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Capítulo 6 - Medição de
rotação e torque
6.1 - Medição de rotação
Existem basicamente três tipos principais de tacômetros:
• mecânicos
• eletromagnéticos
• ópticos.
Os instrumentos usados para medir a velocidade
angular de eixos rotativos são chamados tacômetros.
Uma das principais diferenças entre estes é a potência
retirada do eixo que gira.
A velocidade angular, é a razão entre o
deslocamento angular e o tempo decorrido neste
deslocamento:
ω = rotação [rad/s]
n = rotação em [RPM]
n = rotação em [RPS]
Relação entre rotação e frequência
ω = 2πf [rad/s]
f = frequência [Hz]
6.1.1 - Tacômetros mecânicos
A figura ilustra uma
das formas utilizadas como
tacômetro, uma versão
para utilização com eixos
verticais.
As duas massas (A e
B) são ligadas a braços
articulados que giram com
o eixo. Os braços sofrem a
ação de uma força, o peso
do colar, que tende a
estira-los e os mantém
próximos do eixo.
6.1.2 – Tacômetros elétricos
6.1.2.1 - Tacogerador
Ímã permanente
Bobina rotativa
N S
É essencialmente um
pequeno gerador de eletricidade,
quanto mais rápido gira a bobina,
maior a fem nela induzida
Os tacogeradores podem ser
utilizados para medições
diretas de rotações de eixos
giratórios até cerca de 6 000
rpm, com uma precisão de,
em geral, de 2%.
Se as conexões elétricas
forem feitas à bobina e a saída
levada a um voltímetro, então a
leitura do voltímetro estará
relacionada à velocidade angular da
bobina.
6.1.2.1 - Tacogerador
6.1.2.2 - Tacômetro de corrente parasita
Quando há movimento relativo entre um imã e um
condutor, são induzidas correntes no condutor. O efeito é
chamado de indução eletromagnética.
Se um imã permanente é ligado ao eixo rotativo
(que se deseja medir a rotação) e gira próximo a
um anel de alumínio (condutor), são induzidas
correntes parasitas (ou de Foucault) no alumínio.
As correntes parasitas que fluem no anel de
alumínio produzem seu próprio campo magnético, sendo
que o campo magnético induzido tem direção tal que faz o
anel de alumínio girar e seguir o imã permanente rotativo.
No arranjo mostrado na figura,
o anel de alumínio é fixado em
uma das extremidades de uma
mola espiral onde se coloca o
ponteiro indicador.
Como resultado, o anel de alumínio age sobre a mola de
tal maneira que o torque de reação da mola se opõe ao torque
produzido pela iteração entre o imã permanente rotativo e as
correntes parasitas no anel de alumínio, fazendo com que o
ponteiro se posicione sobre a escala, indicando a rotação.
Figuras de tacômetros de correntes parasitas
6.1.2.3 - Tacômetro indutivo
Uma roda dentada
metálica é presa ao eixo rotativo.
Quando os dentes da roda se
movem à frente do “pick-up
magnético” é produzida uma
variação no fluxo magnético no
núcleo da bobina, e isso resulta
na indução de uma f.e.m. (tensão
variável) no circuito da bobina.
A freqüência desses pulsos – isto é, o numero de pulsos
produzidos por segundo – está relacionada a rotação.
Cada dente que passa na frente do pick-up magnético
resulta em um pulso de voltagem na bobina.
pick-up magnético
Um circuito eletrônico apropriado converte este sinal
em frequência (trem de pulsos) em uma indicação digital da
rotação da roda.
6.1.2.4 - Tacômetro fotoelétrico
O sistema de medição tem assim um sensor,
conectado através de um condicionador de sinais
(amplificador e conversor analógico digital) a um mostrador
digital.
Um disco pulsador é
associado ao eixo e, quando este
gira, o feixe de luz é “cortado”.
Isso faz a célula fotoelétrica
detectar pulsos de luz, estando a
freqüência na qual recebe os pulsos
relacionada a rotação do eixo.
Não aplicam nenhuma carga sobre o eixo (exceto
a inércia do disco) pois não há conexão física entre o
sistema de medição e o eixo.
Este tipo de tacômetro pode ser classificado como
tacômetro de efeito óptico.
6.1.3 – Tacômetros ópticos
6.1.3.1 - Tacômetro de laser refletido
De maneira semelhante ao tacômetro fotoelétrico,
um circuito conversor do instrumento portátil, permite a
indicação digital da rotação medida.
Este tipo de tacômetro portátil utiliza uma fonte de
luz laser sobre um alvo reflectivo sobre o objeto que se
deseja medir a rotação.
A reflecção do facho de luz laser sobre sua célula
fotoelétrica gera um sinal em frequência a partir desta
célula que está relacionada com a frequência ou rotação do
objeto.
