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Universidade de Brasilia – UnB
Departamento de Serviço Social – SER
Disciplina: Gênero, Raça/Etnia e Política Social
Professora: Lucélia Pereira
Alunas/os: Leonardo Dias Alves Matrícula: 13/0120227
Sarah Luiza de Azevedo 13/0133591
Personalidade:
CarolinaMariadeJesus
Carolina Maria de Jesus é uma das primeiras e mais importantes escritoras
negras do Brasil, porém, mais uma vitima do racismo em todos os seus níveis
(pessoal, interpessoal e institucional), mas para manter a memória e a história
dela viva é responsabilidade de militantes negros e das pessoas que
compreende que o racismo tem o potencial de invisibilizar personalidades
negras em vida, imagine no ato da morte. Não basta falar apenas o nome, é
necessário traçar sua história, contar sua trajetória.
Carolina nasceu dia 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas
Gerais. Em 1921 ela é matriculada no Colégio Alan Kardec, o primeiro colégio
espírita do Brasil, onde estudou dois anos, ou seja, um período de dois anos de
ensino.
Junto com sua família mudou-se para Lajeado (MG) em 1923, onde
trabalharam como lavradores. Já em 1927 migram para o interior de São Paula,
na cidade de Franca, onde Carolina trabalha como lavradora em uma fazenda
e como empregada domestica na cidade, tendo aqui uma dupla jornada de
trabalho, sem explicitar o trabalho domestico em sua casa, ficando um ano
nessa condição e em 1928 retornando para sacramento, ficando apenas um
ano na cidade natal e no ano seguinte, parte para Conquista (MG) com intuito
de trabalhar em uma fazenda, retornando novamente para Sacramento. Na
tentativa de cuidar de feridas nas pernas, ela vai a pé até Uberaba (MG), que
não alcança o objetivo, retornando para Sacramento e em seguida segue para
Ribeirão Preto e Orlandia (SP), MAS RETORNA PARA Sacramento e sem
conseguir cuidar das feridas na perna.
É importante destacar que em 1933, ela e a mãe são presas, com a
justificativa de que Carolina sabia ler e utilizava-se disso para praticar feitiçaria,
e retornam para Franca (SP). Em 1936 sua mãe retorna para Sacramento e
solicita que ela nunca mais retorne para Sacramento, e no ano seguinte sua
mãe vem a falecer e Carolina muda-se para a cidade de São Paulo.
Com a mudança para a capital paulista em 1947, qual foi morar na
favela do Canindé na Zona Norte de São Paulo, em um momento em que
surgem as primeiras favelas na cidade. Onde se insere no mercado de trabalho
nas margens da sociedade, no subemprego, no trabalho informal, ela trabalhou
como catadora de materiais recicláveis e desta forma registrava o cotidiano da
comunidade em cadernos que encontrava no lixo.
Mesmo tendo cursado apenas as séries iniciais do ensino básico
primário, ou seja, ainda o período de escola classe, ela reuniu em casa mais de
20 (vinte) cadernos com registros do cotidiano, o que originou o livro “Quartos
de Despejo: Diário de uma favelada”, que foi publicado em 1960, que após o
lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares
vendidos e traduzidos para 13 idiomas, com venda em mais de 40 países.
Porém, é notório que Carolina Maria de Jesus foi vitima da injustiça do
racismo desde seu nascimento, sendo privada do ensino e educação, do
acesso à saúde, e mesmo tendo viajado e morado fora do país, ela retorna e é
inserida mais uma vez na miséria, com uma crise de asma.
Produções de Carolina Maria de Jesus:
I Obras publicadas no Brasil
Jesus, Carolina Maria de. “As crianças da favela”. In: Revista do Magistério,
ano 8, n.24, pp. 18-19, dez. 1960.
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves,
1960 (2ª, 3ª, 4 ª, 5 ª, 6 ª e 7 ª ed. 1960)
___. Casa de alvenaria – Diário de uma ex-favelada. São Paulo: Francisco
Alves, 1961.
___. Pedaços da fome. São Paulo: Aquila, 1963.
___. Provérbios. São Paulo: Luzes, [196-].
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves,
1963.
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Ediouro,
1976. (2 ª ed. 1976).
___. “Onde estaes felicidade?”. In: Movimento, 21 fev. 1977.
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. 10 ª ed. São Paulo:
Francisco Alves, 1983.
___. Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Círculo do
Livro, 1990.
___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1993.
___. “Minha Vida... Prólogo”. In. Levine, Robert M., Meihy, José Carlos Sebe
Bom. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro:
UFRJ, 1994. pp. 172-189.
___. “O Sócrates Africano”. In: Levine, Robert M., Meihy, José Carlos Sebe
Bom. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro:
UFRJ, 1994. pp. 190-196.
