A dengue é uma infecção viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que causa febre alta e dores no corpo. Pode evoluir para formas graves como hemorragia e choque. Não há tratamento específico, apenas medidas para aliviar os sintomas e prevenir a desidratação. A notificação de casos suspeitos ou confirmados é obrigatória.
Dengue: sintomas, transmissão e prevenção da doença viral
1. Dengue
É uma infecção viral e seus sintomas são vermelhidão no corpo com
coceira, olhos avermelhados sem coceira e sem secreção, febre, inchaço e
dores nas articulações.
O vírus é transmitido pela picada de mosquito da espécie aedes que
também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e
zica.
Sintomas
A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais
graves, como hemorragia e choque. Na chamada dengue clássica, que deve
ser notificada, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início
abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores
musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tonteiras, vômitos e erupções
na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias
(máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de
grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.
No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como
febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há
um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com
aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. Nos casos
graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença,
geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento
de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência
circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações
neurológicas, como convulsões e irritabilidade. Além disso, condições prévias
ou associadas como referência de dengue anterior, idosos, hipertensão arterial,
diabetes, asma brônquica e outras doenças respiratórias crônicas graves
podem constituir fatores capazes de favorecer a evolução com gravidade.
A dengue hemorrágica não tem relação com a baixa imunidade do
organismo infectado. Diversos estudos parecem indicar o contrário: as formas
mais graves poderiam estar associadas a uma “excessiva” resposta
2. imunológica do organismo ao vírus, causando uma espécie de
hipersensibilidade que acarretaria na produção de substâncias responsáveis
pelo aumento da permeabilidade vascular. Esse processo leva a perda de
líquidos, o que, por sua vez, acarreta a queda da pressão arterial e o choque,
principal causa de óbito.
Com relação à imunidade ao vírus, alguns estudos apontam que quando
uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos
os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune,
pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectado. Caso volte a ter dengue,
dessa vez um dos outros três tipos do vírus que ainda não teria contraído,
poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de
dengue hemorrágica ocorrem em pessoas anteriormente infectadas por um dos
quatro tipos de vírus. É importante observar a presença dos sinais de alerta
(vômitos persistentes, dor abdominal, hipotensão postural, hemorragias e
inquietação) e, na presença desses, procurar imediatamente atendimento
médico.
Diagnostico
É feito comumente mediante sorologia para determinar a presença de
anticorpos contra o vírus no sangue, mas não determina especificamente qual
tipo de vírus é responsável pela infecção. Métodos de biologia molecular
podem ser utilizados para detectar as proteínas do vírus.
Teste do laço
Verifica a pressão sistólica e diastólica, soma as duas e divide por dois,
é considerado positivo quando surgem mais de 20 pontinhos vermelhos dentro
do quadro marcado na pele. Porem com cinco a dezenove pontinhos já pode
indicar suspeita de dengue, devendo fazer outros exames que ajudam a
confirmar se há ou não a infecção.
Tratamento
3. Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue que possa
matá-lo ou curar. Faz-se apenas o uso medicamentos para os sintomas da
doença, ou seja, fazer um tratamento sintomático.
É importante tomar muito líquido para evitar a desidratação. Caso haja
dores e febre, pode ser receitado algum medicamento antitérmico, como
o paracetamol.
Em alguns casos, é necessária internação para hidratação endovenosa
e, nos casos graves, tratamento em unidade de terapia intensiva.
Pacientes com dengue ou suspeita de dengue deve evitar
medicamentos a base de acido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a
substancia associada, anti- inflamatório não hormonais, diclofenaco, ibuprofeno
e piroxicam. Tem efeito coagulante podendo causar sangramento.
Prevenção
Para prevenir da dengue é necessário lutar contra o mosquito destruindo
criadores, é importante evitar o acumulo de água parada, limpar sempre as
caixa d´ agua e mantê-las fechadas, trocar agua de vasos de planta, secar os
pratinhos do vaso, limpar ralos, etc
Notificação compulsória
A dengue é uma doença de notificação compulsória, conforme
estabelecido na Portaria 204 de 2016. As notificações devem ser semanais ao
Serviço de Vigilância Epidemiológica Municipal, à Regional de Saúde e esta ao
Setor de Antropozoonoses/Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
Todo caso suspeito deve ser notificado utilizando a ficha de notificação do
Sinan Online, em até 7 dias e encerrar os casos em até 60 dias.
Os óbitos e casos graves são de comunicação imediata, ou seja, devem
ser comunicados em até 24 horas para a esfera superior à da unidade de
saúde que tenha atendido o caso.