Figuras de tacômetros de laser refletido
6.1.3.2 - Estroboscópio
Se a freqüência da emissão da luz for a mesma que a
freqüência do eixo, a marca aparentará estar estacionária,
porque o eixo e sua marcação somente serão iluminados
quando a marca estiver na mesma posição a cada rotação.
O estroboscópio é uma luz intermitente, cuja
freqüência é conhecida.
No eixo onde é realizada a medida de rotação faz-se
uma marca que deve ser observada pela incidência da luz
intermitente a cada rotação.
Isso é devido ao fato do eixo poder fazer qualquer
numero de rotações entre os lampejos, e a marca parecerá
estar estacionária, desde que, no intervalo entre os lampejos,
o eixo faça um numero inteiro de rotações completas.
Quando a marca parecer mover-se, será devido ao fato
de que a freqüência do estroboscópio é diferente da
freqüência de rotação do eixo.
Assim uma medição de freqüência da luz intermitente
fornece uma medida da freqüência de rotação do eixo.
A marca no eixo parecerá estacionária quando a
freqüência de rotação do eixo for um múltiplo inteiro da
freqüência da luz.
Figuras de estroboscópios como tacômetros
Figuras de estroboscópios como tacômetros
Outras aplicações para estroboscópios
- Medição do número de oscilações;
- Usado para detectar resvalamento (choques intermitentes);
- Análise de movimento por congelamento.
Comparação entre os tipos
•Tacogerador: pouca carga imposta ao
eixo; faixa de até 6.000 [RPM]; fornece
exposição à distancia; precisão similar ao
tacômetro de corrente parasita;
relativamente barata.
•Tacômetro de captação de sinal digital:
pouca carga imposta ao eixo; faixas de até
100.000 rpm; fornece exposição à
distancia; pode ser preciso; não é barato.
•Estroboscópio: nenhuma carga imposta ao
eixo; faixa geralmente de até 18.000 rpm;
o eixo tem que ser observado; muito
preciso.
6.2 - Medição de torque
6.2.1 - Freio Prony
Um volante fixo ao eixo circundado por sapatas,
conectadas a um braço cuja extremidade se apóia sobre
um medidor de força.
O volante acionado
pela máquina motora,
tem o seu movimento
restringido pelo atrito
aplicado pelas sapatas,
que transmite o esforço
ao braço apoiado sobre
o medidor.
O freio de Prony apresenta vários inconvenientes
operacionais, destacando-se o fato de manter a carga
constante independente da rotação empregada.
A partir das leituras de força, calcula-se o torque
despendido pelo motor.
6.2.2 - Freio hidráulico
O freio hidráulico possui um rotor aletado que gira no
interior de uma carcaça com estatores também aletados.
Pela ação centrífuga, a
água é acelerada e lançada
para a saída, formando um
anel no interior da câmara do
rotor.
A água entra na câmara
do rotor axialmente, ao
centro.
A energia mecânica fornecida pela máquina motora
em ensaio é absorvida e convertida em calor no escoamento
da água entre as aletas do rotor e dos estatores.
O torque resultante aplica uma resistência ao
movimento de rotação do rotor e tende a girar a carcaça no
mesmo sentido da máquina em teste.
Este esforço é transmitido, por meio de um braço, a
um medidor de força instalado a uma distância fixa da linha
de centro do freio.
Exemplos construtivos de
freios hidráulicos
Bancada de testes de turbina hidráulica
Freio hidráulico
Turbina
6.2.3 – Transdutores de torque
Os transdutores de torque permitem a medição
direta de torque em um eixo, sendo estes medidores
instalados entre a carga mecânica e o motor (elemento
primário de potência), conforme ilustra a figura.
Devido a esta características de montagem, os
transdutores são basicamente utilizados no desenvolvimento
de máquinas rotativas em laboratórios, tais como,
ventiladores, bombas, turbinas e etc.
Existem basicamente dois tipos de transdutores de
torque, os que utilizam strains gages e os que utilizam
sensores de deslocamento indutivos.
De maneira semelhante aos transdutores de força
(células de carga), os transdutores de torque podem
utilizam as várias configurações possíveis de montagem de
strain-gages fixos ao eixo onde se está medindo o torque.
Normalmente, são utilizados quatro strain-gages
dispostos em 45º , como mostra a figura.
6.2.4 - Dinamômetro elétrico
Tem a vantagem de poder ser utilizado como motor
elétrico para medição de potência de atrito da máquina em
prova. Tem custo elevado e sua utilização só se justifica em
casos especiais.
Dinamômetro elétrico é um gerador elétrico de
corrente contínua, que acionado pela máquina em teste
(motor de combustão, turbina hidráulica, e etc.) produz
energia elétrica, a qual será consumida por uma carga
variável (cuba eletrolítica ou resistores), e devido a
construção em balanço da sua carcaça permite, ao mesmo
tempo, a medição de torque através de contra-pesos ou
células de carga.