___. Antologia pessoal. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996. (org. Meihy, José Carlos
Sebe Bom).
___. Meu estranho diário. São Paulo: Xamã, 1996. (org. Meihy, José Carlos
Sebe Bom).
___. Diário de Bitita. 2ª ed. Sacramento (MG): Bertolucci, 2007.
___. "Porque Deus não ajuda os pobres". In: Meihy, José Carlos Sebe Bom.
"Catadora de Vidas". Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 5, número
56, Maio de 2010, p.64.
___. "Provérbios". In: Meihy, José Carlos Sebe Bom. "Catadora de Vidas".
Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 5, número 56, Maio de 2010,
p.64.
___. Onde estaes felicidade? FERNANDEZ, Raffaella A., MOTA, Maria Nilda
da C. (org). São Paulo: Edições Me PArió REvolução, 2014 (Clique aqui para
baixá-lo gratuitamente).
II Obras traduzidas
Quarto de Despejo – diário de uma favelada
___. Barak nr.9: Dagboek van een Brazilianse negerin. Trad. J. Van Den
Besselaar e Van Der Kallen. Arnhem: Van Loghum Slaterus, 1961.
___. Lossepladsen. Trad. Borge Hansen. Copenhagem: Fremad, 1961.
___. Quarto de despejo: diario de una mujer que tenía hambre. Trad. Beatriz
Broide de Sahovaler. Buenos Aires: Editorial Abraxas, 1961. (4ª ed. 1962).
___. Beyond all pity: the diary of Carolina Maria de Jesus; the story of slum life
in São Paulo that explodes as a vivid and terrifying social document. Trad.
David. St. Clair. Londres: A Four Square Book, 1962.
___. Child of the dark: the diary of Carolina Maria de Jesus. Trad. David St.
Clair. Nova York: New American Library, 1962.
___. Karonina nikki. Trad. Nabuo Hamaguchi. Tóquio: Kawade, 1962.
___. Le dépotoir. Trad. Violante do Canto. Paris: Stock, 1962. (2 ª ed. 1965).
___. Quarto de despejo. Milão: Valentino Bompiani, 1962.
___. São Paulo, Strada A, nr.9. Trad. Romulu vulpescu. Bucareste: Editura
Pentru Literatura Universala, 1962.
___. Skräpkammaren: Dagboksanteckningar av Carolina Maria de Jesus. Trad.
Bengt Kyhle. Estocolmo: Tidens, 1962.
___. Smetiste: Deník zeny z favely. Trad. Vlasta Havlínová. Praga:
Nakladatelství Politické Literatury, 1962.
___. Tagebuch der Armut: Aufzeichnungen einer brasilianischen Negerin. Trad.
Johannes Gerold. Hamburgo: Christian Wegner Verlag, 1962.
___. Els mals endreços: Diari d´una dona de les barraques. Tradução Francesc
Vallverdú. Barcelona: Fontanella, 1963.
___. Zycie na Smietniku. Trad. Helena Czajka. Varsóvia: Czytelnik, 1963.
___. Aki átment a szivárvány alatt: Egy barakklakó naplója. Trad. Hargitai
Gyögy. Budapeste: Kossuth Könyvkiadó, 1964.
___. La favela: casa de desahogo. Havana: Casa de las Americas, 1965.
___. Tagebuch der Armut: Aufzeichnungen einer brasilianischen Negerin. 2ª
ed., Leipzig: Philipp Reclam, 1979.
___. Farzande tariki . Tradução Simin Dakht Tcheharegasha. Teerã: S. N.,
1999.
___. Çöplük. Istambul: Armoni, 2002.
Casa de alvenaria – diário de uma ex-favelada
___. Casa de ladrillos. Buenos Aires: Editorial Abraxas, 1963.
___. Das Haus aus Stein: Die Zeit nach dem Tagebuch der Armut. Trad.
Johanes Gerold. Hamburgo: Chrintian Wegner Verlag, 1964.
___. Ma vraie maison. Trad. Violante do Canto. Paris: Stock, 1964.
___. I’m going to have a little house: the second diary of Carolina Maria de
Jesus. Trad. Melvin S. Arrington Jr. e Robert M. Levine. Lincoln e Londres:
University of Nebraska Press, 1997.
Diário de Bitita
___. Journal de Bitita. Trad. Régine Valbert. Paris : A. M. Métailié, 1982.
___. Diario de Bitita. Trad. Mario Merlino. Madri : Alfaguarra, 1984.
___. Bitita’s diary: the childhood memoirs of Carolina Maria de Jesus. Trad.
Emanuelle Oliveira e Beth Joan Vinkler. Nova York, Londres: M. E. Sharpe,
1998.
Meu estranho diário
___. The Unedited Diaries of Carolina Maria de Jesus. Tradução Nancy P. S.
Naro e Cristina Mehrtens.New Brunswick: Rutger University Press, 1999.
