O documento discute boas práticas de bem-estar animal na produção de ruminantes, abordando tópicos como comportamento, relação homem-animal, pontos de estresse, enriquecimento ambiental e seleção por temperamento. As principais fontes de estresse incluem manejos como ordenha, castração e transporte quando realizados de forma inadequada, e sistemas intensivos podem limitar a expressão natural do comportamento. Boas práticas como uso de afagos, sons suaves, instalações adequadas e enriquecimento ambiental aux
2. Tópicos principais:
1. Comportamento;
2. Relação homem – animal
3. Pontos de maior estresse na produção de leite e carne;
4. Boas práticas na ordenha, castração, transporte, marcação e etc.
5. Sistema de produção;
6. Enriquecimento ambiental;
7. Seleção por temperamento.
4. O que é?
• Tudo que um ser é capaz de fazer;
• Mesmo quando aparentemente não está fazendo nada, esse
"nada", também representa um tipo de comportamento e
tem sua função;
• É parte de um organismo tanto quanto sua pele, suas
asas etc.
5. O Comportamento
• Ruminar;
• Defecar e urinar em excesso;
• Andar em grupo;
• Liderança e dominância;
• Pastejo;
• Proteção de filhotes;
Visão dos bovinos.
6. O Comportamento
CAUSA
• Alterações no meio ambiente,
presença de lesão, doenças, tensão
RESPOSTA
• Alterações fisiológicas das condições
físicas e psicológicas do animal
CONSEQUÊNCIA
• Modificações no
comportamento
7. Ruminação
• Processo altamente necessário para uma boa digestão;
• 6 a 8h por dia ruminando;
• Cerca de 200 litros
de saliva por dia;
• Estresse x Ruminação
• Os ruminantes só ruminam quando estão tranquilos!
8. Urinar e defecar
• Defecação em excesso e/ou
em conjunto é um sinal de
estresse; • Quanto menos as vacas
defecarem e urinarem
na ordenha, melhor para
o bem-estar delas,
melhor para a higiene
do leite e melhor para o
ordenhador.
Sala de ordenha
Foto: Abreu, 2010
9. Liderança e dominância
• O líder é geralmente o mais velho;
• O dominante é em geral o mais forte,
maior e com chifres;
10. A visão dos ruminantes
Na natureza, bubalinos, bovinos, caprinos e ovinos são presa.
11. A visão
• A qualidade da imagem chega a ser 50x menor que a dos
humanos! (Cavazos, 2011).
• Pouca habilidade para perceber a profundidade ao nível do
chão;
12. Brete de Manejo
•Manchas escuras são mais
profundas do que as mais claras;
•Um pequeno buraco, sombra
ou alteração da textura do chão
é visto como um abismo;
•Param e baixam suas cabeças
para observar um objeto
estranho no chão (posição em
que conseguem até 360º de
visibilidade
15. Domesticação
• Caprinos e ovinos: cerca de 7.000 anos a.C
• Bovinos: 6.000 a.C.
• Búfalos: 2.500 a 1.400 a.C.
http://stravaganzastravaganza.blogspot.com.br/2011/05/caprinos-historia-e-mitologia.html
16. Humanos e Animais
Imprevisíveis, capazes de
muitos movimentos
desconhecidos e inesperados
aos animais
Previsíveis, de fácil manejo e
precisam de rotina.
20. Perdas econômicas
• Castração: mortes, inflamações,
gastos com remédios, perda de peso,
ESTRESSE.
• Marcação: inflamações, perda de
peso, diminuição da alimentação,
doenças.
• Manejo na ordenha: estresse gera
queda de até 20% do leite; dificuldade
e atraso da ordenha.
• Transporte: carcaças machucadas,
couro perfurado, carne mal
remunerada.
• Manejo no brete: rendimento dos
cortes, tempo gasto, nº de mão-de-
obra, qualidade da carcaça.
21. Manejo de bezerros
• 75% das perdas até um ano de idade ocorrem durante o
período neonatal (até 28 dias de idade)!