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  • 1. Capítulo 6 - Medição de rotação e torque
  • 2. 6.1 - Medição de rotação Existem basicamente três tipos principais de tacômetros: • mecânicos • eletromagnéticos • ópticos. Os instrumentos usados para medir a velocidade angular de eixos rotativos são chamados tacômetros. Uma das principais diferenças entre estes é a potência retirada do eixo que gira.
  • 3. A velocidade angular, é a razão entre o deslocamento angular e o tempo decorrido neste deslocamento: ω = rotação [rad/s] n = rotação em [RPM] n = rotação em [RPS] Relação entre rotação e frequência ω = 2πf [rad/s] f = frequência [Hz]
  • 4. 6.1.1 - Tacômetros mecânicos A figura ilustra uma das formas utilizadas como tacômetro, uma versão para utilização com eixos verticais. As duas massas (A e B) são ligadas a braços articulados que giram com o eixo. Os braços sofrem a ação de uma força, o peso do colar, que tende a estira-los e os mantém próximos do eixo.
  • 5. 6.1.2 – Tacômetros elétricos 6.1.2.1 - Tacogerador Ímã permanente Bobina rotativa N S É essencialmente um pequeno gerador de eletricidade, quanto mais rápido gira a bobina, maior a fem nela induzida Os tacogeradores podem ser utilizados para medições diretas de rotações de eixos giratórios até cerca de 6 000 rpm, com uma precisão de, em geral, de 2%. Se as conexões elétricas forem feitas à bobina e a saída levada a um voltímetro, então a leitura do voltímetro estará relacionada à velocidade angular da bobina.
  • 7. 6.1.2.2 - Tacômetro de corrente parasita Quando há movimento relativo entre um imã e um condutor, são induzidas correntes no condutor. O efeito é chamado de indução eletromagnética. Se um imã permanente é ligado ao eixo rotativo (que se deseja medir a rotação) e gira próximo a um anel de alumínio (condutor), são induzidas correntes parasitas (ou de Foucault) no alumínio.
  • 8. As correntes parasitas que fluem no anel de alumínio produzem seu próprio campo magnético, sendo que o campo magnético induzido tem direção tal que faz o anel de alumínio girar e seguir o imã permanente rotativo. No arranjo mostrado na figura, o anel de alumínio é fixado em uma das extremidades de uma mola espiral onde se coloca o ponteiro indicador. Como resultado, o anel de alumínio age sobre a mola de tal maneira que o torque de reação da mola se opõe ao torque produzido pela iteração entre o imã permanente rotativo e as correntes parasitas no anel de alumínio, fazendo com que o ponteiro se posicione sobre a escala, indicando a rotação.
  • 9. Figuras de tacômetros de correntes parasitas
  • 10. 6.1.2.3 - Tacômetro indutivo Uma roda dentada metálica é presa ao eixo rotativo. Quando os dentes da roda se movem à frente do “pick-up magnético” é produzida uma variação no fluxo magnético no núcleo da bobina, e isso resulta na indução de uma f.e.m. (tensão variável) no circuito da bobina. A freqüência desses pulsos – isto é, o numero de pulsos produzidos por segundo – está relacionada a rotação. Cada dente que passa na frente do pick-up magnético resulta em um pulso de voltagem na bobina.
  • 11. pick-up magnético Um circuito eletrônico apropriado converte este sinal em frequência (trem de pulsos) em uma indicação digital da rotação da roda.
  • 12. 6.1.2.4 - Tacômetro fotoelétrico O sistema de medição tem assim um sensor, conectado através de um condicionador de sinais (amplificador e conversor analógico digital) a um mostrador digital. Um disco pulsador é associado ao eixo e, quando este gira, o feixe de luz é “cortado”. Isso faz a célula fotoelétrica detectar pulsos de luz, estando a freqüência na qual recebe os pulsos relacionada a rotação do eixo.
  • 13. Não aplicam nenhuma carga sobre o eixo (exceto a inércia do disco) pois não há conexão física entre o sistema de medição e o eixo. Este tipo de tacômetro pode ser classificado como tacômetro de efeito óptico.
  • 14. 6.1.3 – Tacômetros ópticos 6.1.3.1 - Tacômetro de laser refletido De maneira semelhante ao tacômetro fotoelétrico, um circuito conversor do instrumento portátil, permite a indicação digital da rotação medida. Este tipo de tacômetro portátil utiliza uma fonte de luz laser sobre um alvo reflectivo sobre o objeto que se deseja medir a rotação. A reflecção do facho de luz laser sobre sua célula fotoelétrica gera um sinal em frequência a partir desta célula que está relacionada com a frequência ou rotação do objeto.
