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A Teoria Analítica de
Carl Jung
Prof. Esp. Avany Cardoso Leal
História Pessoal
 Carl Gustav Jung nasceu em Kesswyl, na
Suíça em julho de 1875, e faleceu em junho de
1961, em Zurique, aos 85 anos.
 Ingressou na Universidade da Basiléia para
estudar filologia e arqueologia, mas logo se
interessou pela medicina.
 Foi colaborador de Eugen Bleuler e estudou
com Pierre Janet.
 Começou a se corresponder com Freud em 1906,
após ler “A Interpretação dos Sonhos”.
 Freud o considerou seu ‘príncipe herdeiro’. Jung foi o
primeiro presidente da Associação Psicanalítica
Internacional, desde a sua criação, em 1910.
 Em 1913 findaram sua correspondência pessoal e
mais tarde profissional. Em 1914 Jung renunciou a
presidência da API e se retirou como membro.
 Por 60 anos, estudou profundamente a personalidade
humana, através da mitologia, símbolos, rituais,
religiões, crenças, costumes, etc.
A estrutura da personalidade
 O Ego – percepções, memórias, pensamentos e
sentimentos conscientes. Senso de identidade e
continuidade.
 O inconsciente pessoal – experiências conscientes
que foram esquecidas, suprimidas, ignoradas, e que
podem ser acessíveis à consciência.
 Complexos – constelações de sentimentos,
percepções, pensamentos e memórias que existem no
ics pessoal. Exemplo: complexo materno.
 O inconsciente coletivo – reservatório de
traços de memória racial latente herdado do
passado ancestral, resíduo do desenvolvimento
evolutivo, universal. Predisposições projetadas
que nos fazem reagir ao meio.
 Arquétipos – (imagos, imagens mitológicas)
são formas universais de pensamentos (idéias)
dotados de grande emoção. Origina-se de
experiências repetidas através das gerações.
 A persona – papel atribuído pela sociedade, máscara
desenvolvida para atendera às demandas sociais,
personalidade pública.
 A anima e o animus – arquétipo feminino no homem
e arquétipo masculino na mulher. Imagens coletivas
que permitem a compreensão do outro sexo.
 A sombra – lado animal do ser humano, responsável
por nossa concepção de pecado original; quando
projetado, se torna o diabo, o inimigo.
 O self – ponto central da personalidade em
torno do qual os sistemas estão constelados. É
a meta da vida, a busca da integralidade, só se
realiza na meia idade, quando os sistemas
estão mais desenvolvidos e conscientes.
 As atitudes – de introversão (para o mundo
interno) e de extroversão (para o mundo
externo). Uma delas é dominante e consciente
e a outra é subordinada e inconsciente.
 As funções
 Pensamento: ideacional, intelectual.
 Sentimento: avaliação subjetiva, valor das coisas.
 Sensação: percepção do mundo.
 Intuição: processos inconscientes e subliminares.
 Uma função é predominante, superior, e uma é
inferior. A síntese equilibrada das 4 funções é a meta
ideal da personalidade.
A dinâmica da personalidade
 Energia psíquica: chamada de libido, é a
energia vital usada nos processos psíquicos.
 Valores psíquicos: quantidade de energia
psíquica investida em um elemento da
personalidade.
 O poder do complexo: o complexo é
‘constelador’ à medida em que mais itens se
associam ao seu núcleo.
 O princípio da equivalência: princípio da
conservação da energia. Se um valor diminui,
outro sobe. Se a energia for removida de um
sistema, aparecerá em outro. Há troca entre a
psique e o mundo externo, pois o sistema é
apenas parcialmente fechado.
 O princípio da entropia: a energia busca o
equilíbrio. Distribuir a energia regularmente
entre todos os sistemas é a meta do self.
 O uso da energia:parte da energia é gasta na
manutenção da vida e propagação da espécie
(funções inatas, instintivas, biológicas). A parte
que ‘sobra’, é voltada para atividades culturais
e espirituais.Conforme a pessoa se torna mais
eficiente em satisfazer suas necessidades e
quanto mais envelhece, mais energia fica
disponível para atividades psíquicas.
O desenvolvimento da personalidade
 A meta do desenvolvimento é a auto-realização.
