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Escola Estadual Antonieta Xavier Siqueira Santos
Componente Curricular: Biologia
Docente: Jéssica Mattos
Discentes: Amanda Santtos e Rafaela Viana
Período: 3º ano A-V
CRICK, WATSON E O DNA EM 90 MINUTOS,
OBRA DE PAUL STRATHERN.
Fichamento apresentado ao Curso do Ensino Médio da Escola
Estadual Antonieta Xavier Siqueira Santos, solicitado pela
discente Jéssica Matos como requisito avaliativo parcial, do
Componente Curricular: Biologia
EUCLIDES DA CUNHA - BA
2018
STRATHERN, Paul. CRICK, WATSON E O DNA: em 90 minutos. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2002.
1. INTRODUÇÃO
A obra Crick, Watson e o DNA em 90 minutos está dividida em: Introdução, O
caminho do DNA: uma história da genética, Crick e Watson, Posfácio, Genética: alguns
fatos, fantasias e fiascos; Datas na história da ciência e por fim a Leitura sugerida, vale
salientar que o fichamento em tese, deu-se nos cinco capítulos principais.
O autor introduz a obra relatando que o mais importante avanço científico da
primeira metade do século XX foi a física nuclear. A relatividade e a teoria quântica
começaram a desvendar os segredos do átomo, descobrindo a primeira matéria universal.
Assim a física nuclear tornou-se a ponta de lança do conhecimento humano. A estrutura do
DNA designou uma ciência inteiramente nova. Fez com que a biologia molecular começasse
a desvendar os segredos da vida, se tornando a física nuclear da segunda metade do século
XX.
As descobertas atuais e futuras em volta desse campo estão transformando a
concepção de vida, é perceptível quando o autor alude:
Como crianças, descobrimos os tijolos básicos da vida, e estamos também
aprendendo como eles podem ser separados. Mais uma vez, a ciência deixou
para trás a moralidade. Estamos adquirindo um conhecimento perigoso, sem
uma ideia clara de como o deveríamos usar. Até agora, mal começamos a
enfrentar os problemas morais suscitados pela física nuclear (que pode nos
destruir). A biologia molecular está nos mostrando como transformar a vida
em quase nada. (STRATHERN,2002, p.6).
E por fim, no primeiro momento o autor ainda afirma “A estrutura do DNA é
diabolicamente complexa, espantosamente bela, e contém as sementes da tragédia” (Ibidem, p 6).
2. A CAMINHO DO DNA: UMA HISTÓRIA DA GENÉTICA
Strathern 2001, relata que em tempos remotos a genética já apresentava resquícios
não sendo totalmente desconhecida devido a conversas e rumores sobre a mesma. A genética
era algo abstrato a todos, via-se, mas era algo desconhecido, estando associada como
referências aos costumes bíblicos, citando exemplos de acasalamento e reprodução de ovinos
e de frutos. Posterior, alude que:
Os filósofos gregos antigos foram os primeiros a olhar para o mundo de
maneira reconhecivelmente científica. Como resultado, produziram teorias
sobre quase tudo, e a genética não foi exceção. As observações de Aristóteles
o levaram a concluir que macho e fêmea não dão contribuições iguais para
sua prole. As contribuições de um e outro eram qualitativamente diferentes:
a fêmea dava “matéria”, o macho dava “movimento”. (STRATHEM, 2001,
p.6).
O autor apresenta vários exemplos e teses, porém no séc. XVII, surge o
microscópio que dão materialização das células, vejamos:
A biologia, e com ela a genética, transpôs o limiar da ciência no século XVII.
Isso se deveu quase inteiramente ao microscópio, que foi inventado pelo
polidor de lentes e falsificador holandês Zacharias Jansen no início daquele
século. Os microscópios levaram à descoberta da célula. (Este termo foi usado
pela primeira vez pelo físico britânico Robert Hooke, mas foi de fato mal
aplicado aos minúsculos espaços deixados por células mortas, que o fizeram
lembrar de celas de prisão.) (Ibidem, p 6-7).
Unindo a biologia e o estudo da genética deram início no séc. XVII através do uso
do microscópio a descoberta das células sexuais alarmando os pesquisadores, levando ao
estudo das mesmas. Strathern (2001) faz uma revelação que Mendel não foi reconhecido e nem
obteve prestígio inicialmente pelos seus estudos. No entanto, descobertas de importantes
fatores através dele, obtiveram grande importância para a descoberta da hereditariedade.
Posteriormente, Mendel ao concluiu seu artigo o tem publicado em uma revista, o documento
apresentava experimentos e suas conclusões, os registros conhecidos mundialmente como leis
de Mendel. A seguir duas citações do autor que demostram os motivos expostos para negão
inicial de Mendel e posterior sua genialidade sendo reconhecida.
O pai da evolução recebeu pouco reconhecimento em vida, mas o pai da
genética não recebeu nenhum. Gregor Mendel nasceu em 1822 na Silésia, que
era então parte do Império Áustro-Húngaro. Seus pais eram camponeses e ele
foi obrigado a abandonar a universidade porque não tinha dinheiro. Para
continuar seus estudos, entrou para o mosteiro, onde aprendeu ciência por
conta própria, embora tenha sido reprovado em simples exames para
professor. Alega-se que isso aconteceu porque sofria de “amnésia em
exames”, embora o fato de ter tido as notas mais baixas em biologia sugira
uma resistência mais profunda ao conhecimento sistematizado. (Ibdem,p. 9-
10).
