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Colégio Estadual “29 de Abril”
Aluno: Gabriel Sousa Corrêa

Ano: 2

Turma: B

Disciplina: Geografia

Professor(a): Simone

ANÁLISE DA INDÚSTRIA DO MUNDO
GLOBALIZADO QUANTO AS TÉCNICAS
FORD E TOYOTA

O que é Fordismo? Por que se tornou obsoleto no
fim do século? Quem foi Eiji Toyoda? O quão
decisivo pode ser o trabalho de um único operário
em um processo produtivo? Vale a pena desprezar o
potencial do seu colaborador em prol de números e
estatísticas?

Guaratuba
07/11/13
“O   passado   serve   para   evidenciar   as   nossas 
falhas e dar­nos indicações para o progresso do 
futuro.”
Henry Ford
1     Introdução

O presente trabalho visa essencialmente esclarecer informações pertinentes à
evolução do setor industrial contemporâneo. Retomando perspectivas localizadas a mais
de um século, expôe-se as causas e os elos de acontecimentos que afetaram a economia
mundial e as concepções de dois eminentes empresários por iniciar uma completa
reinvenção do trabalho fabril.
Por um lado temos o método de Henry Ford, calcado no mais eficiente raciocínio
lógico e na mais revolucionária paixão empreendedora. É evidenciada a forma como o
método supriu as necessidades econômicas do pricípio do século, a visão proletária do
trabalhador alienado e como a mente por trás do maior empreendimento efetuado até o
momento se digladiava com a antítese que existia entre melhorar a condição de vida e
desfigurar a conciência da força de trabalho em simples máquina.
A seguir, vê-se a necessidade de purificar essa forma alienada de trabalho,
preservando seu rendimento sem que o operário (esta passa a ser um denominação
obsoleta e não mais condizente) precise limitar-se a atividades mecânicas repetitivas ou a
visão de mundo em que a realização e o contentamento se iniciam após o sinal das 6
horas. Em completa oposição ao Fordismo, Eiji Toyoda reforma o sistema industrial
japonês com os ideais que hoje ministram as disciplinas de Administração como
flexibilização da mão de obra e trabalho de equipe.
2     BIOGRAFIAS
2.1   A obra de Henry Ford (1863­1947)

Ford trouxe sua fixação por mecânica da infância na fazenda de seu pai próxima a
Detroit, no estado norte-americano de Michigan, quando então era responsável por
reparos nas máquinas de moenda e tratores A vida na fazenda era difícil, exigia serviços
pesados feitos à mão. Por causa disso, desde menino Ford já demonstrava o interesse
em diminuir o trabalho manual com o uso de máquinas.
No ano de 1875, com doze anos, o contato com um locomóvel a vapor o levou a
estudar os carros automotores. Fazer observações no funcionamento dos equpamentos
foi o meio que encontrou para desenvolver seu espírito inventivo e em pouco tempo (aos
dezesseis) isso lhe rendeu o emprego em oficinas de respeito como a James F. Flower &
Bros de Detroit.
“Em 1886 seu pai lhe ofereceu 80 acres de terra, com mata fechada e uma pequena
casa. Ford aceitou, operou uma serraria, vendeu tábuas e reparou motores
aplicados às fazendas. A razão para seu retorno ao solo foi ter-se tornado noivo de
Clara J. Bryant, filha de um fazendeiro vizinho, com quem acabou se casando.
Construindo uma nova casa, Ford instalou uma oficina onde tentou construir um
arado a vapor. Conseguiu fazer um trator a vapor com um motor de um cilindro,
mas não podia fazer uma caldeira que fornecesse pressão suficiente sem que o motor
ficasse muito pesado para o que visava. Desistiu de seu trator até que pudesse
inventar um motor mais eficiente. Muitos tratores a vapor já existiam nesta época,
mas o pensamento de Ford era na direção de um aparato simples, barato e
econômico.”
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/ford.htm
Luciano Antonio Gileno - RA 930148
Acesso em 08 de Nov. 2013.

Foi logo nesse período que Ford constituiu família ao lado de Clara Jane Bryant
(1865-1950) e se tornou pai de Edsel Bryant Ford (1893-1943).
Por volta de 1890, Ford trabalhou como engenheiro maquinista na Edison
Illuminating Company. Em 1893, após sua promoção ao cargo de Engenheiro Chefe, Ford
passou a ter tempo e dinheiro para dedicar-se às suas experiências pessoais com
motores a gasolina. Fundou Detroit Automobile Company, entre outras companhias que
não obtiveram êxito finaceiro.
Seu trabalho com o projetista Harold Willis foi um dos mais notórios, devido a
atração por automóveis de velocidade, e resultou na montagem do carro 999, com o qual
Barney Oldfield se tornou campeão, divulgando o carro. Certamente essa façanha auferiu
o necessário para seu próximo e mais formidável investimento: a Ford Motor Company.
Em 1908, resultado de grande pesquisa e aperfeiçoamento, chega ao mercado o
famigerado Ford T ou Ford Bigode,o qual deve sua fama e logística diretamente ao anseio
de produzir uma máquina barata e adequada ao consumidor, bem como a técnica da
fabricação em série.
Até o final da década Ford estaria no topo da lista da indústria automobilística,
fundaria um hospital com seu nome, se candidataria a senador por seu estado Michigan e
perderia e lançaria um livro de natureza confusa que gerou um atrito com a comunidade
judaica: O Judeu Internacional, em que manifestava ideologia antissemita.
Até a década de 30, a despeito da recaída da economia estadunidense, Ford
havia conseguido popularidade por suas realizações revolucionárias na tecnologia, o
salário-minimo diário de 5 dólares, seu ponto de vista original sobre a combinação campoindústria, seu prazer com as danças folclóricas, sua veneração por relíquias do passado
americano que eram por ele colecionadas no Greenfield Village Museum, próximo a
Detroit, e, seus modos democráticos.
Durante esse período o magnata se envolveu com movimentos de candidatura a
presidência e obras de caridade na Europa, inclusive as quais o levaram a encabeçar
uma campanha no barco "Oscar II" para a Europa "para tirar os garotos das trincheiras
pelo Natal". Seu círculo de amizades era composto de nomes como Thomas Edison, John
Burroughs e Harvey Firestone, personalidades de repercussão nacional que sempre o
acompanhavam em excursões e passeios de barco.
Mas a Depressão também trouxe conflito e dissidências para Ford e seus
companheiros de ramo:
“Três elementos foram fundamentais nas mudanças que ocorreram com Ford.
Primeiro sua política de trabalho, uma das marcas de seu "paternalismo feudal",
que cessou devido às mudanças de época. A ascensão da United Automobile Workers
como parte do Congress of Industrial Organizations (C.I.O.) levou a uma série de
conflitos na indústria automotiva, e a Ford Motor Company foi eminente nas
discussões. Ford teimosamente contestou as oficinas fechadas. Mais tarde, quando a
administração Roosevelt estabeleceu as National Labor Relations, moveu uma
vigorosa batalha judicial contra ela. Em 1941 perdeu sua luta na corte, e então a
fábrica de Ford rendeu-se à C.I.O. Segundo, Ford estabeleceu dentro de sua
companhia uma organização chamada de Ford Service Department, encabeçado por
Harry B. Bennett, o qual exercia funções de policiar dentro da fábrica e dava a
muitas operações da companhia uma má-reputação. Terceiro, quando a Segunda
Guerra Mundial começou, Ford ainda exibia seu pacifismo inquestionável.
Juntando-se a isolacionistas extremos, opuseram ajuda aos Aliados e aos Estados
Unidos para entrar na guerra. Quando finalmente estes entraram na guerra, de
qualquer modo, a Ford Motor Company cedeu e forneceu o suporte que o governo
pretendia, e criou uma grande fábrica de aviões em Willow Run, Michigan.”
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/ford.htm
Luciano Antonio Gileno - RA 930148
Acesso em 08 de Nov. 2013.