 Causalidade versus teleologia – o presente é
determinado pelo passado (causalidade) e pelo futuro
(teleologia). Uma atitude causal produz resignação, e
uma atitude finalista leva à esperança.
 Sincronicidade: se aplica a eventos que ocorrem
juntos, mas um não é a causa do outro. Ex.: pensamos
em uma pessoa e ela aparece.
 Hereditariedade: responsável pelos instintos
biológicos, impulso interno para agir de certa maneira
em certas situações.
 Estágios do desenvolvimento
 Infância: atividades instintuais e influência parental.
 Idade adulta jovem: o adolescente se diferencia dos
pais e tem a extroversão como atitude primária. A
consciência domina a vida mental com a escolha da
profissão e constituição da família.
 Meia-idade: busca do significado, regida pela
introversão. Valores sublimados em símbolos
sociais, religiosos, filosóficos e cívicos.
 Progressão e regressão: na progressão normal,
forças opostas se unem harmoniosamente. O
ego consegue satisfação e ajuste ao meio.
Quando frustrações impedem esse movimento,
a libido faz uma regressão para o inconsciente.
Isso pode ser reversível.
 O processo de individuação: se os sistemas não forem
igualmente desenvolvidos, as partes negligenciadas
formarão resistências e a pessoa se tornará neurótica.
O processo de desenvolvimento dos sistemas se
chama individuação.
 A função transcendente: integração harmoniosa dos
diferentes sistemas. É a ‘revelação da pessoa
essencial em todos os seus aspectos’.
 Sublimação e repressão: quando o
deslocamento de energia é regido pela
individuação, temos a sublimação. Quando a
descarga de energia tanto dos canais instintuais
quanto sublimados é bloqueada, chamamos de
repressão. A energia reprimida ‘carrega’ o
inconsciente, e a pessoa se torna irracional e
impulsiva.
 Simbolização: para Jung, o símbolo tem duas
funções, a de tentar satisfazer um impulso
instintual frustrado e a de corporificar material
arquetípico. São representações da psique e
fazem parte do desenvolvimento da
personalidade. Ex.: a dança como forma de
sublimar energia sexual. Pode ser mais ou
menos satisfatório, e pode levar a outros
símbolos.

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  • 1. A Teoria Analítica de Carl Jung Prof. Esp. Avany Cardoso Leal
  • 2. História Pessoal  Carl Gustav Jung nasceu em Kesswyl, na Suíça em julho de 1875, e faleceu em junho de 1961, em Zurique, aos 85 anos.  Ingressou na Universidade da Basiléia para estudar filologia e arqueologia, mas logo se interessou pela medicina.  Foi colaborador de Eugen Bleuler e estudou com Pierre Janet.
  • 3.  Começou a se corresponder com Freud em 1906, após ler “A Interpretação dos Sonhos”.  Freud o considerou seu ‘príncipe herdeiro’. Jung foi o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional, desde a sua criação, em 1910.  Em 1913 findaram sua correspondência pessoal e mais tarde profissional. Em 1914 Jung renunciou a presidência da API e se retirou como membro.  Por 60 anos, estudou profundamente a personalidade humana, através da mitologia, símbolos, rituais, religiões, crenças, costumes, etc.
  • 4.
  • 5. A estrutura da personalidade  O Ego – percepções, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes. Senso de identidade e continuidade.  O inconsciente pessoal – experiências conscientes que foram esquecidas, suprimidas, ignoradas, e que podem ser acessíveis à consciência.  Complexos – constelações de sentimentos, percepções, pensamentos e memórias que existem no ics pessoal. Exemplo: complexo materno.
  • 6.  O inconsciente coletivo – reservatório de traços de memória racial latente herdado do passado ancestral, resíduo do desenvolvimento evolutivo, universal. Predisposições projetadas que nos fazem reagir ao meio.  Arquétipos – (imagos, imagens mitológicas) são formas universais de pensamentos (idéias) dotados de grande emoção. Origina-se de experiências repetidas através das gerações.
  • 7.  A persona – papel atribuído pela sociedade, máscara desenvolvida para atendera às demandas sociais, personalidade pública.  A anima e o animus – arquétipo feminino no homem e arquétipo masculino na mulher. Imagens coletivas que permitem a compreensão do outro sexo.  A sombra – lado animal do ser humano, responsável por nossa concepção de pecado original; quando projetado, se torna o diabo, o inimigo.
