1) Os custos industriais tiveram a menor taxa de crescimento desde 2010, aumentando apenas 2,0% no segundo trimestre de 2013.
2) A queda nos custos com energia elétrica, capital de giro e tributos contribuiu para a desaceleração da taxa de crescimento dos custos.
3) No entanto, o custo com pessoal continuou apresentando taxa de crescimento de dois dígitos, sendo o principal fator de aumento dos custos.
Sondagem da Indústria da Construção | Junho 2014 | Divulgação 23/07/2014
Custos industriais têm menor taxa
1. Custos industriais têm a menor taxa de
crescimento desde 2010
O ritmo de crescimento dos custos industriais manteve a tendência de desaceleração iniciada ao fim
de 2012 e aumentou 2,0% no segundo trimestre de 2013, na comparação com o mesmo trimestre do
ano anterior. A menor taxa de crescimento do Índice de Custos Industriais (ICI) deve-se, sobretudo, às
reduções nos custos com energia elétrica, capital de giro e tributos. Ao se comparar com o segundo
trimestre de 2012, o custo com energia elétrica recuou 16,1%, o com capital de giro 5,7% e o com
tributos 5,3%.
O custo com pessoal voltou a apresentar taxa de crescimento de dois dígitos (10,1%), despontando
como o principal responsável pelo aumento dos custos industriais no segundo trimestre de 2013, na
comparação com igual período de 2012.
Os bens intermediários (insumos e matérias-primas) também seguem contribuindo para o aumento dos
custos industriais. No entanto, o ritmo de crescimento desses custos foi menor no segundo trimestre
de 2013, com um crescimento de 4,4% contra 9,9% no primeiro, ambos em comparação com igual
trimestre de 2012.
INDICADOR DE CUSTOS INDUSTRIAIS
Ano 2 Número 2 abril/junho de 2013 www.cni.org.br
Informativo da Confederação Nacional da Indústria
Indicadores
variação no 2° trimestre 2013
frente ao 2° trimestre 2012
Indicador de custos industriais
2,0%
Custo de produção
4,9%
Custo de capital de giro
-5,7%
Custo tributário
-5,3%
Indicador de custos industriais
Base: Média de 2006 = 100
80
90
100
110
120
130
140
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
ISSN 2317-7039
2. 2
Ano 2, n. 2, abril/junho de 2013
Indicador de Custos Industriais
O custo de produção aumentou 4,9% no segundo tri-
mestre de 2013, na comparação com igual período
do ano passado. Essa é a menor variação desde o
primeiro trimestre de 2012. Parte significativa dessa
desaceleração deve-se à queda de 10,5% no custo
com energia.
Após três trimestres consecutivos de forte cresci-
mento, o custo com bens intermediários cresceu em
ritmo mais modesto no segundo trimestre de 2013.
Isso ocorreu tanto com os intermediários nacionais
como os importados: crescimento de 4,3% para o
primeiro e de 4,9% para o segundo – na comparação
com igual período de 2012.
O custo com energia manteve-se em queda (-10,5%),
o que reflete a medida de redução da tarifa de ener-
gia elétrica que ocorreu ao fim do primeiro trimestre.
Ao se comparar a tarifa média do segundo trimestre
de 2013 com a média do mesmo trimestre de 2012
verifica-se uma redução de 16,1%. A queda só não
foi maior devido ao crescimento do custo com óleo
combustível (10,6%).
O custo com pessoal havia sinalizado perda de ritmo
no primeiro trimestre desse ano, mas voltou a ace-
lerar no segundo trimestre, quando cresceu 10,1%
frente ao segundo trimestre de 2012.
Custo de produção
Custo de produção e custo com pessoal
Base: Média de 2006 = 100
Custo de produção e custo com bens intermediários
Base: Média de 2006 = 100
Custo de produção e custo com energia
Base: Média de 2006 = 100
80
90
100
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170
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Custo de produção Custo com energia
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110
120
130
140
150
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Custo de produção Custo com pessoal
80
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150
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180
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Custo de produção Custo com bens intermediários
3. 3
Ano 2, n. 2, abril/junho de 2013
Indicador de Custos Industriais
O custo de capital de giro caiu, na comparação com
o mesmo trimestre do ano anterior, pelo oitavo tri-
mestre consecutivo. Cabe ressaltar, no entanto, que
a redução foi de 5,7%, enquanto nos últimos quatro
trimestres a queda foi superior a 20%. Essa perda de
intensidade da diminuição dos custos reflete a rever-
são do movimento de redução dos juros.
