SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
ENGENHARIACLÍNICASET-OUT
72
O INVENTÁRIO DE TECNOLOGIAS,
A BUSCA ATIVA DE RECALLS E A
SEGURANÇA DO PACIENTE
O inventário das tecnologias de um hospital é um instrumento que permite
organizar o serviço de engenharia de maneira racional. Por isso, sua
elaboração deve ser planejada, complementando as informações contábeis e
administrativas normalmente encontradas nos hospitais.
Deste modo, o profissional responsável pelo serviço de engenharia clínica (EC)
deverá fazer uma proposta de revisão (reconfiguração do inventário) para tornar
sua contribuição mais adequada e alinhada com as práticas de gerenciamento
de tecnologias que se deseja implantar no hospital.
A RDC 02/2010 da Anvisa requer que os estabelecimentos assistenciais de
saúde (EAS) elaborem e implementem um plano que garanta rastreabilidade,
qualidade, eficácia, efetividade, segurança e, no que couber, desempenho,
desde a entrada de cada tecnologia no EAS até seu destino final, incluindo o
planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos, além da capacitação
dos profissionais envolvidos no processo.
Assim, apresento abaixo um conjunto de orientações que permitirá
aos profissionais do setor planejar sua proposta para o inventário de
tecnologias do hospital.
Nome do equipamento: É comum utilizar o descritivo da nota fiscal de compra,
embora exista uma nomenclatura universal para este fim (Universal Medical
Device Nomenclature System - UMDNS). Por isso, o gestor deve homogeneizar os
nomes para facilitar a leitura da relação, evitando denominações diferentes para os
mesmos recursos tecnológicos, como é o caso de bisturi elétrico, bisturi eletrônico,
eletrocautério, eletrocauterizador, unidade eletrocirúrgica e cauterizador cirúrgico.
Número de série: Importante porque individualiza cada equipamento,
permitindo não somente o controle do hospital e do fabricante, como também
a comunicação mais direta entre estes dois, como é o caso das atividades de
manutenção preventiva e corretiva, formação do histórico dos equipamentos, etc.
Número de lote: Nem sempre os fabricantes conferem a um acessório um
número de série, mas, por razões próprias, adotam um número para cada lote
produzido. Assim, para rastreabilidade do item, é importante manter este
registro e criar evidências objetivas do controle que o hospital realiza sobre o
seu parque tecnológico. Outro aspecto a considerar é que alguns acessórios,
como os sensores de capnografia ou transdutores de ultrassom, têm um valor de
aquisição importante e, por isso, devem ser melhor controlados.
Potência: Conhecer e registrar a potência dos equipamentos permite ao gestor da
EC contribuir com a administração nas atividades de rateio de despesas de energia
elétrica pelos centros de custo dos hospitais, que também deverão ser registrados.
Centrodecustos:Associarasdespesasdecadaequipamentocomumcentrodecustos
ajudaaadministraçãoafazerorateiodosgastoscommanutençãodeformamaisexata.
Grau de risco: Conhecer e relacionar o grau de risco que cada equipamento
oferece em caso de falhas é determinante não somente para estabelecer critérios
de inclusão de equipamentos em programas de manutenção preventiva, como
também para dimensionar a equipe de profissionais necessária para manter o
parque tecnológico operando com disponibilidade e de maneira segura.
Outros dados que devem constar no inventário são: data de compra e de
instalação, validade de garantia, valor da aquisição, índice de depreciação do
bem, fabricante, representante ou revendedor, código do produto e modelo
determinado pelo fabricante, estado de conservação, etc.
Ao inventário, podem-se vincular as despesas anuais de cada equipamento com os
eventos de manutenção corretiva (mão de obra, partes e peças) e comparar com
o valor de compra de um item novo. Em média, fica entre 3% e 8% do custo de
aquisição.
Contudo, um dos pontos relevantes
que coloca o inventário como um
recurso estratégico para a EC é a
possibilidade de conhecer mais sobre
o nível de segurança oferecido aos
pacientes. Isto pode ser conseguido
pela busca de recalls, alertas,
notificações de campo (FSN - Field
Safety Notice) e as ações necessárias
(Action Needed) em cada caso,
tanto as do engenheiro clínico como
as do fabricante. Existem várias
agências que fornecem este tipo de
informação. Faça um teste. No Brasil
você pode verificar no site da Anvisa*
e, nos EUA, pode consultar o FDA**.
Os sistemas de busca da Inglaterra e
Canadá também são úteis, rápidos e
fáceis de utilizar para uma avaliação
como esta, principalmente no caso de
equipamentos de marca mundial.
Fazendoumparalelocomotrabalho
dosprofissionaisdaáreaassistencial,o
inventáriocorrespondeaoprontuário
dopaciente.Porissoéprecioso!Assim,
pergunto:épossívelsesentirseguro
sendoatendidoemumhospitalquenão
possuioprontuáriodosequipamentos
médico-assistenciaisqueutiliza?
* www.anvisa.gov.br/sistec/alerta/
consultaralerta.asp
** www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/
cfdocs/cfres/res.cfm
Lúcio Flávio de Magalhães Brito
Engenheiro Clínico Certificado l Lb@engenhariaclinica.com
Fazendo um paralelo com o
trabalho dos profissionais da
área assistencial, o inventário
corresponde ao prontuário do
paciente. Por isso é precioso!
“
“
Engenharia clinica.indd 72 17/10/2014 09:49:34

