SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 60
Baixar para ler offline
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Tratamentos térmicos
• Finalidade:
Alterar as microestruturas e como
consequência as propriedades mecânicas
das ligas metálicas
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Tratamentos térmicos
• Objetivos:
- Remoção de tensões internas
- Aumento ou diminuição da dureza
- Aumento da resistência mecânica
- Melhora da ductilidade
- Melhora da usinabilidade
- Melhora da resistência ao desgaste
- Melhora da resistência à corrosão
- Melhora da resistência ao calor
- Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Tratamentos térmicos
MATERIAL + TRATAMENTO TÉRMICO
O TRATAMENTO TÉRMICO ESTÁ
ASSOCIADO DIRETAMENTE COM O
TIPO DE MATERIAL.
PORTANTO, DEVE SER ESCOLHIDO
DESDE O INÍCIO DO PROJETO
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Fatores de influência no TT
 Temperatura
 Tempo
 Velocidade de resfriamento
 Atmosfera*
* para evitar a oxidação ou perda de
algum elemento químico (ex:
descarbonetação dos aços)
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Fatores de influência no TT
 Tempo:
O tempo de trat. térmico depende muito das
dimensões da peça e da microestrutura
desejada.
Quanto maior o tempo:
 maior a segurança da completa dissolução das
fases para posterior transformação
 maior será o tamanho de grão
Tempos longos facilitam a oxidação
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Fatores de influência no TT
 Temperatura:
Depende do tipo de material e da
transformação de fase ou microestrutura
desejada
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Fatores de influência no TT
 Velocidade de Resfriamento:
-Depende do tipo de material e da transformação de
fase ou microestrutura desejada
- É o mais importante porque é ele que efetivamente
determinará a microestrutura, além da composição
química do material
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Principais Meios de Resfriamento
 Ambiente do forno (+ brando)
 Ar
 Banho de sais ou metal fundido
(+ comum é o de Pb)
 Óleo
 Água
 Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+
severos)
Comportamento mecânico de ligas
ferro-carbono
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
CEMENTITA GLOBULIZADA
CEMENTITA GLOBULIZADA
PERLITA GROSSEIRA
PERLITA GROSSEIRA
PERLITA FINA
PERLITA FINA
BAINITA SUPERIOR
BAINITA SUPERIOR
BAINITA INFERIOR
BAINITA INFERIOR
MARTENSITA
MARTENSITA
DUREZA
DUREZA
DUCTILIDADE
DUCTILIDADE
RESITÊNCIA
MECÂNICA
RESITÊNCIA
MECÂNICA
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Principais Meios de Resfriamento
Como Escolher o Meio de
Resfriamento ????
 É um compromisso entre:
- Obtenção das caracterísitcas finais desejadas
(microestruturas e propriedades),
- Sem o aparecimento de fissuras e empenamento na
peça,
- Sem a geração de grande concentração de tensões
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Principais Meios de Resfriamento
Tratamentos Térmicos
Recozimento
Normalização
Tempera
e Revenido
Esferoidização ou
Coalescimento
•Alívio de tensões
•Recristalização
•Homogeneização
•Total ou Pleno
•Isotérmico
Solubilização e
envelhecimento
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
RECOZIMENTO
 Objetivos:
- Remoção de tensões internas devido aos
tratamentos mecânicos
- Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade
- Alterar as propriedades mecânicas como a
resistência e ductilidade
- Ajustar o tamanho de grão
- Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas
- Produzir uma microestrutura definida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Tipos de recozimento
• Recozimento para alívio de tensões (qualquer liga
metálica)
• Recozimento para recristalização (qualquer liga
metálica)
• Recozimento para homogeneização (para peças
fundidas)
• Recozimento total ou pleno (aços)
• Recozimento isotérmico ou cíclico (aços)’
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para alívio de tensões
 Objetivo
Remoção de tensões internas originadas de processos (tratamentos mecânicos,
soldagem, corte, …)
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para alívio de tensões dos
aços
 Temperatura
Abaixo da linha A1
 em que
ocorre nenhuma
transformação
(600-620oC)
Ou linha crítica
723 C
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para alívio de tensões dos
aços
Alívio de Tensões
(Recuperação/Recovery)
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para recristalização
 Objetivo
Elimina o encruamento gerado pela deformação à frio
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
 Lento (ao ar ou ao forno)
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para recristalização
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Recozimento para homogeneização
 Objetivo
Melhorar a homogeneidade da microestruturade peças fundidas