Característica lastimável de sua personalidade no entanto, eram as más relações
com seus empregados que o colocariam num tribunal de contas dos altos juízes norteamericanos, e lhe obrigariam a fazer um contrato em abril de 1941.
Sua avançada idade o obrigou a abandonar a direção de suas empresas em
1.945. Henry Ford faleceu em 7 de abril, em Dearborn, deixando uma fortuna pessoal
estimada entre 500 e 700 milhões de dólares e tendo doado parte de suas ações na Ford
Motor Company à Fundação Ford, uma organização filantrópica sem fins lucrativos.
Desde então sua personalidade é memorável por toda a cultura ocidental, precindindo
qualquer contestação frankfurtiana de que seu trabalho tenha se resumido a
incrementação do sistema industrial ou implantação de uma força de trabalho
fragmentada.
2.2    A revolução de Toyoda (1913­2013)

Foi o empresário japonês responsável por alavancar a indústria de sua terra natal
no último século, mediante o emprego de sua inovadora forma de trabalho e relações de
planejamento conhecida como Toyotismo.
Estudou engenharia mecânica na Universidade Imperial de Tóquio, e nesse
período (1933-1936) desenvolveu a grande parceria geradora da Toyota Motors Company
com seu primo Kiichiro. Sobrinho de Saikichi Toyoda, fundador da tecelagem Toyoda
Automatic Loom Works, Toyoda entrou na empresa em 1936. No ano seguinte, seu primo
Kiichiro criou a Toyota Motor, divisão da empresa voltada para motores e convidou o
engenheiro para trabalhar no chão de fábrica – promovendo-o a diretor em 1945.
“Assumiu a presidência da companhia em 1967, ficando até 1982, quando assumiu
a presidência do conselho, Eiji liderou o período mais importante de crescimento da
montadora e teve um papel central na seleção e na colocação de líderes que
criaram o sistema de gestão da empresa, de vendas e marketing, passando pelo
desenvolvimento de produtos e relacionamento com os fornecedores além do já
conhecido Sistema Toyota de Produção e o seu principal criador, Taiichi Ohno.”
Revista Época
José Roberto Ferro, 23/09/2013.

Relata-se nos anais da economia mundial, que deve-se todo a genialidade do
método Toyota a uma peregrinação de três meses ao complexo industrial da Ford de
Rouge, em Detroit. Toyoda teria depreendido toda a eficiência da técnica do magnata,
como veremos adiante, assim como suas falhas ao menosprezar o potencial criativo e de
cooperação de seus trabalhadores e inviabilidade de aplicação em solo japonês, em
virtude da produção em massa não encontrar matérias-primas e tampouco público
consumidor.
De volta o Japão, tornou seu desafio de carreira implementar o novo modelo de
produção que supriria as deficiências da concorrência e lançaria a Toyota como maior
montadora de carros da atualidade. O legado de Toyoda representa hoje um ideal
reformador que vem sendo copiado não só por toda cadeia automotiva, mas por diversos
outros tipos de empresas, de transformação em todos os setores até os serviços, de
hospitais a bancos, até setores de governos em todo o mundo.
Eiji Toyoda morreu de problemas cardíacos no mês de setembro deste presente
ano. É por um lado lamentável que as maiores informações que este autor tenha
agregado sobre ele estejam vinculados ao seu lado profissional e a noticiários de
negócios (ver bibliografia) mas simultaneamente nos dá a dimensão do que se é capaz de
fazer visualizando-se uma boa empreitada e um ideal digno, do que é possível quando se
entrega de cabeça em um sonho ou uma proposição de liberdade (ver próxima secção).
3    OS MODELOS DE PRODUÇÃO
3.1 A mecânica de Ford

Os primeiros automóveis eram lentos e semelhantes a carruagens, a exemplo do
Ford T. Somente com o esforço mútuo dos alemães Benz e Daimler, produziram o motor
de combustão interna que impulsionou a indústria automobilística no fim do século XIX.
No princípio do século XX, o aperfeiçoamento contínuo do setor fabril e dos
procedimentos científicos assim tinham evoluído de forma à proporcionar uma visão cada
vez mais técnica ao trabalho. Na verdade, esse processo começou antes de Ford, com as
publicações do engenheiro-mecânico Frederick Taylor Princípios de administração
científica (por isso confunde-se Taylorismo e Fordismo) e Da divisão do trabalho social de
Émile Durkheim.
Taylor propunha em seu livro que o trabalho deveria organizar-se pela aplicação
princípios científicos. A implicação prática da ideologia do engenheiro foi o surgimento do
conceito de seleção e treinamento de empregados, o aumento da produção por meio do
direcionamento das horas trabalhadas, divisão e parcelamento das tarefas, a introdução
do método disciplinar (vigiar e punir, segundo Michel Foucault) e a mecanização dos
processos de produção.
Em 1914, durante o estopim que ebulicionava a Europa, Henry Ford reformava e
aplicava os princípios de Taylor, visando a produção em série que atendeu a demanda
crescente como a potência do motor :
“A mesma intenção de aumentar a produção levou Henry Ford, também norteamericano [como Taylor], a introduzir a esteira da linha de montagem e o processo
de padronização ou estandardização da produção em série na sua fábrica de
automóveis. O parcelamento das tarefas reduz a atividade a gestos mínimos o que
aumenta a produção de maneira incrível, mas também transforma o trabalho em
'migalhas': cada operário produz apenas uma parte do produto.”
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires.
Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. São Paulo: Moderna, 2009. p.72.