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Las ventajas de prezi
Las ventajas de preziLas ventajas de prezi
Las ventajas de prezijairxdxd
 
Revista Chivit Empresarial Julio 2016
Revista Chivit Empresarial Julio 2016Revista Chivit Empresarial Julio 2016
Revista Chivit Empresarial Julio 2016Ch´ivit Empresarial
 
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım Kılavuzu
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım KılavuzuWOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım Kılavuzu
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım KılavuzuMacera Akademisi
 
Выставка учебных изданий, переданных в дар научной библиотеке АГТУ от издате...
Выставка учебных изданий, переданных  в дар научной библиотеке АГТУ от издате...Выставка учебных изданий, переданных  в дар научной библиотеке АГТУ от издате...
Выставка учебных изданий, переданных в дар научной библиотеке АГТУ от издате...ASTU Library
 
С чего начиналась фотография
С чего начиналась фотографияС чего начиналась фотография
С чего начиналась фотографияASTU Library
 
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1Dimitris Psounis
 

Destaque (11)

Las ventajas de prezi
Las ventajas de preziLas ventajas de prezi
Las ventajas de prezi
 
rHB_66
rHB_66rHB_66
rHB_66
 
Revista Chivit Empresarial Julio 2016
Revista Chivit Empresarial Julio 2016Revista Chivit Empresarial Julio 2016
Revista Chivit Empresarial Julio 2016
 
rHB_70
rHB_70rHB_70
rHB_70
 
Dev fam-cartas-paulinas-9-1
Dev fam-cartas-paulinas-9-1Dev fam-cartas-paulinas-9-1
Dev fam-cartas-paulinas-9-1
 
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım Kılavuzu
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım KılavuzuWOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım Kılavuzu
WOD - Dünya Oryantiring Günü Katılım Kılavuzu
 
Выставка учебных изданий, переданных в дар научной библиотеке АГТУ от издате...
Выставка учебных изданий, переданных  в дар научной библиотеке АГТУ от издате...Выставка учебных изданий, переданных  в дар научной библиотеке АГТУ от издате...
Выставка учебных изданий, переданных в дар научной библиотеке АГТУ от издате...
 
С чего начиналась фотография
С чего начиналась фотографияС чего начиналась фотография
С чего начиналась фотография
 
Luka Mestrovic - Diploma
Luka Mestrovic - DiplomaLuka Mestrovic - Diploma
Luka Mestrovic - Diploma
 
rHB_64_final
rHB_64_finalrHB_64_final
rHB_64_final
 
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1
ΠΛΗ10.ΚΑΡΤΑ ΜΑΘΗΜΑ 1.1
 

Semelhante a Inventário de tecnologias hospitalar

Manual manutencao equipamentos_rede_frio
Manual manutencao equipamentos_rede_frioManual manutencao equipamentos_rede_frio
Manual manutencao equipamentos_rede_frioizaudaMonteiro
 
Globalsoft Produtos Saúde
Globalsoft Produtos SaúdeGlobalsoft Produtos Saúde
Globalsoft Produtos SaúdeRuben Silva
 
