SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
Baixar para ler offline
Capítulo 2 - Usinagem Convencional
Usinagem para Engenharia
A.C. Araujo a
, A.L. Mougo b
e F.O. Campos c
.
a
araujo@insa-toulouse.fr, INSA-Toulouse, Institute Clément Ader, França
b
adriane.mougo@cefet-rj.br, CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil
c
fabio.campos@cefet-rj.br, CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil
Slides propostos
Setembro de 2020
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Cinemática da usinagem
A cinemática dos movimentos efetuados pela máquina-ferramenta e a geometria da
ferramenta determinam a forma geométrica gerada na peça. Usualmente, considera-se o
movimento da ferramenta como se a peça estivesse estacionária.
A superfície usinada é formada de acordo com a posição da ferramenta em relação à peça e
com o movimento relativo da ferramenta em relação à superfície de trabalho, a superfície
da peça que será removida pela usinagem. É chamada de superfície transitória aquela que
é gerada pela ferramenta mas que será usinada novamente na próxima passagem de uma
aresta de corte.
A norma ABNT/ISO 3002 define a nomenclatura de usinagem e inclui direções, movimentos e
velocidades do processo de usinagem convencional
1 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Movimentos e direções de usinagem
Movimento ativo de corte
Movimento passivo de usinagem
Movimento de corte
Movimento de avanço
Movimento efetivo de corte
Ponto de referência P da aresta de corte
Direção de corte v̂c
Direção de avanço v̂f
Direção efetiva de corte v̂e
2 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Rotação
da ferramenta
P
vc
^
radial
tangencial
DP
Trajetória descrita pelo
ponto P ao redor do eixo de
rotação da ferramenta
Rotação da peça
P
vc
^
radial
tangencial
DP
Trajetória descrita pelo
material ao redor do eixo de
rotação
Figura 1: Vetor unitário da direção de corte[Araujo, Mougo e Campos 2020]
3 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
O vetor velocidade de corte ~
Vc está orientado segundo a direção de corte e tem módulo Vc,
usualmente expresso em m/min. O vetor velocidade de avanço ~
Vf está orientado segundo
a direção de avanço e tem módulo usualmente expresso em mm/min, com valor bem menor
que a velocidade de corte. O vetor velocidade efetiva de corte ~
Ve é a soma vetorial:
~
Ve = ~
Vc + ~
Vf −→ v̂e =
~
Vc + ~
Vf
k~
Vc + ~
Vf k
(1)
O ângulo entre a velocidade de corte e de avanço é o ângulo da direção de avanço ϕ e o
ângulo entre a velocidade efetiva de corte e a velocidade de corte é o ângulo da velocidade
efetiva de corte ηe.
4 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
A velocidade de rotação N (rpm) é calculada em função do módulo da velocidade de corte ~
Vc
desejada, considerando a distância RP (mm) do ponto de referência P ao eixo de rotação
(DP = 2 RP ):
N(rpm) =
Vc(mm/min)
2π RP (mm)
=
1000 Vc(m/min)
π DP (mm)
(2)
vc
^
Vc
Vf
vf
^
ve
^
Ve Pfe
he
ᵠ
P
nfe
Figura 2: Plano de trabalho efetivo Pfe[Araujo, Mougo e Campos 2020]
5 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Avanço e profundidade de corte
O percurso de avanço, ou simplesmente avanço f é o comprimento percorrido pelo
ponto de referência P para remover uma nova parcela de material (mm). É medida na
direção de avanço sobre a trajetória percorrida pela ferramenta. Em processos rotativos,
a remoção é contínua e o avanço é medido a cada rotação (mm/rot).
No caso de ferramentas rotativas é usual fazer referência ao avanço por rotação
chamado de avanço por aresta ou avanço por dente, fz (mm/dente).
A profundidade de corte ap é a profundidade de penetração da aresta de corte,
relacionada com a posição relativa entre o ponto de referência da ferramenta e a
superfície de trabalho. É medida sempre na direção do vetor normal ao plano de
trabalho n̂fe.
6 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
vc
ap
f
Cabeçote
Direção de avanço
Direção de corte
Ferramenta
Peça
Figura 3: Processo de aplainamento [Araujo, Mougo e Campos 2020]
7 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Vc
b
Fixação
Brocha Interna
Peça