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
 Lento (ao ar ou ao forno)
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
Objetivos:
 Obter estrutura matensítica
que promove:
- Aumento na dureza
- Aumento na resistência à
tração
- redução na tenacidade
*** A têmpera gera tensões 
deve-se fazer revenido
posteriormente
MARTENSITA
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
• É um microconstituinte MONOFÁSICO METAESTÁVEL, formado pelo
resfriamento RÁPIDO (TÊMPERA) de ligas ferro-carbono
AUSTENITIZADAS.
• A transformação de austenita em martensita COMPETE com as
transformações AUSTENITA-PERLITA e AUSTENITA-BAINITA.
• A formação de martensita é um processo NÃO-DIFUSIVO: ocorre
quase INSTANTANEAMENTE quando se atinge a temperatura de
transformação.
• A martensita é uma SOLUÇÃO SÓLIDA SUPERSATURADA DE
CARBONO em ferro que adquire estrutura TETRAGONAL DE CORPO
CENTRADO (TC).
• A transformação martensítica ocorre também em outros sistemas
de ligas, sendo sempre caracterizada pela AUSÊNCIA DE DIFUSÃO.
Martensita
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
Austenita
Ferrita
Martensita
Resfriamento lento
Resfriamento rápido
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Temperatura
(ºC)
800
700
600
500
400
300
200
100
1 10 102 103 104 105
Tempo
B
P
A
B
P
A
A
A
A
M
M
M
(início)
(50%)
(90%)
Temperatura eutetóide
+
+
50%
Aço EUTETÓIDE
A
B
P
M
: Austenita
: Perlita
: Bainita
: Martensita
Têmpera
MATENSITA EM RIPAS
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
MARTENSITA EM PLACAS
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
• Temperatura
Superior à linha crítica (A1)
* Deve-se evitar o superaquecimento, pois formaria
matensita acidular muito grosseira, de elevada
fragilidade
• Resfriamento
Rápido de maneira a formar martensíta (ver
curvas TTT)
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
• Meios de Resfriamento
Depende muito da composição do aço (% de
carbono e elementos de liga) e da
espessura da peça
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Temperabilidade
• CAPACIDADE DE UM AÇO ADQUIRIR DUREZA POR
TÊMPERA A UMA CERTA PROFUNDIDADE
• VEJA EXEMPLO COMPARATIVO DA
TEMPERABILIDADE UM AÇO 1040 E DE UM AÇO
8640
• A CURVA QUE INDICA A QUEDA DE DUREZA EM
FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE RECEBE O NOME DE
CURVA JOMINY QUE É OBTIDA POR MEIO DE
ENSAIOS NORMALIZADOS
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Têmpera
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Temperabilidade dos aços em função do
teor de carbono
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Temperabilidade dos aços em função do
teor de carbono
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Dureza adiquirida
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Revenido
*** Sempre acompanha a têmpera
Objetivos:
- Alivia ou remove tensões
- Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a
dureza e a tenacidade
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Revenido
• Temperatura
Pode ser escolhida
de acordo com
as combinações
de propriedades
desejadas
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Revenido
150- 230°C os carbonetos começam a precipitar
Estrutura: martensita revenida
(escura, preta)
Dureza: 65 RC 60-63 RC
230-400°C os carbonetos continuam a precipitar em
forma globular (invisível ao microscópio)
Estrutura: TROOSTITA
Dureza: 62 RC 50 RC
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Estágios do Revenido
100-200°C→os carbonetos ε (Fe2.4C) começam a
precipitarDureza: 65 RC → 60-63 HRC;
200-350°C→Austenita retida se transforma em ferrita e
cementita;
200-350°C → carboneto Fe3C precipita. Dureza: 62 RC →
50 HRC
350-500°C→Segregação de impurezas e elementos de
liga (fragilização do revenido)
400-500°C → os carbonetos (de Fe ) crescem em
glóbulosDureza: 20-45 HRC
500-700°C → Formação de carbonetos com elementos
de liga (W, V, Nb, Cr); Fe3C pode dissolver)
endurecimento secundárioEstágios
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Revenido
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Fragilidade de revenido
• Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos
na faixa de temperatura entre 375-475 °C ou quando
resfriados lentamente nesta faixa.
• A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-
475 °C
• A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque,
não há alteração na microestrutura.
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Aços susceptíveis a fragilidade de revenido
• Aços -liga de baixo teor de liga
• Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn,
Ni, Cr, Sb*, P, S
• Aços ao Cr-Ni são os mais suceptíveis ao
fenômeno
*é o mais prejudicial
28
Tecnologia dos Materiais
Aços para Construção Mecânica
Como diminuir fragilidade de revenido
• Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S
