Este documento contém vários poemas escritos por Gilberto Simplício entre maio de 2010 e dezembro de 2010. Os poemas tratam de temas como solidão, emoções, decisões, heróis e memórias. Muitos evocam sentimentos de saudade e amor.
1. PESSOA Nome ou adjetivo Poeta ou pensador Inspiração ou respiração Sentido do sonho Do sonho que voa Em busca da proa Relação obscura De dúvida intensa Numa forte presença No caminho se ver Que um ruído ressoa No envolver de tal pessoa. Gilberto Simplício Maio de 2010
2. MORADIA SOLIDÃO Sozinho num espaço Cabeça cheia de sentença Num corpo se faz presença Na espera de um abraço. A noite é dura e fria Insônia aumenta a hora Pensamento aflora Onde sentimento novo abria. Parceiros dessa viagem Livro, computador E o vinho diminui a dor Na manhã ou na simples miragem. Gilberto Simplício Maio de 2010
3. SIMPLESMENTE MÃOS O toque dá o sentido Da beleza que dela existe Estética não vai suscitar O prazer da emoção Que dela observar Os poetas as usam Para uma arte expressar Os amantes se conhecem No caminho que se faz E que se satisfazem Marcas são presentes Muitas histórias a contar Ao encontro com certeza De uma dialética tão bela Da agonia e clareza Gilberto Simplício Junho de 2010
4. Sentir a flor da pele Vivendo cada momento A paixão e o tormento Do amor que se repele Angústia que se levanta Não muda o desejo Na imagem, eu vejo O que me encanta Com você estar Mesmo sem ter Sinto o seu ser Mesmo sem te tocar Gilberto Simplício Junho de 2010 EMOÇÕES
5. Situações criam encruzilhadas Caminhos têm que ser escolhidos Pessoas envolvidas Interesses divididos Autoritário ou democrata Impor ou dialogar Usar ou ser usado Dureza ou compaixão Se houver um caminho correto? Azar o seu Pra uns a escolha foi errada. Você escolheu o errado Não escolheu os deles No fim só um resultado. Assume a culpa. Gilberto Simplício Junho de 2010 DECISÃO
6. ABSTRAÇÃO Pensamento vazio Em busca do nada ou do tudo Pensamento vagando Num mar de incertezas Pensamento preenchido De idéias e de emoções Não posso esperar O outro viver o meu sonho Não posso esperar Que a vida satisfaça o meu pensar Não posso esperar Esperar Esperar Esperar Gilberto Simplício Julho de 2010
7. OS NOSSOS HERÓIS Terroristas. Não. Sobreviventes. Assassinos. Não. Torturados. Turistas. Não. Exilados. O que pensam de nós? O que sobrou de cada um de nós? Quem somos na história? Somos simplesmente exilados da história. Ou melhor, da falta de memória histórica. Não fomos esquecidos. Fomos apagados. Somos andarilhos na estrada sem paisagem. Buscamos a nossa imagem. Perigosa no passado. Ignorada no presente. Acreditando na liberdade. Não na liberdade medíocre do capital. Mas na liberdade que humaniza . Na liberdade que se solidariza até na prisão. Muitos nomes tivemos. Identidade, só uma. Sonhador. Endereços diversos. Pátria, só uma. Brasil. Gilberto Simplício Novembro de 2010
8. O choro e o riso na memória se materializou O toque das mãos e o cheiro de vida se presenciou Palavras surgem Significados sem sentidos Mas sentimentos interagem Em expressões nada contidos Hoje, outra é a beleza Que ao crescer desenvolveu Não é mais só a minha princesa Menina, é verdade, você cresceu! Gilberto Simplício. Dezembro de 2010