Estudo sobre a Casa José Augusto Rocha inserida no Centro Cultural da Cidade de Contagem: Sua história e análise arquitetônica (levantamento, mapeamento de danos na edificação e proposta de intervenção)
PROJETO DE INTERVENÇÃO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO - CASA JOSÉ AUGUSTO ROCHA
1. PROJETO DE INTERVENÇÃO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO
CASA JOSÉ AUGUSTO ROCHA
Casa Amarela
Lorena Nori, Kelwyn Keller, Melissa Emanuelle, Shirlene Maia
2. 2
SUMÁRIO
1. Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------3
2. Inserção Geográfica de Contagem ---------------------------------------------------------------4
3. História de Contagem --------------------------------------------------------------------------------------5
4. Aspectos Socioeconômico de Contagem --------------------------------------------------------7
5. O Papel da Educação Patrimonial ------------------------------------------------------------------------8
6. Bens Culturais Protegidos em Contagem ----------------------------------------------------------------9
7. Centro Cultural Francisco Firmo de Mattos Filho -----------------------------------------------------10
8. Casa José Augusto Rocha ---------------------------------------------------------------------------------12
9. Descrição e Análise Arquitetônica -----------------------------------------------------------------------14
10. Etapas Construtivas da Casa ------------------------------------------------------------------------------15
11. Identificação do Ambientes e Materiais -----------------------------------------------------------------16
12. Mapeamento de Danos ------------------------------------------------------------------------------------20
13. Alterações Construtivas -----------------------------------------------------------------------------------23
14. Patologias das Fachadas -----------------------------------------------------------------------------------24
15. Proposta de Intervenção -----------------------------------------------------------------------------------26
16. Referências --------------------------------------------------------------------------------------------------28
17. Anexos
3. 3
Estudo sobre a Casa José Augusto Rocha inserida na IURB da Cidade de Contagem, sua história, sua análise arquitetônica.
O crescimento acelerado dessa cidade transformou em pouco tempo seu perímetro urbano, colocando em risco iminente
seu patrimônio cultural e ambiental. No centro histórico, edificações que testemunharam a evolução urbana são demolidas
para a construção de edifícios modernos.
Na periferia, reservas ambientais são desmatadas para dar lugar á urbanização, sem planejamento dos bairros de classe
baixa. A migração intensa de mão-de-obra do interior mineiro para a indústria de Contagem tem promovido um
crescimento sem precedentes da mancha urbana do município, estendendo-se até os limites territoriais da cidade.
Contagem têm menos de três décadas de existência, denotando uma completa ausência do que se pode considerar como
patrimônio histórico, segundo o conceito “clássico”, de outro lado, depara-se com uma grande diversidade de
manifestações culturais, religiosas e artísticas, envolvendo a população que habita esses bairros.
O que inicialmente se apresentava como algo frágil pela sua imaterialidade torna-se um dos principais focos da atuação na
preservação do patrimônio cultural de Contagem, juntamente com a valorização do patrimônio ambiental, onde nascentes,
córregos, parques e matas nativas se tornam objeto de valorização do patrimônio cultural, principalmente por contribuírem
para a qualidade de vida para todos cidadãos de Contagem. Como uma das principais cidades de Minas, conquistou ao
longo de sua trajetória uma identidade peculiar, que mescla tradição e modernidade, memória e desenvolvimento. De sua
origem agropastoril e de ponto de registro de mercadorias valiosas, a cidade passa a sediar, nos anos de 1940, o maior
complexo industrial do Estado. Estes dois polos territoriais e sociopolíticos são norteados da historia do município.
INTRODUÇÃO
4. INSERÇÃOGEOGRÁFICADECONTAGEM
MAPA – MUNDI: CONTAGEM EM RELAÇÃO
AO ESTADO E O PAÍS
ANEXO 5: ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE
URBANÍSTICO 3 (AIURB-3)
4
AIURB 3 - Áreas de Especial Interesse Urbanístico
São espaços, edificações e conjuntos urbanos
considerados de valor histórico e paisagístico
relevantes para o patrimônio cultural do Município e
dos bairros, nos quais o processo de ocupação será
controlado em função de sua proteção. A AIURB-3
têm no patrimônio cultural seu elemento de
definição dos parâmetros de ocupação e controle do
solo urbano.
LOCALIZAÇÃO CASAAMARELA
Rua Dr Cassiano, Bairro Sede
5. HISTÓRIA DECONTAGEM
Faziam parte do novo município, chamado Vila de
Contagem, os distritos de Várzea de Pântano
(Ibirité), Campanha, Neves e Vera Cruz. A
instalação formal do município, entretanto, só
ocorreu em 1 de junho de 1912.
