Agregado reciclado de RCD no concreto

10 de outubro de 2018
José Yter Alcantara Costa
(Mestrando)
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional em Engenharia Civil
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO: VARIABILIDADE E INFLUÊNCIA NO
COMPORTAMENTO MECÂNICO DO CONCRETO

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional em Engenharia Civil
Banca Examinadora
• Prof. Dr. Sandro Martini (Orientador)
• Prof. Dr. Juarez Ramos da Silva
• Prof. Dr. Rui Barbosa de Souza

Resumo
• Introdução
• Resíduos de Construção e Demolição
• Objetivos: Geral e Específico
• Pesquisa de Campo
• Programa Experimental e Análise dos Resultados: Agregado
Reciclado
• Programa Experimental e Análise dos Resultados: Concreto nos
Estados Fresco e Endurecido
• Conclusões

Introdução
A indústria da construção civil é o setor que mais gera
impactos ambienteis, seja pelo consumo de materiais e
energia, seja pela geração de resíduos.
O descarte de resíduos sólidos tem se tornado um dos
maiores problemas enfrentados pelas grandes cidades.
A maioria dos resíduos sólidos coletados é despejada,
de forma clandestina, em lixões e aterros.

O que é RCD?
São resíduos oriundos das atividades da construção
civil (Construção, reformas, reparos e demolições),
incluindo limpeza de terrenos.
Muitos autores classificam estes resíduos como
Resíduos da Construção Civil (RCC), alguns autores
os classifica simplesmente como entulho e para vários
outros autores o termo mais adequado é Resíduos de
Construção e Demolição (RCD).

Introdução
Produção Global de Minerais em 2014:
• 65 bilhões de toneladas;
• 45 bilhões de toneladas de agregados
para construção.
Produção Brasileira de Agregados para
Construção em 2014:
• 741 milhões de toneladas;
Consumo per capta de agregados:
• 3,7 ton./Hab./ano.
Fonte: ANEPAC

Geração de Resíduos (kg/Hab./Ano)
• Estados Unidos: 463 -584
• Reino Unido: 880 – 1300
• Holanda: 820 – 1300
• Bélgica: 735 – 3359
• Alemanha: 93 -3658
• Japão: 785
• Brasil: 510
Fonte: Fernandez (2012);
Jonh et al. (2011)

Geração de Resíduos
RCD Lançados em vias
publicas (kg/Hab./dia)
2013
0,584
76,4
42,9
56,1%
2014
0,603
78,6
44,6
56,8%
2015
0,605
79,9
45,2
56,5%
RSU Coletados (Mton/ano)
RCD Coletados (Mton/ano)
Fonte: ABRELPE (2015)

Reaproveitamento de RCD
• Brasil 3,6%
• Portugal: 5%
• Espanha: 10%
• Itália: 10%
• França: 15%
• Alemanha: 28%
• Reino Unido: 45%
• Bélgica: 87%
• Holanda: 90% Fonte: Fernandez (2012);
Miranda et al. (2008)

RCD
.
.
Componentes
Trabalhos
rodoviários
Escavações
Sobras de
demolições
Obras
diversas
Sobras de
limpeza
Concreto (%) 48,0 6,1 54,3 17,5 18,4
Tijolo (%) - 0,3 6,3 12,0 5,0
Areia (%) 4,6 9,6 1,4 3,3 1,7
Solo/Lama (%) 16,8 48,9 11,9 16,1 30,5
Rocha (%) 7,0 32,5 11,4 23,1 23,9
Asfalto (%) 23,6 - 1,6 1,0 0,1
Metais (%) - 0,5 3,4 6,1 4,4
Madeira (%) 0,1 1,1 1,6 2,7 3,5
Mat. Orgânico (%) - 1,0 1,6 2,7 3,5
Outros (%) - - 0,9 0,9 2,0
Fonte: Levy (1997, apud FERNANDEZ, 2012).

RCD: Normas Brasileiras
.
.
Norma Descrição
NBR 10004
Resíduos sólidos (classificação)
NBR 15112
RCC e resíduos volumosos - áreas de transbordo e triagem
(diretrizes para projetos, implantação e operação).
NBR 15113
RCC e resíduos inertes - aterros (diretrizes para projetos,
implantação e operação).
NBR 15114
RCC - áreas para reciclagem (diretrizes para projetos,
implantação e operação).
NBR 15115
Agregados reciclados de RCC - execução de camada de
pavimentação (procedimentos).
NBR 15116
Agregados reciclados de RCC - utilização em pavimentação
e preparo de concreto sem função estrutural (requisitos).

Objetivos: Geral e Específico
.
.
Objetivo Geral
Estudar a variabilidade dos agregados reciclados de RCD e influência nas
propriedades físicas do concreto.
Objetivos Específicos
Avaliar a influência do processo de produção de agregados reciclados em
suas propriedades
Avaliar a variabilidade das propriedades físicas dos agregados reciclados.
Avaliar a influência dos agregados reciclados de RCD nas propriedades
do concreto no estado fresco.
Avaliar a influência dos agregados reciclados de RCD nas propriedades
do concreto no estado endurecido.

