SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
Pequena
Sylvie Baussier / Ilustrações Daniel Maja
Abordagem filosófica, linguagem acessível e tom literário
alinhavam estas pequenas histórias da humanidade para
promover o debate crítico de assuntos contemporâneos, da
história e da sociedade atual.
Um dia um sumério precisou contar suas ovelhas.
Tempos depois, um egípcio quis registrar as preces
que cantava aos deuses. Em outra parte, um
maia escreveu datas em um calendário. Em cada
canto do mundo o homem inventou símbolos
para conservar as palavras. Esses são apenas
alguns momentos que reconstituem a invenção
e a evolução da escrita. Neste livro você vai
acompanhar um pouco desta fascinante história.
Pequena
história
da
escrita
Sylvie
Baussier
/
Daniel
Maja
história da
escrita
Tradução
Marcos Bagno
9 788576 750321
145628
ISBN 978-85-7675-032-1
3_HISTORIA DA ESCRITA_CAPA_145628.indd 1 10/11/19 3:09 PM
“Do outro lado de uma ponte, o homem
não conhecia mais o homem.”
Victor Hugo (escritor francês, 1802-1885), A lenda dos séculos, 1883.
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 1 10/9/13 4:28 PM
Título original Petite histoire des écritures
@ Syros/VUEF, 2003 – Paris, França
Coleção concebida por Françoise Mateu
Coordenação editorial Cláudia Ribeiro Mesquita
Edição e preparação Túlio Kawata
Adaptação de texto e leitura crítica Marcos Bagno
Revisão técnica Paulo Daniel Farah (“O árabe, a escrita feita imagem”)
e Fundação Dorina Nowill (“Ler com a ponta dos dedos”)
Revisão Gislaine Maria da Silva, Carla Mello Moreira
e Norma Marinheiro
Editoração eletrônica Estúdio Graal
Adaptação de projeto gráfico Estúdio Graal
Adaptação da capa Estúdio Graal
Assistência de arte Leonardo Carvalho
Produção industrial Alexander Maeda
Impressão Completar
Grafia conforme o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
1ª
_ edição brasileira 2005
Xª
_ impressão 2019
Todos os direitos reservados a
EDIÇÕES SM
Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz 55
Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil
Tel. (11) 2111-7400
www.grupo-sm.com/br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Baussier, Sylvie
Pequena história da escrita / Sylvie Baussier ; ilustrações
de Daniel Maja ; tradução de Marcos Bagno. — São Paulo :
Edições SM, 2005. — (Pequenas Histórias dos Homens)
Título original: Petite histoire des écritures.
ISBN 978-85-7675-032-1
1. Escrita – História – Literatura infantojuvenil I.
Maja, Daniel. II. Título III. Série.
05-5001 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Escrita : História : Literatura infantojuvenil 028.5
4_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO_145628.indd 2 10/11/19 3:15 PM
Pequena história
da escrita
Sylvie Baussier
Ilustrações Daniel Maja
Tradução Marcos Bagno
4_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO_145628.indd 3 10/11/19 3:15 PM
Para Léo e Elsa.
Dirijo meus maiores agradecimentos a Anne-Marie Christin,
diretora do Centro de Estudos da Escrita da Universidade
Denis Diderot (Paris VII), que se dispôs a reler este livro
e trazer a ele o seu saber.
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 4 10/9/13 4:28 PM
Sumário
Introdução
Imagens que falam 7
Nascimento da escrita
Escrever sons, escrever sinais 10
Escrever para quê? 12
A Suméria inventa a escrita 14
Uma escrita em forma de “pregos” 16
A serviço do faraó 18
Os hieróglifos, mistério do Egito 20
Na China, milhares de palavras-imagens 22
Na América, escritas misteriosas 26
Os quipos dos incas 28
Alfabetos, a serviço da fala
O que é um alfabeto? 32
Uma origem antiga 34
Os gregos inventam as vogais 36
Nossa herança romana 38
O árabe, a escrita feita imagem 42
Escritas desaparecidas e novos filhotes 44
Livros copiados, impressos,
codificados