5
Em 1716, o Brasil era colônia de Portugal. A coroa
portuguesa instalava postos de registros em várias cidades
brasileiras para fiscalização e arrecadação de impostos.
Um posto de registro foi instalado na região das Abóboras.
Em torno dela, surgiu o povoado. Arraial de São Gonçalo
da Contagem das Abóboras.
Durante duzentos anos, de 1701a
1901, Contagem esteve ligada a
Sabará. Alguns fatos pavimenta-
ram a caminhada de nossa cidade
à condição de município.
Já em 1811, Contagem passou a
ser um Distrito de Ordenança.
A nomeação de Contagem como
Distrito de Ordenança significava
que aqui havia uma dessas tropas,
comandada por um capitão, respon-
sável tanto pela ordem pública
quanto pela economia do lugar. A
criação desses distritos era uma política da Família Real,
como forma de aumentar a arrecadação.
O arraial de São Gonçalo do Ribeirão das Abóboras, no século XVIII
Devido ao aumento da população sob a jurisdição de Sabará, e à
necessidade de maior eficiência na fiscalização para evitar o
extravio de recursos, em 24 de março de 1810, o município de
Sabará enviou uma carta ao Príncipe Regente sugerindo a criação
de novos Distritos de Ordenança no perímetro. A partir de 1901,
Contagem passou a integrar o recém criado município
de Santa Quitéria(hoje Esmeraldas), composto
também pelos distritos de Capela Nova (Betim) e
Várzea do Pantanal (Ibirité). Essa decisão, registrada
pela Lei 02 de 1891, teve, aparentemente, alguma
conotação política. Finalmente, a cidade foi
emancipada de Santa Quitéria e elevada à condição de
vila. A emancipação foi sancionada pela lei 566, de 30
de agosto de 1911, aprovada graças à ação decisiva
do então senador Bernardo Monteiro.
Sede vista do alto da Igreja São Gonçalo
(Década de 20)
6. Em 1938, Contagem perdeu novamente sua
autonomia política, tornando-se distrito de
Betim. Este período da perda da autonomia
é conhecido no nosso meio como cativeiro
da Babilônia.
A criação do Parque Industrial, mais tarde
denominado Cidade Industrial, em
Contagem, foi a primeira e principal
medida resultante desta nova política. A
região foi escolhida por ser vizinha da
capital, por apresentar um relevo suave e
ter boas condições de acesso às estradas
que ligam Minas Gerais ao Rio de Janeiro
(445 km) e a São Paulo (600 km). Além
disso, tratava-se, à época, de uma área
pouco habitada, com vastas extensões de
terrenos que poderiam ser adquiridos dos
fazendeiros endividados. Finalmente, a
escolha pouparia Belo Horizonte,
considerada a “Cidade Jardim” do Estado.
A história de Contagem, o marco inicial
foi a instalação de um posto de
fiscalização no Sítio das Abóboras, no
início do século XVIII. Em 1897, a
capital foi transferida para Belo
Horizonte e impulsionou o crescimento
de Contagem. Em 1941 a instalação da
Cidade Industrial moldou as feições que
o município assumiu nos anos
seguintes.
Em torno desse posto, surgiu um
pequeno povoado e a população ergueu
uma capela para abrigar o santo
protetor dos viajantes, São Gonçalo do
Amarante. Foi assim que surgiu o
arraial de São Gonçalo da Contagem
das Abóboras, uma homenagem ao
Santo e uma referência à contagem das
cabeças de gado, de escravos e
mercadorias para serem taxadas.
6
TRAÇADO HEXAGONAL DA CIDADE
INDUSTRIAL
IGREJA MATRIZ DE SÃO GONÇALO
7. ASPECTOSSOCIOECONÔMICODECONTAGEM
O município de Contagem arrecadou em 2006 um total de R$702.887 milhões em
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços(ICMS). Deste total
41,89% referem- se à arrecadação industrial. O mais representativo é o metalúrgico com
25,88%.
A indústria de Contagem ainda desempenha papel fundamental no planejamento
estratégico da gestão pública municipal. Segundo o CINCO, estão em operação seis
distritos industriais: “CINCO”, CINCÃO, CINQUINHO, Distrito Industrial Coronel
Juventino Dias, Áreas Industriais do bairro Inconfidentes e Riacho das Pedras, este
último em área peculiar.
7Acervo: Casa da Cultura Nair Mendes Moreira – Museu Histórico
de Contagem.
