O poema é uma paródia sobre o naufrágio do Titanic em 1912. Em três estrofes, descreve a chegada do "viajante indesejado", uma referência à morte, que fez o navio afundar, matando mais de mil pessoas. A lição é que a presunção humana deve ser evitada e a fé em Deus mantida, mesmo em tempos modernos.
3. Poema parodial em homenagem aos
100 anos da tragédia do Titanic (14
de abril de 2012), em memória dos
seus 1.523 mortos
(que Deus os tenha)...
4. Foi sem dúvida por obra daquele mar
Que tantas alegrias nos deu na vida,
Que encontramos o viajante indesejado
Que foi grosso e não pagou para entrar
Feito alma de pessoa mal-agradecida,
À procura do amor jamais encontrado.
5. Foi sem dúvida por obra de um pescador
Que uma vez acalmou uma tempestade,
Que encontramos o viajante desajeitado.
Ele era pobre e só estava ali por um favor
Feito a uma senhora da alta sociedade
Que um dia viu um sonho seu realizado.
6. É claro que ele chegou sem dar prazer
A nenhum viajante alienado ou feliz,
Que perdeu a consciência ou brincava
Com sua alma-alegre-mais-ter-que-ser.
Na verdade ele também era um aprendiz
E até tinha medo do mar que navegava.
7. Entrou pela porta dos fundos do muro
Ou pulando o muro que separa o mar
Da terra onde a sociedade se encontrava.
Deu um grito tão alto em pleno escuro
Da meia-noite que fez vibrar todo o ar,
E até o mais valente marujo se assustava.
8. Após sua chegada o chão começou a afundar
Porque ele era muito pesado para ali subir.
Tinha uma bagagem enorme aos seus pés
E o setor de cargas não conseguiu suportar.
Até o Capitão hospitaleiro tentou impedir
Um gordo tão incômodo andando no convés.
9. Mas já era tarde para sua entrada se abortar.
Não havia outro navio para expulsá-lo agora.
Nem que fosse o mais cruel pirata dos mares,
Não se nega o navio para quem vem do mar.
Fato é que por nossa caridade ou da senhora,
Aquele pesado trouxe todos os nossos pesares.
10. Não conseguimos ficar muito tempo no mar
E tivemos todos que ocupar os poucos barcos
Da descrença com uma multidão de fugitivos.
Muitos tiveram até, naquela hora, que negar
Lugar para quem queria subir com seus arcos
Virando os botes e afundando os executivos.
11. Morreram mais de mil em gritos deprimentes,
Que fizeram do mar um campo de concentração.
Nunca jamais a presunção humana foi abatida
Com toda a frieza do gelo e o ranger de dentes,
Como na cena que ainda hoje choca meu coração.
Lição tão lúcida jamais deveria ser esquecida...
12. Não sabemos se aquele Senhor rejeitado,
Que acalmou a tempestade noutro barco,
Tinha ouvido o engenheiro estupidamente
Dizer que nem Deus afundava o seu calado
Logo na 1a viagem, a qual seria um marco
Na história da nau mais rica do continente.
13. Não sabemos. Mas a verdade é que agora,
Após inaugurada a tal da Pós-modernidade,
Quando máquinas têm GPS e mil sensores,
Um castigo poderia ser pior do que outrora,
Por atingir gente com a triste enfermidade
Da descrença dos filhos em seus genitores.
15. O seguidor
Material poético da Escola de
Aprofundamento Teológico
Versejar: Prof. JV
GIFs e fotos: Internet
Arte: StudioJVS
Música: Titanic’s Theme – Internet
(CD Soundtrack)
Consultoria: Grupo SAIBA
Direção geral: EAT.