menor 0,01%
• Reaquecer o aço fragilizado a uma
temperatura de ~600 °C seguido de
refriamento rápido até abaixo de 300 °C .
TRANSFORMAÇÕES
AUSTENITA
Perlita
( + Fe3C) +
a fase
próeutetóide
Bainita
( + Fe3C)
Martensita
(fase tetragonal)
Martensita
Revenida
( + Fe3C)
Ferrita ou cementita
Resf. lento
Resf. moderado
Resf. Rápido
(Têmpera)
reaquecimento
Tratamentos Térmicos
Recozimento
Total ou Pleno
Recozimento
Isotérmico
Normalização
Tempera e
Revenido
Resfriamento
Lento
(dentro do forno)
Resfriamento
ao ar
Recozimento
Total ou Pleno
Isotérmico
Alívio de
tensões
Recristalização
Resfriamento
Lento
(dentro do forno) Temperatura
Abaixo da linha A1 
Não ocorre nenhuma
transformação
Resfriamento
Deve-se evitar
velocidades muito
altas devido ao
risco de distorções
Temperatura
Abaixo da linha A1 
(600-620oC)
- Resfriamento
Lento
(ao ar ou dentro
do forno)
**Elimina o
encruamento
gerado pelos
processos de
deformação à frio
BAINITA
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
Temperatura eutetóide
Bainita
inferior
Bainita
superior B
P
A
A
A B
+
A+ P
A
Perlita fina
Perlita grossa
600
700
800
500
400
300
200
100
1 10 102 103 104 105
Temperatura
(ºC)
Tempo (s)
?
: Austenita
: Perlita
: Bainita
A
B
P
Bainita inferior
Bainita inferior
Bainita superior
Bainita superior
BAINITA SUPERIOR X BAINITA
INFERIOR
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
Ferrita
Ferrita
Cementita
Cementita
Martensita
Martensita
Ferrita
Ferrita
Cementita
Cementita
Martensita
Martensita
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE
LIGAS FERRO-CARBONO
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
• PERLITA:
– O aumento da quantidade de cementita torna a perlita mais dura e frágil.
– A cementita (DURA e RESISTENTE) restringe a deformação da ferrita (MAIS
MACIA).
– Quanto MAIS FINAS as lamelas de ferrita e cementita, MAIOR A ÁREA DE
CONTORNO entre as fases e MAIS DURO E RESISTENTE é o material.
• CEMENTITA GLOBULIZADA:
– A precipitação da cementita em forma de PARTÍCULAS ESFEROIDAIS REDUZ A
ÁREA DE CONTORNO entre a cementita e a ferrita.
– É a estrutura mais MACIA, DÚCTIL e TENAZ dos aços.
• BAINITA:
– A estrutura MAIS FINA (as partículas de ferrita e cementita são MENORES do
que as encontradas na perlita) torna os aços bainíticos mais DUROS e
RESISTENTES do que os PELÍTICOS.
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE
LIGAS FERRO-CARBONO
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
• MARTENSITA:
– É a microestrutura mais DURA e RESISTENTE dos aços.
– É também a MAIS FRÁGIL: possui ductilidade DESPREZÍVEL.
– Causas da elevada dureza e resistência:
• Grande eficiência dos átomos de carbono intersticiais em restringir o
movimento das discordâncias.
• O número reduzido de sistemas de escorregamento da estrutura
tetragonal de corpo centrado (TCC).
– A austenita é mais densa do que a martensita: há portanto um
aumento de volume durante a têmpera.
– Portanto, peças grandes, resfriadas muito rapidamente, podem
TRINCAR.
MARTENSITA REVENIDA
• A grande fragilidade da martensita inviabiliza o seu uso para a maioria
das aplicações.
• REVENIDO: tratamento térmico que tem por objetivos AUMENTAR A
DUCTILIDADE e a TENACIDADE da martensita, além de ALIVIAR AS
TENSÕES INTERNAS geradas pelo processo de têmpera.
• Consiste em se aquecer o aço temperado a temperaturas entre 250 e
650 ºC, por um tempo específico.
• O alívio das tensões ocorre em temperaturas mais baixas, em torno de
200 ºC.
• Durante o tratamento, os PROCESSOS DE DIFUSÃO transformam a
estrutura martensítica em MARTENSITA REVENIDA, pela precipitação
do carbono retido.
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
Martensita (TCC,
monofásica)
Martensita (TCC,
monofásica)
Martensita revenida (fases
 + Fe3C)
Martensita revenida (fases
 + Fe3C)
REVENIDO
Martensita revenida
• A estrutura da martensita revenida consiste em
PARTÍCULAS MUITO PEQUENAS de cementita,
dispersas uniformemente em uma matriz contínua
de ferrita.
• A grande área de contato entre a ferrita e a
cementita tornam a estrutura QUASE TÃO DURA e
RESISTENTE quanto a martensita.
• A matriz contínua de ferrita confere boa
ductibilidade.
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
Microestrutura da
martensita revenida
Microestrutura da
martensita revenida
Martensita revenida
• Quanto maior o tempo de
tratamento, MENOS DURO e
MAIS DÚCTIL se torna o material,
devido ao CRESCIMENTO DAS
PARTÍCULAS DE CEMENTITA.
Materiais para Construção Mecânica
Transformações de Fases em Metais
TRANSFORMAÇÕES DE FASE DE UM
AÇO EUTETÓIDE
AUSTENITA
AUSTENITA
PERLITA ( +
Fe3C)
PERLITA ( +
Fe3C)
BAINITA ( +
Fe3C)
BAINITA ( +
Fe3C)
MARTENSITA
(monofásica,
TCC)
MARTENSITA
(monofásica,
TCC)
MARTENSITA
REVENIDA ( +
Fe3C)
MARTENSITA
REVENIDA ( +
Fe3C)
Resfriamento
lento
Resfriamento
moderado
Resfriamento
rápido
Revenido