Após mais de 20 mil experimentos e descobertas através de observações
significativas para a biologia, Mendel publica sua obra prima.
Em 1866 Mendel concluiu um artigo sobre seu trabalho, intitulado
“Experimentos com plantas híbridas” (Veruche über Pflanzenhybriden), e o
publicou na revista da Sociedade de Ciência Natural de Brno. O artigo resume
os experimentos de Mendel e as brilhantes deduções estatísticas que o
levaram às suas revolucionárias conclusões. Estas — hoje conhecidas como
leis de Mendel — iriam ser o fundamento da genética contemporânea.
(Ibidem, p.10).
Meados do século XX para XXI, posterior três décadas, Mendel tem seu
reconhecimento e méritos, sendo agora referência para estudos biológicos e até mesmo objeto
de pesquisa de renomados cientistas atuais.
O trabalho de Mendel não viria à luz até 1900. Somente então, 34 anos depois
da publicação de seu artigo original, ele recebeu a aclamação universal que
merecia. Mas um renome tão amplo pode ter um preço. Em 1936 as
descobertas de Mendel foram esmiuçadas pelo cientista britânico Sir Ronald
Fisher, pioneiro da estatística contemporânea, que descobriu que o monge
cometera um pecado científico imperdoável: em algumas ocasiões, havia
ajustado seus números para fazer sua estatística se ajustar à sua tese.
(Ibidem, p.10).
Em seguida, Mendel contestou a teoria da hereditariedade pelo “sangue”, tal
hipótese por sinal, insinuava que as características dos pais estão em combinação e estão ativas
na descendência. Porém, com seu trabalho ainda incógnito, essa teoria continuou a prosperar.
Charles Darwin foi um dos que deu credibilidade que a hereditariedade era transmitida de tal
forma. Segundo o autor, “Ele aceitava também a telegonia, tendo testemunhado um caso em
que uma égua, que havia cruzado anteriormente com uma zebra, deu à luz um potro com listras
após se acasalar com um garanhão árabe.” (Ibidem, p.10). E, contrariamente a Mendel, Darwin
detinha veneração meticulosa pelos fatos, o que fez acreditar em uma certa ingenuidade de sua
parte. Em Darwin, a publicação de: A origem das espécies em 1859 introduziu a ideia da
“sobrevivência dos mais aptos”. As espécies evoluíam por seleção natural, e assim a história
da vida na Terrestre aparentemente estaria explicada.
Darwin explicou o que acontecia com características hereditárias, mas não
comprovou como estas eram verdadeiramente transmitidas entre as gerações, se tornando um
enigma. Nomes como Weismann e Galton demonstraram com mostrou que a informação era
transmitida por “fatores” os genes, porém, tais informações permaneciam inertes, presentes na
revista da Sociedade de Ciência Natural de Brno. Com o passar dos tempos avanços houve
avanços significativos no campo antes parecia irrelevante para genética.
Em 1869 Friedrich Miescher, de 25 anos, bioquímico suíço, investigava a
composição dos glóbulos brancos do sangue, em Tübingen. Como material, usava bandagens
recolhidas no anfiteatro de operações de um hospital local (uma rica fonte de pus), cujo
principal ingrediente são glóbulos brancos. Acrescentou uma solução de ácido clorídrico
obtendo núcleos puros, em um processo de desnudamento desses núcleos, acrescentando álcali
e ácido. Ao fim desse processo, obtinha um precipitado cinza completamente diferente de
qualquer substância orgânica previamente conhecida. Nomeou de nucleína, por ser parte do
núcleo, e atualmente denominado: DNA.
Vários cientistas surgem para dar conta de pesquisas em volta do DNA, quanto sua
estrutura, origem e evolução, e só no séc. XX obteve-se progressos. Vejamos:
O bacteriologista americano Oswald Avery, que trabalhava no Rockefeller
Institute em Nova York, propôs-se a isolar esse “princípio transformador”,
como o chamou. Em 1944, havia demonstrado que se tratava de um ácido
nucléico. Mais especificamente, era ácido desoxirribonucleico (conhecido
como DNA). Nessa altura, havia sido feito considerável progresso na análise
do DNA, embora sem se compreender sua importância. Muito pelo contrário.
Essa visão negativa do DNA devia-se em grande parte ao químico de origem
russa P.A.T. Levene, que também trabalhava no Rockefeller Institute. A
análise havia mostrado que o DNA continha quatro bases: adenina, guanina,
citosina e timina. Estas eram arranjadas em ordem variada ao longo de uma
estrutura de ligação. (STRATHERN,2002, p.13).
Diversos estudiosos continuavam na batalha que parecia infinita de achar respostas para
explicar o DNA, a questão fundamental sobre o DNA ainda continuava sem resposta., e o “princípio
transformador” transformava? Inúmeras questões ainda se encontravam sem respostas, como: a
informação genética era transportada, e como era transmitida? Esse era o “segredo” contido no DNA:
o segredo da própria vida, e do modo como ela passava de uma geração para a seguinte. Para
compreender isso, seria necessário desvendar a estrutura do DNA. E só foi possível tais retornos através
de Crick e Watson.