• Maiores causas:
• Não ingestão do colostro;
• Dificuldade de encontrar
o teto;
• Diarreia;
• Desidratação;
• Complicações na cura do umbigo, castração, etc;
• Acidentes.
22. Abate
• Os manejos do abate vão desde o embarque na
propriedade até a entrada no frigorífico.
• Perdas de até 3% do peso vivo;
23. Diferença entre embarque convencional com
choque e embarque com boas práticas
Fonte: Boas práticas de Manejo Embarque, 2008.
24. Transporte
Queda no caminhão
Fonte: Boas práticas de Manejo Transporte, 2010.
• Agressões diretas;
• Formação de novos grupos;
• Instalações inadequadas;
• Transporte inadequado
25. Perdas econômicas
• As peças machucadas são
mutiladas, rejeitadas e até
jogadas fora. Um prejuízo
grande.
• A carcaça inteira pode ser
desclassificada.
• 39,6% das lesões
encontradas nas
carcaças, foram
produzidas na
fazenda.
Perdas já quantificada
acima de R$ 8,00 por
cabeça abatida!
http://www.fepaf.org.br/Cont_Default.aspx?pub=725
26. Vacinação
Fonte: Boas práticas de Manejo Vacinação, 2006.
•É de extrema importância conter os animais para vacinação
(Adriano Páscoa, 2012, GRUPO ETCO).
tem maior controle;
menos acidentes;
não tem paralisação no meio do processo.
27. Castração • Hemorragias;
• Inflamações;
• Muita dor;
• Perda de apetite/perda
de peso;
• ESTRESSE;
• Necessidade de mais
mão-de-obra;
• Trauma de manejo no
brete;
• Morte!
29. Doenças
• Animais estressados tendem a ser mais susceptíveis a doenças,
principalmente de origem infecciosa;
• O estresse é mais facilmente observado em rebanhos que
apresentam alta incidência de mastite clínica.
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=38638
Estimativas feitas no Brasil
calcularam perdas de 17% do
volume total de produção de
leite em decorrência da
doença!
30. Manejo na ordenha
• Queda de até 20% na produção de leite (leite residual);
• Sensibilidade auditiva umas 15 vezes superior à nossa;
• Perdas financeiras
por estresse e leite
contaminado.
31. O ambiente
• No dia-a-dia da fazenda os animais invariavelmente enfrentam
situações que causam desconforto, calor ou frio, radiação solar,
moscas e predadores; tais condições podem, em conjunto ou
isoladamente, levar os animais ao estresse (PARANHOS DA COSTA,
2000).
32. O ambiente
• As raças melhor
adaptadas geralmente
apresentam respostas
adequadas à enfrentar
situações de estresse
ambiental.
34. Boas práticas
• Evitar sons inesperados
porque eles podem ser
altamente estressantes para
os bovinos; “O segredo é
manter o gado
calmo. Gado agitado
é muito mais difícil
de lidar” Pesquisadora,
PhD. Temple Grandin.
35. Boas práticas no curral
• Eliminar distrações do animal irá facilitar a sua
movimentação;
• Rampas de carregamento ou bretes devem ter laterais sólidas
para evitar sombras no solo ou evitar que os animais enxerguem
pessoas transitando nas laterais;
36. Boas práticas no curral
• Instalações de manejo pintadas com cor
uniforme;
• Minimize as sombras e pontos brilhantes ou
luminosos nas instalações;
• Lâmpadas voltadas para rampas ou
portões/cancelas irão facilitar a entrada dos
animais;
37. Instalações
•A passagem pelo curral pode ser uma das
coisas mais estressantes para o gado;
•O animal fica traumatizado;
•Rampas e bretes: laterais sólidas
http://www.grandinlivestockhandlingsystems.com/ranch/ranch.html
40. Manejo de bezerros
• Os procedimentos para
identificação, cura do
umbigo, aplicação de
vermífugo e pesagem dos
bezerros devem ser
efetuados no dia seguinte ao
parto;
• Diminui os riscos de
rejeição materna e da
vaca pisotear o bezerro;
Fonte: Boas práticas de Manejo Bezerros ao nascimento, 2006.