Após a implantação da Cidade Industrial, Contagem pôde distinguir duas fases de
desenvolvimento. Na primeira fase, a atividade concentrou-se nas imediações do
distrito, verificando-se ramos tradicionais da indústria, como metalúrgica, indústria
mecânica e exploração de minerais não metálicos. A partir de 1968, com a criação do
“CINCO” – Centro Industrial de Contagem, houve uma diversificação da estrutura
industrial, instalando-se industrias de bens de capital e de consumo duráveis.
Contagem abriga o maior complexo industrial do Estado, com amplo e diversificado
parque fabril. Seu consumo de energia elétrica em 2004 foi de 1.2 milhão de KWH,
sendo a participação do setor industrial de 56%.
O setor de atividade com maior número de estabelecimento em 2005 foi o comércio,
seguido dos serviços e da indústria de transformação.
Constatou –se, o incremento dos segmentos modernos da indústria de equipamento elétricos, do comércio atacadista e da indústria de
alimentos, devido, à expansão das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais(CEASA), em 1984.
O nível de analfabetismo é relativamente baixo. Porém, somente 10,4% dos trabalhadores
possuem nível superior completo, havendo uma deficiência de mão-de-obra qualificada.
De acordo com os dados do Centro Integrado de Comunicações Operacionais da Polícia
Militar, a Cidade Industrial está entre os bairros de Contagem onde ocorrem as maiores incidência de crimes violentos.
8. O PAPEL DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
No Estado de Minas Gerais, após a criação em setembro de 1971, do órgão estadual de proteção do patrimônio cultural, o
IPEA/MG – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. No início dos anos 80 (1983), a instituição
criou o programa PAC – Política de Ação com as Comunidades – cujo principal objetivo era o de romper com o paternalismo
estatal. A política de atuação do PAC partia do pressuposto de que todo bem cultural é “uma referência histórica necessária à
formulação e realização do projeto humano de existência”.
Conselho do Patrimônio – COMPAC
A gestão pública do patrimônio cultural no município de Contagem começa com a promulgação da Lei de Proteção do Patrimônio
– Lei nº 2.842/96 e a criação do COMPAC – Lei nº 2961/97, esta lei dispunha sobre as diretrizes de proteção, estabelecendo o
tombamento e o inventário como instrumentos legais de acautelamento do Município, em relação a esse patrimônio.
FUMPAC – Instituído pelo art. 164, da Lei nº 4.647/13, nos termos do art.167, inciso IX, da Constituição Federal e dos arts. 71 a
74 da Lei Federal nº 4.320 de 17 de março de 1964, o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural – FUMPAC, do Município de
Contagem , tem a finalidade de prestar apoio financeiro, em caráter suplementar, a projetos e ações destinadas à promoção, à
preservação, à manutenção e á conservação do patrimônio cultural local.
8
9. BENSCULTURAISPROTEGIDOSEMCONTAGEM
OS ARTUROS
Receberam o primeiro registro de patrimônio cultural imaterial.
Os Arturos constituem um agrupamento familiar de negros que
habitam uma propriedade particular em terras do município de
Contagem, no local denominado Domingos Pereira.
Caracterizam-se basicamente pela manutenção da cultura negra,
recebida dos ancestrais e conservada na experiência do sagrado:
são as festas religiosas que fazem do grupo um universo à parte,
quando os Arturos se transmutam em filhos do Rosário.
A origem da comunidade é o negro Arthur Camilo Silvério e sua
esposa, Carmelinda Maria da Silva – elos primeiros da grande
família. É através de Arthur (pai) que formam os Arturos
(descendentes) e a marca do nome atesta a força da
ancestralidade: filhos, netos e bisnetos de Arthur são hoje
ARTUROS, família mantida e alimentada pela raiz inicial.
A família dos Arturos desempenha na sociedade um papel
definitivo, realizando-se como unidade aglutinadora da vida
comunitária. Os descendentes de Arthur Camilo Silvério
permanecem, em sua maior parte, na terra herdada dos pais
como patrimônio comum.
Contagem possui atualmente 14 bens oficialmente tombados na
cidade, um bem Registrado em nível estadual, a comunidade dos
Arturos e centenas de bens inventariados.
9
10. CENTRO CULTURAL FRANCISCO FIRMO DE MATTOS FILHO
Centro Cultural Francisco Firmo de Mattos Filho, década de 20. Rua Dr. Cassiano, Sede – 1937, Autor
Desconhecido.