Tais medidas exigiam supervisão e planejamento para manter o controle sobre a
execução de tarefas, o que teve solução na criação de um setor próprio para administrar a
empresa e logo intituiu-se uma industria hierárquica. Com Ford e Taylor, as ordens
passaram a vir de cima e a função do trabalhador industrial foi segregada entre mental e
braçal, conforme a máxima do engenheiro: Pensar é o trabalho mais difícil que existe, e
esta é provavelmente a razão de por que tão poucos se dedicam a ele.
Deixando de lado a crítica social, existem alguns pontos que dão sobriedade e
essência ao método de Ford. Estes eram os princípios do Fordismo que justificavam ou
permitiam a superprodução e a auto-suficiência do método em si:
1. Intensificação:Diminuir o tempo de fabricação através do emprego
imediato de matéria-prima (a Ford chegou a comportar sua própria
siderúrgica), cronometragem da montagem de peças e inserção
instantãnea do produto no mercado.
2. Economia: consiste em racionar os custos de estoque e transporte para
flexibilizar o preço do carro (o Ford T deixou seus 850 de lançamento para
auferir figurativos 500 dólares em 1913).
3. Produtividade: é a essência do projeto de Ford, estreitar o tempo em que
cada funcionário cumpre sua fase do processo por meio da
especialização, da linha de montagem e da remuneração e recompensa
(coisas tipo empregado do mês e hora-extra).
Já as características do trabalho na Ford podem ser assim elucidadas: o trabalho
era repetitivo (uma única função o dia todo), o que tornava o serviço monótono,
entediando o trabalhador, e o exauria depressa ( por isso Ford instituiu as oito horas de
trabalho diário); em cadeia, pois assim que se parafusava o motor, vinha outro profissional
para conectar mangueiras, e só depois outro introduzia rodas e cobertura; dividido, como
é evidente no ditado popular se cada um fizer um pouco..., em que o serviço fica
fragmentado, garantindo a concentração do operário, mas também tirando sua noção
geral do processo de produção; e por fim contínuo.
A esteira de montagem tinha por objetivo evitar hesitações e atrasos no processo,
além disso facilitava o trabalho, permitindo que o funciomário se mantivesse imerso na
sua única etapa e gerando por si própria a sucessão da cadeia. O tempo para a
fabricação do carro efetivamente se reduziu de 750 minutos ou 12 horas e 30 minutos em
1913 – dados da Ford – para 93 minutos em 1914, com o emprego desse método.
A padronização dos materiais e ferramentas foi decisiva no tocante à
compatibilidade destes utensílios com as respectivas máquinas a serem fabricadas ou
consertadas. A queda do preço do automóvel pode ser anexada ao custo reduzido de
2/3 no andamento da produção.
Entretanto,o legado do Fordismo não se trata apenas de números e contabilidade.
“ Ele [Ford] estabeleceu a jornada de oito horas diárias, por 5 dólares ao dia, o que
na época significava dinheiro e tempo de lazer suficientes para o trabalhador suprir
todas as suas necessidades e até adiquirir um dos automóveis produzidos na
empresa. Iniciava-se, assim o que veio a se chamar era do consumismo: ṕrodução
em consumo em larga escala. E esse processo disseminou-se e atingiu quase
todos produtivos das sociedades industriais.”
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Vol. Único.
- 2ed.- São Paulo: Saraiva, 2010. p. 49.

Os princípios do Fordismo foram amplamente difundidos não apenas nos
Estados Unidos, mas em todo o mundo, tornando-se uma das bases da organização do
processo de produção nas indústrias durante muito tempo, e, embora de maneira
modificada, mantendo-se até hoje em muitos países. Considera-se por meio deste
também a responsabilidade do modelo de Ford sobre a formação da sociedade
contemporânea e a transição da cultura do trabalho para a cultura do consumo.
3.2

Just in Time

De qualquer forma e a despeito da contribuição do Fordismo para a solidificação
do setor industrial em “todo o planeta”, a partir da década de 50, em vias da Terceira
Revolução Industrial, o modelo introduzido por engenheiro-mecânico de uma modesta
empresa de automóveis japonesa passou a tomar o lugar do método de Ford nas
indústrias de 1º mundo. Acontece, neste período, que o destacamento de indústrias como
informática e robótica, as quais desenvolvem novas necessidades de logística e
fornecimento, bem como de mão-de-obra barata e surgem as empresas transnacionais e
novas formas de se trabalhar com o mercado consumidor.
Das décadas de 70 e 80 adiante, o funcionário automático, dócil e sem
criatividade não é mais produtivo, uma vez que o Toyotismo (por causa da empresa de
Toyoda, a Toyota) tornou imprescindível o remanejo da força de trabalho da acoplagem de
componentes em si, para a operação de equipamentos que graças ao avanço técnico já
tratam do trabalho braçal em justaposição ao humano. Também se aboli a propriedade do
funcionário ter uma tarefa específica: na nova empresa este deve estar pronto para
resolver qualquer problema e adaptar-se às diversas funções existentes.
Assim pode tornar-se essencial para uma fábrica ter um engenheiro que cuida de
programação eletrônica e análise de sistemas. Exerciam-se ainda estratégias como
motivação da competição, paradoxalmente ao trabalho de equipe, comprometimento,
treinamento e condecorações como emprego vitalício, remuneração por tempo de serviço
e participação nos lucros.
Aqui o trabalhador não sofre mais distinção de acordo com a função, mas sim é
integrado completamente a medida que necessita da instrução da diretoria e esta de seu
esforço intelectual e criativo. O autor americano David Harvey denominou essa fase em
seu livro Condição pós-moderna como pós-fordismo ou tempo do acúmulo de capital
flexível.
“O novo sistema de produção é mais flexível por atender aos pedidos à medida da
demanda, com planejamento a curto prazo. Ao contrário do Fordismo, são
privilegiados o trabalho em equipe, a descentralização da iniciativa, com maior
possibilidade de participação e decisão, além da necessidade de polivalência da
mão-de-obra, já que o trabalhador deve controlar várias máquinas ao mesmo
tempo.”
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires.
Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. São Paulo: Moderna, 2009. p.73.