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...atitudeeditorial
 
05 capítulo 3 tipos de manutençao
05   capítulo 3 tipos de manutençao05   capítulo 3 tipos de manutençao
05 capítulo 3 tipos de manutençaoMoacy2014
 
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao  E Assistencia TecnicaAngola Projeto Manutencao  E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnicaskymedicalair
 
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao  E Assistencia TecnicaAngola Projeto Manutencao  E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnicaskymedicalair
 
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAE
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAEPlano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAE
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAEÍcaro Da Silva Torres
 
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoPredição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoUniversidade Federal Fluminense
 
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoPredição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoUniversidade Federal Fluminense
 
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptx
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptxSLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptx
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptxIguero
 

Semelhante a Inventário de tecnologias hospitalar (20)

Manual manutencao equipamentos_rede_frio
Manual manutencao equipamentos_rede_frioManual manutencao equipamentos_rede_frio
Manual manutencao equipamentos_rede_frio
 
Globalsoft Produtos Saúde
Globalsoft Produtos SaúdeGlobalsoft Produtos Saúde
Globalsoft Produtos Saúde
 
Rede frio
Rede frioRede frio
Rede frio
 
Rede frio
Rede frioRede frio
Rede frio
 
Folder techosp
Folder techospFolder techosp
Folder techosp
 
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...
Pesquisa Equipamentos para áreas classificadas [Revista O Setor Elétrico - Ed...
 
05 capítulo 3 tipos de manutençao
05   capítulo 3 tipos de manutençao05   capítulo 3 tipos de manutençao
05 capítulo 3 tipos de manutençao
 
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao  E Assistencia TecnicaAngola Projeto Manutencao  E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
 
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao  E Assistencia TecnicaAngola Projeto Manutencao  E Assistencia Tecnica
Angola Projeto Manutencao E Assistencia Tecnica
 
492 prontuario nr10
492 prontuario nr10492 prontuario nr10
492 prontuario nr10
 
Guia nr 20
Guia nr 20Guia nr 20
Guia nr 20
 
Guia nr20 baixa2
Guia nr20 baixa2Guia nr20 baixa2
Guia nr20 baixa2
 
Manutenção Preditiva - Engeman®
Manutenção Preditiva - Engeman®Manutenção Preditiva - Engeman®
Manutenção Preditiva - Engeman®
 
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAE
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAEPlano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAE
Plano do-projeto-de-software- SACC- LACERTAE
 
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoPredição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
 
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutençãoPredição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
Predição de falhas no apoio à decisão na gestão de manutenção
 
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptx
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptxSLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptx
SLIDE ANALISE DE VIBRAÇÃO.pptx
 
Rm1150230112 totvs controle_infec_hosp
Rm1150230112 totvs controle_infec_hospRm1150230112 totvs controle_infec_hosp
Rm1150230112 totvs controle_infec_hosp
 
Mr8
Mr8Mr8
Mr8
 
Manutenção Mecânica
Manutenção MecânicaManutenção Mecânica
Manutenção Mecânica
 

Mais de Lúcio Flávio de Magalhães Brito (6)