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Tratamentos Térmicos.pdf

Tratamento termico
Tratamento termicoTratamento termico
Tratamento termicoOkutagawa
 
Tratamentos térmicos [spectru]
Tratamentos térmicos [spectru]Tratamentos térmicos [spectru]
Tratamentos térmicos [spectru]EngenheiroMarcio
 
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisCiências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisFelipe Machado
 
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdf
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdfPMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdf
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdfRicardoKirchhofUnfer1
 
Ferro Fundido Cinzento.pptx
Ferro Fundido Cinzento.pptxFerro Fundido Cinzento.pptx
Ferro Fundido Cinzento.pptxSolaGratia9
 
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdf
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdfProcessos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdf
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdfTulyhanderNascimento
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plásticaCapítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plásticaMaria Adrina Silva
 
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressãoHomero Alves de Lima
 
Apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso
Apresentação de Trabalho de Conclusão de CursoApresentação de Trabalho de Conclusão de Curso
Apresentação de Trabalho de Conclusão de CursoJailson Alves da Nobrega
 
2009 vasconcelos modelo teorico e experimental
2009 vasconcelos modelo teorico e experimental2009 vasconcelos modelo teorico e experimental
2009 vasconcelos modelo teorico e experimentalCarolina Teles
 
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdf
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdfCap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdf
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdfJulianaOliveira143620
 
Ceramica 140621192036-phpapp01
Ceramica 140621192036-phpapp01Ceramica 140621192036-phpapp01
Ceramica 140621192036-phpapp01Carlos Monteiro
 

Semelhante a Tratamentos Térmicos.pdf (20)

