1. SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA
PROFº LUIZ AUGUSTO BUENO
ALUNA: EVANEIDE MARIA DA SILVA CHAPRÃO
ANDRADE, Sérgio. SAÚDE VIOLÊNCIA E GRAÇA: a missão integral e os desafios
para a Igreja. Org. Diaconia. Minas Gerais: Editora Ultimato, 2003.
Valdenio Pessoa relata em seu texto A aliança com Jesus e a pratica da justiça, os
fatos que envolvem e abala a fé e a esperança do nosso povo, fazendo uma comparação
com o ambiente que estava inserido o profeta Jeremias, que em meio às dificuldades do seu
tempo, procurou orientar o povo (Jm 30 -31). Jeremias gostaria um povo livre, alegre e que
pudesse observar a aliança com Javé, onde todos possam ter tudo em comum e não para
sua própria glória. Uma comunidade que o conhecimento de Deus e a experiência com ele,
são privilégio de todos e não só de alguns. Onde todos observam a Lei e conseqüentemente
haverá um equilíbrio perfeito entre amor e a Lei. Estas são as características do sonho de
Jeremias. Para a realização do mesmo, o povo necessariamente não precisava de um rei,
mas sim de um Deus que realizar-se este sonho.
Deus sempre será o centro de toda a esperança. Ele é o autor da história e convida a
todos a mudar o mundo. Sair da condição em que vivemos para assumir um futuro de
responsabilidade diante de Deus. Devemos manter a nossa esperança sem perder a nossa
visão de um futuro melhor sem injustiças.
Delâine Melo, relata em seu texto Violência e paz: há esperança! Que a temática
da violência vem se agravando por diversos fatores sociais, culturais e econômicos. A
violência na família é considerada pelo Ministério da Saúde como problema de saúde
pública e é uma das formas mais evidente de violência. Para que esse quadro mude,
precisamos estabelecer uma cultura de paz na sociedade. Assim como a guerra, a paz deve
2. nascer na mente e no coração do homem. Precisamos revelar valores, atitudes,
comportamentos e estilos de vida saudáveis, “A paz somente surgirá se a humanidade
concordar em viver em paz”. Devemos quebrar paradigmas, deixando de lado a expressão
de que nada podemos fazer e que o problema é exclusivamente do governo e não nosso. A
Igreja tem tudo haver, pois ela deve trabalhar o homem como um todo. Deverá está
inserida no contexto social de sua comunidade atendendo suas necessidades básicas, isso
não é missão do governo, mas é a missão de Deus. “Assim, a Igreja fará diferença na vida
da comunidade e representará a expressão visível do reino de Deus no mundo cumprindo a
determinação de Jesus o nosso modelo”.
A violência contra a mulher tem se tornado cada vez maior. Mudar muitas vezes
parece difícil, mas não é impossível. Diante de certas situações o individuo se vê perante
três alternativas: a primeira não romper e nem mudar, segunda romper, não é fácil, mas às
vezes é a única maneira de sobrevivência e a terceira seria não romper, mas tentar mudar,
essa atitude nem sempre dá certo, pois o outro lado deve estar disposto a mudar.
Muitas mulheres percebem o ato de violência, mas não procura reverter essa
situação. A psicologia nos ajuda a entender as razões pela qual elas resistem e não
denunciam:
- A maternidade é uma das razões. O apego com os filhos e a responsabilidades com eles
dificultam na denuncia.
- A sensação de desamparo. Algumas mulheres dependem economicamente de seus
parceiros violentos.
- Baixa auto-estima. Sente-se incapaz e não tem confiança em si mesmo.
- Afetividade. Elas cedem sexualmente com a esperança de que o parceiro mude.
A mulher precisa perceber que é capaz de assumir o rumo de sua própria vida não o
deixando que o outro a determine.
3. Como Igreja “corpo de Cristo” temos uma grande responsabilidade, estamos
inseridos numa sociedade e devemos contribuir para a promoção de mudanças em nosso
meio. O texto de Habacuque 1.2-4 nos revela que através da oração é que revelamos quem
realmente somos e desejamos. Dependemos da ação de Deus para que possamos ver e agir
em favor do próximo e das injustiças que tanto nos aflige e conseqüentemente transformar
o futuro. O profeta é um denunciador das injustiças e confrontador de compromissos e
despertador de sonhos. No capitulo 2 ele expressa “o justo viverá pela fé” (Hc 2.4)
precisamos evidenciar esta fé e proclamar a paz possibilitando a construção de
relacionamentos e reconhecendo as diversidades pessoais, comunitárias e denominacionais.
Como Igreja precisamos incentivar a pratica de reflexões por uma cultura de paz e uma
identidade cultural que permita as “expressões de fé para que a voz de Habacuque
permaneça ecoando entre nós”.
A Igreja deve dar conta de todos os aspectos da vida humana, do material ao
espiritual sem exclusões, esta é a origem da missão integral. A responsabilidade cristã é
tanto social como evangelística. A ação evangelizadora da igreja é parte de sua
responsabilidade social. Jesus em atividade ministerial as palavras e ações sempre andaram
juntas, palavras sem ação não tem credibilidade. Precisamos ser sal e luz do mundo. “Não
é possível, portanto ser sal da terra e luz do mundo sem compromisso com o mundo. E esse
compromisso não pode ser reduzido à mera proclamação, por mais importante que ela
seja”.
Devemos imitar o exemplo de Jesus exalar suas ações e atitudes. O próprio Jesus
afirma: “Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim
chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento. (Mc 2.17). A igreja necessita
de uma ação integral urgentemente, sejamos cidadãos do reino em deixarmos de serem
cidadãos do mundo.