Figura 4: Processo de brochamento [Araujo, Mougo e Campos 2020]
8 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
O volume de material usinado é: Vu = Lu Lh b.
Vc
peça
Ferramenta
Lh
h
Comprimento usinado
Figura 5: Processo de brochamento [Araujo, Mougo e Campos 2020]
9 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Mesa de Fixação
Peça
Direção de avanço
Direção de corte Direção de retorno
Movimento Alternativo
Lâmina dentada
Figura 6: Serra alternativa [Araujo, Mougo e Campos 2020]
10 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Mesa de Fixação
Peça
direção de avanço
Corte
Rotação
Retorno Serra de fita
Movimento da peça
Figura 7: Serra de fita [Araujo, Mougo e Campos 2020]
11 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Mesa de Fixação
Peça
Movimento de avanço
Rotação
Serra Circular
Movimento da peça
Figura 8: Serra circular [Araujo, Mougo e Campos 2020]
12 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
D Du
ap
Superfície de trabalho
Superfície usinada
N
Lu
f
Cavaco
Ferramenta
Vf
Figura 9: Torneamento cilíndrico externo [Araujo, Mougo e Campos 2020]
13 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Vc
P
Vf
Pfe
DP
2
Figura 10: Torneamento cilíndrico externo [Araujo, Mougo e Campos 2020]
14 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Torneamento
ap(mm) =
D − Du
2
(3)
Vf (mm/min) = f(mm/rot) N(rpm) (4)
tc(min) =
Lu(mm)
Vf (mm/min)
(5)
Vu(mm3
) ≈ apπDLu (6)
15 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
D
N
Superfície transitória
Vf
Vf
f
D
Figura 11: Faceamento [Araujo, Mougo e Campos 2020]
16 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
D
Bedame
N
Vf
Superfície transitória
Figura 12: Sangramento [Araujo, Mougo e Campos 2020]
17 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
N
Fresa
Superfície usinada
perpendicular ao eixo
Peça direção de avanço
Superfície usinada
lateral
ae
a
p
(a) Fresamento frontal
N
Peça
direção de avanço
ap
a
e
(b) Fresamento tangencial
Figura 13: [Araujo, Mougo e Campos 2020]
18 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Pi
DPi
Superfície envelope
Eixo de
revolução
Aresta
de corte
geratriz
a
pmax
2
Figura 14: Envelope de uma fresa [Araujo, Mougo e Campos 2020]
19 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Fresamento
FD[Hz] =
N
60 z
(7)
Vf (mm/min) = fz[mm/dente] z[dentes] N[rpm] (8)
tc(min) =
Lu
Vf
=
Lu
fz z N
=
Lp + D/2
fz z N
(9)
Vu = ap ae Lp (10)
20 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Peça
D
Aresta
de corte
principal
N
Vf
Broca
Lu
(a) Geometria da furação
P
DP/2
Dt/2
Aresta de corte
principal
Aresta
transversal
D/2
Lb
(b) Aresta de corte
Figura 15: Processo de furação [Araujo, Mougo e Campos 2020]
21 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Furação helicoidal
Vf (mm/min) = f N = z fz N = 2 fz N (11)
tc =
Lu
Vf
=
Lu
2 fz N
(12)
Vu ≈
LuπD2
4
(13)
ap =
D
2
(14)
22 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Aglomerante
direção de avanço
Peça
Cavaco
Grãos abrasivos
Figura 16: Processo de retificação [Araujo, Mougo e Campos 2020]
23 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Usinagem convencional por abrasão
A usinagem por abrasão consiste na remoção de material pela ação dos diversos grãos
abrasivos que são deslocados com pressão e velocidade sobre a peça a ser usinada.
Retificação
Brunimento
Lapidação
Dressagem
Superacabamento, polimento e espelhamento
24 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Rebolo
Peça
N
Direção de avanço
Vc
(a) Retífica plana
Rebolo
Peça
N
Rotação da peça
(b) Retífica cilíndrica
Figura 17: Processo de retificação [Araujo, Mougo e Campos 2020]
25 26
Cap. 2 - Usinagem Convencional
Qrm(mm3
/min) =
Vu
tc
= Vf Lu (15)
60 100 200 400 600 1000 2000 10000
Velocidade de Corte [m/min]
0.1
0.2
0.4
0.6
0.8
1
2
4
6
8
10
Área
do
Cavaco
(a
p
.
f
z
)
[mm²]
Torneamento
Fresamento
Q
rm
= 150 cm³/min
Qrm
= 1500 cm³/min
Qrm
= 15000 cm³/min
50CrV4V
Inconel
Aço endurecido
(63 HRC)
TiAl6V4
AlCuMgPb
Ck45N
GG30
Figura 18: Taxas de remoção do cavaco de diversas operações [Grzesik 2016]1
1
GRZESIK, W. - Advanced Machining Processes of Metallic Materials - Theory, Modelling and Applications; Elsevier, 2016.
26 / 26