Tratamento termico
Tratamento termicoTratamento termico
Tratamento termico
 
Tratamentos térmicos [spectru]
Tratamentos térmicos [spectru]Tratamentos térmicos [spectru]
Tratamentos térmicos [spectru]
 
Aula 11 Eng Superf.pdf
Aula 11 Eng Superf.pdfAula 11 Eng Superf.pdf
Aula 11 Eng Superf.pdf
 
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisCiências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
 
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdf
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdfPMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdf
PMR 3203 - A07 - Processos de junção - 2020-RLS - WebAula-r.pdf
 
Nitretação Iônica por Plasma
Nitretação Iônica por PlasmaNitretação Iônica por Plasma
Nitretação Iônica por Plasma
 
Materiais.e.seleção.rj
Materiais.e.seleção.rjMateriais.e.seleção.rj
Materiais.e.seleção.rj
 
Ferro Fundido Cinzento.pptx
Ferro Fundido Cinzento.pptxFerro Fundido Cinzento.pptx
Ferro Fundido Cinzento.pptx
 
Tst aula 04
Tst   aula 04Tst   aula 04
Tst aula 04
 
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdf
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdfProcessos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdf
Processos Industriais em polímeros - Aula - EQ.pdf
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plásticaCapítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
 
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão
10 aula tubos de aço e mangueiras de alta pressão
 
Desempeno com Chama Caldeiraria Industrial
Desempeno com Chama  Caldeiraria Industrial Desempeno com Chama  Caldeiraria Industrial
Desempeno com Chama Caldeiraria Industrial
 
Forjamento
ForjamentoForjamento
Forjamento
 
Apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso
Apresentação de Trabalho de Conclusão de CursoApresentação de Trabalho de Conclusão de Curso
Apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso
 
2009 vasconcelos modelo teorico e experimental
2009 vasconcelos modelo teorico e experimental2009 vasconcelos modelo teorico e experimental
2009 vasconcelos modelo teorico e experimental
 
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdf
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdfCap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdf
Cap_2b_-_Ligas_metalicas_ferrosas.pdf
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Ceramica
CeramicaCeramica
Ceramica
 
Ceramica 140621192036-phpapp01
Ceramica 140621192036-phpapp01Ceramica 140621192036-phpapp01
Ceramica 140621192036-phpapp01
 

