1) A surucucu é a maior serpente venenosa das Américas, podendo chegar a 4,5 metros de comprimento, e encontrada na América Central e América do Sul.
2) Se alimenta à noite de pequenos animais, identificando o calor de suas presas através de uma membrana sensível ao calor entre suas narinas e olhos.
3) Seu veneno neurotóxico é extremamente letal para humanos, exigindo tratamento médico imediato em caso de picada.
1. Lachesis muta (Surucucu)
A surucucu (Lachesis muta) é a maior serpente venenosa do continente
americano e uma das maiores do mundo, pertence à família das Veperidae e à
ordem Squamata. Este animal pode atingir até 4,5m de comprimento e suas
presas medem 3,5cm.
Seu corpo é marrom e marcado com formas que lembram losangos marrom-
escuros, revestidos por faixas esverdeadas. Sua cauda não tem guizos, como
a cascavel, mas é capaz de emitir um determinado som, esfregando contra a
folhagem um pequeno osso (parecido com uma espinha) que possui no
extremo da cauda. Assim, como a cascavel, a surucucu também dá sinal de
que está incomodada por terem invadido seu território.
Esta serpente é encontrada na América central e na América do sul, nas
florestas úmidas. Normalmente se alimenta, à noite, de pequenos animais e
roedores como ratos. A surucucu é capaz de identificar o calor dos animais que
caça, assim sendo, segue o rastro térmico de suas presas. Este acurado
sensor de calor é a membrana que reveste internamente as fossetas loreais
(orifícios entre as narinas e os olhos).
No Brasil, é encontrada nos estados do norte, na mata atlântica dos estados do
nordeste, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Também encontrada no Vale
do Rio Doce (na divisa de Minas gerais com o Espírito Santo). Dependendo da
região, pode ser conhecida como bico-de-jaca, surucutinga, surucucu ou
surucucu-de-fogo. O encontro entre homens e surucucus se dá habitualmente
na beira de regiões que estão sendo desmatadas e na beira dos rios.
O comportamento da surucucu é agressivo e ela é capaz de dar um bote com
aproximadamente um terço do tamanho do seu corpo. De outubro a março é
que ocorre seu período de reprodução. Este animal põe ovos e o tempo de
incubação é de 76 a 79 dias (em cativeiro).
É raro o encontro desta serpente com o ser humano (graças ao baixo número
de gente no habitat natural deste animal), mas quando picado por uma
surucucu, o homem apresenta o seguinte quadro: queda na pressão arterial,
inchaço e dor no local da picada, diminuição da freqüência cardíaca, alteração
de visão, sangramentos na gengiva, pele e urina, vômito, diarréia, necrose e
insuficiência renal. O veneno da surucucu, de ação neurotóxica, é
2. extremamente letal, deve-se procurar rapidamente ajuda médica no caso de
um acidente. O soro utilizado contra a picada desta serpente é o
antilaquésico/antibotrópico laquésico.
Comportamento de defesa: Como outros viperídeos, essa serpente desfere o
bote como defesa para picar. Também faz o “S” com a parte anterior do corpo,
posicionando-se de frente para o observador, além de vibrar a cauda no chão.
Sua coloração críptica a torna camuflada, especialmente quando se encontra
no chão da floresta.
Surucucu-pico-de-jaca (Lachesismuta). Foto por Paulo S. Bernarde
BERNARDE, S.P, A surucucu-pico-de-jaca (Lachesismuta), disponível em
http://www.herpetofauna.com.br/Lachesis.htm , acesso: 06/05/2014
PACIEVITCH, T., Surucucu, disponível em
http://www.infoescola.com/repteis/surucucu/,acesso: 06/05/2014