Contagem tem sua origem no século XVIII. Desse núcleo
original, algumas reminiscências foram conservadas e
identificadas, seja pela demarcação das ruas, pelas casas, pela
forma de construir ou pelo material empregado em suas
construções. Alguns dos exemplares mais marcantes dessa
época são os casarões localizados na Rua Dr. Cassiano
(antiga rua da calçada), nos números 102, 120 e 140. Esse
interessante conjunto mesmo lado da rua da calçada e sem
afastamentos laterais. As casas, Amarela e Rosa apresentam
tipologia colonial, do período compreendido entre os anos de
1750 à 1780, quando foram erguidas casas de pau-a-pique, de
alvenaria de adobe ou de pedra, com telhado em quatro águas
e cobertas de telhas de barro. A Casa Azul é a edificação
central, com telhado de duas águas de telhas francesas, com
caibros corridos e calhas horizontais.
Na fachada principal, eleva-se uma platibanda, à guisa de
frontão, com desenho curvo no centro. Apesar de distinta
estilisticamente, funciona como um elemento de ligação na
totalidade do conjunto, possui feição eclética, originalmente
do mesmo período das outras duas, apresentando fachada
alterada, com elementos da arquitetura da virada do século
XIX para o Século XX. O conjunto forma, com o Espaço
Popular e a Matriz de São Gonçalo, um conjunto maior com
interesse de preservação para a memória de Contagem, sendo
referência histórico-cultural da sede do município. Em toda a
documentação encontrada sobre os imóveis constata-se que
eles pertenciam a família Rocha. Em 1942, foi proferida a
partilha de bens, o imóvel passou a pertencer ao viúvo
meeiro Randolfo José da Rocha e filhos. Entre os três
casarões, o que se manteve autêntico ao longo do tempo foi o
de número 140 (Casa Amarela), pois apresenta as mesmas
divisões internas e mantém a mesma estrutura arquitetônica
daquela da época de sua construção.
Centro Cultural Francisco Firmo de Mattos Filho, década de 8
10
11. ENTORNO DA CASA JOSÉ AUGUSTO ROCHA
11
A Casa Amarela e o entorno, vista
da igreja Matriz São Gonçalo
Casa Amarela vista da rua
Dr Cassiano, centro de Contagem
Vista da praça Jaboticaba, em
Contagem
Implantação da Casa Amarela
Igreja Matriz São Gonçalo
R. Bernardo Monteiro
R.MariadaConceiçãodeSãoJosé
Casa José
Augusto Rocha
Ig. São Gonçalo
R. Dr. Cassiano
12. A presença de prateleiras no cômodo da frente da casa denotou a
existência de uma “conjugação” entre as funções comercial e
residencial no aproveitamento e no uso dos espaços físicos, muito
comum no passado histórico do município. Na parte da frente,
funcionou um bar com seus respectivo “reservado” e as dependências
de “fundo” eram utilizadas como moradia. Ainda segundo dados
obtidos na entrevista D. Inês Rocha Macedo, o casarão de número 140
pertenceu a Joaquim José da Rocha, que lhe serviu de moradia. Seu
segundo dono foi José de Oliveira Rocha, filho de Joaquim José da
Rocha. Posteriormente, foi adquirida por José Augusto Rocha (irmão
do senhor Oldemar Rocha).
12
CASA JOSÉ AUGUSTO ROCHA
Casa Amarela
13. Filho de Randolfo José da Rocha e Augusta Maria Diniz, José Augusto
Rocha nasceu em Contagem, em 27 de junho de 1918. Começou a
trabalhar desde muito jovem. Ajudava o pai no trabalho do matadouro e
no açougue que, por alguns anos, foi de propriedade da família,
ocupando um dos cômodos de sua casa. Também auxiliava no armazém
do irmão mais velho, Oldemar Rocha, localizado onde atualmente é a
Casa Azul. Aos 26 anos de idade, meses antes de casar-se, o senhor José
Augusto adquiriu, de seu tio José de Oliveira Rocha, a casa que era do
seu avô Joaquim José da Rocha. Naquele ano de 1944, instalou ali
residência e um botequim.
Muitos dos quitutes vendidos no botequim eram preparados pelo
próprio José Augusto, auxiliado por sua esposa. Em 1985, após quinze
anos do falecimento da esposa, Zé Rocha casou-se com Jandira Ribeiro
Linhares Rocha, com quem viveu por cinco anos. Faleceu em 25 de
agosto de 1990, vítima de um derrame cerebral.