Tratamentos Térmicos.pdf

  • 1.
  • 2. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Tratamentos térmicos • Finalidade: Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas das ligas metálicas
  • 3. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Tratamentos térmicos • Objetivos: - Remoção de tensões internas - Aumento ou diminuição da dureza - Aumento da resistência mecânica - Melhora da ductilidade - Melhora da usinabilidade - Melhora da resistência ao desgaste - Melhora da resistência à corrosão - Melhora da resistência ao calor - Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
  • 4. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Tratamentos térmicos MATERIAL + TRATAMENTO TÉRMICO O TRATAMENTO TÉRMICO ESTÁ ASSOCIADO DIRETAMENTE COM O TIPO DE MATERIAL. PORTANTO, DEVE SER ESCOLHIDO DESDE O INÍCIO DO PROJETO
  • 5. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Fatores de influência no TT  Temperatura  Tempo  Velocidade de resfriamento  Atmosfera* * para evitar a oxidação ou perda de algum elemento químico (ex: descarbonetação dos aços)
  • 6. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Fatores de influência no TT  Tempo: O tempo de trat. térmico depende muito das dimensões da peça e da microestrutura desejada. Quanto maior o tempo:  maior a segurança da completa dissolução das fases para posterior transformação  maior será o tamanho de grão Tempos longos facilitam a oxidação
  • 7. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Fatores de influência no TT  Temperatura: Depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada
  • 8. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Fatores de influência no TT  Velocidade de Resfriamento: -Depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada - É o mais importante porque é ele que efetivamente determinará a microestrutura, além da composição química do material
  • 9. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Principais Meios de Resfriamento  Ambiente do forno (+ brando)  Ar  Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb)  Óleo  Água  Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos)
  • 10. Comportamento mecânico de ligas ferro-carbono Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais CEMENTITA GLOBULIZADA CEMENTITA GLOBULIZADA PERLITA GROSSEIRA PERLITA GROSSEIRA PERLITA FINA PERLITA FINA BAINITA SUPERIOR BAINITA SUPERIOR BAINITA INFERIOR BAINITA INFERIOR MARTENSITA MARTENSITA DUREZA DUREZA DUCTILIDADE DUCTILIDADE RESITÊNCIA MECÂNICA RESITÊNCIA MECÂNICA
  • 11. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Principais Meios de Resfriamento Como Escolher o Meio de Resfriamento ????  É um compromisso entre: - Obtenção das caracterísitcas finais desejadas (microestruturas e propriedades), - Sem o aparecimento de fissuras e empenamento na peça, - Sem a geração de grande concentração de tensões
  • 12. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Principais Meios de Resfriamento Tratamentos Térmicos Recozimento Normalização Tempera e Revenido Esferoidização ou Coalescimento •Alívio de tensões •Recristalização •Homogeneização •Total ou Pleno •Isotérmico Solubilização e envelhecimento
  • 13. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica RECOZIMENTO  Objetivos: - Remoção de tensões internas devido aos tratamentos mecânicos - Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade - Alterar as propriedades mecânicas como a resistência e ductilidade - Ajustar o tamanho de grão - Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas - Produzir uma microestrutura definida
  • 14. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Tipos de recozimento • Recozimento para alívio de tensões (qualquer liga metálica) • Recozimento para recristalização (qualquer liga metálica) • Recozimento para homogeneização (para peças fundidas) • Recozimento total ou pleno (aços) • Recozimento isotérmico ou cíclico (aços)’
  • 15. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para alívio de tensões  Objetivo Remoção de tensões internas originadas de processos (tratamentos mecânicos, soldagem, corte, …)  Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase  Resfriamento Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções
  • 16. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para alívio de tensões dos aços  Temperatura Abaixo da linha A1  em que ocorre nenhuma transformação (600-620oC) Ou linha crítica 723 C
  • 17. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para alívio de tensões dos aços Alívio de Tensões (Recuperação/Recovery)
  • 18. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para recristalização  Objetivo Elimina o encruamento gerado pela deformação à frio  Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase  Resfriamento  Lento (ao ar ou ao forno)
  • 19. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para recristalização
  • 20. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Recozimento para homogeneização  Objetivo Melhorar a homogeneidade da microestruturade peças fundidas  Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase  Resfriamento  Lento (ao ar ou ao forno)