3.CRICK E WATSON
Nos tempos de colegial Francis Crick sempre foi ativo em relação à aprendizagem.
Aluno promissor em matemática, sempre instigante e interessado em respostas que nos meios
de chegar a elas. Essa atitude iria distorcer toda a abordagem de Crick do conhecimento, sempre
se podia contar com respostas, muitas delas, sugestões entusiasmadas e convictas, mesmo em
suas contradições.
Francis Crick nasceu em Northampton em 1916, filho de um fabricante de
sapatos local. Ganhou uma bolsa de estudos para Mill Hill, um pequeno
colégio particular nos subúrbios de Londres, e depois estudou no University
College, também em Londres. Ali aprendeu sobre os grandes avanços
científicos que haviam ocorrido na virada do século. Lamentavelmente,
estava inteirado de que desde então outros avanços haviam sido feitos,
tornando muitos daqueles redundantes. Crick se formou com um diploma de
segunda classe em física e um problema de atitude. Nos dias de hoje esses
atributos, conjugados, iriam desqualificá-lo para trabalhos de pesquisa
posteriores — mas Crick não se deixava desencorajar tão facilmente. (Ibidem,
p.15).
Aos 33 anos, Crick começou a sua interação com a biologia sendo contratado para
trabalhar em um famoso laboratório. Seu primeiro trabalho relacionado à biologia o deixou
conhecido em seu ambiente de trabalho por suas novas teorias.
Sem se deixar desencorajar pelo fato de ter uma bagagem de apenas dois anos
em biologia, Crick logo ficou famoso em todo o laboratório por sua
capacidade de produzir uma torrente de teorias inovadoras — em geral
relacionadas com as pesquisas de outras pessoas. Ele havia encontrado sua
vocação, e nada o poderia deter. Logo ficou evidente que uma mente
excepcional estava se desenvolvendo — para não falar de sua voz
excepcionalmente alta e de seu riso tonitruante. (Ibidem, p. 15)
Biograficamente, James Dewey Watson, nascido em Chicago em 1928. Menino
prodígio, “descoberto” por um produtor de televisão em sua localidade. Aos 15 anos foi
matriculado na Universidade de Chicago para estudar zoologia. Sem perspectiva e devoção
pela matéria, sua real paixão era ornitologia, e, segundo um de seus professores, permanecia
“completamente indiferente a tudo que acontecia em classe; nunca tomava nota de nada, e, no
entanto, no final do curso tirou o primeiro lugar”.
Com 19 anos Watson se formou e foi para a Universidade de Indiana, em
Bloomingdale. Ali foi afetado por dois eventos decisivos. Também leu O que
é a vida? de Schrödinger e sofreu um profundo impacto. O gênio havia
descoberto o gene, e Watson soube imediatamente que aquele era o seu
assunto. Estava muito pouco qualificado, porém, para desenvolver pesquisa
nessa área. Como ele admite: “Na Universidade de Chicago eu estava
interessado principalmente em aves e consegui escapar dos cursos de química
ou física que pareciam apresentar pelo menos uma dificuldade média.” Com
a alegre despreocupação da juventude (que afeta igualmente gênios e idiotas),
alimentou “a esperança de que fosse possível resolver o problema do gene
sem que eu tivesse de aprender nada de química”. (Ibidem, p.16).
Watson percorreu vários lugares, sempre em busca do conhecimento, Copenhague,
Nápoles, Cambridge, todos estes no espaço de um ano. O menino prodígio de 22 anos
certamente não descansava ou parava. Iria desvendar nada menos que o segredo da vida. Iria
descobrir a estrutura do DNA e ser reconhecido mundialmente, pura e simples ambição. Alguns
dias depois de completar 23 anos, o quieto e aparentemente tímido Watson entrou no
Laboratório Cavendish, em Cambridge. Justamente lá, conhece seu ilustre parceiro.
Não custou muito a ficar conhecendo o dono da famosa gargalhada. Seu
entendimento com Crick, então com 35 anos, foi instantâneo. Não demorou e
Watson estava descrevendo Crick como “sem dúvida a pessoa mais brilhante
com quem jamais trabalhei e o que está mais próximo de Pauling [o grande
químico] que já vi … Nunca pára de falar ou de pensar”. Crick parecia
igualmente impressionado por Watson: “Foi a primeira pessoa que conheci
que pensava sobre biologia do mesmo modo que eu … [tinha] exatamente as
mesmas ideias que eu, mas não consigo me lembrar exatamente quais eram.”
Isso não é de surpreender. Na época, Crick vinha estudando biologia havia
apenas dois anos, ao passo que o jovem Watson já tinha um doutorado na
matéria. (Ibidem, p. 17).