rHB_63_site
rHB_63_siterHB_63_site
rHB_63_site
 
rHB_61 site
rHB_61 siterHB_61 site
rHB_61 site
 
rHB_74
rHB_74rHB_74
rHB_74
 
rHB_72
rHB_72rHB_72
rHB_72
 
rHB_71
rHB_71rHB_71
rHB_71
 
rHB_67
rHB_67rHB_67
rHB_67
 

Inventário de tecnologias hospitalar

  • 1. ENGENHARIACLÍNICASET-OUT 72 O INVENTÁRIO DE TECNOLOGIAS, A BUSCA ATIVA DE RECALLS E A SEGURANÇA DO PACIENTE O inventário das tecnologias de um hospital é um instrumento que permite organizar o serviço de engenharia de maneira racional. Por isso, sua elaboração deve ser planejada, complementando as informações contábeis e administrativas normalmente encontradas nos hospitais. Deste modo, o profissional responsável pelo serviço de engenharia clínica (EC) deverá fazer uma proposta de revisão (reconfiguração do inventário) para tornar sua contribuição mais adequada e alinhada com as práticas de gerenciamento de tecnologias que se deseja implantar no hospital. A RDC 02/2010 da Anvisa requer que os estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) elaborem e implementem um plano que garanta rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade, segurança e, no que couber, desempenho, desde a entrada de cada tecnologia no EAS até seu destino final, incluindo o planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos, além da capacitação dos profissionais envolvidos no processo. Assim, apresento abaixo um conjunto de orientações que permitirá aos profissionais do setor planejar sua proposta para o inventário de tecnologias do hospital. Nome do equipamento: É comum utilizar o descritivo da nota fiscal de compra, embora exista uma nomenclatura universal para este fim (Universal Medical Device Nomenclature System - UMDNS). Por isso, o gestor deve homogeneizar os nomes para facilitar a leitura da relação, evitando denominações diferentes para os mesmos recursos tecnológicos, como é o caso de bisturi elétrico, bisturi eletrônico, eletrocautério, eletrocauterizador, unidade eletrocirúrgica e cauterizador cirúrgico. Número de série: Importante porque individualiza cada equipamento, permitindo não somente o controle do hospital e do fabricante, como também a comunicação mais direta entre estes dois, como é o caso das atividades de manutenção preventiva e corretiva, formação do histórico dos equipamentos, etc. Número de lote: Nem sempre os fabricantes conferem a um acessório um número de série, mas, por razões próprias, adotam um número para cada lote produzido. Assim, para rastreabilidade do item, é importante manter este registro e criar evidências objetivas do controle que o hospital realiza sobre o seu parque tecnológico. Outro aspecto a considerar é que alguns acessórios, como os sensores de capnografia ou transdutores de ultrassom, têm um valor de aquisição importante e, por isso, devem ser melhor controlados. Potência: Conhecer e registrar a potência dos equipamentos permite ao gestor da EC contribuir com a administração nas atividades de rateio de despesas de energia elétrica pelos centros de custo dos hospitais, que também deverão ser registrados. Centrodecustos:Associarasdespesasdecadaequipamentocomumcentrodecustos ajudaaadministraçãoafazerorateiodosgastoscommanutençãodeformamaisexata. Grau de risco: Conhecer e relacionar o grau de risco que cada equipamento oferece em caso de falhas é determinante não somente para estabelecer critérios de inclusão de equipamentos em programas de manutenção preventiva, como também para dimensionar a equipe de profissionais necessária para manter o parque tecnológico operando com disponibilidade e de maneira segura. Outros dados que devem constar no inventário são: data de compra e de instalação, validade de garantia, valor da aquisição, índice de depreciação do bem, fabricante, representante ou revendedor, código do produto e modelo determinado pelo fabricante, estado de conservação, etc. Ao inventário, podem-se vincular as despesas anuais de cada equipamento com os eventos de manutenção corretiva (mão de obra, partes e peças) e comparar com o valor de compra de um item novo. Em média, fica entre 3% e 8% do custo de aquisição. Contudo, um dos pontos relevantes que coloca o inventário como um recurso estratégico para a EC é a possibilidade de conhecer mais sobre o nível de segurança oferecido aos pacientes. Isto pode ser conseguido pela busca de recalls, alertas, notificações de campo (FSN - Field Safety Notice) e as ações necessárias (Action Needed) em cada caso, tanto as do engenheiro clínico como as do fabricante. Existem várias agências que fornecem este tipo de informação. Faça um teste. No Brasil você pode verificar no site da Anvisa* e, nos EUA, pode consultar o FDA**. Os sistemas de busca da Inglaterra e Canadá também são úteis, rápidos e fáceis de utilizar para uma avaliação como esta, principalmente no caso de equipamentos de marca mundial. Fazendoumparalelocomotrabalho dosprofissionaisdaáreaassistencial,o inventáriocorrespondeaoprontuário dopaciente.Porissoéprecioso!Assim, pergunto:épossívelsesentirseguro sendoatendidoemumhospitalquenão possuioprontuáriodosequipamentos médico-assistenciaisqueutiliza? * www.anvisa.gov.br/sistec/alerta/ consultaralerta.asp ** www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/ cfdocs/cfres/res.cfm Lúcio Flávio de Magalhães Brito Engenheiro Clínico Certificado l Lb@engenhariaclinica.com Fazendo um paralelo com o trabalho dos profissionais da área assistencial, o inventário corresponde ao prontuário do paciente. Por isso é precioso! “ “ Engenharia clinica.indd 72 17/10/2014 09:49:34