  • 15. Figuras de tacômetros de laser refletido
  • 16. 6.1.3.2 - Estroboscópio Se a freqüência da emissão da luz for a mesma que a freqüência do eixo, a marca aparentará estar estacionária, porque o eixo e sua marcação somente serão iluminados quando a marca estiver na mesma posição a cada rotação. O estroboscópio é uma luz intermitente, cuja freqüência é conhecida. No eixo onde é realizada a medida de rotação faz-se uma marca que deve ser observada pela incidência da luz intermitente a cada rotação.
  • 17. Isso é devido ao fato do eixo poder fazer qualquer numero de rotações entre os lampejos, e a marca parecerá estar estacionária, desde que, no intervalo entre os lampejos, o eixo faça um numero inteiro de rotações completas. Quando a marca parecer mover-se, será devido ao fato de que a freqüência do estroboscópio é diferente da freqüência de rotação do eixo. Assim uma medição de freqüência da luz intermitente fornece uma medida da freqüência de rotação do eixo. A marca no eixo parecerá estacionária quando a freqüência de rotação do eixo for um múltiplo inteiro da freqüência da luz.
  • 18. Figuras de estroboscópios como tacômetros
  • 19. Figuras de estroboscópios como tacômetros
  • 20. Outras aplicações para estroboscópios - Medição do número de oscilações; - Usado para detectar resvalamento (choques intermitentes); - Análise de movimento por congelamento.
  • 21. Comparação entre os tipos •Tacogerador: pouca carga imposta ao eixo; faixa de até 6.000 [RPM]; fornece exposição à distancia; precisão similar ao tacômetro de corrente parasita; relativamente barata. •Tacômetro de captação de sinal digital: pouca carga imposta ao eixo; faixas de até 100.000 rpm; fornece exposição à distancia; pode ser preciso; não é barato. •Estroboscópio: nenhuma carga imposta ao eixo; faixa geralmente de até 18.000 rpm; o eixo tem que ser observado; muito preciso.
  • 22. 6.2 - Medição de torque
  • 23. 6.2.1 - Freio Prony Um volante fixo ao eixo circundado por sapatas, conectadas a um braço cuja extremidade se apóia sobre um medidor de força. O volante acionado pela máquina motora, tem o seu movimento restringido pelo atrito aplicado pelas sapatas, que transmite o esforço ao braço apoiado sobre o medidor.
  • 24. O freio de Prony apresenta vários inconvenientes operacionais, destacando-se o fato de manter a carga constante independente da rotação empregada. A partir das leituras de força, calcula-se o torque despendido pelo motor.
  • 25. 6.2.2 - Freio hidráulico O freio hidráulico possui um rotor aletado que gira no interior de uma carcaça com estatores também aletados. Pela ação centrífuga, a água é acelerada e lançada para a saída, formando um anel no interior da câmara do rotor. A água entra na câmara do rotor axialmente, ao centro.
  • 26. A energia mecânica fornecida pela máquina motora em ensaio é absorvida e convertida em calor no escoamento da água entre as aletas do rotor e dos estatores. O torque resultante aplica uma resistência ao movimento de rotação do rotor e tende a girar a carcaça no mesmo sentido da máquina em teste. Este esforço é transmitido, por meio de um braço, a um medidor de força instalado a uma distância fixa da linha de centro do freio.
  • 28. Bancada de testes de turbina hidráulica Freio hidráulico Turbina
  • 29. 6.2.3 – Transdutores de torque Os transdutores de torque permitem a medição direta de torque em um eixo, sendo estes medidores instalados entre a carga mecânica e o motor (elemento primário de potência), conforme ilustra a figura.
  • 30. Devido a esta características de montagem, os transdutores são basicamente utilizados no desenvolvimento de máquinas rotativas em laboratórios, tais como, ventiladores, bombas, turbinas e etc. Existem basicamente dois tipos de transdutores de torque, os que utilizam strains gages e os que utilizam sensores de deslocamento indutivos.
  • 31. De maneira semelhante aos transdutores de força (células de carga), os transdutores de torque podem utilizam as várias configurações possíveis de montagem de strain-gages fixos ao eixo onde se está medindo o torque. Normalmente, são utilizados quatro strain-gages dispostos em 45º , como mostra a figura.
  • 32.
  • 33.
  • 34. 6.2.4 - Dinamômetro elétrico Tem a vantagem de poder ser utilizado como motor elétrico para medição de potência de atrito da máquina em prova. Tem custo elevado e sua utilização só se justifica em casos especiais. Dinamômetro elétrico é um gerador elétrico de corrente contínua, que acionado pela máquina em teste (motor de combustão, turbina hidráulica, e etc.) produz energia elétrica, a qual será consumida por uma carga variável (cuba eletrolítica ou resistores), e devido a construção em balanço da sua carcaça permite, ao mesmo tempo, a medição de torque através de contra-pesos ou células de carga.