Bibliografia:
https://www.vidaporescrito.com/ acessado dia 19 de março de 2017 às 14h

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  • 1. Universidade de Brasilia – UnB Departamento de Serviço Social – SER Disciplina: Gênero, Raça/Etnia e Política Social Professora: Lucélia Pereira Alunas/os: Leonardo Dias Alves Matrícula: 13/0120227 Sarah Luiza de Azevedo 13/0133591 Personalidade: CarolinaMariadeJesus Carolina Maria de Jesus é uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil, porém, mais uma vitima do racismo em todos os seus níveis (pessoal, interpessoal e institucional), mas para manter a memória e a história dela viva é responsabilidade de militantes negros e das pessoas que compreende que o racismo tem o potencial de invisibilizar personalidades negras em vida, imagine no ato da morte. Não basta falar apenas o nome, é necessário traçar sua história, contar sua trajetória.
  • 2. Carolina nasceu dia 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas Gerais. Em 1921 ela é matriculada no Colégio Alan Kardec, o primeiro colégio espírita do Brasil, onde estudou dois anos, ou seja, um período de dois anos de ensino. Junto com sua família mudou-se para Lajeado (MG) em 1923, onde trabalharam como lavradores. Já em 1927 migram para o interior de São Paula, na cidade de Franca, onde Carolina trabalha como lavradora em uma fazenda e como empregada domestica na cidade, tendo aqui uma dupla jornada de trabalho, sem explicitar o trabalho domestico em sua casa, ficando um ano nessa condição e em 1928 retornando para sacramento, ficando apenas um ano na cidade natal e no ano seguinte, parte para Conquista (MG) com intuito de trabalhar em uma fazenda, retornando novamente para Sacramento. Na tentativa de cuidar de feridas nas pernas, ela vai a pé até Uberaba (MG), que não alcança o objetivo, retornando para Sacramento e em seguida segue para Ribeirão Preto e Orlandia (SP), MAS RETORNA PARA Sacramento e sem conseguir cuidar das feridas na perna. É importante destacar que em 1933, ela e a mãe são presas, com a justificativa de que Carolina sabia ler e utilizava-se disso para praticar feitiçaria, e retornam para Franca (SP). Em 1936 sua mãe retorna para Sacramento e solicita que ela nunca mais retorne para Sacramento, e no ano seguinte sua mãe vem a falecer e Carolina muda-se para a cidade de São Paulo. Com a mudança para a capital paulista em 1947, qual foi morar na favela do Canindé na Zona Norte de São Paulo, em um momento em que surgem as primeiras favelas na cidade. Onde se insere no mercado de trabalho nas margens da sociedade, no subemprego, no trabalho informal, ela trabalhou como catadora de materiais recicláveis e desta forma registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo. Mesmo tendo cursado apenas as séries iniciais do ensino básico primário, ou seja, ainda o período de escola classe, ela reuniu em casa mais de 20 (vinte) cadernos com registros do cotidiano, o que originou o livro “Quartos de Despejo: Diário de uma favelada”, que foi publicado em 1960, que após o
  • 3. lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos e traduzidos para 13 idiomas, com venda em mais de 40 países. Porém, é notório que Carolina Maria de Jesus foi vitima da injustiça do racismo desde seu nascimento, sendo privada do ensino e educação, do acesso à saúde, e mesmo tendo viajado e morado fora do país, ela retorna e é inserida mais uma vez na miséria, com uma crise de asma. Produções de Carolina Maria de Jesus: I Obras publicadas no Brasil Jesus, Carolina Maria de. “As crianças da favela”. In: Revista do Magistério, ano 8, n.24, pp. 18-19, dez. 1960. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves, 1960 (2ª, 3ª, 4 ª, 5 ª, 6 ª e 7 ª ed. 1960) ___. Casa de alvenaria – Diário de uma ex-favelada. São Paulo: Francisco Alves, 1961. ___. Pedaços da fome. São Paulo: Aquila, 1963. ___. Provérbios. São Paulo: Luzes, [196-]. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves, 1963. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Ediouro, 1976. (2 ª ed. 1976). ___. “Onde estaes felicidade?”. In: Movimento, 21 fev. 1977. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. 10 ª ed. São Paulo: Francisco Alves, 1983. ___. Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Círculo do Livro, 1990.
