O documento discute os conceitos e práticas de cabeação estruturada, incluindo o lançamento correto dos cabos, a organização do armário de telecomunicações e os equipamentos necessários para certificação do cabeamento.
2. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dessa aula, você será capaz de:
- Conhecer as técnicas e páticas de instalação utilizadas para cabo UTP;
- Compreender os cuidados ao lançar os cabos de comunicação;
- Compreender a organizar um armário de telecomunicação;
3. CABEAMENTO ESTRUTURADO
LANÇAMENTO DOS CABOS DE COMUNICAÇÃO
Os cabos de comunicação devem ser lançados com o auxílio de cabos-guia ou sondas e é necessário ter
os seguintes cuidados:
- Lançamento dos cabos deve ser realizado ao mesmo tempo em que são retirados da caixa;
- Cabos não podem ser puxados com força superior a 11,3kgf*;
- Não devem torcidos, estrangulados e amassados;
- Os cabos devem ser identificados;
- Não utilizar produtos químicos para facilitar a passagem dos cabos;
- Evitar lançar os cabos em dutos que contenham umidade excessiva;
- Evitar lançamentos próximos a fontes de calor, pois a temperatura máxima é de 60°C;
- Se ocorrer o rompimento do cabo, remover o mesmo e passar outro em seu lugar;
- O patch cord não deve ser confeccionado em campo (só quando necessário);
- Em cabeamento blindado, deve-se cuidar com a ligação do fio dreno do cabo.
4. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ACABAMENTOS QUE O CABO DEVE RECEBER APÓS O LANÇAMENTO
- Cabos agrupados em forma de chicote;
- Tomadas de telecomunicações: Deixar 30cm de folga;
- Racks: Deixar 3m a 5m de folga.
7. CABEAMENTO ESTRUTURADO
TOMADAS DE TELECOMUNICAÇÃO
Ao serem fixadas aos espelhos, devem ter os contatos virados para a parte superior
do espelho e a parte de encaixe voltada para baixo, evitando que poeira entre em
contato com as vias da tomada de rede.
8. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ORGANIZAÇÃO DOS CABOS NO RACK
Um fator importante a ser levado em consideração durante a execução do
cabeamento estruturado é a organização e acomodação dos cabos. Neste momento,
podem-se usar cintas plásticas de velcro. Fique sempre atento para não esmagar os
cabos.
9. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
TESTADOR DE CABOS
- Verifica o funcionamento dos cabos UTP;
- Testa continuidade dos condutores;
- Aponta falha de algum condutor ou
conexão cruzada.
10. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
LOCALIZADOR DE CABOS (ZUMBIDOR)
- Localiza e rastreia os cabos;
- Analisa a continuidade de fios e cabos;
- Realiza rastreamento;
- Teste de cabos com conectores RJ45 e
RJ11.
11. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
QUALIFICADOR DE CABOS
- Identifica transmissão de link em um
cabeamento;
- Testa largura de banda;
- Visualiza velocidades que o cabeamento
suporta.
12. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
CERTIFICADOR DE CABOS
- As ferramentas de certificação realizar medições
e testar a funcionalidade e o desempenho dos
cabos, comparando os resultados obtidos com as
normas vigentes. Representa um atestado
garantido ao bom desempenho dos cabos.
13. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
A certificação do cabeamento estruturado responde algumas perguntas importantes:
- Qual a eficiência da transmissão do sinal pelo cabo?
- O sinal está livre de interferência?
- O sinal tem potencia suficiente ao chegar à outra extremidade do cabo?
14. CABEAMENTO ESTRUTURADO
EQUIPAMENTOS PARA CERTIFICAÇÃO
Essas perguntas serão respondidas no momento da medição dos principais fatores que
determinam a qualidade da instalação:
- Paradiafonia (NEXT, Near End Crosstalk);
- Perda de retorno e inserção (atenuação);
- Atraso de propagação;
- Desvio de atraso de propagação (Delay Skew);
- PS-NEXT (Power Sum NEXT);
- PS-ELFEXT (Power Sum ELFEXT);
- Relação atenuação/Paradiafonia (ACR – Attenuation to Crosstalk Ratio);
- Entre outros.
15. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ADMINISTRAÇÃO DO CABEAMENTO ESTRUTURADO
A norma ANSI/TIA/EIA-606, cuja especificação diz respeito à administração e à identificação
dos sistemas de cabeamento estruturado, tem por objetivo principal prover uma
administração de cabeamento, independente da aplicação. Esta administração pode ser
realizada por meio de códigos ou cores.
FAZEM PARTE DESTA ADMINISTRAÇÃO:
- Cabos, patch panel, racks, eletroduto, eletrocalhas, sala de telecomunicação e
outros recursos que a administração julgar necessário.
16. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ADMINISTRAÇÃO DO CABEAMENTO ESTRUTURADO
Para que exista uma administração eficaz em um sistema de cabeamento, deve ser feita
identific cada item do cabeamento com o número único de identificação, bem como sua
origem, destino e local de passagem para cabos e condutores de cabos.
FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DE CABEAMENTO
a) Por código: consiste em um número único para cada elemento (amplamente
utilizado);
b) Por cores: a administração é mais difícil, porém eficazes e pouco utilizadas.
17. CABEAMENTO ESTRUTURADO
IDENTIFICAÇÃO POR CÓDIGO
Modo de identificar os cabos e equipamentos, por meio de código alfanumérico:
1 - Espaços de telecomunicações
Os espaços devem estar identificados em suas entradas da seguinte forma:
a) Sala de telecomunicação = TCXXX;
b) Sala de entrada = SETXXX;
c) Sala de equipamento = SEQXXX;
d) Área de trabalho = ATRXXX;
e) CPXXX = Caixa de passagem.
XXX = número sequencial único
18. CABEAMENTO ESTRUTURADO
IDENTIFICAÇÃO POR CÓDIGO
Modo de identificar os cabos e equipamentos, por meio de código alfanumérico:
2) Armários de telecomunicação
Nos armários de telecomunicação, a identificação deve estar fixada na porta
da seguinte forma:
a) 03B-XX-XX
b) 03B-XX-XX = armário de telecomunicação (rack) B.
19. CABEAMENTO ESTRUTURADO
IDENTIFICAÇÃO POR CÓDIGO
Modo de identificar os cabos e equipamentos, por meio de código alfanumérico:
3) Patch panel
Os patch panel (painel de conexão) devem receber identificação da seguinte
forma:
7 CERTIFICAÇÃO 95
a) 03B-01-XX
b) 03B-01-XX = patch panel 01 do armário de telecomunicação (rack) B
do terceiro andar
25. CABEAMENTO ESTRUTURADO
TOPOLOGIA E CONCEITOS
- Topologia estrela como padrão;
- Cross-Connect como conceito principal da topologia;
- Cabo de manobra para mudar tipo de serviço.
26. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ELEMENTOS DE INFRAESTRUTURA PARA PERCURSO HORIZONTAL
- Utilizados para prover a conexão entre a tomada de telecomunicação na área de
trabalho até a sala de telecomunicações.
27. CABEAMENTO ESTRUTURADO
CANALETAS
- Utilizadas para distribuir o cabeamento nas
ATR.
Características:
- Fixada em paredes;
- Taxa de ocupação 40% a 60%;
- Curvas e adaptadores fazem parte deste sistema
de distribuição;
- Fabricadas em PVC e metálica* (alumínio ou
ferro).
* Deverão estar ligadas ao sistema de aterramento.
28. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ELETRODUTOS
- Tubos arredondados utilizados para passagem dos cabos e possuem diversos
acessórios para mudança de direção.
Recomendações para utilização:
- Comprimento máximo de 30m entre curvas e caixa de passagem;
- Para redes, dutos de no mínimo 1”;
- Dimensionamento para no mínimo 3 cabos UTP em atendimento à uma ATR de 10m²;
- Raio interno da curva no mínimo 6 vezes o diâmetro do duto (19,2cm para duto de 1”);
- Cabeamento elétrico deve ser em dutos separados;
- Caixas para outlets não deverão ser menores que 50X75X64 (LxAxP);
30. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ELETROCALHAS
- Utilizadas para encaminhar o cabeamento do TR até as salas dos usuários.
Características:
- Podem ser ventiladas ou não;
- Se compartilhada com eletricidade, deve ter separação metálica;
- Deve-se utilizar curvas específicas pré-fabricadas, respeitando a curvatura do
cabeamento;
- UTP 4 vezes o diâmetro do cabo;
- Fibra óptica 10 vezes o diâmetro do cabo;
- Taxa de ocupação de 40% a 50%.
32. CABEAMENTO ESTRUTURADO
LEITO DE CABO
- Utilizadas nas ER e TR para encaminhar o
cabeamento que chega neste espaço.
Características:
- Permitem acesso e gerenciamento
facilitado;
- Devem ficar em locais fechados;
- Fibra óptica deve seguir separada, em duto
corrugado;
- Cabos presos com velcro ou abraçadeira de
nylon;
- Não exceder limite de curvatura dos cabos.
33. CABEAMENTO ESTRUTURADO
MALHA DE PISO
- Sistema de distribuição com dutos
alimentadores e distribuidores embutidos
no contrapiso.
Desvantagens:
- Custo elevado;
- Instalação feita durante a construção, antes
do contrapiso;
- Taxa de ocupação de 30% dos dutos.
34. CABEAMENTO ESTRUTURADO
PISO ELEVADO
- Sistema de constituído por placas sobrepostas em uma malha de sustentação metálica ou
PVC, muito utilizado em CPDs e Datacenters.
Especificações:
- Espaço mínimo entre o painel e piso 20mm;
- Em área de trabalho, variação de altura de 15cm a 30cm;
- Utilização de eletrodutos deve obedecer lance de 30m entre caixas de passagens;
- Pode-se utilizar eletrocalhas.
Na escolha do piso, deverá ser observado:
- Cargas;
- Dissipação de energia elétrica estática e aterramento;
- Proteção contra incêndio.
36. CABEAMENTO ESTRUTURADO
CABEAMENTO VERTICAL (BACKBONE)
- Utilizado para realizar interligação da sala principal de telecomunicações com os armários
de telecomunicações de outros pavimentos.
