontrárioasmedidas
de proteção que o povo deve
praticar. Talvez tal ação faça
partedeumprocessoperverso,
que tenha o objetivo de exter-
mínio da massa pobre, pois são
esses que tem mais dificuldade
deacessoaosserviçospúblicos,
em uma situação denominada
de “normal”, imagine em um
momentodepandemianoqual
estamos vivendo. Mais de cem
mil pessoas morrendo, dentro
desses números, muitos indí-
genas inseridos. Muitos não
tiveram direito sequer a lutar
em um leito de UTI, que teve
sua luta encerrada sem acesso
as todas as possibilidades de
tratamento.
Não tem sido dias fáceis,
nem para a população, nem
tampouco para os profissio-
nais de saúde, que vivem entre
a“cruzeaespada”.Sãomuitas
mudanças que o momento
exige. A cada dia, tem sido
colocados novos testes de
sobrevivência, e o que serve de
motivaçãoéaesperançadeque
dias melhores virão; que cada
umvaitransitarlivrementepor
seuterritóriosemameaças,sem
sustos, sem o fantasma dessa
doença que tem perseguido e
tem feito muitos guerreiros e
guerreiras tombarem – ines-
peradamente – acelerando o
curso natural da vida, que é o
bemmaispreciosoquecadaser
humanocarrega.
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 27 de setembro a 3 de outubro I 2020
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