Segundo o Just in time, uma das faces do Toyotismo, a fábrica que emprega esse
sistema ainda se sobressai na economia de estoque, comprando matérias-primas e
produzindo e organizando seu timing apenas o bastante para atender as pesquisas de
mercado. Atesta-se também o alto controle de qualidade sustentado pelo Toyotismo, que
usa táticas como a supervisão atenta de todas as etapas de produção e a valência das
pesquisas de mercado no intuito de adaptar os produtos as exigências do consumidor.
A economia visada não só seria totalmente adequada ao mercado japonês como
viria a ser imitada em todo o mundo quando a crise do petróleo viesse a assolá-lo nos
anos 70, devido à sua filosofia de produzir somente o suficiente (muitas vezes sobre
venda prévia) que permitiu ao sistema global reestabilizar o mecado através da economia
de matérias-primas e recursos logisticos.
Ao final dos anos 80, pudemos com certeza notar a reviravolta da economia
mundial. Embora alguns revéses depreciassem parte da filosofia de produção, como a
terceirização das empresas (reduzindo os custos de produção a função de fornecimento
de matérias-primas e distribuição), o aumento do desemprego em detrimento da procura
por trabalhadores qualificados da mesma forma o enfraquecimento dos sindicatos que por
sua vez conduziram a queda dos salários médios e a precarização da qualidade de
trabalho, o Toyotismo proporcionou um exponencial lucro por parte tanto das grandes
corporações e multinacionais como de empresas médias provenientes de países
subdesenvolvidos, além da constante inovação dos meios técnicos que avança
vorazmente.
4  Conclusão

Com certa depreciação do título em função do desnvolvimento da obra, a
presente dissertação declara ter seu propósito realizado com êxito. Em primeira instância
seria prodigioso analizar-se os dois modelos de produção subsequentes como faces
opostas da História do Século XX. O caráter reformador do Toyotismo já foi evidenciado
anteriormente, e se situa certamente como antítese total do modelo de Ford.
Trata-se das características fundamentais do embasamento de Toyoda como o
inverso econômico do método Ford:
I. O Fordismo proriza a compra em massa de matérias-primas, a estocagem
excessiva, a autosuficiência e o despejo (que deveria ser “racional” de
mercadorias no mercado. Enquanto a filosofia de Toyoda centraliza a
pesquisa de mercado, a produção sob medida e terceirização (faça-se vista
que o processo reduz os custos de transporte e mão-de-obra).
II. Ford pretendia reformular a sociedade conforme o consumo em massa, ao
passo que os fundamentos da Toyota buscavam se adequar ao novo
momento e condição social. Ambas disseminaram o conceito de coesão
social, a Ford com seu trabalho fragmentado e procedimento em cadeia e
Toyoda com as estratégias de competitividade e trabalho em equipe (exceto
pela polivalência, que cede autonomia ao funcionário).
III. A indústria automobilística viu seu auge na primeira metade do século,
tendo o setor de serviços e as novas indústrias dinâmicas tomado o lugar no
mercado mundial a partir dos anos 60. Estabelece-se desta forma a
sucessão de monopólios de mercado ao longo do século, e as razões que
sustentaram a Ford até o fim da Segunda Grande Guerra (o que é para fins
de comparação pois as fábricas de automóveis preservam-se são
formidáveis empreendimentos) como nível tecnológico adequado e
dinamismo satisfatório, e que lançaram o modelo Toyota nos anos 70, à
exemplo do bom recebimento do mercado enfraquecido, de sua política
liberal em relação aos empregados e das táticas condizentes com o
trabalhador qualificado e compometido do século XXI.
Quanto as decorrências dos métodos produtivos debatidos, temos a conformação
da sociedade contemporânea.
O hiperconsumismo já é realizado. A publicidade e as empresas usam a
teconologia crescente para incentivar a população, mas isto não precisa ser visto como “o
fim do mundo”. Há uma crença eminente de que a informatização constante e a cada vez
melhor qualificação do cliente termine por instruí-lo de maneira consciente, para que os
bens de consumo introduzidos em seu cotidiano sejam utilizados como simples meio para
atividades menos materiais, como comprar um tênis para exercitar-se (o que se
contrapõe-se a crítica do ócio), ou sair sexta-feira à noite pra jantar, ou recursos culturais (
cinema, teatro, shows de música), a fim de enriquecê-lo de formas positivas e humanas.
Outro ponto é a competitividade do mercado de trabalho e a questão do
desemprego. Não são necessariamente um problema. O trabalhador deve ter consciência
do que lhe é realmente saudável e produtivo. Considerações como excesso de trabalho
para ganhar uma promoção ou infelicidade profissional, bulling talvez... Devem ser
obstáculos vencidos com algumas sessões de terapia de grupo e inspiradora formação
como trabalhador, partindo-se da premissa de que exercer uma profissão que não lhe
agrada é apenas um entrave mínimo, solucionado com uma boa consciência de
identidade e um autêntico período de aprendizado escolar.
Além disso, os entusiastas do Marxismo devem ser retratar, pois os ideais
democráticos aliados ao consumismo tornam os fatores de lazer e conforto cada vez mais
acessíveis, em decorrência do trabalho de Ford pela queda do preço do bem produzido.
Diluiem-se as distinções sociais consoante as reformas do modelo Toyota conduzem seus
funcionários à realização profissional e ṕermitem que estes se valham do acúmulo de
moderada riqueza, desde que sejam ao menos comprometidos e instruídos.
Gostaria de finalizar comentando a significação da epígrafe de início:
“O passado serve para evidenciar as nossas falhas e dar­nos indicações para o 
progresso do futuro.”
É uma frase de Henry Ford retirada do site Pensador Uol. Resume o propósito de
todas as obras biográficas e dá sentido ao que faz-se aqui. Acertos e erros de Ford e
Toyoda podem ser corrigidos. A nova sociedade de consumo será repreenchida com
recentes descobertas da ciência que nem sabia-se que possuíam. O segredo do futuro é
essencialmente o trabalho. Não o trabalho exaustivo e alienado, na verdade é a forma de
trabalho que vem se instalando aos poucos e comovendo o meio social. Só o trabalho que
se conhece o fim e os métodos, e ainda se dá o propósito e o comprometimento de cada
um.
 5    Bibliografia
5.1 Sites de Consulta
http://www.brasilescola.com/geografia/toyotismo-acumulacao-flexivel.htm.
em 12 de Nov. 2013.

Acesso

http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/09/o-legado-deeiji-toyoda.html. Acesso 08 de Nov. 2013.
http://exame.abril.com.br/gestao/noticias/morre-eiji-toyoda-executivo-que-tornoutoyota-montadora. Acesso em 08 de Nov. 2013.
http://www.infoescola.com/biografias/henry-ford/. Acesso em 08 de Nov. 2013.
http://www.mundoeducacao.com/geografia/toyotismo.htm. Acesso em 12 de Nov.
2013.
http://www.onlinetb.com/tmjunior/news/empreendedorismo-de-henry-ford.
em 07 de Nov. 2013.

Acesso

http://www.slideshare.net/phpippe/toyotismo-primeira-parte. Acesso em 12 de Nov.
2013.
http://www.slideshare.net/SuperaInf/fordismo-8141878. Acesso em 11 de Nov.
2013.
pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford. Acesso em 07 de Nov. 2013.
www.suapesquisa.com/economia/toyotismo.htm. Acesso em 12 de Nov. 2013.