O reinado dos copistas 48
Imprensa: o escrito é clonado 50
Informática: a escrita é reinventada 56
A aventura das letras 58
Um mundo de escritas
A escola faz você descobrir a escrita 62
Algarismos: abertura para o infinito 64
E se mudássemos tudo? 66
Ler com a ponta dos dedos 68
A escrita permanece... 70
... e depois desaparece 72
Uma questão de identidade 74
A letra como um jogo 76
Glossário 78
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 5 10/9/13 4:28 PM
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 6 10/9/13 4:28 PM
Imagens que falam
Selos postais e cheques bancários, livros escolares e
diá­
rios íntimos, revistas e estandartes, letreiros e pro-
pagandas, manuais de instrução e proibições: por toda
parte a escrita se expõe, se imprime, se oferece a seus
olhos. Essa invasão é quase recente: durante toda a pré-
-história, o homem se contentou em falar e desenhar, sem
imaginar que poderia inscrever essa fala na matéria. Em
seguida, provavelmente num dia como os outros, um su-
mério inscreveu em calcário ou argila figuras que um ou-
tro podia ler como palavras. Alguns séculos depois, um
sacerdote chinês interrogou seus deuses num casco de tar-
taruga e leu ali a resposta deles. Um maia inscreveu as da-
tas de seu calendário. Cada um no seu canto do mundo,
eles inventaram sinais com o objetivo de transcrever suas
palavras. Saíam da pré-história para entrar na História.
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 7 10/9/13 4:28 PM
8
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 8 10/9/13 4:28 PM
9
Nascimento
da escrita
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 9 10/9/13 4:28 PM
10
Escrever sons, escrever sinais
* As palavras com asterisco estão no glossário ao final do livro (p. 78 e 79).
“A natureza não atribui nenhum nome
específico a nenhum objeto: é questão de uso
e de costume entre aqueles que adquiriram
o hábito de dar os nomes.”
Platão (filósofo grego, 427-347 a.C.), Crátilo.
Por muito tempo, os homens olharam para as estrelas num fundo­
de azul profundo. Observavam como elas se agrupavam e tentavam
compreender aqueles sinais longínquos e familiares. Os deuses lhes
ofereciam um enigma para decifrar. Quem sabe o seu destino não
estava inscrito ali, naquele céu límpido? Nas grutas, sobre a argila
macia, os homens inscreviam imagens. Já que os deuses se comuni-
cavam assim, era bem possível responder a eles. Dialogar com aquele
desconhecido sempre presente, sempre oculto...
Os homens também conversavam entre si. Diziam-se palavras que fala-
vam da caça, do fogo, dos bichos... Falavam-se uns aos outros, mas jamais
teriam ousado falar aos deuses, esses seres poderosos e distantes, que a voz
humana nunca poderia alcançar.
Até que, um dia, imagem e fala se juntaram para formar a escrita. Com
certeza, a sequência dos fatos foi a mesma na Mesopotâmia, no Egito e na
China. Um homem escolhe uma superfície, como os deuses escolheram
o céu para colocar as estrelas. Inscreve ali uma imagem: não tenta imitar
objetos reais, mas os representa como os imagina. Escolhe com cuidado a
posição em que coloca cada sinal em seu suporte — parede de caverna, pe-
daço de argila ou de papiro*. Conforme a distribuição desses sinais em seu
suporte, eles são compreendidos de modo diferente.
Já o alfabeto que você conhece funciona de um jeito bem diferente. As
letras são uma análise lógica das palavras que você pronuncia. Associadas
em sílabas, elas são um vestígio das palavras. Primeiro, dá-se nome aos obje-
tos e às ideias; depois, essa palavra é inscrita na matéria. Os deuses não têm
mais nada a ver com isso, e o sentido permanece o mesmo.
As estrelas,
sinais fixados
no céu, decerto
prefiguraram
a escrita.
PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 10 10/9/13 4:28 PM