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Usinagem Convencional e Cinemática de Processos

Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfAula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfguizucka
 
Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Dorival Leandro
 
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfCap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfACAraujo3
 
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfCap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfAnna Carla Araujo
 
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OIT
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OITUsinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OIT
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OITJairGaldino4
 
Condições Econômicas de Corte
Condições Econômicas de CorteCondições Econômicas de Corte
Condições Econômicas de CorteFilipi Vianna
 

Semelhante a Usinagem Convencional e Cinemática de Processos (11)

Cap03-Geomatria_cavaco.pdf
Cap03-Geomatria_cavaco.pdfCap03-Geomatria_cavaco.pdf
Cap03-Geomatria_cavaco.pdf
 
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfAula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
 
Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)
 
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfCap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
 
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdfCap04-Maquinas_ferramentas.pdf
Cap04-Maquinas_ferramentas.pdf
 
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OIT
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OITUsinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OIT
Usinagem CNC - torno mecânico FNAUC e OIT
 
Condições Econômicas de Corte
Condições Econômicas de CorteCondições Econômicas de Corte
Condições Econômicas de Corte
 
Aula 3 e 4.pdf
Aula 3 e 4.pdfAula 3 e 4.pdf
Aula 3 e 4.pdf
 
Cnc introdução
Cnc introduçãoCnc introdução
Cnc introdução
 
Programação CNC.pdf
Programação CNC.pdfProgramação CNC.pdf
Programação CNC.pdf
 
Aula Fresamento (1).pdf
Aula Fresamento (1).pdfAula Fresamento (1).pdf
Aula Fresamento (1).pdf
 

Mais de ACAraujo3

Cap10-Desgaste_vida.pdf
Cap10-Desgaste_vida.pdfCap10-Desgaste_vida.pdf
Cap10-Desgaste_vida.pdfACAraujo3
 
Cap12-Microusinagem.pdf
Cap12-Microusinagem.pdfCap12-Microusinagem.pdf
Cap12-Microusinagem.pdfACAraujo3
 
Cap11-Usinabilidade.pdf
Cap11-Usinabilidade.pdfCap11-Usinabilidade.pdf
Cap11-Usinabilidade.pdfACAraujo3
 
Cap13-Monitoramento.pdf
Cap13-Monitoramento.pdfCap13-Monitoramento.pdf
Cap13-Monitoramento.pdfACAraujo3
 
Cap09-Superficie.pdf
Cap09-Superficie.pdfCap09-Superficie.pdf
Cap09-Superficie.pdfACAraujo3
 
Cap07-Forca_potencia.pdf
Cap07-Forca_potencia.pdfCap07-Forca_potencia.pdf
Cap07-Forca_potencia.pdfACAraujo3
 
Cap05-Materiais-ferramentas.pdf
Cap05-Materiais-ferramentas.pdfCap05-Materiais-ferramentas.pdf
Cap05-Materiais-ferramentas.pdfACAraujo3
 
Cap08-Temperatura.pdf
Cap08-Temperatura.pdfCap08-Temperatura.pdf
Cap08-Temperatura.pdfACAraujo3
 

Mais de ACAraujo3 (8)

Cap10-Desgaste_vida.pdf
Cap10-Desgaste_vida.pdfCap10-Desgaste_vida.pdf
Cap10-Desgaste_vida.pdf
 
Cap12-Microusinagem.pdf
Cap12-Microusinagem.pdfCap12-Microusinagem.pdf
Cap12-Microusinagem.pdf
 
Cap11-Usinabilidade.pdf
Cap11-Usinabilidade.pdfCap11-Usinabilidade.pdf
Cap11-Usinabilidade.pdf
 
Cap13-Monitoramento.pdf
Cap13-Monitoramento.pdfCap13-Monitoramento.pdf
Cap13-Monitoramento.pdf
 