.
.
A planta utilizada na pesquisa está localizada em um aterro sanitário
com 360.000 m².
Possui capacidade para receber 3.000 ton/dia de RCD. Sua capacidade
de processamento é de 600.000 ton/ano.
Pesquisa de Campo: U. V. R. Grajaú S. A.

U. V. R. Grajaú S. A.
.
.

RCD: Variabilidade
Fonte: (ANGULO, 2000, p.2)
Concretos fabricados com agregado reciclado possuem, no mínimo, dois terços
da resistência a compressão e módulo de elasticidade, dos concretos fabricados com
agregados naturais, bem como trabalhabilidade e durabilidade satisfatórias.
Fonte: Mehta et al. (1994)

Programa Experimental: Agregado Reciclado
Norma Ensaio
Areia Reciclada
0,0 - 4,8
Pedrisco
0,0-10,0
Pedra Nº1
10,0 - 20,0
Pedra Nº2
20,0-40,0
NBR 15116/04
Caracterização do agregado
reciclado
X X X
NBR NM
248/03
Determinação da composição
granulométrica
X X X X
NBR NM 46/03
Determinação do material
pulverulento
X X X X
NBR NM 52/03
Determinação da massa específica
(agregado miúdo)
X
NBR NM 45/06 Determinação da massa unitária X X X X
NBR NM 53/03
Determinação da massa específica
(agregado graúdo)
X X X
NBR NM 53/03
Determinação da absorção de água
(agregado graúdo)
X X X
NBR NM 30/01
Determinação da absorção de água
(agregado miúdo)
X

Análise dos Resultados: Agregado Reciclado

Caracterização dos Agregados Reciclados de RCD

Análise da Granulometria dos Agregados
Reciclados de RCD

Teor de Material Pulverulento nos Agregados
Reciclados de RCD

Massa Unitária dos Agregados Reciclados de RCD

Massa Específica dos Agregados Reciclados de
RCD

Ensaio de Absorção de Água

Programa Experimental: Concreto nos Estados
Fresco e Endurecido
Mistura Agregado Graúdo Agregado Miúdo
1 Pedrisco (4,8 a 10,0 mm) Areia Reciclada (0,0 a 4,8 mm)
2 Pedra Nº 1 (10,0 a 20,0 mm) Areia Reciclada (0,0 a 4,8 mm)
3 Agregado Natural Brita Nº 1 Areia Natural Fina
4
70% de Pedra Nº 1 (10,0 a 20,0 mm) e
30% de Agregado Natural Brita Nº 1
70% de Areia Reciclada (0,0 a 4,8mm) e 30% de
Areia Natural Fina
5
50% de Pedra Nº 1 (10,0 a 20,0 mm) e
Areia Natural Fina
6
30% de Pedra Nº 1 (10,0 a 20,0 mm) e
Areia Natural Fina

Programa Experimental: Traço
Traço: 1 : 2 : 2,85 : 0,55
FCK: 25 MPa
Abatimento: (70 ± 20)mm
Relação a/c: 0,55
Consumo de Cimento: 371,71 kg/m³
Teor de Aditivo: 1% da massa de cimento

Programa Experimental: Concreto nos
Estados Fresco e Endurecido
Norma Ensaio
NBR NM 67/98 Determinação do abatimento inicial e final do concreto no estado fresco
NBR 9833/87 Determinação da massa específica do concreto no estado fresco
NBR NM 47/02 Determinação do teor de ar incorporado no concreto no estado fresco
NBR 09779/13 Determinação da absorção por capilaridade no concreto no estado endurecido
NBR 5739/07 Determinação da resistência à compressão do concreto
NBR 7222/11
Concreto e argamassa — Determinação da resistência à tração por compressão
diametral de corpos de prova cilíndricos
NBR 15630/08
Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Determinação do Módulo de Elasticidade dinâmico através da propagação de
onda ultrassônica.

Análise dos Resultados: Concreto no Estado
Fresco

Abatimento

Massa Específica

Teor de Ar Incorporado

Análise dos Resultados: Concreto no Estado
Endurecido

Absorção por Capilaridade

Resistência à Compressão aos 28 dias

Resistência à Tração por Compressão Diametral

Módulo de Elasticidade Longitudinal Dinâmico

Conclusões
• Os concretos fabricados com agregados reciclados
apresentaram resistência à compressão similar às
misturas de concreto utilizando agregados naturais.
• Os concretos fabricados utilizando 50% de agregados
reciclados apresentaram módulo de elasticidade
longitudinal dinâmico com valores próximos, embora
menores, aos concretos fabricados com 100% de
agregados naturais.
• Observando os resultados obtidos é possível a
fabricação de concreto estrutural com a utilização de
agregados reciclados de RCD.

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