5.2   Livros de Consulta
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires.
Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. - São Paulo: Moderna, 2009.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Vol. Único. - 2ed. - São
Paulo: Saraiva, 2010.
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de e RIGOLIN, Tércio Barbosa.
Fronteiras da gobalização: o espaço geográfico globalizado. Vol. 2. - 1ed. - São
Paulo: Àtica, 2010.

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Análise da indústria do mundo globalizado quanto as técnicas ford e toyota

  • 1. Colégio Estadual “29 de Abril” Aluno: Gabriel Sousa Corrêa Ano: 2 Turma: B Disciplina: Geografia Professor(a): Simone ANÁLISE DA INDÚSTRIA DO MUNDO GLOBALIZADO QUANTO AS TÉCNICAS FORD E TOYOTA O que é Fordismo? Por que se tornou obsoleto no fim do século? Quem foi Eiji Toyoda? O quão decisivo pode ser o trabalho de um único operário em um processo produtivo? Vale a pena desprezar o potencial do seu colaborador em prol de números e estatísticas? Guaratuba 07/11/13
  • 2. “O   passado   serve   para   evidenciar   as   nossas  falhas e dar­nos indicações para o progresso do  futuro.” Henry Ford
  • 3. 1     Introdução O presente trabalho visa essencialmente esclarecer informações pertinentes à evolução do setor industrial contemporâneo. Retomando perspectivas localizadas a mais de um século, expôe-se as causas e os elos de acontecimentos que afetaram a economia mundial e as concepções de dois eminentes empresários por iniciar uma completa reinvenção do trabalho fabril. Por um lado temos o método de Henry Ford, calcado no mais eficiente raciocínio lógico e na mais revolucionária paixão empreendedora. É evidenciada a forma como o método supriu as necessidades econômicas do pricípio do século, a visão proletária do trabalhador alienado e como a mente por trás do maior empreendimento efetuado até o momento se digladiava com a antítese que existia entre melhorar a condição de vida e desfigurar a conciência da força de trabalho em simples máquina. A seguir, vê-se a necessidade de purificar essa forma alienada de trabalho, preservando seu rendimento sem que o operário (esta passa a ser um denominação obsoleta e não mais condizente) precise limitar-se a atividades mecânicas repetitivas ou a visão de mundo em que a realização e o contentamento se iniciam após o sinal das 6 horas. Em completa oposição ao Fordismo, Eiji Toyoda reforma o sistema industrial japonês com os ideais que hoje ministram as disciplinas de Administração como flexibilização da mão de obra e trabalho de equipe.
  • 4. 2     BIOGRAFIAS 2.1   A obra de Henry Ford (1863­1947) Ford trouxe sua fixação por mecânica da infância na fazenda de seu pai próxima a Detroit, no estado norte-americano de Michigan, quando então era responsável por reparos nas máquinas de moenda e tratores A vida na fazenda era difícil, exigia serviços pesados feitos à mão. Por causa disso, desde menino Ford já demonstrava o interesse em diminuir o trabalho manual com o uso de máquinas. No ano de 1875, com doze anos, o contato com um locomóvel a vapor o levou a estudar os carros automotores. Fazer observações no funcionamento dos equpamentos foi o meio que encontrou para desenvolver seu espírito inventivo e em pouco tempo (aos dezesseis) isso lhe rendeu o emprego em oficinas de respeito como a James F. Flower & Bros de Detroit. “Em 1886 seu pai lhe ofereceu 80 acres de terra, com mata fechada e uma pequena casa. Ford aceitou, operou uma serraria, vendeu tábuas e reparou motores aplicados às fazendas. A razão para seu retorno ao solo foi ter-se tornado noivo de Clara J. Bryant, filha de um fazendeiro vizinho, com quem acabou se casando. Construindo uma nova casa, Ford instalou uma oficina onde tentou construir um arado a vapor. Conseguiu fazer um trator a vapor com um motor de um cilindro, mas não podia fazer uma caldeira que fornecesse pressão suficiente sem que o motor ficasse muito pesado para o que visava. Desistiu de seu trator até que pudesse inventar um motor mais eficiente. Muitos tratores a vapor já existiam nesta época, mas o pensamento de Ford era na direção de um aparato simples, barato e econômico.” http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/ford.htm Luciano Antonio Gileno - RA 930148 Acesso em 08 de Nov. 2013. Foi logo nesse período que Ford constituiu família ao lado de Clara Jane Bryant (1865-1950) e se tornou pai de Edsel Bryant Ford (1893-1943). Por volta de 1890, Ford trabalhou como engenheiro maquinista na Edison Illuminating Company. Em 1893, após sua promoção ao cargo de Engenheiro Chefe, Ford passou a ter tempo e dinheiro para dedicar-se às suas experiências pessoais com motores a gasolina. Fundou Detroit Automobile Company, entre outras companhias que não obtiveram êxito finaceiro. Seu trabalho com o projetista Harold Willis foi um dos mais notórios, devido a atração por automóveis de velocidade, e resultou na montagem do carro 999, com o qual Barney Oldfield se tornou campeão, divulgando o carro. Certamente essa façanha auferiu o necessário para seu próximo e mais formidável investimento: a Ford Motor Company. Em 1908, resultado de grande pesquisa e aperfeiçoamento, chega ao mercado o famigerado Ford T ou Ford Bigode,o qual deve sua fama e logística diretamente ao anseio de produzir uma máquina barata e adequada ao consumidor, bem como a técnica da fabricação em série. Até o final da década Ford estaria no topo da lista da indústria automobilística, fundaria um hospital com seu nome, se candidataria a senador por seu estado Michigan e perderia e lançaria um livro de natureza confusa que gerou um atrito com a comunidade
  • 5. judaica: O Judeu Internacional, em que manifestava ideologia antissemita. Até a década de 30, a despeito da recaída da economia estadunidense, Ford havia conseguido popularidade por suas realizações revolucionárias na tecnologia, o salário-minimo diário de 5 dólares, seu ponto de vista original sobre a combinação campoindústria, seu prazer com as danças folclóricas, sua veneração por relíquias do passado americano que eram por ele colecionadas no Greenfield Village Museum, próximo a Detroit, e, seus modos democráticos. Durante esse período o magnata se envolveu com movimentos de candidatura a presidência e obras de caridade na Europa, inclusive as quais o levaram a encabeçar uma campanha no barco "Oscar II" para a Europa "para tirar os garotos das trincheiras pelo Natal". Seu círculo de amizades era composto de nomes como Thomas Edison, John Burroughs e Harvey Firestone, personalidades de repercussão nacional que sempre o acompanhavam em excursões e passeios de barco. Mas a Depressão também trouxe conflito e dissidências para Ford e seus companheiros de ramo: “Três elementos foram fundamentais nas mudanças que ocorreram com Ford. Primeiro sua política de trabalho, uma das marcas de seu "paternalismo