As medidas de estímulo ao consumo e aumento da
competitividade, como a redução do IPI e a desone-
ração da folha de pagamentos, resultaram na dimi-
nuição do custo tributário. Pela primeira vez, desde o
primeiro trimestre de 2010, o custo com tributos caiu
na comparação com o trimestre anterior (queda de
5,3%). A redução só não foi maior devido ao ICMS,
que manteve-se em crescimento.
Indicador de custos industriais
Custo de capital de giro
Custo tributário
Custo de capital de giro
Base: Média de 2006 = 100
Custo tributário
Base: Média de 2006 = 100
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60
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INDICADOR
PERÍODO
Variação percentual dos indicadores médios com relação ao ano anterior (%) Variação percentual com relação ao mesmo trimestre do ano anterior (%)
2010 2011 2012 2011-IV 2012-I 2012-II 2012-III 2012-IV 2013-I 2013-II
Indicador de custos industriais 2,3 6,1 6,6 6,0 4,5 7,2 8,2 6,6 5,8 2,0
Custo de produção 3,6 6,6 8,4 6,4 4,6 7,6 10,7 10,5 8,9 4,9
Custo com pessoal 5,4 10,5 11,2 11,8 12,4 11,9 10,5 10,1 7,3 10,1
Custo com bens intermediários 3,1 5,7 7,8 5,0 2,6 6,6 11,1 10,9 9,9 4,4
Intermediários nacionais 5,5 5,4 6,8 3,1 1,5 4,7 10,0 10,9 9,6 4,3
Intermediários importados -11,5 7,3 15,3 18,8 10,2 21,0 19,2 11,0 12,2 4,9
Custo com energia 5,1 5,2 4,6 4,8 4,2 3,4 4,0 6,6 -1,8 -10,5
Energia elétrica 1,9 5,3 4,7 5,7 5,1 4,1 3,4 6,4 -5,0 -16,1
Óleo combustível 18,4 4,7 3,9 1,6 1,1 0,8 6,3 7,3 9,9 10,6
Custo de capital de giro -7,8 3,0 -21,9 -3,2 -9,9 -24,4 -26,6 -27,1 -22,5 -5,7
Custo tributário 0,5 5,2 5,7 6,2 6,0 10,9 6,1 0,4 1,2 -5,3
4. Ano 2, n. 2, abril/junho de 2013
Indicador de Custos Industriais
Efeito sobre a lucratividade e a competitividade
O aumento dos preços dos produtos manufaturados de 5,4% na comparação com o segundo trimestre de
2012, acima do crescimento dos custos, deu sequência ao processo de recuperação da margem de lucro
iniciado no fim de 2012. Já são três trimestres consecutivos em que os preços dos produtos manufaturados
crescem mais do que os custos. Essa melhora na margem de lucro é fundamental para que as empresas
industriais possam investir.
O baixo crescimento dos custos também contribui para o aumento da competitividade da indústria
brasileira. Isso porque os preços, em reais, dos competidores estrangeiros cresceram mais que os custos
da indústria brasileira.
Os preços dos manufaturados importados, em reais, subiram 3,6%, ou seja, acima do aumento dos custos
(2,0%). No caso dos preços, também em reais, dos manufaturados nos Estados Unidos – referência
para os preços internacionais – a diferença foi ainda maior, com os preços crescendo 5,9%, sempre na
comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Como a moeda brasileira se desvalorizou ainda mais
no terceiro trimestre, esse efeito será intensificado. Ou seja, para o próximo trimestre espera-se um ganho
de competitividade da indústria brasileira ainda maior.
Custos industriais e preços
domésticos dos manufaturados
Base: Média de 2006 = 100
Custos industriais e preços dos
manufaturados importados, em reais
Base: Média de 2006 = 100
Custos industriais e preços nos EUA
dos manufaturados, em reais
Base: Média de 2006 = 100
INDICADOR DE CUSTOS INDUSTRIAIS | Publicação Trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade
Gerente-executivo: Renato da Fonseca | Equipe técnica: Fábio Bandeira Guerra | Informações técnicas: (61) 3317-9472 Fax: (61) 3317-9400
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Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento divulgado em 6 de setembro de 2013
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Custos Industriais Preços domésticos dos manuf.
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Custos Industriais Preços nos EUA dos manuf.
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