CABOS SUPORTADOS
- UTP ou F/UTP Cat 5e, 6, 6A, 7;
- UTP multipares (voz);
- Fibra óptica multimodo (50/125 μm e
65/125 μm.)
- Fibra óptica monomodo.
DISTÂNCIA PARA BACKBONE
- 8OOm (UTP ou F/UTP) para
backbone de voz ;
- 100m (UTP ou F/UTP) para
backbone de dados;
- 2000m (Fibra óptica).
38. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ELEMENTO DE INFRAESTRUTURA PARA PERCURSO VERTICAL
MMF – Fibra óptica multimodo
SMF – Fibra óptica monomodo
Sistema que conduz e
protege o cabeamento
vertical nas conexões
entre as TR, ER, EF, etc.
Composto por dutos,
conexões, fendas e
bandejas.
39. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ELEMENTO DE INFRAESTRUTURA PARA PERCURSO VERTICAL
A norma ANSI/TIA/EIA 569-A determina o uso de uma sala de telecomunicação por
andar. Para que haja conexão, os elementos devem ficar na mesma posição e direção
em cada andar.
Abertura ou furos na laje recebem o nome de sleeves ou slots.
40. CABEAMENTO ESTRUTURADO
SALA OU ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÃO
- Espaço estratégico dentro de uma edificação;
- Realiza interconexão dos cabeamentos horizontal e vertical;
- Realiza o gerenciamento de conexões cruzadas.
41. CABEAMENTO ESTRUTURADO
SALA OU ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÃO
Para um bom projeto de CE, a sala de telecomunicação necessita de algumas especificações:
- Altura mínima de 2,6m;
- Adoção de codificação padrão de cores dos dispositivos de conectividade conforme EIA/TIA 606;
- Não possuir teto rebaixado;
- Iluminação recomendada de 500 lux medidos a 1m de altura do piso;
- Piso capaz de suportar uma carga de no mínimo 2,4 kPa (Kilopascal);
- porta com largura mínima de 90cm e 200cm de altura, abertura e chaveamento para fora;
- Controle de umidade (30% a 50%) e temperatura (21°C);
- Proteção contra incêndio;
- Aterramento conforme EIA/TIA 607;
- Tomadas estabilizadas para os racks/brackets e tomada independente para manutenção;
- Alimentação elétrica independente;
- Espaço lateral e frontal de 1,2m do rack.
42. CABEAMENTO ESTRUTURADO
RACK E BRACKET
Gabinetes utilizados para acondicionamento de equipamentos de redes de computadores,
como switches, patch panel, roteadores, etc.
43. CABEAMENTO ESTRUTURADO
SALA DE EQUIPAMENTOS
Espaço que contem grande parte dos equipamentos para prover os serviços de
telecomunicação da edificação. Ponto inicial do sistema de backbone.
Nesta sala que se encontram:
- Dispositivos de terminações (Patch panel, blocos IDC);
- Servidores de rede;
- Centrais PABX;
- Roteadores;
- Switches;
- Modem;
- Centrais de CFTV e alarme.
Dimensionamento sala de equipamentos
44. CABEAMENTO ESTRUTURADO
SALA DE EQUIPAMENTOS
A sala de equipamentos é projetada para atender o edifício inteiro ou todo um campus, devendo seguir
recomendações específicas além das citadas na sala de telecomunicações, conforme prevê a norma.
DETALHES SOBRE A SALA DE EQUIPAMENTOS
- Localização da sala deve possuir acesso para expansão futura;
- Deverá prover 0,07 m² para cada 10 m² de espaço na área de trabalho
e o tamanho não devera ser inferior a 14 m²;
- Temperatura (18 a 24 °C) e umidade controlados (30 a 50% de umidade);
- Mínimo de um duto de 1” disponível para interligar ao aterramento do prédio;
- Proteção contra surto de energia para equipamentos eletrônicos;
- No-break, estabilizadores ou mesmo geradores de energia;
- Carga de piso;
- Controle de acesso de pessoas não autorizadas a sala.
45. CABEAMENTO ESTRUTURADO
ENTRADA DE FACILIDADES
Local que interliga todos os serviços de telecomunicações externos (serviços das concessionárias,
sistemas de antenas e provedoras) com o cabeamento interno da edificação.
A ENTRADA DE FACILIDADES REQUER ALGUNS REQUISITOS:
- Todos os cabos de entrada precisam estar devidamente aterrados
nessa sala;
- Cabos “geleados” de fibra ou metálicos devem ter acabamento de
contenção do gel;
- Distribuição por cabos aéreos (postes) ou tubulação subterrânea;
- Encaminhamentos (tubulações e dutos) redundantes e retardantes à
chama (firestop);
- Outras especificações semelhantes às apresentadas para as salas de
telecomunicação e equipamentos.
48. RESUMO DA AULA
Nessa aula você aprendeu:
- As normas vigentes para cabeamento;
- Identificar os subsistemas de cabeamento estruturado;
- Compreender a distribuição do cabeamento horizontal;
- Dimensionar as passagens para o cabeamento estruturado.