feudal", que cessou devido às mudanças de época. A ascensão da United Automobile Workers como parte do Congress of Industrial Organizations (C.I.O.) levou a uma série de conflitos na indústria automotiva, e a Ford Motor Company foi eminente nas discussões. Ford teimosamente contestou as oficinas fechadas. Mais tarde, quando a administração Roosevelt estabeleceu as National Labor Relations, moveu uma vigorosa batalha judicial contra ela. Em 1941 perdeu sua luta na corte, e então a fábrica de Ford rendeu-se à C.I.O. Segundo, Ford estabeleceu dentro de sua companhia uma organização chamada de Ford Service Department, encabeçado por Harry B. Bennett, o qual exercia funções de policiar dentro da fábrica e dava a muitas operações da companhia uma má-reputação. Terceiro, quando a Segunda Guerra Mundial começou, Ford ainda exibia seu pacifismo inquestionável. Juntando-se a isolacionistas extremos, opuseram ajuda aos Aliados e aos Estados Unidos para entrar na guerra. Quando finalmente estes entraram na guerra, de qualquer modo, a Ford Motor Company cedeu e forneceu o suporte que o governo pretendia, e criou uma grande fábrica de aviões em Willow Run, Michigan.” http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/ford.htm Luciano Antonio Gileno - RA 930148 Acesso em 08 de Nov. 2013. Característica lastimável de sua personalidade no entanto, eram as más relações com seus empregados que o colocariam num tribunal de contas dos altos juízes norteamericanos, e lhe obrigariam a fazer um contrato em abril de 1941. Sua avançada idade o obrigou a abandonar a direção de suas empresas em 1.945. Henry Ford faleceu em 7 de abril, em Dearborn, deixando uma fortuna pessoal estimada entre 500 e 700 milhões de dólares e tendo doado parte de suas ações na Ford Motor Company à Fundação Ford, uma organização filantrópica sem fins lucrativos. Desde então sua personalidade é memorável por toda a cultura ocidental, precindindo qualquer contestação frankfurtiana de que seu trabalho tenha se resumido a incrementação do sistema industrial ou implantação de uma força de trabalho fragmentada.
  • 6. 2.2    A revolução de Toyoda (1913­2013) Foi o empresário japonês responsável por alavancar a indústria de sua terra natal no último século, mediante o emprego de sua inovadora forma de trabalho e relações de planejamento conhecida como Toyotismo. Estudou engenharia mecânica na Universidade Imperial de Tóquio, e nesse período (1933-1936) desenvolveu a grande parceria geradora da Toyota Motors Company com seu primo Kiichiro. Sobrinho de Saikichi Toyoda, fundador da tecelagem Toyoda Automatic Loom Works, Toyoda entrou na empresa em 1936. No ano seguinte, seu primo Kiichiro criou a Toyota Motor, divisão da empresa voltada para motores e convidou o engenheiro para trabalhar no chão de fábrica – promovendo-o a diretor em 1945. “Assumiu a presidência da companhia em 1967, ficando até 1982, quando assumiu a presidência do conselho, Eiji liderou o período mais importante de crescimento da montadora e teve um papel central na seleção e na colocação de líderes que criaram o sistema de gestão da empresa, de vendas e marketing, passando pelo desenvolvimento de produtos e relacionamento com os fornecedores além do já conhecido Sistema Toyota de Produção e o seu principal criador, Taiichi Ohno.” Revista Época José Roberto Ferro, 23/09/2013. Relata-se nos anais da economia mundial, que deve-se todo a genialidade do método Toyota a uma peregrinação de três meses ao complexo industrial da Ford de Rouge, em Detroit. Toyoda teria depreendido toda a eficiência da técnica do magnata, como veremos adiante, assim como suas falhas ao menosprezar o potencial criativo e de cooperação de seus trabalhadores e inviabilidade de aplicação em solo japonês, em virtude da produção em massa não encontrar matérias-primas e tampouco público consumidor. De volta o Japão, tornou seu desafio de carreira implementar o novo modelo de produção que supriria as deficiências da concorrência e lançaria a Toyota como maior montadora de carros da atualidade. O legado de Toyoda representa hoje um ideal reformador que vem sendo copiado não só por toda cadeia automotiva, mas por diversos outros tipos de empresas, de transformação em todos os setores até os serviços, de hospitais a bancos, até setores de governos em todo o mundo. Eiji Toyoda morreu de problemas cardíacos no mês de setembro deste presente ano. É por um lado lamentável que as maiores informações que este autor tenha agregado sobre ele estejam vinculados ao seu lado profissional e a noticiários de negócios (ver bibliografia) mas simultaneamente nos dá a dimensão do que se é capaz de fazer visualizando-se uma boa empreitada e um ideal digno, do que é possível quando se entrega de cabeça em um sonho ou uma proposição de liberdade (ver próxima secção).
  • 7. 3    OS MODELOS DE PRODUÇÃO 3.1 A mecânica de Ford Os primeiros automóveis eram lentos e semelhantes a carruagens, a exemplo do Ford T. Somente com o esforço mútuo dos alemães Benz e Daimler, produziram o motor de combustão interna que impulsionou a indústria automobilística no fim do século XIX. No princípio do século XX, o aperfeiçoamento contínuo do setor fabril e dos procedimentos científicos assim tinham evoluído de forma à proporcionar uma visão cada vez mais técnica ao trabalho. Na verdade, esse processo começou antes de Ford, com as publicações do engenheiro-mecânico Frederick Taylor Princípios de administração científica (por isso confunde-se Taylorismo e Fordismo) e Da divisão do trabalho social de Émile Durkheim. Taylor propunha em seu livro que o trabalho deveria organizar-se pela aplicação princípios científicos. A implicação prática da ideologia do engenheiro foi o surgimento do conceito de seleção e treinamento de empregados, o aumento da produção por meio do direcionamento das horas trabalhadas, divisão e parcelamento das tarefas, a introdução do método disciplinar (vigiar e punir, segundo Michel Foucault) e a mecanização dos processos de produção. Em 1914, durante o estopim que ebulicionava a Europa, Henry Ford reformava e aplicava os princípios de Taylor, visando a produção em série que atendeu a demanda crescente como a potência do motor : “A mesma intenção de aumentar a produção levou Henry Ford, também norteamericano [como Taylor], a introduzir a esteira da linha de montagem e o processo de padronização ou estandardização da produção em série na sua fábrica de automóveis. O parcelamento das tarefas reduz a atividade a gestos mínimos o que aumenta a produção de maneira incrível, mas também transforma o trabalho em 'migalhas': cada operário produz apenas uma parte do produto.” ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. São Paulo: Moderna, 2009. p.72. Tais medidas exigiam supervisão e planejamento para manter o controle sobre a execução de tarefas, o que teve solução na criação de um setor próprio para administrar a empresa e logo intituiu-se uma industria hierárquica. Com Ford e Taylor, as ordens passaram a vir de cima e a função do trabalhador industrial foi segregada entre mental e braçal, conforme a máxima do engenheiro: Pensar é o trabalho mais difícil que existe, e esta é provavelmente a razão de por que tão poucos se dedicam a ele. Deixando de lado a crítica social, existem alguns pontos que dão sobriedade e essência ao método de Ford. Estes eram os princípios do Fordismo que justificavam ou permitiam a superprodução e a auto-suficiência do método em si: 1. Intensificação:Diminuir o tempo de fabricação através do emprego imediato de matéria-prima (a Ford chegou a comportar sua própria siderúrgica), cronometragem da montagem de peças e inserção instantãnea do produto no mercado. 2. Economia: consiste em racionar os custos de estoque e transporte para flexibilizar o preço do carro (o Ford T deixou seus 850 de lançamento para