  • 4. ___. Quarto de despejo – Diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1993. ___. “Minha Vida... Prólogo”. In. Levine, Robert M., Meihy, José Carlos Sebe Bom. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994. pp. 172-189. ___. “O Sócrates Africano”. In: Levine, Robert M., Meihy, José Carlos Sebe Bom. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994. pp. 190-196. ___. Antologia pessoal. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996. (org. Meihy, José Carlos Sebe Bom). ___. Meu estranho diário. São Paulo: Xamã, 1996. (org. Meihy, José Carlos Sebe Bom). ___. Diário de Bitita. 2ª ed. Sacramento (MG): Bertolucci, 2007. ___. "Porque Deus não ajuda os pobres". In: Meihy, José Carlos Sebe Bom. "Catadora de Vidas". Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 5, número 56, Maio de 2010, p.64. ___. "Provérbios". In: Meihy, José Carlos Sebe Bom. "Catadora de Vidas". Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 5, número 56, Maio de 2010, p.64. ___. Onde estaes felicidade? FERNANDEZ, Raffaella A., MOTA, Maria Nilda da C. (org). São Paulo: Edições Me PArió REvolução, 2014 (Clique aqui para baixá-lo gratuitamente). II Obras traduzidas Quarto de Despejo – diário de uma favelada ___. Barak nr.9: Dagboek van een Brazilianse negerin. Trad. J. Van Den Besselaar e Van Der Kallen. Arnhem: Van Loghum Slaterus, 1961. ___. Lossepladsen. Trad. Borge Hansen. Copenhagem: Fremad, 1961.
  • 5. ___. Quarto de despejo: diario de una mujer que tenía hambre. Trad. Beatriz Broide de Sahovaler. Buenos Aires: Editorial Abraxas, 1961. (4ª ed. 1962). ___. Beyond all pity: the diary of Carolina Maria de Jesus; the story of slum life in São Paulo that explodes as a vivid and terrifying social document. Trad. David. St. Clair. Londres: A Four Square Book, 1962. ___. Child of the dark: the diary of Carolina Maria de Jesus. Trad. David St. Clair. Nova York: New American Library, 1962. ___. Karonina nikki. Trad. Nabuo Hamaguchi. Tóquio: Kawade, 1962. ___. Le dépotoir. Trad. Violante do Canto. Paris: Stock, 1962. (2 ª ed. 1965). ___. Quarto de despejo. Milão: Valentino Bompiani, 1962. ___. São Paulo, Strada A, nr.9. Trad. Romulu vulpescu. Bucareste: Editura Pentru Literatura Universala, 1962. ___. Skräpkammaren: Dagboksanteckningar av Carolina Maria de Jesus. Trad. Bengt Kyhle. Estocolmo: Tidens, 1962. ___. Smetiste: Deník zeny z favely. Trad. Vlasta Havlínová. Praga: Nakladatelství Politické Literatury, 1962. ___. Tagebuch der Armut: Aufzeichnungen einer brasilianischen Negerin. Trad. Johannes Gerold. Hamburgo: Christian Wegner Verlag, 1962. ___. Els mals endreços: Diari d´una dona de les barraques. Tradução Francesc Vallverdú. Barcelona: Fontanella, 1963. ___. Zycie na Smietniku. Trad. Helena Czajka. Varsóvia: Czytelnik, 1963. ___. Aki átment a szivárvány alatt: Egy barakklakó naplója. Trad. Hargitai Gyögy. Budapeste: Kossuth Könyvkiadó, 1964. ___. La favela: casa de desahogo. Havana: Casa de las Americas, 1965. ___. Tagebuch der Armut: Aufzeichnungen einer brasilianischen Negerin. 2ª ed., Leipzig: Philipp Reclam, 1979.
  • 6. ___. Farzande tariki . Tradução Simin Dakht Tcheharegasha. Teerã: S. N., 1999. ___. Çöplük. Istambul: Armoni, 2002. Casa de alvenaria – diário de uma ex-favelada ___. Casa de ladrillos. Buenos Aires: Editorial Abraxas, 1963. ___. Das Haus aus Stein: Die Zeit nach dem Tagebuch der Armut. Trad. Johanes Gerold. Hamburgo: Chrintian Wegner Verlag, 1964. ___. Ma vraie maison. Trad. Violante do Canto. Paris: Stock, 1964. ___. I’m going to have a little house: the second diary of Carolina Maria de Jesus. Trad. Melvin S. Arrington Jr. e Robert M. Levine. Lincoln e Londres: University of Nebraska Press, 1997. Diário de Bitita ___. Journal de Bitita. Trad. Régine Valbert. Paris : A. M. Métailié, 1982. ___. Diario de Bitita. Trad. Mario Merlino. Madri : Alfaguarra, 1984. ___. Bitita’s diary: the childhood memoirs of Carolina Maria de Jesus. Trad. Emanuelle Oliveira e Beth Joan Vinkler. Nova York, Londres: M. E. Sharpe, 1998. Meu estranho diário ___. The Unedited Diaries of Carolina Maria de Jesus. Tradução Nancy P. S. Naro e Cristina Mehrtens.New Brunswick: Rutger University Press, 1999. Bibliografia: https://www.vidaporescrito.com/ acessado dia 19 de março de 2017 às 14h