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A origem da escrita

ENEM-2015 resolvido e comentado: Literatura
ENEM-2015 resolvido e comentado: LiteraturaENEM-2015 resolvido e comentado: Literatura
ENEM-2015 resolvido e comentado: Literaturama.no.el.ne.ves
 
Livro animado cavernoso
Livro animado cavernosoLivro animado cavernoso
Livro animado cavernosoMarcia Morato
 
Revisão 6 ano 1 trim parcial b
Revisão   6 ano 1 trim parcial bRevisão   6 ano 1 trim parcial b
Revisão 6 ano 1 trim parcial bCarlos Zaranza
 
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamental
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamentalIntrodução ao estudo da História para turmas de ensino fundamental
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamentaljeandias52
 
A História da Contação de História.docx
A História da Contação de História.docxA História da Contação de História.docx
A História da Contação de História.docxWaldevalAChorozinhoC
 
História - Pré história
História - Pré históriaHistória - Pré história
História - Pré históriaDorinha Matias
 
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secasElis Lima Escapacherri
 
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Rita Gonçalves
 
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arteBacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez artePaula Bezerra
 
Eubiose 4 out-2011 monolito do inga
Eubiose 4 out-2011 monolito do ingaEubiose 4 out-2011 monolito do inga
Eubiose 4 out-2011 monolito do ingaNumeric Contadores
 
A Atlandida De Cristo A Colombo
A Atlandida De Cristo A ColomboA Atlandida De Cristo A Colombo
A Atlandida De Cristo A ColomboJNR
 
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...Almiranes Dos Santos Silva
 

Semelhante a A origem da escrita (20)

Aula
AulaAula
Aula
 
ENEM-2015 resolvido e comentado: Literatura
ENEM-2015 resolvido e comentado: LiteraturaENEM-2015 resolvido e comentado: Literatura
ENEM-2015 resolvido e comentado: Literatura
 
Boletim Informativo 1
Boletim Informativo 1Boletim Informativo 1
Boletim Informativo 1
 
Livro animado cavernoso
Livro animado cavernosoLivro animado cavernoso
Livro animado cavernoso
 
Revisão 6 ano 1 trim parcial b
Revisão   6 ano 1 trim parcial bRevisão   6 ano 1 trim parcial b
Revisão 6 ano 1 trim parcial b
 
Aula sinais e símbolos
Aula   sinais e símbolosAula   sinais e símbolos
Aula sinais e símbolos
 
Sinais e símbolos
Sinais e símbolosSinais e símbolos
Sinais e símbolos
 
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamental
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamentalIntrodução ao estudo da História para turmas de ensino fundamental
Introdução ao estudo da História para turmas de ensino fundamental
 
A História da Contação de História.docx
A História da Contação de História.docxA História da Contação de História.docx
A História da Contação de História.docx
 
Lp5 ano2bim
Lp5 ano2bimLp5 ano2bim
Lp5 ano2bim
 
O outro lado da Cidade
O outro lado da CidadeO outro lado da Cidade
O outro lado da Cidade
 
História - Pré história
História - Pré históriaHistória - Pré história
História - Pré história
 
Prova de arte
Prova de arteProva de arte
Prova de arte
 
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
 
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
 
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arteBacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
 
Livro miolo
Livro mioloLivro miolo
Livro miolo
 
Eubiose 4 out-2011 monolito do inga
Eubiose 4 out-2011 monolito do ingaEubiose 4 out-2011 monolito do inga
Eubiose 4 out-2011 monolito do inga
 
A Atlandida De Cristo A Colombo
A Atlandida De Cristo A ColomboA Atlandida De Cristo A Colombo
A Atlandida De Cristo A Colombo
 
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...
As manifestações da sabedoria popular nos contos trinta e dois e tangerinos d...
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 