41. Evite o manejo agressivo
Fonte: Boas práticas de Manejo Bezerros ao nascimento, 2006.
42. • Estudos comprovam:
• Uso de afago em bezerros bubalinos favorece a interação
positiva do animal com o tratador, diminuindo o medo e as
respostas de fuga.
Boas práticas
Toledo, 2007.
43. Boas práticas
• Limitar a visão periférica dos animais para reduzir as
tentativas de escape e o nível de estresse;
• Portões e cancelas revestidas com borracha reduzem os
ruídos;
• Evite pisos escorregadios na sala de ordenha e no curral;
• Uso de sons de baixa intensidade como música
instrumental.
44. Boas práticas
• Para os mais mansos, o uso suave de uma bandeira ou
de uma vara com chocalho geralmente é suficiente
para convencê-los a se mover.
45. Boas práticas
• Os ruminantes são
motivados a manter
contato visual com
seus companheiros
de rebanho;
• Permitir que os
animais sigam o
líder.
46. Boas práticas na formação de lotes
• Formar lotes pequenos;
• Animais da mesma idade;
• Mesmo tamanho/peso;
• Não mudar os animais de lote;
• Inserir novos membros com cautela;
• Garantir que todos se alimentem;
• Atenção ao lote recém
formado.
47. Atenção ao tamanho do cocho e
bebedouros
Tamanho ideal: 0,60 a 0,80 m
por animal (bovino)
48. A água
Limpa, incolor, sem sabor,
fácil acesso e sempre ao sol.
Fonte: Gersonsobreira.blogspot.com.br
Bovinos preferem a água de 25 a
32ºC (Mc Dowell, 2003).
52. Caprinos e ovinos
• Não suportam chão molhado e ventos fortes;
• Causa de
muitas mortes
em neonatos!
53. Abate humanitário
• Deve garantir o bem-estar dos
animais desde o embarque na
propriedade rural até o manejo no
frigorífico;
• Caminhões adaptados;
Pistolas pneumáticas;
• Humanitário?
55. Sistema extensivo
• Boi verde;
• Liberdade de expressar os comportamentos até o limite
da cerca;
• Chuva, vento, calor, predadores;
• Pouco manejado;
• Animais rústicos;
• Conforto?
57. Conforto térmico
• Sombras naturais (árvores) dão maior conforto do
que as artificiais (tela sombrite, telha cerâmica,
amianto, metal galvanizado, etc.);
• As sombras em pastagens são a forma mais
econômica de proporcionar conforto e bem-estar
térmico animal.
58. Sombrite
Pode não parecer mas o
sombrite pode significar um
ganho de 2,5 mil a três mil
arrobas em cada lote.
59. Influências do clima
Normal
• Sem sinais de estresse
Estresse severo
• Aumento da permanência em pé;
• Animais permanecem em grupo;
Fonte: Simpósio Nacional de bovinocultura leiteira, 2010 – CD-ROOM
60. Sistema intensivo
• Relação íntima do tratador e animal;
• Controle da temperatura, alimento, higiene,
doenças, pragas (ratos, moscas, etc);
• Pequenos espaços (expressar comportamento
natural?);
• Superlotação (nem sempre);
65. Estereotipias
• Movimentos repetitivos, regulares, de mesma forma
e, aparentemente, sem possuir nenhum propósito
útil. (Kiley-Worthington 1977)
Pastejo
Ovinos: varia de
4,5 a 14,5 h/dia;
•Bovinos: 8h a
13h/dia.
67. Sistemas intensivos: enriquecimento ambiental
• Degraus, objetos interativos
http://www.agripoint.com.br/default.asp?actA=2¬iciaID=61025
• Recuperar o comportamento que o animal
demonstra na natureza.
72. Seleção por temperamento
• Com base na distância de fuga;
Foto: Honorato, 2006 - Dissertação
• Por exemplo: uma novilha permite que se chegue bem perto -
outra, não.