O percurso até achar as verdadeiras respostas e o caminho certo para definir o DNA
foi árduo e cheio de obstáculos, tanto no que diz respeito a superações pessoais entre Watson
e Crick, quanto a concorrência de pesquisadores que objetivam a mesma ambição, explicar o
DNA em sua totalidade, e mudar o rumo da ciência biológica. Houvera, muitos reajustes,
reformulações de cálculos, pausas, desânimos, impotências, porém, houve também progressos
e enfim:
Após uma série de reajustes frenéticos, e uma pequena calibragem final, o
modelo estava concluído. No dia 7 de março de 1953, exatamente cinco
semanas depois que tinham começado a construí-lo, Crick e Watson exibiram
orgulhosamente seu modelo para os colegas do Cavendish. A notícia logo
começou a se espalhar por Cambridge. Dentro de poucos dias o rumor havia
se infiltrado pelo mundo acadêmico em geral. Uns pesquisadores de
Cambridge haviam descoberto o segredo da vida. (STRATHERN, p.30).
Longos anos de estudo e dedicação, proporcionaram a Crick e Watson a concluírem
a estrutura do DNA, o apresentaram com orgulho e maestria os resultados a seus colegas de
pesquisa, notícia que merecidamente foi espalhada por todo o mundo. A publicação de um
artigo foi a concretização de uma grande vitória merecida a dupla infalível e implacável de
biólogos: “No dia 25 de abril de 1953, Crick e Watson publicaram um artigo na Nature, com o
título pouco sensacionalista de “Estrutura molecular dos ácidos nucléicos”. Dizia tudo que era
preciso em apenas 900 palavras e um diagrama simples” (Ibidem, p.31).
4.POSFÁCIO
O autor relata que Crick e Watson tiveram a relação pessoal perturbada e abalada,
por conta de acusações públicas, devido a isso, separam-se e seguem em locais diferentes em
continuidade com pesquisas, fazendo com que Watson iniciasse o projeto genoma.
De certo modo, a estreita relação entre Crick e Watson começou a naufragar
assim que as acusações públicas começaram a ser disparadas. Watson logo
voltou para os Estados Unidos, enquanto Crick continuou a trabalhar em
Cambridge. Ele iria continuar ali, intermitentemente, durante 20 anos,
tornando-se uma força propulsora no campo recém-aberto da biologia
molecular. Seus principais trabalhos trataram da replicação do DNA e do
modo como os genes transportam informação. Fez muitos trabalhos pioneiros
sobre a decifração do “código” das bases do DNA. (Ibidem, p. 31).
Em 1988 Watson foi para Cold Spring Harbor, em Long Island. Ali, dirigiu o
Projeto Genoma Humano, cujo objetivo era mapear todos os cem mil genes
humanos (hélices duplas de DNA que, contêm ao todo cerca de três bilhões
de pares de bases). Embora tenha se provado um brilhante administrador,
Watson se afastou desse projeto com certa acrimônia em 1993. Se saltou fora
ou foi empurrado é questão sobre a qual as fontes divergem. Segundo a versão
oficial, ele se demitiu por uma questão de princípio — porque se opunha à
ideia de o projeto patentear informação genética. Mas segundo uma fonte tão
respeitável quanto a Encyclopedia Britannica, ele “se demitiu em razão de
supostos conflitos de interesse envolvendo seus investimentos em
companhias privadas de biotecnologia”. De uma maneira ou de outra, quando
se faz uma das maiores descobertas da história da ciência aos 25 anos,
qualquer coisa que venha depois será fatalmente um anticlímax. (Ibidem.
p.32).
5. GENÉTICA: ALGUNS FATOS, FANTASIAS E FIASCOS
Ao final de sua Obra o autor, alude que a descoberta da estrutura do DNA
possibilitou um ramo absolutamente novo da ciência: a biologia molecular. O que possibilitou
resultados imensuráveis do conhecimento humano. O estopim aceso pela biologia molecular
logo irrompeu numa explosão de tecnologias e campos de pesquisas originais. Tais como: a
clonagem de genes, os bancos de genes e a identificação do DNA que eram literalmente
inacreditáveis por décadas. O Projeto de Watson Genoma Humano, atualmente encontra-se
concluído.
Por fim, o autor deixa ao leitor várias informações importantes para a história da
biologia, como datas representativas de nomes e momentos históricos e algumas sugestões de
leitura como artigos e escritas de James Watson, Francis Crick e Robert Olb.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obra de Paul Strathern tem por objetivo apresentar o ciclo inicial do
conhecimento e pensamento sobre a genética e o percurso envolvido na descoberta do DNA
pelos jovens Watson e Crick. A obra releva as dificuldades e conquistas de geniosos jovens
sedentos de conhecimento e fama, além do mérito e reconhecimento, os estudos e conclusões
dos cientistas citados deixaram inúmeras contribuições de importantes estudiosos da área,
proporcionando a gênese da biologia molecular, influenciador e ponta pé para o projeto
Genoma Humano.
Por fim, salienta-se que os jovens deixaram além de contribuições importantes no
que diz respeito ao patamar humano, porém sofreram grandes especulações sobre os meios e
usos para modificação do código genético, concluindo que há diversos desafios a serem
superados e alcançados no ramo científico.
Crick, Watson e o DNA em 90 minutos revolucionou a ciência. Com um estudo
avançado sobre o DNA, Francis Crick e James Watson munidos de determinação, criatividade
e ousadia, descobriram falhas nas teorias de dois grandes químicos, Rosalind Franklin e Linus
Pauling, e montaram a charada estrutural que era o DNA. É uma l obra imperdível, além de
informações sobre o trabalho laboratoriais, disputas entre cientistas revela os caminhos que
levam às grandes descobertas, sendo também um grande incentivador a novas pesquisas,
servindo como manual de persistência e conhecimento a muitos jovens que desejam adentrar
os ramos da biologia, acredita-se, pois, que seja um desejo que está no sangue, assim como no
daqueles adolescentes.