  • 21. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera Objetivos:  Obter estrutura matensítica que promove: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões  deve-se fazer revenido posteriormente
  • 22. MARTENSITA Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais • É um microconstituinte MONOFÁSICO METAESTÁVEL, formado pelo resfriamento RÁPIDO (TÊMPERA) de ligas ferro-carbono AUSTENITIZADAS. • A transformação de austenita em martensita COMPETE com as transformações AUSTENITA-PERLITA e AUSTENITA-BAINITA. • A formação de martensita é um processo NÃO-DIFUSIVO: ocorre quase INSTANTANEAMENTE quando se atinge a temperatura de transformação. • A martensita é uma SOLUÇÃO SÓLIDA SUPERSATURADA DE CARBONO em ferro que adquire estrutura TETRAGONAL DE CORPO CENTRADO (TC). • A transformação martensítica ocorre também em outros sistemas de ligas, sendo sempre caracterizada pela AUSÊNCIA DE DIFUSÃO.
  • 23. Martensita Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais Austenita Ferrita Martensita Resfriamento lento Resfriamento rápido
  • 24. Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Temperatura (ºC) 800 700 600 500 400 300 200 100 1 10 102 103 104 105 Tempo B P A B P A A A A M M M (início) (50%) (90%) Temperatura eutetóide + + 50% Aço EUTETÓIDE A B P M : Austenita : Perlita : Bainita : Martensita Têmpera
  • 25. MATENSITA EM RIPAS Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais
  • 26. MARTENSITA EM PLACAS Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais
  • 27. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera
  • 28. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera
  • 29. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera • Temperatura Superior à linha crítica (A1) * Deve-se evitar o superaquecimento, pois formaria matensita acidular muito grosseira, de elevada fragilidade • Resfriamento Rápido de maneira a formar martensíta (ver curvas TTT)
  • 30. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera • Meios de Resfriamento Depende muito da composição do aço (% de carbono e elementos de liga) e da espessura da peça
  • 31. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Temperabilidade • CAPACIDADE DE UM AÇO ADQUIRIR DUREZA POR TÊMPERA A UMA CERTA PROFUNDIDADE • VEJA EXEMPLO COMPARATIVO DA TEMPERABILIDADE UM AÇO 1040 E DE UM AÇO 8640 • A CURVA QUE INDICA A QUEDA DE DUREZA EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE RECEBE O NOME DE CURVA JOMINY QUE É OBTIDA POR MEIO DE ENSAIOS NORMALIZADOS
  • 32. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Têmpera
  • 33. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Temperabilidade dos aços em função do teor de carbono
  • 34. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Temperabilidade dos aços em função do teor de carbono
  • 35. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 36. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 37. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 38. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 39. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 40. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Dureza adiquirida
  • 41. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica
  • 42. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Revenido *** Sempre acompanha a têmpera Objetivos: - Alivia ou remove tensões - Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a dureza e a tenacidade
  • 43. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Revenido • Temperatura Pode ser escolhida de acordo com as combinações de propriedades desejadas
  • 44. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Revenido 150- 230°C os carbonetos começam a precipitar Estrutura: martensita revenida (escura, preta) Dureza: 65 RC 60-63 RC 230-400°C os carbonetos continuam a precipitar em forma globular (invisível ao microscópio) Estrutura: TROOSTITA Dureza: 62 RC 50 RC
  • 45. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Estágios do Revenido 100-200°C→os carbonetos ε (Fe2.4C) começam a precipitarDureza: 65 RC → 60-63 HRC; 200-350°C→Austenita retida se transforma em ferrita e cementita; 200-350°C → carboneto Fe3C precipita. Dureza: 62 RC → 50 HRC 350-500°C→Segregação de impurezas e elementos de liga (fragilização do revenido) 400-500°C → os carbonetos (de Fe ) crescem em glóbulosDureza: 20-45 HRC 500-700°C → Formação de carbonetos com elementos de liga (W, V, Nb, Cr); Fe3C pode dissolver) endurecimento secundárioEstágios
  • 46. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Revenido
  • 47. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Fragilidade de revenido • Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de temperatura entre 375-475 °C ou quando resfriados lentamente nesta faixa. • A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470- 475 °C • A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque, não há alteração na microestrutura.
  • 48. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Aços susceptíveis a fragilidade de revenido • Aços -liga de baixo teor de liga • Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn, Ni, Cr, Sb*, P, S • Aços ao Cr-Ni são os mais suceptíveis ao fenômeno *é o mais prejudicial
