SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Geografia Cultural
Professora: Gi
Acadêmicos: Paniagua, Rodrigues
Estatuto da criança e do adolescente
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15
(quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.
 O texto tem como foco a questão da educação de adulto nos dias de hoje.
(...) todo formador precisa conhecer melhor o que foi formador em sua própria
história de vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 345)
 A instabilidade ambiente, a perda de referências culturais, a rapidez da
emergência das novas tecnologias obrigam a uma espécie de reconversão
das bases educativas nas quais se fundam as histórias de vida. (Idem, 2006,
p. 345)
 Nós estaremos, em todo o caso, diante de confrontos entre gerações que, por
causa de suas divergências biográficas, podem ter dificuldade de se
reconhecer mutuamente. (Idem, 2006, p. 345)
 Contrariamente a seus antecessores, que precisavam se opor à rigidez das
normas de sua educação e encontravam a duras penas uma autonomia maior,
os jovens não têm mais necessidade, verdadeiramente, de contestar as
opções que seus pais projetaram para seu futuro. Em contrapartida, eles têm a
obrigação de descobrir uma via mais pessoal, de aceitar as rupturas e de
aprender a incerteza. Sua formação não é mais dominada por uma busca pela
independência, ela é, sobretudo, mobilizada por uma preocupação pela
estabilidade. Em vez de rejeitar um futuro que outros quisessem construir por
eles, estes têm de encontrar por si mesmos o que lhes corresponde, num
mundo cheio de surpresas, sacudido entre o sucesso dos heróis e a
marginalidade dos excluídos. (DOMINICÉ, 2006, p. 347)
 A biografia do adulto se constrói, com efeito, em um ambiente social no qual o
fator econômico desempenha, em nossos dias, um papel preponderante. Não
é, pois, surpreendente que o horizonte biográfico seja incitado a se modificar.
A cronologia de uma vida balizada por etapas inscritas na organização social,
como aquela do tempo da formação profissional, do primeiro emprego ou da
idade da aposentadoria, dá lugar a uma existência submetida a escolhas
cada vez mais complexas e cujo arranjo se faz de maneira mais aleatória. Os
diplomas não garantem mais o acesso a um posto de trabalho. (DOMINICÉ,
2006, p. 347)
 Outras transformações sociais modificam o curso da vida.
Migração ou imigração
 Os deslocamentos geográficos, cada vez mais numerosos em nossos dias, que
ocorrem durante o período compreendido pela infância e pela vida adulta,
modificam a própria socialização. Eles necessitam de fases de reinserção que
desestabilizam muitos adultos e os tornam mais estrangeiros em um meio que
permanece, entretanto, o seu. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
Instabilidade política mundial
 Diante da violência, da mortandade ou da miséria, como ficar insensível?
Que esperança nutrir, a que valores se apegar, que forma de solidariedade
inventar? Essas questões estão presentes, ainda que não sejam
explicitamente abordadas, é a mídia, que mantém a opinião pública em
alerta, encarrega-se de lembrá-las. De modo geral, a interpretação que os
adultos fazem dessa efervescência política ressoa sobre o sentido que eles
dão à sua vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
 De maneira geral, atualmente, os adultos assumem como podem as
contradições que habitam suas vidas. Porém, muitos dentre eles querem
tentar se defender para fazer face à precariedade e à insegurança. Eles serão
principalmente atraídos e tranqüilizados pela conformidade, o que explica o
retorno massivo dos fundamentalismos. Suas escolhas de vida serão
igualmente objeto de tensões entre posições divergentes como, por exemplo,
a manutenção de um bem-estar material e impulsos de maior generosidade.
Algumas vezes, ocorre que as simpatias mudem de campo, dando lugar à
indiferença ou até mesmo à intolerância e ao racismo. Em todo caso, a
atitude crescente de defesa parece corresponder a uma forma de se
simplificar a vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
 Minha exposição tenta indicar uma tendência geral. É bem evidente que a
noção de geração merece nuances. As distinções não são sempre definidas.
Muitos jovens continuam a se inspirar fortemente nos modelos de vida que
foram os de seus pais, outros se submetem sem dificuldade às normas de seu
convívio social. Além disso, há todos os marginais e excluídos que não
conseguem evitar que sua vida seja enredada pelo desvio. Todavia, é
importante reconhecer os signos visíveis de reorganização de percurso de
vida das novas gerações. (DOMINICÉ, 2006, p. 349)
 Nós não temos nada além de nossa
educação para saber melhor ao que nos
apegamos verdadeiramente. (DOMINICÉ,
2006, p. 356)
DOMINICÉ, Pierre. A formação de adultos confrontada pelo imperativo
biográfico. Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, 2006. disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/ep/v32n2/a10v32n2>. Acesso em:
27/05/2017.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a valert2.pptx

Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rbaPaper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
citacoesdosprojetos
 
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
cintia santos
 

Semelhante a valert2.pptx (20)

TCC - Migrantes no Contexto Escolar
TCC - Migrantes no Contexto EscolarTCC - Migrantes no Contexto Escolar
TCC - Migrantes no Contexto Escolar
 
Eletiva
EletivaEletiva
Eletiva
 
Slideaula gleiva
Slideaula gleivaSlideaula gleiva
Slideaula gleiva
 
Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rbaPaper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
Paper de isaurora cláudia martins de freitas na rba
 
Ee juventude bloqueada (i) publico_18.05.17
Ee juventude bloqueada (i) publico_18.05.17Ee juventude bloqueada (i) publico_18.05.17
Ee juventude bloqueada (i) publico_18.05.17
 
Ensino Superior e Diversidade Etnocultural: as açoes afirmativas
Ensino Superior e Diversidade Etnocultural: as açoes afirmativasEnsino Superior e Diversidade Etnocultural: as açoes afirmativas
Ensino Superior e Diversidade Etnocultural: as açoes afirmativas
 
Adolescência
AdolescênciaAdolescência
Adolescência
 
Conceitos velhice e terceira idade-1-pb
Conceitos velhice e terceira idade-1-pbConceitos velhice e terceira idade-1-pb
Conceitos velhice e terceira idade-1-pb
 
Construir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do RealConstruir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do Real
 
Carlos Henrique Dos Santos
Carlos Henrique Dos SantosCarlos Henrique Dos Santos
Carlos Henrique Dos Santos
 
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
02 mod i diversidade parte1 texto semana 1 diversidade
 
Guião de educação género e cidadania - pré-escolar
Guião de educação   género e cidadania - pré-escolarGuião de educação   género e cidadania - pré-escolar
Guião de educação género e cidadania - pré-escolar
 
Pertença à OFS
Pertença à OFSPertença à OFS
Pertença à OFS
 
Pertença à OFS
Pertença à OFSPertença à OFS
Pertença à OFS
 
Artigo: Ler ou não ler: Esta é a questão?
Artigo:  Ler ou não ler: Esta é a questão?Artigo:  Ler ou não ler: Esta é a questão?
Artigo: Ler ou não ler: Esta é a questão?
 
Projeto o que significa ser jovem
Projeto o que significa ser jovemProjeto o que significa ser jovem
Projeto o que significa ser jovem
 
True (1)
True (1)True (1)
True (1)
 
Montaigne, símbolo e referencial para uma geração nova
Montaigne, símbolo e referencial para uma geração novaMontaigne, símbolo e referencial para uma geração nova
Montaigne, símbolo e referencial para uma geração nova
 
Adolescência e família
Adolescência e famíliaAdolescência e família
Adolescência e família
 
O aluno e a sala de aula virtual
O aluno e a sala de aula virtualO aluno e a sala de aula virtual
O aluno e a sala de aula virtual
 

Último

SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
andrenespoli3
 

Último (20)

SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 

valert2.pptx

  • 2. Estatuto da criança e do adolescente Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013. § 1o Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.
  • 3.
  • 4.
  • 5.  O texto tem como foco a questão da educação de adulto nos dias de hoje. (...) todo formador precisa conhecer melhor o que foi formador em sua própria história de vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 345)  A instabilidade ambiente, a perda de referências culturais, a rapidez da emergência das novas tecnologias obrigam a uma espécie de reconversão das bases educativas nas quais se fundam as histórias de vida. (Idem, 2006, p. 345)  Nós estaremos, em todo o caso, diante de confrontos entre gerações que, por causa de suas divergências biográficas, podem ter dificuldade de se reconhecer mutuamente. (Idem, 2006, p. 345)
  • 6.  Contrariamente a seus antecessores, que precisavam se opor à rigidez das normas de sua educação e encontravam a duras penas uma autonomia maior, os jovens não têm mais necessidade, verdadeiramente, de contestar as opções que seus pais projetaram para seu futuro. Em contrapartida, eles têm a obrigação de descobrir uma via mais pessoal, de aceitar as rupturas e de aprender a incerteza. Sua formação não é mais dominada por uma busca pela independência, ela é, sobretudo, mobilizada por uma preocupação pela estabilidade. Em vez de rejeitar um futuro que outros quisessem construir por eles, estes têm de encontrar por si mesmos o que lhes corresponde, num mundo cheio de surpresas, sacudido entre o sucesso dos heróis e a marginalidade dos excluídos. (DOMINICÉ, 2006, p. 347)
  • 7.  A biografia do adulto se constrói, com efeito, em um ambiente social no qual o fator econômico desempenha, em nossos dias, um papel preponderante. Não é, pois, surpreendente que o horizonte biográfico seja incitado a se modificar. A cronologia de uma vida balizada por etapas inscritas na organização social, como aquela do tempo da formação profissional, do primeiro emprego ou da idade da aposentadoria, dá lugar a uma existência submetida a escolhas cada vez mais complexas e cujo arranjo se faz de maneira mais aleatória. Os diplomas não garantem mais o acesso a um posto de trabalho. (DOMINICÉ, 2006, p. 347)
  • 8.  Outras transformações sociais modificam o curso da vida. Migração ou imigração  Os deslocamentos geográficos, cada vez mais numerosos em nossos dias, que ocorrem durante o período compreendido pela infância e pela vida adulta, modificam a própria socialização. Eles necessitam de fases de reinserção que desestabilizam muitos adultos e os tornam mais estrangeiros em um meio que permanece, entretanto, o seu. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
  • 9. Instabilidade política mundial  Diante da violência, da mortandade ou da miséria, como ficar insensível? Que esperança nutrir, a que valores se apegar, que forma de solidariedade inventar? Essas questões estão presentes, ainda que não sejam explicitamente abordadas, é a mídia, que mantém a opinião pública em alerta, encarrega-se de lembrá-las. De modo geral, a interpretação que os adultos fazem dessa efervescência política ressoa sobre o sentido que eles dão à sua vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
  • 10.  De maneira geral, atualmente, os adultos assumem como podem as contradições que habitam suas vidas. Porém, muitos dentre eles querem tentar se defender para fazer face à precariedade e à insegurança. Eles serão principalmente atraídos e tranqüilizados pela conformidade, o que explica o retorno massivo dos fundamentalismos. Suas escolhas de vida serão igualmente objeto de tensões entre posições divergentes como, por exemplo, a manutenção de um bem-estar material e impulsos de maior generosidade. Algumas vezes, ocorre que as simpatias mudem de campo, dando lugar à indiferença ou até mesmo à intolerância e ao racismo. Em todo caso, a atitude crescente de defesa parece corresponder a uma forma de se simplificar a vida. (DOMINICÉ, 2006, p. 348)
  • 11.  Minha exposição tenta indicar uma tendência geral. É bem evidente que a noção de geração merece nuances. As distinções não são sempre definidas. Muitos jovens continuam a se inspirar fortemente nos modelos de vida que foram os de seus pais, outros se submetem sem dificuldade às normas de seu convívio social. Além disso, há todos os marginais e excluídos que não conseguem evitar que sua vida seja enredada pelo desvio. Todavia, é importante reconhecer os signos visíveis de reorganização de percurso de vida das novas gerações. (DOMINICÉ, 2006, p. 349)
  • 12.  Nós não temos nada além de nossa educação para saber melhor ao que nos apegamos verdadeiramente. (DOMINICÉ, 2006, p. 356)
  • 13. DOMINICÉ, Pierre. A formação de adultos confrontada pelo imperativo biográfico. Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, 2006. disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ep/v32n2/a10v32n2>. Acesso em: 27/05/2017.