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VVAACCIINNAA FFEEBBRREE AAMMAARREELLAA EEMM LLAACCTTAANNTTEESS::
Ministério da Saúde altera recomendação
O Ministério da Saúde, com o objetivo de discutir a recomendação sobre vacinação
contra febre a amarela em mulheres que estão amamentando filhos de até 6 meses,
reuniu um grupo de especialistas em Brasília, no dia 27 de março passado.
Participaram dessa reunião Dr. Renato Kfouri e Dra. Elsa Giugliani, presidentes dos
Departamentos Científicos de Imunizações e de Aleitamento Materno da SBP,
respectivamente. Representantes do Ministério da Saúde iniciaram a reunião
informando sobre a gravidade da epidemia em algumas áreas do Brasil e a
necessidade de vacinar as pessoas residentes nessas áreas, inclusive as lactantes,
expressando preocupação com a recomendação de suspender a amamentação por
no mínimo 14 dias, preferencialmente por 28 dias, após a vacinação, haja vista ser
grande o risco de desmame. Após discussão, e baseado em evidências científicas
existentes até o momento, foi consenso de que o período de interrupção do
aleitamento materno, pós-vacinação febre amarela da mãe poderia ser reduzido para
10 dias. Assim, a recomendação passou a ser a seguinte, segundo a Nota Informativa
No
94, de 2017/CGPNI/DEVIT/SVS/MST, do Ministério da Saúde:
“Gestantes (em qualquer período gestacional) e mulheres amamentando só deverão
ser vacinadas se residirem em local próximo onde ocorreu a confirmação de
circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores na área afetada). Com
relação às mulheres amamentando, ao serem vacinadas, deve-se suspender o
aleitamento materno por 10 dias após a vacinação. Atentar que foi alterado o
período de suspensão da amamentação, de 28 para 10 dias. Deve-se orientar a
lactante a procurar um serviço de saúde para orientação e acompanhamento a fim de
manter a produção do leite materno e garantir o retorno à lactação”.
É importante frisar que essa recomendação é apenas para mulheres que estão
amamentando filhos menores de 6 meses. A vacinação não é contraindicada em
lactantes com filhos com mais de 6 meses, não havendo necessidade de
suspender a amamentação após a vacina.
É muito importante o apoio dos pediatras às lactantes que necessitam receber a
vacina, para que elas retomem o aleitamento materno tão logo tenha passado o
período de suspensão da amamentação. Para isso, as mulheres devem ser
orientadas a, sempre que possível, ordenhar o seu leite antes de receberem a vacina,
e congelá-lo, para oferecer aos seus filhos no período em que eles não podem ser
amamentados. Após a vacinação, para manter a produção do leite, as mulheres
devem ordenhar regularmente o seu leite e descartá-lo. É importante que as mulheres
e suas famílias sejam conscientizadas da importância de retomar a amamentação
após o período de suspensão, pois além de todos os benefícios do aleitamento
materno tão bem comprovados, é possível que a imunidade que a lactante adquire
com a vacina seja transmitida ao seu filho através do leite materno.
Para maiores informações sobre ordenha de leite materno consulte o vídeo sobre
técnica de ordenha manual no site do Departamento Científico de Aleitamento
Materno da SBP (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3Kz5BmaS4Z8) e
na Caderneta de Saúde da Criança.
Acesse também o Documento Científico “FEBRE AMARELA”
Documentos Científicos > SBP
Sociedade Brasileira de Pediatria
Dra. Elsa Regina Justo Giugliani
Departamento Científico de Aleitamento Materno
Dr. Renato Kfouri
Departamento Científico de Imunizações

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FEBRE AMARELA - Vacina para nutrizes (ou lactantes)

  • 1. VVAACCIINNAA FFEEBBRREE AAMMAARREELLAA EEMM LLAACCTTAANNTTEESS:: Ministério da Saúde altera recomendação O Ministério da Saúde, com o objetivo de discutir a recomendação sobre vacinação contra febre a amarela em mulheres que estão amamentando filhos de até 6 meses, reuniu um grupo de especialistas em Brasília, no dia 27 de março passado. Participaram dessa reunião Dr. Renato Kfouri e Dra. Elsa Giugliani, presidentes dos Departamentos Científicos de Imunizações e de Aleitamento Materno da SBP, respectivamente. Representantes do Ministério da Saúde iniciaram a reunião informando sobre a gravidade da epidemia em algumas áreas do Brasil e a necessidade de vacinar as pessoas residentes nessas áreas, inclusive as lactantes, expressando preocupação com a recomendação de suspender a amamentação por no mínimo 14 dias, preferencialmente por 28 dias, após a vacinação, haja vista ser grande o risco de desmame. Após discussão, e baseado em evidências científicas existentes até o momento, foi consenso de que o período de interrupção do aleitamento materno, pós-vacinação febre amarela da mãe poderia ser reduzido para 10 dias. Assim, a recomendação passou a ser a seguinte, segundo a Nota Informativa No 94, de 2017/CGPNI/DEVIT/SVS/MST, do Ministério da Saúde: “Gestantes (em qualquer período gestacional) e mulheres amamentando só deverão ser vacinadas se residirem em local próximo onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores na área afetada). Com relação às mulheres amamentando, ao serem vacinadas, deve-se suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação. Atentar que foi alterado o período de suspensão da amamentação, de 28 para 10 dias. Deve-se orientar a lactante a procurar um serviço de saúde para orientação e acompanhamento a fim de manter a produção do leite materno e garantir o retorno à lactação”.
  • 2. É importante frisar que essa recomendação é apenas para mulheres que estão amamentando filhos menores de 6 meses. A vacinação não é contraindicada em lactantes com filhos com mais de 6 meses, não havendo necessidade de suspender a amamentação após a vacina. É muito importante o apoio dos pediatras às lactantes que necessitam receber a vacina, para que elas retomem o aleitamento materno tão logo tenha passado o período de suspensão da amamentação. Para isso, as mulheres devem ser orientadas a, sempre que possível, ordenhar o seu leite antes de receberem a vacina, e congelá-lo, para oferecer aos seus filhos no período em que eles não podem ser amamentados. Após a vacinação, para manter a produção do leite, as mulheres devem ordenhar regularmente o seu leite e descartá-lo. É importante que as mulheres e suas famílias sejam conscientizadas da importância de retomar a amamentação após o período de suspensão, pois além de todos os benefícios do aleitamento materno tão bem comprovados, é possível que a imunidade que a lactante adquire com a vacina seja transmitida ao seu filho através do leite materno. Para maiores informações sobre ordenha de leite materno consulte o vídeo sobre técnica de ordenha manual no site do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3Kz5BmaS4Z8) e na Caderneta de Saúde da Criança. Acesse também o Documento Científico “FEBRE AMARELA” Documentos Científicos > SBP Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Elsa Regina Justo Giugliani Departamento Científico de Aleitamento Materno Dr. Renato Kfouri Departamento Científico de Imunizações