A origem da escrita

  • 1. Pequena Sylvie Baussier / Ilustrações Daniel Maja Abordagem filosófica, linguagem acessível e tom literário alinhavam estas pequenas histórias da humanidade para promover o debate crítico de assuntos contemporâneos, da história e da sociedade atual. Um dia um sumério precisou contar suas ovelhas. Tempos depois, um egípcio quis registrar as preces que cantava aos deuses. Em outra parte, um maia escreveu datas em um calendário. Em cada canto do mundo o homem inventou símbolos para conservar as palavras. Esses são apenas alguns momentos que reconstituem a invenção e a evolução da escrita. Neste livro você vai acompanhar um pouco desta fascinante história. Pequena história da escrita Sylvie Baussier / Daniel Maja história da escrita Tradução Marcos Bagno 9 788576 750321 145628 ISBN 978-85-7675-032-1 3_HISTORIA DA ESCRITA_CAPA_145628.indd 1 10/11/19 3:09 PM
  • 2. “Do outro lado de uma ponte, o homem não conhecia mais o homem.” Victor Hugo (escritor francês, 1802-1885), A lenda dos séculos, 1883. PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 1 10/9/13 4:28 PM
  • 3. Título original Petite histoire des écritures @ Syros/VUEF, 2003 – Paris, França Coleção concebida por Françoise Mateu Coordenação editorial Cláudia Ribeiro Mesquita Edição e preparação Túlio Kawata Adaptação de texto e leitura crítica Marcos Bagno Revisão técnica Paulo Daniel Farah (“O árabe, a escrita feita imagem”) e Fundação Dorina Nowill (“Ler com a ponta dos dedos”) Revisão Gislaine Maria da Silva, Carla Mello Moreira e Norma Marinheiro Editoração eletrônica Estúdio Graal Adaptação de projeto gráfico Estúdio Graal Adaptação da capa Estúdio Graal Assistência de arte Leonardo Carvalho Produção industrial Alexander Maeda Impressão Completar Grafia conforme o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 1ª _ edição brasileira 2005 Xª _ impressão 2019 Todos os direitos reservados a EDIÇÕES SM Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz 55 Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil Tel. (11) 2111-7400 www.grupo-sm.com/br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Baussier, Sylvie Pequena história da escrita / Sylvie Baussier ; ilustrações de Daniel Maja ; tradução de Marcos Bagno. — São Paulo : Edições SM, 2005. — (Pequenas Histórias dos Homens) Título original: Petite histoire des écritures. ISBN 978-85-7675-032-1 1. Escrita – História – Literatura infantojuvenil I. Maja, Daniel. II. Título III. Série. 05-5001 CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Escrita : História : Literatura infantojuvenil 028.5 4_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO_145628.indd 2 10/11/19 3:15 PM
  • 4. Pequena história da escrita Sylvie Baussier Ilustrações Daniel Maja Tradução Marcos Bagno 4_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO_145628.indd 3 10/11/19 3:15 PM
  • 5. Para Léo e Elsa. Dirijo meus maiores agradecimentos a Anne-Marie Christin, diretora do Centro de Estudos da Escrita da Universidade Denis Diderot (Paris VII), que se dispôs a reler este livro e trazer a ele o seu saber. PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 4 10/9/13 4:28 PM