Cap09-Superficie.pdf
Cap09-Superficie.pdfCap09-Superficie.pdf
Cap09-Superficie.pdf
 
Cap07-Forca_potencia.pdf
Cap07-Forca_potencia.pdfCap07-Forca_potencia.pdf
Cap07-Forca_potencia.pdf
 
Cap05-Materiais-ferramentas.pdf
Cap05-Materiais-ferramentas.pdfCap05-Materiais-ferramentas.pdf
Cap05-Materiais-ferramentas.pdf
 
Cap08-Temperatura.pdf
Cap08-Temperatura.pdfCap08-Temperatura.pdf
Cap08-Temperatura.pdf
 

Último

07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06AndressaTenreiro
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3filiperigueira1
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 

Último (6)

07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 

Usinagem Convencional e Cinemática de Processos

  • 1. Capítulo 2 - Usinagem Convencional Usinagem para Engenharia A.C. Araujo a , A.L. Mougo b e F.O. Campos c . a araujo@insa-toulouse.fr, INSA-Toulouse, Institute Clément Ader, França b adriane.mougo@cefet-rj.br, CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil c fabio.campos@cefet-rj.br, CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil Slides propostos Setembro de 2020
  • 2. Cap. 2 - Usinagem Convencional Cinemática da usinagem A cinemática dos movimentos efetuados pela máquina-ferramenta e a geometria da ferramenta determinam a forma geométrica gerada na peça. Usualmente, considera-se o movimento da ferramenta como se a peça estivesse estacionária. A superfície usinada é formada de acordo com a posição da ferramenta em relação à peça e com o movimento relativo da ferramenta em relação à superfície de trabalho, a superfície da peça que será removida pela usinagem. É chamada de superfície transitória aquela que é gerada pela ferramenta mas que será usinada novamente na próxima passagem de uma aresta de corte. A norma ABNT/ISO 3002 define a nomenclatura de usinagem e inclui direções, movimentos e velocidades do processo de usinagem convencional 1 26
  • 3. Cap. 2 - Usinagem Convencional Movimentos e direções de usinagem Movimento ativo de corte Movimento passivo de usinagem Movimento de corte Movimento de avanço Movimento efetivo de corte Ponto de referência P da aresta de corte Direção de corte v̂c Direção de avanço v̂f Direção efetiva de corte v̂e 2 26
  • 4. Cap. 2 - Usinagem Convencional Rotação da ferramenta P vc ^ radial tangencial DP Trajetória descrita pelo ponto P ao redor do eixo de rotação da ferramenta Rotação da peça P vc ^ radial tangencial DP Trajetória descrita pelo material ao redor do eixo de rotação Figura 1: Vetor unitário da direção de corte[Araujo, Mougo e Campos 2020] 3 26
  • 5. Cap. 2 - Usinagem Convencional O vetor velocidade de corte ~ Vc está orientado segundo a direção de corte e tem módulo Vc, usualmente expresso em m/min. O vetor velocidade de avanço ~ Vf está orientado segundo a direção de avanço e tem módulo usualmente expresso em mm/min, com valor bem menor que a velocidade de corte. O vetor velocidade efetiva de corte ~ Ve é a soma vetorial: ~ Ve = ~ Vc + ~ Vf −→ v̂e = ~ Vc + ~ Vf k~ Vc + ~ Vf k (1) O ângulo entre a velocidade de corte e de avanço é o ângulo da direção de avanço ϕ e o ângulo entre a velocidade efetiva de corte e a velocidade de corte é o ângulo da velocidade efetiva de corte ηe. 4 26
  • 6. Cap. 2 - Usinagem Convencional A velocidade de rotação N (rpm) é calculada em função do módulo da velocidade de corte ~ Vc desejada, considerando a distância RP (mm) do ponto de referência P ao eixo de rotação (DP = 2 RP ): N(rpm) = Vc(mm/min) 2π RP (mm) = 1000 Vc(m/min) π DP (mm) (2) vc ^ Vc Vf vf ^ ve ^ Ve Pfe he ᵠ P nfe Figura 2: Plano de trabalho efetivo Pfe[Araujo, Mougo e Campos 2020] 5 26