  • 8. auferir figurativos 500 dólares em 1913). 3. Produtividade: é a essência do projeto de Ford, estreitar o tempo em que cada funcionário cumpre sua fase do processo por meio da especialização, da linha de montagem e da remuneração e recompensa (coisas tipo empregado do mês e hora-extra). Já as características do trabalho na Ford podem ser assim elucidadas: o trabalho era repetitivo (uma única função o dia todo), o que tornava o serviço monótono, entediando o trabalhador, e o exauria depressa ( por isso Ford instituiu as oito horas de trabalho diário); em cadeia, pois assim que se parafusava o motor, vinha outro profissional para conectar mangueiras, e só depois outro introduzia rodas e cobertura; dividido, como é evidente no ditado popular se cada um fizer um pouco..., em que o serviço fica fragmentado, garantindo a concentração do operário, mas também tirando sua noção geral do processo de produção; e por fim contínuo. A esteira de montagem tinha por objetivo evitar hesitações e atrasos no processo, além disso facilitava o trabalho, permitindo que o funciomário se mantivesse imerso na sua única etapa e gerando por si própria a sucessão da cadeia. O tempo para a fabricação do carro efetivamente se reduziu de 750 minutos ou 12 horas e 30 minutos em 1913 – dados da Ford – para 93 minutos em 1914, com o emprego desse método. A padronização dos materiais e ferramentas foi decisiva no tocante à compatibilidade destes utensílios com as respectivas máquinas a serem fabricadas ou consertadas. A queda do preço do automóvel pode ser anexada ao custo reduzido de 2/3 no andamento da produção. Entretanto,o legado do Fordismo não se trata apenas de números e contabilidade. “ Ele [Ford] estabeleceu a jornada de oito horas diárias, por 5 dólares ao dia, o que na época significava dinheiro e tempo de lazer suficientes para o trabalhador suprir todas as suas necessidades e até adiquirir um dos automóveis produzidos na empresa. Iniciava-se, assim o que veio a se chamar era do consumismo: ṕrodução em consumo em larga escala. E esse processo disseminou-se e atingiu quase todos produtivos das sociedades industriais.” TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Vol. Único. - 2ed.- São Paulo: Saraiva, 2010. p. 49. Os princípios do Fordismo foram amplamente difundidos não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo, tornando-se uma das bases da organização do processo de produção nas indústrias durante muito tempo, e, embora de maneira modificada, mantendo-se até hoje em muitos países. Considera-se por meio deste também a responsabilidade do modelo de Ford sobre a formação da sociedade contemporânea e a transição da cultura do trabalho para a cultura do consumo.
  • 9. 3.2 Just in Time De qualquer forma e a despeito da contribuição do Fordismo para a solidificação do setor industrial em “todo o planeta”, a partir da década de 50, em vias da Terceira Revolução Industrial, o modelo introduzido por engenheiro-mecânico de uma modesta empresa de automóveis japonesa passou a tomar o lugar do método de Ford nas indústrias de 1º mundo. Acontece, neste período, que o destacamento de indústrias como informática e robótica, as quais desenvolvem novas necessidades de logística e fornecimento, bem como de mão-de-obra barata e surgem as empresas transnacionais e novas formas de se trabalhar com o mercado consumidor. Das décadas de 70 e 80 adiante, o funcionário automático, dócil e sem criatividade não é mais produtivo, uma vez que o Toyotismo (por causa da empresa de Toyoda, a Toyota) tornou imprescindível o remanejo da força de trabalho da acoplagem de componentes em si, para a operação de equipamentos que graças ao avanço técnico já tratam do trabalho braçal em justaposição ao humano. Também se aboli a propriedade do funcionário ter uma tarefa específica: na nova empresa este deve estar pronto para resolver qualquer problema e adaptar-se às diversas funções existentes. Assim pode tornar-se essencial para uma fábrica ter um engenheiro que cuida de programação eletrônica e análise de sistemas. Exerciam-se ainda estratégias como motivação da competição, paradoxalmente ao trabalho de equipe, comprometimento, treinamento e condecorações como emprego vitalício, remuneração por tempo de serviço e participação nos lucros. Aqui o trabalhador não sofre mais distinção de acordo com a função, mas sim é integrado completamente a medida que necessita da instrução da diretoria e esta de seu esforço intelectual e criativo. O autor americano David Harvey denominou essa fase em seu livro Condição pós-moderna como pós-fordismo ou tempo do acúmulo de capital flexível. “O novo sistema de produção é mais flexível por atender aos pedidos à medida da demanda, com planejamento a curto prazo. Ao contrário do Fordismo, são privilegiados o trabalho em equipe, a descentralização da iniciativa, com maior possibilidade de participação e decisão, além da necessidade de polivalência da mão-de-obra, já que o trabalhador deve controlar várias máquinas ao mesmo tempo.” ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. São Paulo: Moderna, 2009. p.73. Segundo o Just in time, uma das faces do Toyotismo, a fábrica que emprega esse sistema ainda se sobressai na economia de estoque, comprando matérias-primas e produzindo e organizando seu timing apenas o bastante para atender as pesquisas de mercado. Atesta-se também o alto controle de qualidade sustentado pelo Toyotismo, que usa táticas como a supervisão atenta de todas as etapas de produção e a valência das pesquisas de mercado no intuito de adaptar os produtos as exigências do consumidor. A economia visada não só seria totalmente adequada ao mercado japonês como viria a ser imitada em todo o mundo quando a crise do petróleo viesse a assolá-lo nos anos 70, devido à sua filosofia de produzir somente o suficiente (muitas vezes sobre venda prévia) que permitiu ao sistema global reestabilizar o mecado através da economia