  • 8.  O self – ponto central da personalidade em torno do qual os sistemas estão constelados. É a meta da vida, a busca da integralidade, só se realiza na meia idade, quando os sistemas estão mais desenvolvidos e conscientes.  As atitudes – de introversão (para o mundo interno) e de extroversão (para o mundo externo). Uma delas é dominante e consciente e a outra é subordinada e inconsciente.
  • 9.  As funções  Pensamento: ideacional, intelectual.  Sentimento: avaliação subjetiva, valor das coisas.  Sensação: percepção do mundo.  Intuição: processos inconscientes e subliminares.  Uma função é predominante, superior, e uma é inferior. A síntese equilibrada das 4 funções é a meta ideal da personalidade.
  • 10. A dinâmica da personalidade  Energia psíquica: chamada de libido, é a energia vital usada nos processos psíquicos.  Valores psíquicos: quantidade de energia psíquica investida em um elemento da personalidade.  O poder do complexo: o complexo é ‘constelador’ à medida em que mais itens se associam ao seu núcleo.
  • 11.  O princípio da equivalência: princípio da conservação da energia. Se um valor diminui, outro sobe. Se a energia for removida de um sistema, aparecerá em outro. Há troca entre a psique e o mundo externo, pois o sistema é apenas parcialmente fechado.  O princípio da entropia: a energia busca o equilíbrio. Distribuir a energia regularmente entre todos os sistemas é a meta do self.
  • 12.  O uso da energia:parte da energia é gasta na manutenção da vida e propagação da espécie (funções inatas, instintivas, biológicas). A parte que ‘sobra’, é voltada para atividades culturais e espirituais.Conforme a pessoa se torna mais eficiente em satisfazer suas necessidades e quanto mais envelhece, mais energia fica disponível para atividades psíquicas.
  • 13. O desenvolvimento da personalidade  A meta do desenvolvimento é a auto-realização.  Causalidade versus teleologia – o presente é determinado pelo passado (causalidade) e pelo futuro (teleologia). Uma atitude causal produz resignação, e uma atitude finalista leva à esperança.  Sincronicidade: se aplica a eventos que ocorrem juntos, mas um não é a causa do outro. Ex.: pensamos em uma pessoa e ela aparece.
  • 14.  Hereditariedade: responsável pelos instintos biológicos, impulso interno para agir de certa maneira em certas situações.  Estágios do desenvolvimento  Infância: atividades instintuais e influência parental.  Idade adulta jovem: o adolescente se diferencia dos pais e tem a extroversão como atitude primária. A consciência domina a vida mental com a escolha da profissão e constituição da família.
  • 15.  Meia-idade: busca do significado, regida pela introversão. Valores sublimados em símbolos sociais, religiosos, filosóficos e cívicos.  Progressão e regressão: na progressão normal, forças opostas se unem harmoniosamente. O ego consegue satisfação e ajuste ao meio. Quando frustrações impedem esse movimento, a libido faz uma regressão para o inconsciente. Isso pode ser reversível.
  • 16.  O processo de individuação: se os sistemas não forem igualmente desenvolvidos, as partes negligenciadas formarão resistências e a pessoa se tornará neurótica. O processo de desenvolvimento dos sistemas se chama individuação.  A função transcendente: integração harmoniosa dos diferentes sistemas. É a ‘revelação da pessoa essencial em todos os seus aspectos’.
  • 17.  Sublimação e repressão: quando o deslocamento de energia é regido pela individuação, temos a sublimação. Quando a descarga de energia tanto dos canais instintuais quanto sublimados é bloqueada, chamamos de repressão. A energia reprimida ‘carrega’ o inconsciente, e a pessoa se torna irracional e impulsiva.
  • 18.  Simbolização: para Jung, o símbolo tem duas funções, a de tentar satisfazer um impulso instintual frustrado e a de corporificar material arquetípico. São representações da psique e fazem parte do desenvolvimento da personalidade. Ex.: a dança como forma de sublimar energia sexual. Pode ser mais ou menos satisfatório, e pode levar a outros símbolos.