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Texto de apoio de biologia evolutica 2019
 

DNA, Crick, Watson e a descoberta da estrutura do DNA

  • 1. Escola Estadual Antonieta Xavier Siqueira Santos Componente Curricular: Biologia Docente: Jéssica Mattos Discentes: Amanda Santtos e Rafaela Viana Período: 3º ano A-V CRICK, WATSON E O DNA EM 90 MINUTOS, OBRA DE PAUL STRATHERN. Fichamento apresentado ao Curso do Ensino Médio da Escola Estadual Antonieta Xavier Siqueira Santos, solicitado pela discente Jéssica Matos como requisito avaliativo parcial, do Componente Curricular: Biologia EUCLIDES DA CUNHA - BA 2018
  • 2. STRATHERN, Paul. CRICK, WATSON E O DNA: em 90 minutos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 1. INTRODUÇÃO A obra Crick, Watson e o DNA em 90 minutos está dividida em: Introdução, O caminho do DNA: uma história da genética, Crick e Watson, Posfácio, Genética: alguns fatos, fantasias e fiascos; Datas na história da ciência e por fim a Leitura sugerida, vale salientar que o fichamento em tese, deu-se nos cinco capítulos principais. O autor introduz a obra relatando que o mais importante avanço científico da primeira metade do século XX foi a física nuclear. A relatividade e a teoria quântica começaram a desvendar os segredos do átomo, descobrindo a primeira matéria universal. Assim a física nuclear tornou-se a ponta de lança do conhecimento humano. A estrutura do DNA designou uma ciência inteiramente nova. Fez com que a biologia molecular começasse a desvendar os segredos da vida, se tornando a física nuclear da segunda metade do século XX. As descobertas atuais e futuras em volta desse campo estão transformando a concepção de vida, é perceptível quando o autor alude: Como crianças, descobrimos os tijolos básicos da vida, e estamos também aprendendo como eles podem ser separados. Mais uma vez, a ciência deixou para trás a moralidade. Estamos adquirindo um conhecimento perigoso, sem uma ideia clara de como o deveríamos usar. Até agora, mal começamos a enfrentar os problemas morais suscitados pela física nuclear (que pode nos destruir). A biologia molecular está nos mostrando como transformar a vida em quase nada. (STRATHERN,2002, p.6). E por fim, no primeiro momento o autor ainda afirma “A estrutura do DNA é diabolicamente complexa, espantosamente bela, e contém as sementes da tragédia” (Ibidem, p 6). 2. A CAMINHO DO DNA: UMA HISTÓRIA DA GENÉTICA Strathern 2001, relata que em tempos remotos a genética já apresentava resquícios não sendo totalmente desconhecida devido a conversas e rumores sobre a mesma. A genética era algo abstrato a todos, via-se, mas era algo desconhecido, estando associada como referências aos costumes bíblicos, citando exemplos de acasalamento e reprodução de ovinos e de frutos. Posterior, alude que:
  • 3. Os filósofos gregos antigos foram os primeiros a olhar para o mundo de maneira reconhecivelmente científica. Como resultado, produziram teorias sobre quase tudo, e a genética não foi exceção. As observações de Aristóteles o levaram a concluir que macho e fêmea não dão contribuições iguais para sua prole. As contribuições de um e outro eram qualitativamente diferentes: a fêmea dava “matéria”, o macho dava “movimento”. (STRATHEM, 2001, p.6). O autor apresenta vários exemplos e teses, porém no séc. XVII, surge o microscópio que dão materialização das células, vejamos: A biologia, e com ela a genética, transpôs o limiar da ciência no século XVII. Isso se deveu quase inteiramente ao microscópio, que foi inventado pelo polidor de lentes e falsificador holandês Zacharias Jansen no início daquele século. Os microscópios levaram à descoberta da célula. (Este termo foi usado pela primeira vez pelo físico britânico Robert Hooke, mas foi de fato mal aplicado aos minúsculos espaços deixados por células mortas, que o fizeram lembrar de celas de prisão.) (Ibidem, p 6-7). Unindo a biologia e o estudo da genética deram início no séc. XVII através do uso do microscópio a descoberta das células sexuais alarmando os pesquisadores, levando ao estudo das mesmas. Strathern (2001) faz uma revelação que Mendel não foi reconhecido e nem obteve prestígio inicialmente pelos seus estudos. No entanto, descobertas de importantes fatores através dele, obtiveram grande importância para a descoberta da hereditariedade. Posteriormente, Mendel ao concluiu seu artigo o tem publicado em uma revista, o documento apresentava experimentos e suas conclusões, os registros conhecidos mundialmente como leis de Mendel. A seguir duas citações do autor que demostram os motivos expostos para negão inicial de Mendel e posterior sua genialidade sendo reconhecida. O pai da evolução recebeu pouco reconhecimento em vida, mas o pai da genética não recebeu nenhum. Gregor Mendel nasceu em 1822 na Silésia, que era então parte do Império Áustro-Húngaro. Seus pais eram camponeses e ele foi obrigado a abandonar a universidade porque não tinha dinheiro. Para continuar seus estudos, entrou para o mosteiro, onde aprendeu ciência por conta própria, embora tenha sido reprovado em simples exames para professor. Alega-se que isso aconteceu porque sofria de “amnésia em exames”, embora o fato de ter tido as notas mais baixas em biologia sugira uma resistência mais profunda ao conhecimento sistematizado. (Ibdem,p. 9- 10). Após mais de 20 mil experimentos e descobertas através de observações significativas para a biologia, Mendel publica sua obra prima. Em 1866 Mendel concluiu um artigo sobre seu trabalho, intitulado “Experimentos com plantas híbridas” (Veruche über Pflanzenhybriden), e o publicou na revista da Sociedade de Ciência Natural de Brno. O artigo resume os experimentos de Mendel e as brilhantes deduções estatísticas que o levaram às suas revolucionárias conclusões. Estas — hoje conhecidas como