  • 10. de matérias-primas e recursos logisticos. Ao final dos anos 80, pudemos com certeza notar a reviravolta da economia mundial. Embora alguns revéses depreciassem parte da filosofia de produção, como a terceirização das empresas (reduzindo os custos de produção a função de fornecimento de matérias-primas e distribuição), o aumento do desemprego em detrimento da procura por trabalhadores qualificados da mesma forma o enfraquecimento dos sindicatos que por sua vez conduziram a queda dos salários médios e a precarização da qualidade de trabalho, o Toyotismo proporcionou um exponencial lucro por parte tanto das grandes corporações e multinacionais como de empresas médias provenientes de países subdesenvolvidos, além da constante inovação dos meios técnicos que avança vorazmente.
  • 11. 4  Conclusão Com certa depreciação do título em função do desnvolvimento da obra, a presente dissertação declara ter seu propósito realizado com êxito. Em primeira instância seria prodigioso analizar-se os dois modelos de produção subsequentes como faces opostas da História do Século XX. O caráter reformador do Toyotismo já foi evidenciado anteriormente, e se situa certamente como antítese total do modelo de Ford. Trata-se das características fundamentais do embasamento de Toyoda como o inverso econômico do método Ford: I. O Fordismo proriza a compra em massa de matérias-primas, a estocagem excessiva, a autosuficiência e o despejo (que deveria ser “racional” de mercadorias no mercado. Enquanto a filosofia de Toyoda centraliza a pesquisa de mercado, a produção sob medida e terceirização (faça-se vista que o processo reduz os custos de transporte e mão-de-obra). II. Ford pretendia reformular a sociedade conforme o consumo em massa, ao passo que os fundamentos da Toyota buscavam se adequar ao novo momento e condição social. Ambas disseminaram o conceito de coesão social, a Ford com seu trabalho fragmentado e procedimento em cadeia e Toyoda com as estratégias de competitividade e trabalho em equipe (exceto pela polivalência, que cede autonomia ao funcionário). III. A indústria automobilística viu seu auge na primeira metade do século, tendo o setor de serviços e as novas indústrias dinâmicas tomado o lugar no mercado mundial a partir dos anos 60. Estabelece-se desta forma a sucessão de monopólios de mercado ao longo do século, e as razões que sustentaram a Ford até o fim da Segunda Grande Guerra (o que é para fins de comparação pois as fábricas de automóveis preservam-se são formidáveis empreendimentos) como nível tecnológico adequado e dinamismo satisfatório, e que lançaram o modelo Toyota nos anos 70, à exemplo do bom recebimento do mercado enfraquecido, de sua política liberal em relação aos empregados e das táticas condizentes com o trabalhador qualificado e compometido do século XXI. Quanto as decorrências dos métodos produtivos debatidos, temos a conformação da sociedade contemporânea. O hiperconsumismo já é realizado. A publicidade e as empresas usam a teconologia crescente para incentivar a população, mas isto não precisa ser visto como “o fim do mundo”. Há uma crença eminente de que a informatização constante e a cada vez melhor qualificação do cliente termine por instruí-lo de maneira consciente, para que os bens de consumo introduzidos em seu cotidiano sejam utilizados como simples meio para atividades menos materiais, como comprar um tênis para exercitar-se (o que se contrapõe-se a crítica do ócio), ou sair sexta-feira à noite pra jantar, ou recursos culturais ( cinema, teatro, shows de música), a fim de enriquecê-lo de formas positivas e humanas. Outro ponto é a competitividade do mercado de trabalho e a questão do desemprego. Não são necessariamente um problema. O trabalhador deve ter consciência do que lhe é realmente saudável e produtivo. Considerações como excesso de trabalho
  • 12. para ganhar uma promoção ou infelicidade profissional, bulling talvez... Devem ser obstáculos vencidos com algumas sessões de terapia de grupo e inspiradora formação como trabalhador, partindo-se da premissa de que exercer uma profissão que não lhe agrada é apenas um entrave mínimo, solucionado com uma boa consciência de identidade e um autêntico período de aprendizado escolar. Além disso, os entusiastas do Marxismo devem ser retratar, pois os ideais democráticos aliados ao consumismo tornam os fatores de lazer e conforto cada vez mais acessíveis, em decorrência do trabalho de Ford pela queda do preço do bem produzido. Diluiem-se as distinções sociais consoante as reformas do modelo Toyota conduzem seus funcionários à realização profissional e ṕermitem que estes se valham do acúmulo de moderada riqueza, desde que sejam ao menos comprometidos e instruídos. Gostaria de finalizar comentando a significação da epígrafe de início: “O passado serve para evidenciar as nossas falhas e dar­nos indicações para o  progresso do futuro.” É uma frase de Henry Ford retirada do site Pensador Uol. Resume o propósito de todas as obras biográficas e dá sentido ao que faz-se aqui. Acertos e erros de Ford e Toyoda podem ser corrigidos. A nova sociedade de consumo será repreenchida com recentes descobertas da ciência que nem sabia-se que possuíam. O segredo do futuro é essencialmente o trabalho. Não o trabalho exaustivo e alienado, na verdade é a forma de trabalho que vem se instalando aos poucos e comovendo o meio social. Só o trabalho que se conhece o fim e os métodos, e ainda se dá o propósito e o comprometimento de cada um.
  • 13.  5    Bibliografia 5.1 Sites de Consulta http://www.brasilescola.com/geografia/toyotismo-acumulacao-flexivel.htm. em 12 de Nov. 2013. Acesso http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/09/o-legado-deeiji-toyoda.html. Acesso 08 de Nov. 2013. http://exame.abril.com.br/gestao/noticias/morre-eiji-toyoda-executivo-que-tornoutoyota-montadora. Acesso em 08 de Nov. 2013. http://www.infoescola.com/biografias/henry-ford/. Acesso em 08 de Nov. 2013. http://www.mundoeducacao.com/geografia/toyotismo.htm. Acesso em 12 de Nov. 2013. http://www.onlinetb.com/tmjunior/news/empreendedorismo-de-henry-ford. em 07 de Nov. 2013. Acesso http://www.slideshare.net/phpippe/toyotismo-primeira-parte. Acesso em 12 de Nov. 2013. http://www.slideshare.net/SuperaInf/fordismo-8141878. Acesso em 11 de Nov. 2013. pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford. Acesso em 07 de Nov. 2013. www.suapesquisa.com/economia/toyotismo.htm. Acesso em 12 de Nov. 2013. 5.2   Livros de Consulta ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. Vol. Ùnico. - 4ed. - São Paulo: Moderna, 2009. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Vol. Único. - 2ed. - São Paulo: Saraiva, 2010. ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de e RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da gobalização: o espaço geográfico globalizado. Vol. 2. - 1ed. - São Paulo: Àtica, 2010.