Na Casa José Augusto Rocha (Casa amarela) funciona a galeria de arte
e a Coordenadoria de Cultura, responsável por atividades culturais
como aulas de música, teatro, desenho artístico, pintura em tela e dança.
13
Milton Rocha
Fonte: Acervo do grupo
14. A edificação é bem característica das residências comerciais da época da
colonização, período compreendido entre os anos de 1750 à 1780, quando foi
erguida, de alvenaria de adobe ou de pedra, com telhado em quatro águas e
cobertas de telha canal de cerâmica. As casas eram simples e coladas umas às
outras. Nem as famílias mais endinheiradas tinham direito a ostentar na
arquitetura materiais nobres. Pelas ruas e ladeiras estreitas, de pedras
assimétricas do tipo pé de moleque, transitavam escravos, pardos e figuras
nobres. Uma característica que vale ser ressaltada é a horizontalidade e a
simplicidade.
As moradias dos mais pobres, mais conhecida como casas geminadas, eram
feitas de pau-a-pique, e tinham em sua fachada, uma porta do meio e uma
janela em cada lado.
Hoje aloca uma Galeria de Arte e seu interior sofre constante reforma em
decorrência das instalações artísticas efêmeras.
Inicialmente, a alvenaria de blocos de cerâmica e madeira, nas esquadrias
observa-se uma proporção que se repete ao longo das fachadas, seguindo um
padrão estético. Possui também uma barra feita em pedras que percorre toda
sua lateral externa, variando sua altura em função do nível da casa no corte
feito no terreno.
A edificação esta implantada em um terreno que apresenta um aclive
acentuado, estando abaixo do nível da rua que da acesso ao estacionamento
da Galeria.
Seu telhado de 8 águas, possui inclinação de 35%, avançando na fachada
posterior onde o “cachorro” altera sua inclinação final, projetando seu beiral
à 60cm da alvenaria em todas as fachadas.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE ARQUITETÔNICA
Fonte: acervo do grupo
14
16. 1
IDENTIFICAÇÃO DOS AMBIENTES E MATERIAIS
16
12
2
Luminária de lâmpada fluorescente tubular
Forro e Sancas de madeiraParede em drywall
Piso em tábua corrida com
rodapé em madeira
2
1
21. 21
1
8
7
2
6 10
Patologia Ressecamento da madeira
Causa Intempéries / Ausência de camada
protetora
Patologia Ladrilho desgastado / teto queimado / falta
acabamento da torneira
Causa Falta de resina, arranhões, desgaste / fogo / falta
de manutenção
22. Patologia Concreto Danificado e Ferragem aparente
Causa Falta Manutenção / Intempéries
9.1
11 9.3
9.2
3
22
Patologia Rodapé desgastado / Esquadria danificada / piso
com resíduo
Causa Falta manutenção / Limpeza
Patologia Batentes degradados e outros danificados
Causa Falta de manutenção e ataque de
xilófagos(cupim)
23. Alteração Ausência da Porta e Ferragens
Causa Retirada
ALTERAÇÕES CONSTRUTIVAS
Alteração Parede em drywall
Causa Esconder ausência de porta ao fundo
Alteraçã
o
Cor original / Telhado
Causa Reforma
Alteração Piso cerâmico / Espelho / parede
revestida em cerâmica
Causa Reforma
Alteração Ausência da tampa do
forro
Causa retirada
23
26. 26
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Entende-se a Intervenção uma ação fundamental, para determinar uma solução, definindo usos e procedimentos de
execução.
Após o levantamento e estudo fotográfico da casa, percebermos sua boa conservação, optamos pela manutenção de seus
espaços e usos, a essência do Projeto de Intervenção é a Galeria, garantindo a integridade física da edificação. Pensamos
uma melhor organização, colocação e restauro de itens faltosos, e projeto de iluminação.
Um projeto de iluminação artificial é de grande importância na arquitetura e decoração, além de iluminar os ambientes,
ajuda a criar cenários diferentes e valorizar objetos, obras de arte.
“Uma exigência fundamental da restauração é respeitar e salvaguardar a autenticidade dos elementos construtivos. Este
Princípio deve sempre guiar e condicionar a escolha das operações”. Para orientação deste projeto, nos baseamos nas
Instruções para os critérios das restaurações arquitetônicas da Carta do Restauro.
MATERIAIS UTILIZADOS NO PROJETO DE ILUMINAÇÃO
É aconselhável lâmpadas refletoras de halogêneo, capazes de reproduzir com fidelidade as cores da obra de arte.
Trilho Eletrificado, com refletores móveis.
Optamos por manter o forro e piso em madeira