  • 4. leis de Mendel — iriam ser o fundamento da genética contemporânea. (Ibidem, p.10). Meados do século XX para XXI, posterior três décadas, Mendel tem seu reconhecimento e méritos, sendo agora referência para estudos biológicos e até mesmo objeto de pesquisa de renomados cientistas atuais. O trabalho de Mendel não viria à luz até 1900. Somente então, 34 anos depois da publicação de seu artigo original, ele recebeu a aclamação universal que merecia. Mas um renome tão amplo pode ter um preço. Em 1936 as descobertas de Mendel foram esmiuçadas pelo cientista britânico Sir Ronald Fisher, pioneiro da estatística contemporânea, que descobriu que o monge cometera um pecado científico imperdoável: em algumas ocasiões, havia ajustado seus números para fazer sua estatística se ajustar à sua tese. (Ibidem, p.10). Em seguida, Mendel contestou a teoria da hereditariedade pelo “sangue”, tal hipótese por sinal, insinuava que as características dos pais estão em combinação e estão ativas na descendência. Porém, com seu trabalho ainda incógnito, essa teoria continuou a prosperar. Charles Darwin foi um dos que deu credibilidade que a hereditariedade era transmitida de tal forma. Segundo o autor, “Ele aceitava também a telegonia, tendo testemunhado um caso em que uma égua, que havia cruzado anteriormente com uma zebra, deu à luz um potro com listras após se acasalar com um garanhão árabe.” (Ibidem, p.10). E, contrariamente a Mendel, Darwin detinha veneração meticulosa pelos fatos, o que fez acreditar em uma certa ingenuidade de sua parte. Em Darwin, a publicação de: A origem das espécies em 1859 introduziu a ideia da “sobrevivência dos mais aptos”. As espécies evoluíam por seleção natural, e assim a história da vida na Terrestre aparentemente estaria explicada. Darwin explicou o que acontecia com características hereditárias, mas não comprovou como estas eram verdadeiramente transmitidas entre as gerações, se tornando um enigma. Nomes como Weismann e Galton demonstraram com mostrou que a informação era transmitida por “fatores” os genes, porém, tais informações permaneciam inertes, presentes na revista da Sociedade de Ciência Natural de Brno. Com o passar dos tempos avanços houve avanços significativos no campo antes parecia irrelevante para genética. Em 1869 Friedrich Miescher, de 25 anos, bioquímico suíço, investigava a composição dos glóbulos brancos do sangue, em Tübingen. Como material, usava bandagens recolhidas no anfiteatro de operações de um hospital local (uma rica fonte de pus), cujo principal ingrediente são glóbulos brancos. Acrescentou uma solução de ácido clorídrico obtendo núcleos puros, em um processo de desnudamento desses núcleos, acrescentando álcali e ácido. Ao fim desse processo, obtinha um precipitado cinza completamente diferente de qualquer substância orgânica previamente conhecida. Nomeou de nucleína, por ser parte do núcleo, e atualmente denominado: DNA. Vários cientistas surgem para dar conta de pesquisas em volta do DNA, quanto sua
  • 5. estrutura, origem e evolução, e só no séc. XX obteve-se progressos. Vejamos: O bacteriologista americano Oswald Avery, que trabalhava no Rockefeller Institute em Nova York, propôs-se a isolar esse “princípio transformador”, como o chamou. Em 1944, havia demonstrado que se tratava de um ácido nucléico. Mais especificamente, era ácido desoxirribonucleico (conhecido como DNA). Nessa altura, havia sido feito considerável progresso na análise do DNA, embora sem se compreender sua importância. Muito pelo contrário. Essa visão negativa do DNA devia-se em grande parte ao químico de origem russa P.A.T. Levene, que também trabalhava no Rockefeller Institute. A análise havia mostrado que o DNA continha quatro bases: adenina, guanina, citosina e timina. Estas eram arranjadas em ordem variada ao longo de uma estrutura de ligação. (STRATHERN,2002, p.13). Diversos estudiosos continuavam na batalha que parecia infinita de achar respostas para explicar o DNA, a questão fundamental sobre o DNA ainda continuava sem resposta., e o “princípio transformador” transformava? Inúmeras questões ainda se encontravam sem respostas, como: a informação genética era transportada, e como era transmitida? Esse era o “segredo” contido no DNA: o segredo da própria vida, e do modo como ela passava de uma geração para a seguinte. Para compreender isso, seria necessário desvendar a estrutura do DNA. E só foi possível tais retornos através de Crick e Watson. 