O documento discute a escola soviética de cinema e seu conceito de montagem de atrações, desenvolvido por Sergei Eisenstein. A montagem de atrações defendia que a justaposição de imagens distintas cria uma nova ideia na mente do espectador. Lev Kulechov demonstrou esse poder da montagem ao mostrar um ator com imagens diferentes e fazer o público interpretar suas expressões de forma variada. A montagem de atrações estrutura-se no conflito entre planos e na ideia gerada quando dois se encontram.

1. HISTÓRIA DO CINEMA
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Prof. Dr. Rafael Wagner dos Santos Costa

2. A ESCOLA SOVIÉTICA

3. Principais diretores
 Sergei Eisenstein (O Encouraçado
Potemkin, A greve, Outubro, Alexandre Nevski)
 Dziga Vertov (O homem com a câmera)
 Vsevolod Pudovkin (A mãe)

4. Montagem
“Plano e montagem são os elementos básicos
do cinema. Montagem foi estabelecida pelo
cinema soviético como o nervo do cinema [...]
A montagem é uma ideia que nasce da colisão
de planos independentes – planos até opostos
um ao outro: o princípio ‘dramático’”
(EISENSTEIN, 2002, p. 52).

5. A montagem de atrações
 Criada e formulada por Sergei Eisenstein
 Eisenstein chegou a conclusão de que o filme
não é outra coisa senão o método de ordenar as
imagens nos sentimentos e na consciência dos
espectadores.
 Do choque (conflito) de duas imagens
distintas Eisenstein achava que surgia algo novo
no inconsciente do público (a ideia).

6. A montagem de atrações
 A teoria da montagem defende basicamente
que a justaposição de uma imagem com outra
provoca um conflito cujo resultado é uma
terceira ideia distinta, que acaba sendo maior
que a soma individual de suas partes.

7. A montagem de atrações –
Ponto de partida
 Lev Kulechov: consistiu em demonstrar o
poder da montagem cinematográfica, na
medida em que esta era plenamente capaz de
conseguir dar significados a uma tomada pela
justaposição com uma outra, quando a
primeira, pura e simplesmente, não significaria
nada.
 Ator Ivan Mozjukhin – uma mulher; um
prato de sopa; um caixão de uma mulher

8. Montagem de atrações -
Características
 Estrutura-se no conflito
 Da junção de dois planos, nasce um
terceiro: a “ideia”
 A ação dramática se impõe sobre o todo.

9. Sergei Eisenstein
“Uma compreensão dinâmica das coisas é
também básica, no mesmo grau, para uma
correta compreensão da arte e de todas as
formas artísticas. No campo da arte, este
princípio dialético de dinâmica é incorporado no
conflito como o princípio fundamental para a
existência de qualquer obra de arte e de
qualquer forma de arte” (EISENSTEIN, 2002, p.
50).

10. Griffith x Eisenstein
 Griffith concebe as imagens como uma
organização, um organismo, um conjunto de
partes diferenciadas. Estas partes estão em
relações binárias que constituem uma montagem
alternada, a imagem de uma parte que sucede à
de uma outra seguindo um ritmo.
Relações binárias (orgânicas)
 Negros e brancos; Sul e Norte (Nascimento de
uma nação)
 Ricos e pobres (Intolerância)

11. Influências
 Stanley Kubrick (Glória feita de sangue, 2001
– uma odisseia no espaço)
 Glauber Rocha (Barravento, Terra em transe)
 Sam Peckinpah (Meu ódio será sua herança)
 A cena da escadaria (Os intocáveis, 1987)

12. BIBLIOGRAFIA
EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
_______. O Sentido do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
MERTEN. Luiz Carlos. Cinema: entre a realidade e o artifício. Porto Alegre:
Artes e Ofícios, 2003.
XAVIER, Ismail. A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Graal,
1983.