  • 49. 28 Tecnologia dos Materiais Aços para Construção Mecânica Como diminuir fragilidade de revenido • Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S menor 0,01% • Reaquecer o aço fragilizado a uma temperatura de ~600 °C seguido de refriamento rápido até abaixo de 300 °C .
  • 50. TRANSFORMAÇÕES AUSTENITA Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Bainita ( + Fe3C) Martensita (fase tetragonal) Martensita Revenida ( + Fe3C) Ferrita ou cementita Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera) reaquecimento
  • 51. Tratamentos Térmicos Recozimento Total ou Pleno Recozimento Isotérmico Normalização Tempera e Revenido Resfriamento Lento (dentro do forno) Resfriamento ao ar
  • 52. Recozimento Total ou Pleno Isotérmico Alívio de tensões Recristalização Resfriamento Lento (dentro do forno) Temperatura Abaixo da linha A1  Não ocorre nenhuma transformação Resfriamento Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções Temperatura Abaixo da linha A1  (600-620oC) - Resfriamento Lento (ao ar ou dentro do forno) **Elimina o encruamento gerado pelos processos de deformação à frio
  • 53. BAINITA Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais Temperatura eutetóide Bainita inferior Bainita superior B P A A A B + A+ P A Perlita fina Perlita grossa 600 700 800 500 400 300 200 100 1 10 102 103 104 105 Temperatura (ºC) Tempo (s) ? : Austenita : Perlita : Bainita A B P
  • 54. Bainita inferior Bainita inferior Bainita superior Bainita superior BAINITA SUPERIOR X BAINITA INFERIOR Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais Ferrita Ferrita Cementita Cementita Martensita Martensita Ferrita Ferrita Cementita Cementita Martensita Martensita
  • 55. COMPORTAMENTO MECÂNICO DE LIGAS FERRO-CARBONO Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais • PERLITA: – O aumento da quantidade de cementita torna a perlita mais dura e frágil. – A cementita (DURA e RESISTENTE) restringe a deformação da ferrita (MAIS MACIA). – Quanto MAIS FINAS as lamelas de ferrita e cementita, MAIOR A ÁREA DE CONTORNO entre as fases e MAIS DURO E RESISTENTE é o material. • CEMENTITA GLOBULIZADA: – A precipitação da cementita em forma de PARTÍCULAS ESFEROIDAIS REDUZ A ÁREA DE CONTORNO entre a cementita e a ferrita. – É a estrutura mais MACIA, DÚCTIL e TENAZ dos aços. • BAINITA: – A estrutura MAIS FINA (as partículas de ferrita e cementita são MENORES do que as encontradas na perlita) torna os aços bainíticos mais DUROS e RESISTENTES do que os PELÍTICOS.
  • 56. COMPORTAMENTO MECÂNICO DE LIGAS FERRO-CARBONO Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais • MARTENSITA: – É a microestrutura mais DURA e RESISTENTE dos aços. – É também a MAIS FRÁGIL: possui ductilidade DESPREZÍVEL. – Causas da elevada dureza e resistência: • Grande eficiência dos átomos de carbono intersticiais em restringir o movimento das discordâncias. • O número reduzido de sistemas de escorregamento da estrutura tetragonal de corpo centrado (TCC). – A austenita é mais densa do que a martensita: há portanto um aumento de volume durante a têmpera. – Portanto, peças grandes, resfriadas muito rapidamente, podem TRINCAR.
  • 57. MARTENSITA REVENIDA • A grande fragilidade da martensita inviabiliza o seu uso para a maioria das aplicações. • REVENIDO: tratamento térmico que tem por objetivos AUMENTAR A DUCTILIDADE e a TENACIDADE da martensita, além de ALIVIAR AS TENSÕES INTERNAS geradas pelo processo de têmpera. • Consiste em se aquecer o aço temperado a temperaturas entre 250 e 650 ºC, por um tempo específico. • O alívio das tensões ocorre em temperaturas mais baixas, em torno de 200 ºC. • Durante o tratamento, os PROCESSOS DE DIFUSÃO transformam a estrutura martensítica em MARTENSITA REVENIDA, pela precipitação do carbono retido. Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais Martensita (TCC, monofásica) Martensita (TCC, monofásica) Martensita revenida (fases  + Fe3C) Martensita revenida (fases  + Fe3C) REVENIDO
  • 58. Martensita revenida • A estrutura da martensita revenida consiste em PARTÍCULAS MUITO PEQUENAS de cementita, dispersas uniformemente em uma matriz contínua de ferrita. • A grande área de contato entre a ferrita e a cementita tornam a estrutura QUASE TÃO DURA e RESISTENTE quanto a martensita. • A matriz contínua de ferrita confere boa ductibilidade. Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais Microestrutura da martensita revenida Microestrutura da martensita revenida
  • 59. Martensita revenida • Quanto maior o tempo de tratamento, MENOS DURO e MAIS DÚCTIL se torna o material, devido ao CRESCIMENTO DAS PARTÍCULAS DE CEMENTITA. Materiais para Construção Mecânica Transformações de Fases em Metais
  • 60. TRANSFORMAÇÕES DE FASE DE UM AÇO EUTETÓIDE AUSTENITA AUSTENITA PERLITA ( + Fe3C) PERLITA ( + Fe3C) BAINITA ( + Fe3C) BAINITA ( + Fe3C) MARTENSITA (monofásica, TCC) MARTENSITA (monofásica, TCC) MARTENSITA REVENIDA ( + Fe3C) MARTENSITA REVENIDA ( + Fe3C) Resfriamento lento Resfriamento moderado Resfriamento rápido Revenido