1) O documento discute as vidas de brasileiros que trabalham no exterior e como as empresas cuidam de sua expatriação, incluindo benefícios e apoio para adaptação cultural.
2) Muitas empresas oferecem uma ampla gama de benefícios para funcionários expatriados, como aluguel, carro e aulas de idioma.
3) É importante que os brasileiros estejam atentos às diferenças culturais nos países onde trabalham para evitar gafes, como apontar com os dedos na Índia.
1. GRANDES
TEMAS pOR Joyce carla
Bye bye Brasil A
internacionalização da economia mun- na Itália, China, Eslováquia e Estados Unidos, e 54
dial é uma realidade, e para se manter no que já retornaram ao Brasil” afirma Carlos Rober-
,
mercado de forma competitiva, as em- to Lienstadt, gestor Corporativo de Pessoas. De
presas precisam também se internacionalizar. Isso acordo com ele, as expatriações da Embraco têm
significa implantação de escritórios no exterior e duração mínima de um ou dois anos, mas podem
A vida dos brasileiros que vão trabalhar fora do Brasil e prestar serviços em outros países. Muitas vezes, ser prorrogadas pelo mesmo período, chegando a
quem cuida nas empresas da viagem dos expatriados este processo requer intercâmbio de profissionais quatro anos de duração. “Temos uma política que
por longos períodos. Para esses casos, as empresas contempla todos aspectos legais e benefícios para
Enquanto ficou expatriada na
devem estar preparadas não somente para o envio esses casos. O objetivo é acelerar a integração e
dos funcionários, mas também para a adaptação Itália, a família Schissatti viajou efetividade do funcionário expatriado no novo
para Sportono, noroeste do país
do profissional a uma nova cultura, com costumes, ambiente. Para isso realizamos até treinamento
tradições e hábitos diferentes dos brasileiros. E isso intercultural para que o funcionário se adapte de
exige uma complexa estrutura de viagem dentro das companhias. maneira menos traumática com a forma de vida no novo país, sua
Não é por acaso que muitas delas fazem parte do GADEX história e cultura. E no seu retorno, fazemos também um workshop
(Grupo de Administração de Expatriados), grupo de empresas de repatriação” esclarece o gestor.
,
de grande porte, como Ambev, Nestlé e Petrobrás, que se reúne Márcio Schissatti é um dos 54 repatriados da Embraco. Ele pas-
desde 1992 para trocar experiência entre seus participantes, de sou três anos na Eslováquia e dois na Itália. Para ele morar fora uma
forma a melhorar os processos de movimentação internacional experiência tranqüila, pois contou com o apoio da empresa. “Tive uma
de pessoal, além de implementar e aprimorar políticas da área preparação cultural, ajuda de instalação, intercâmbio com pessoas que
de expatriação. “Nestes encontros, trocamos informações sobre já tinham experiência em outros países, além da viagem ‘pré-move’ ,
as nossas operações, que podem auxiliar as outras empresas do para que eu e minha esposa decidíssemos juntos sobre a mudança.
grupo. Discutimos desde as economias nos países onde cada Quando decidimos ir, recebemos apoio para nos estabelecermos e
companhia atua, até as novas técnicas de imersão cultural para conhecermos o país, as pessoas, e o ambiente de trabalho. Nos finais
os funcionários e seus familiares” explica Helga, líder do Gadex.
, de semana, fazíamos reuniões com outros brasileiros para interagir.
Dentre as empresas-membro do GADEX está a brasileira Em- Mas eu sempre fiz questão de entrar na cultura dos países, porque não
braco, uma das maiores do mundo no mercado de compressores, que adianta nada estar lá, mas com a cabeça no Brasil” afirma Márcio.
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realiza expatriações desde 1987. “Atualmente temos 26 funcionários mais informações no site www.gadex.com.br
conhecer háBitos dos
ForA do BrAsil, mAs
pAíses evitA gAFes culturAis
com conForto
Várias empresas possuem benefícios Quem vai trabalhar fora do Brasil deve ficar muito atento às peculiaridades culturais
para os funcionários que são envia- do país visitado para evitar gafes que podem até mesmo prejudicar os negócios.
dos para trabalhar no exterior. O ob- Andréa Fuks Ribeiro, fundadora da consultoria G-Line, indica alguns exemplos:
jetivo é fazer com que a transição seja
China
a mais tranqüila possível. Só a Embra-
co possui uma extensa lista de bene- • Os Chineses preferem os encontros de negócio mais formais.
fícios para quem vai deixar o país: Os lugares na mesa serão decididos de acordo com a hierarquia.
• Viagem “pre-move” - o funcioná- • É fundamental demonstrar um grande respeito ao executivo mais sênior. Os
rio e o cônjuge vão ao país para subordinados esperam que o chefe diga o que é para fazer.
conhecerem antes de definirem se • Seja pontual e não mencione a palavra quatro. Como esse número tem o som
realmente aceitarão a mudança. similar ao da palavra morte, o algarismo é evitado pelos chineses.
• Aluguel de moradia
Índia
• Automóvel e auxílio
para combustível • O indiano não marcar reuniões ou conversas de negócios em dias sagrados.
• Auxílio telefone • A maneira de se vestir para encontros de negócio é formal, com terno
Márcio Schissatti e sua • Viagem ao Brasil e gravata. No escritório o traje pode ser mais informal devido ao calor.
esposa aproveitaram a • Assistência médica e odontológica • Sussurrar e piscar são considerados atos indelicados.
expatriação para conhecer • Aulas de idioma • Indianos apontam a direção com o queixo.
a Pont d’Avignon na França • Escola para filhos Nunca aponte com os dedos pois é considerado rude.
alatur ABRIL/MAIO. 2008
26 FOTOS: MáRCIO SChISSATTI - ARQuIVO pESSOAL ABRIL/MAIO. 2008 alatur 27