O documento discute a cultura punk, definindo-a como estilos culturais que compartilham características como autonomia, aparência agressiva e subversão. Ele também discute o punk como um movimento social, com membros aceitando uma ideologia, comportamento e postura comuns, apesar de alguns punks preferirem vê-lo como uma manifestação cultural independente. Por fim, aborda a ideologia do punk, notando sua natureza apartidária inicial e posterior associação com o anarquismo.
7. Cultura Punk
Denomina-se cultura punk os
estilos dentro da produção cultural
que possuem certas características
comuns àquelas ditas punk, como por
exemplo o princípio de autonomia do
faça-você-mesmo, o interesse pela
aparência agressiva, a simplicidade,
o sarcasmo niilista e a subversão da
cultura.
8. Cultura Punk
Entre os elementos culturais punk
estão: o estilo musical, a moda, o
design, as artes plásticas, o cinema, a
poesia, e também o comportamento
(podendo incluir ou não princípios
éticos e políticos definidos), expressões
linguísticas, símbolos e outros códigos
de comunicação. Surge dentro do
contexto da contracultura, como
reação à não-violência dos hippies e a
um certo otimismo daqueles.
11. O punk como movimento social
A partir do fim da década
de 1970 o conceito de cultura
punk adquiriu novo sentido com
a expressão Movimento Punk,
que passou a ser usada para
definir sua transformação em
tribo urbana, substituindo uma
concepção abrangente e
pouco definida da atitude
individual e fundamentalmente
cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a
aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura
supostos comum a todos membros do movimento punk ou da
ramificação/submovimento que ele pertence.
12. O punk como movimento social
Um grande número de
punks definem o termo punk
como uma manifestação
fundamentalmente cultural e
ideologicamente independente,
cujo o aspecto revolucionário se
baseia na subversão não-
coerciva dos costumes do dia-
a-dia sem no entanto se apegar
a um objetivo preciso ou a um
desejo de aceitação por um grupo de pessoas, representando uma
postura distinta do caráter politicamente organizado e definido do
movimento punk e de seu respectivo interesse na preservação da
tradição punk em sua forma original ou considerada adequada.
13. O punk como movimento social
Esta diferença de postura entre
o movimento punk e outros
adeptos da cultura é
responsável por constantes
conflitos e discussões, violentos
ou não, que ocorrem em
encontros destes indivíduos em
ruas e festivais, ou através de
meios de comunicação
alternativos como revistas,
fanzines e fóruns.
16. Ideologia
Desde o seu início, a cultura punk teve ideias apartidárias e a
liberdade para acreditar ou não em um deus ou religião qualquer.
Porém, por causa do tempo de existência, seu caráter cosmopolita e
amplo, ocorreram distorções de todas as formas, em diversos países,
dando ao movimento punk uma cara parecida mas totalmente
particularizada em cada país.
17. Ideologia
Por se assemelhar em diversos aspectos com o anarquismo
(posteriormente, a principio o movimento punk era apolítico), punks
e anarquistas passaram a colaborar entre si e muitas vezes
participando das ações.
18. Ideologia
Passaram então a existir muitos punks que também eram realmente
anarquistas, e posteriormente surgiu o anarcopunk, este ganhou um
novo rumo com redirecionamento a uma nova militância política,
com discursos e ações mais ativas, opondo-se à mídia tradicional, ao
Estado, às instituições religiosas e grandes corporações capitalistas.
19. Ideologia
Como a maior parte dos movimentos populares, o movimento punk
tem quase tantas nuances quanto o número de adeptos, mas em
geral sustentam valores como anti-machismo, anti-homofobia, anti-
facismo, amor livre, antilideranças, liberdade individual,
autodidatismo, iconoclastia, e cosmopolismo.
20. Ideologia
Existem outras vertentes do movimento como o streetpunk
caracterizado pelo relacionamento de punks e skinheads, ou o
straight edge que se auto-denominam "livres de drogas" não
fazendo uso de nenhuma substância que altere o humor, incluindo o
álcool e a nicotina.
21. Ideologia
A outra vertente, talvez a mais tradicional e/ou original do Brasil, são as
gangues, que estiveram presentes desde o começo deste movimento,
principalmente em São Paulo, onde existem até hoje. São famosas
pelo uso da violência e união de seus integrantes, geralmente andam
em grupos não tão numerosos. Chegam a ser mais de 10 facções em
São Paulo, sendo as principais só quatro delas, que são originais do
começo do movimento e talvez as mais respeitadas.