  • 6. Sumário Introdução Imagens que falam 7 Nascimento da escrita Escrever sons, escrever sinais 10 Escrever para quê? 12 A Suméria inventa a escrita 14 Uma escrita em forma de “pregos” 16 A serviço do faraó 18 Os hieróglifos, mistério do Egito 20 Na China, milhares de palavras-imagens 22 Na América, escritas misteriosas 26 Os quipos dos incas 28 Alfabetos, a serviço da fala O que é um alfabeto? 32 Uma origem antiga 34 Os gregos inventam as vogais 36 Nossa herança romana 38 O árabe, a escrita feita imagem 42 Escritas desaparecidas e novos filhotes 44 Livros copiados, impressos, codificados O reinado dos copistas 48 Imprensa: o escrito é clonado 50 Informática: a escrita é reinventada 56 A aventura das letras 58 Um mundo de escritas A escola faz você descobrir a escrita 62 Algarismos: abertura para o infinito 64 E se mudássemos tudo? 66 Ler com a ponta dos dedos 68 A escrita permanece... 70 ... e depois desaparece 72 Uma questão de identidade 74 A letra como um jogo 76 Glossário 78 PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 5 10/9/13 4:28 PM
  • 8. Imagens que falam Selos postais e cheques bancários, livros escolares e diá­ rios íntimos, revistas e estandartes, letreiros e pro- pagandas, manuais de instrução e proibições: por toda parte a escrita se expõe, se imprime, se oferece a seus olhos. Essa invasão é quase recente: durante toda a pré- -história, o homem se contentou em falar e desenhar, sem imaginar que poderia inscrever essa fala na matéria. Em seguida, provavelmente num dia como os outros, um su- mério inscreveu em calcário ou argila figuras que um ou- tro podia ler como palavras. Alguns séculos depois, um sacerdote chinês interrogou seus deuses num casco de tar- taruga e leu ali a resposta deles. Um maia inscreveu as da- tas de seu calendário. Cada um no seu canto do mundo, eles inventaram sinais com o objetivo de transcrever suas palavras. Saíam da pré-história para entrar na História. PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 7 10/9/13 4:28 PM
  • 10. 9 Nascimento da escrita PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 9 10/9/13 4:28 PM
  • 11. 10 Escrever sons, escrever sinais * As palavras com asterisco estão no glossário ao final do livro (p. 78 e 79). “A natureza não atribui nenhum nome específico a nenhum objeto: é questão de uso e de costume entre aqueles que adquiriram o hábito de dar os nomes.” Platão (filósofo grego, 427-347 a.C.), Crátilo. Por muito tempo, os homens olharam para as estrelas num fundo­ de azul profundo. Observavam como elas se agrupavam e tentavam compreender aqueles sinais longínquos e familiares. Os deuses lhes ofereciam um enigma para decifrar. Quem sabe o seu destino não estava inscrito ali, naquele céu límpido? Nas grutas, sobre a argila macia, os homens inscreviam imagens. Já que os deuses se comuni- cavam assim, era bem possível responder a eles. Dialogar com aquele desconhecido sempre presente, sempre oculto... Os homens também conversavam entre si. Diziam-se palavras que fala- vam da caça, do fogo, dos bichos... Falavam-se uns aos outros, mas jamais teriam ousado falar aos deuses, esses seres poderosos e distantes, que a voz humana nunca poderia alcançar. Até que, um dia, imagem e fala se juntaram para formar a escrita. Com certeza, a sequência dos fatos foi a mesma na Mesopotâmia, no Egito e na China. Um homem escolhe uma superfície, como os deuses escolheram o céu para colocar as estrelas. Inscreve ali uma imagem: não tenta imitar objetos reais, mas os representa como os imagina. Escolhe com cuidado a posição em que coloca cada sinal em seu suporte — parede de caverna, pe- daço de argila ou de papiro*. Conforme a distribuição desses sinais em seu suporte, eles são compreendidos de modo diferente. Já o alfabeto que você conhece funciona de um jeito bem diferente. As letras são uma análise lógica das palavras que você pronuncia. Associadas em sílabas, elas são um vestígio das palavras. Primeiro, dá-se nome aos obje- tos e às ideias; depois, essa palavra é inscrita na matéria. Os deuses não têm mais nada a ver com isso, e o sentido permanece o mesmo. As estrelas, sinais fixados no céu, decerto prefiguraram a escrita. PHH_HISTORIA DA ESCRITA_MIOLO.indd 10 10/9/13 4:28 PM