3.CRICK E WATSON Nos tempos de colegial Francis Crick sempre foi ativo em relação à aprendizagem. Aluno promissor em matemática, sempre instigante e interessado em respostas que nos meios de chegar a elas. Essa atitude iria distorcer toda a abordagem de Crick do conhecimento, sempre se podia contar com respostas, muitas delas, sugestões entusiasmadas e convictas, mesmo em suas contradições. Francis Crick nasceu em Northampton em 1916, filho de um fabricante de sapatos local. Ganhou uma bolsa de estudos para Mill Hill, um pequeno colégio particular nos subúrbios de Londres, e depois estudou no University College, também em Londres. Ali aprendeu sobre os grandes avanços científicos que haviam ocorrido na virada do século. Lamentavelmente, estava inteirado de que desde então outros avanços haviam sido feitos, tornando muitos daqueles redundantes. Crick se formou com um diploma de segunda classe em física e um problema de atitude. Nos dias de hoje esses atributos, conjugados, iriam desqualificá-lo para trabalhos de pesquisa posteriores — mas Crick não se deixava desencorajar tão facilmente. (Ibidem, p.15). Aos 33 anos, Crick começou a sua interação com a biologia sendo contratado para trabalhar em um famoso laboratório. Seu primeiro trabalho relacionado à biologia o deixou conhecido em seu ambiente de trabalho por suas novas teorias. Sem se deixar desencorajar pelo fato de ter uma bagagem de apenas dois anos em biologia, Crick logo ficou famoso em todo o laboratório por sua capacidade de produzir uma torrente de teorias inovadoras — em geral
  • 6. relacionadas com as pesquisas de outras pessoas. Ele havia encontrado sua vocação, e nada o poderia deter. Logo ficou evidente que uma mente excepcional estava se desenvolvendo — para não falar de sua voz excepcionalmente alta e de seu riso tonitruante. (Ibidem, p. 15) Biograficamente, James Dewey Watson, nascido em Chicago em 1928. Menino prodígio, “descoberto” por um produtor de televisão em sua localidade. Aos 15 anos foi matriculado na Universidade de Chicago para estudar zoologia. Sem perspectiva e devoção pela matéria, sua real paixão era ornitologia, e, segundo um de seus professores, permanecia “completamente indiferente a tudo que acontecia em classe; nunca tomava nota de nada, e, no entanto, no final do curso tirou o primeiro lugar”. Com 19 anos Watson se formou e foi para a Universidade de Indiana, em Bloomingdale. Ali foi afetado por dois eventos decisivos. Também leu O que é a vida? de Schrödinger e sofreu um profundo impacto. O gênio havia descoberto o gene, e Watson soube imediatamente que aquele era o seu assunto. Estava muito pouco qualificado, porém, para desenvolver pesquisa nessa área. Como ele admite: “Na Universidade de Chicago eu estava interessado principalmente em aves e consegui escapar dos cursos de química ou física que pareciam apresentar pelo menos uma dificuldade média.” Com a alegre despreocupação da juventude (que afeta igualmente gênios e idiotas), alimentou “a esperança de que fosse possível resolver o problema do gene sem que eu tivesse de aprender nada de química”. (Ibidem, p.16). Watson percorreu vários lugares, sempre em busca do conhecimento, Copenhague, Nápoles, Cambridge, todos estes no espaço de um ano. O menino prodígio de 22 anos certamente não descansava ou parava. Iria desvendar nada menos que o segredo da vida. Iria descobrir a estrutura do DNA e ser reconhecido mundialmente, pura e simples ambição. Alguns dias depois de completar 23 anos, o quieto e aparentemente tímido Watson entrou no Laboratório Cavendish, em Cambridge. Justamente lá, conhece seu ilustre parceiro. Não custou muito a ficar conhecendo o dono da famosa gargalhada. Seu entendimento com Crick, então com 35 anos, foi instantâneo. Não demorou e Watson estava descrevendo Crick como “sem dúvida a pessoa mais brilhante com quem jamais trabalhei e o que está mais próximo de Pauling [o grande químico] que já vi … Nunca pára de falar ou de pensar”. Crick parecia igualmente impressionado por Watson: “Foi a primeira pessoa que conheci que pensava sobre biologia do mesmo modo que eu … [tinha] exatamente as mesmas ideias que eu, mas não consigo me lembrar exatamente quais eram.” Isso não é de surpreender. Na época, Crick vinha estudando biologia havia apenas dois anos, ao passo que o jovem Watson já tinha um doutorado na matéria. (Ibidem, p. 17). O percurso até achar as verdadeiras respostas e o caminho certo para definir o DNA foi árduo e cheio de obstáculos, tanto no que diz respeito a superações pessoais entre Watson e Crick, quanto a concorrência de pesquisadores que objetivam a mesma ambição, explicar o DNA em sua totalidade, e mudar o rumo da ciência biológica. Houvera, muitos reajustes, reformulações de cálculos, pausas, desânimos, impotências, porém, houve também progressos e enfim:
  • 7. Após uma série de reajustes frenéticos, e uma pequena calibragem final, o modelo estava concluído. No dia 7 de março de 1953, exatamente cinco semanas depois que tinham começado a construí-lo, Crick e Watson exibiram orgulhosamente seu modelo para os colegas do Cavendish. A notícia logo começou a se espalhar por Cambridge. Dentro de poucos dias o rumor havia se infiltrado pelo mundo acadêmico em geral. Uns pesquisadores de Cambridge haviam descoberto o segredo da vida. (STRATHERN, p.30). Longos anos de estudo e dedicação, proporcionaram a Crick e Watson a concluírem a estrutura do DNA, o apresentaram com orgulho e maestria os resultados a seus colegas de pesquisa, notícia que merecidamente foi espalhada por todo o mundo. A publicação de um artigo foi a concretização de uma grande vitória merecida a dupla infalível e implacável de biólogos: “No dia 25 de abril de 1953, Crick e Watson publicaram um artigo na Nature, com o título pouco sensacionalista de “Estrutura molecular dos ácidos nucléicos”. Dizia tudo que era preciso em apenas 900 palavras e um diagrama simples” (Ibidem, p.31). 4.POSFÁCIO O autor relata que Crick e Watson tiveram a relação pessoal perturbada e abalada, por conta de acusações públicas, devido a isso, separam-se e seguem em locais diferentes em continuidade com pesquisas, fazendo com que Watson iniciasse o projeto genoma. De certo modo, a estreita relação entre Crick e Watson começou a naufragar assim que as acusações públicas começaram a ser disparadas. Watson logo voltou para os Estados Unidos, enquanto Crick continuou a trabalhar em Cambridge. Ele iria continuar ali, intermitentemente, durante 20 anos, tornando-se uma força propulsora no campo recém-aberto da biologia molecular. Seus principais trabalhos trataram da replicação do DNA e do modo como os genes transportam informação. Fez muitos trabalhos pioneiros sobre a decifração do “código” das bases do DNA. (Ibidem, p. 31). Em 1988 Watson foi para Cold Spring Harbor, em Long Island. Ali, dirigiu o Projeto Genoma Humano, cujo objetivo era mapear todos os cem mil genes humanos (hélices duplas de DNA que, contêm ao todo cerca de três bilhões de pares de bases). Embora tenha se provado um brilhante administrador, Watson se afastou desse projeto com certa acrimônia em 1993. Se saltou fora ou foi empurrado é questão sobre a qual as fontes divergem. Segundo a versão oficial, ele se demitiu por uma questão de princípio — porque se opunha à ideia de o projeto patentear informação genética. Mas segundo uma fonte tão respeitável quanto a Encyclopedia Britannica, ele “se demitiu em razão de supostos conflitos de interesse envolvendo seus investimentos em companhias privadas de biotecnologia”. De uma maneira ou de outra, quando se faz uma das maiores descobertas da história da ciência aos 25 anos, qualquer coisa que venha depois será fatalmente um anticlímax. (Ibidem. p.32). 5. GENÉTICA: ALGUNS FATOS, FANTASIAS E FIASCOS
  • 8. Ao final de sua Obra o autor, alude que a descoberta da estrutura do DNA possibilitou um ramo absolutamente novo da ciência: a biologia molecular. O que possibilitou resultados imensuráveis do conhecimento humano. O estopim aceso pela biologia molecular logo irrompeu numa explosão de tecnologias e campos de pesquisas originais. Tais como: a clonagem de genes, os bancos de genes e a identificação do DNA que eram literalmente inacreditáveis por décadas. O Projeto de Watson Genoma Humano, atualmente encontra-se concluído. Por fim, o autor deixa ao leitor várias informações importantes para a história da biologia, como datas representativas de nomes e momentos históricos e algumas sugestões de leitura como artigos e escritas de James Watson, Francis Crick e Robert Olb. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A obra de Paul Strathern tem por objetivo apresentar o ciclo inicial do conhecimento e pensamento sobre a genética e o percurso envolvido na descoberta do DNA pelos jovens Watson e Crick. A obra releva as dificuldades e conquistas de geniosos jovens sedentos de conhecimento e fama, além do mérito e reconhecimento, os estudos e conclusões dos cientistas citados deixaram inúmeras contribuições de importantes estudiosos da área, proporcionando a gênese da biologia molecular, influenciador e ponta pé para o projeto Genoma Humano. Por fim, salienta-se que os jovens deixaram além de contribuições importantes no que diz respeito ao patamar humano, porém sofreram grandes especulações sobre os meios e usos para modificação do código genético, concluindo que há diversos desafios a serem superados e alcançados no ramo científico. Crick, Watson e o DNA em 90 minutos revolucionou a ciência. Com um estudo avançado sobre o DNA, Francis Crick e James Watson munidos de determinação, criatividade e ousadia, descobriram falhas nas teorias de dois grandes químicos, Rosalind Franklin e Linus Pauling, e montaram a charada estrutural que era o DNA. É uma l obra imperdível, além de informações sobre o trabalho laboratoriais, disputas entre cientistas revela os caminhos que levam às grandes descobertas, sendo também um grande incentivador a novas pesquisas, servindo como manual de persistência e conhecimento a muitos jovens que desejam adentrar os ramos da biologia, acredita-se, pois, que seja um desejo que está no sangue, assim como no daqueles adolescentes.