  • 7. Cap. 2 - Usinagem Convencional Avanço e profundidade de corte O percurso de avanço, ou simplesmente avanço f é o comprimento percorrido pelo ponto de referência P para remover uma nova parcela de material (mm). É medida na direção de avanço sobre a trajetória percorrida pela ferramenta. Em processos rotativos, a remoção é contínua e o avanço é medido a cada rotação (mm/rot). No caso de ferramentas rotativas é usual fazer referência ao avanço por rotação chamado de avanço por aresta ou avanço por dente, fz (mm/dente). A profundidade de corte ap é a profundidade de penetração da aresta de corte, relacionada com a posição relativa entre o ponto de referência da ferramenta e a superfície de trabalho. É medida sempre na direção do vetor normal ao plano de trabalho n̂fe. 6 26
  • 8. Cap. 2 - Usinagem Convencional vc ap f Cabeçote Direção de avanço Direção de corte Ferramenta Peça Figura 3: Processo de aplainamento [Araujo, Mougo e Campos 2020] 7 26
  • 9. Cap. 2 - Usinagem Convencional Vc b Fixação Brocha Interna Peça Figura 4: Processo de brochamento [Araujo, Mougo e Campos 2020] 8 26
  • 10. Cap. 2 - Usinagem Convencional O volume de material usinado é: Vu = Lu Lh b. Vc peça Ferramenta Lh h Comprimento usinado Figura 5: Processo de brochamento [Araujo, Mougo e Campos 2020] 9 26
  • 11. Cap. 2 - Usinagem Convencional Mesa de Fixação Peça Direção de avanço Direção de corte Direção de retorno Movimento Alternativo Lâmina dentada Figura 6: Serra alternativa [Araujo, Mougo e Campos 2020] 10 26
  • 12. Cap. 2 - Usinagem Convencional Mesa de Fixação Peça direção de avanço Corte Rotação Retorno Serra de fita Movimento da peça Figura 7: Serra de fita [Araujo, Mougo e Campos 2020] 11 26
  • 13. Cap. 2 - Usinagem Convencional Mesa de Fixação Peça Movimento de avanço Rotação Serra Circular Movimento da peça Figura 8: Serra circular [Araujo, Mougo e Campos 2020] 12 26
  • 14. Cap. 2 - Usinagem Convencional D Du ap Superfície de trabalho Superfície usinada N Lu f Cavaco Ferramenta Vf Figura 9: Torneamento cilíndrico externo [Araujo, Mougo e Campos 2020] 13 26
  • 15. Cap. 2 - Usinagem Convencional Vc P Vf Pfe DP 2 Figura 10: Torneamento cilíndrico externo [Araujo, Mougo e Campos 2020] 14 26
  • 16. Cap. 2 - Usinagem Convencional Torneamento ap(mm) = D − Du 2 (3) Vf (mm/min) = f(mm/rot) N(rpm) (4) tc(min) = Lu(mm) Vf (mm/min) (5) Vu(mm3 ) ≈ apπDLu (6) 15 26
  • 17. Cap. 2 - Usinagem Convencional D N Superfície transitória Vf Vf f D Figura 11: Faceamento [Araujo, Mougo e Campos 2020] 16 26
  • 18. Cap. 2 - Usinagem Convencional D Bedame N Vf Superfície transitória Figura 12: Sangramento [Araujo, Mougo e Campos 2020] 17 26
  • 19. Cap. 2 - Usinagem Convencional N Fresa Superfície usinada perpendicular ao eixo Peça direção de avanço Superfície usinada lateral ae a p (a) Fresamento frontal N Peça direção de avanço ap a e (b) Fresamento tangencial Figura 13: [Araujo, Mougo e Campos 2020] 18 26
  • 20. Cap. 2 - Usinagem Convencional Pi DPi Superfície envelope Eixo de revolução Aresta de corte geratriz a pmax 2 Figura 14: Envelope de uma fresa [Araujo, Mougo e Campos 2020] 19 26
  • 21. Cap. 2 - Usinagem Convencional Fresamento FD[Hz] = N 60 z (7) Vf (mm/min) = fz[mm/dente] z[dentes] N[rpm] (8) tc(min) = Lu Vf = Lu fz z N = Lp + D/2 fz z N (9) Vu = ap ae Lp (10) 20 26
  • 22. Cap. 2 - Usinagem Convencional Peça D Aresta de corte principal N Vf Broca Lu (a) Geometria da furação P DP/2 Dt/2 Aresta de corte principal Aresta transversal D/2 Lb (b) Aresta de corte Figura 15: Processo de furação [Araujo, Mougo e Campos 2020] 21 26
  • 23. Cap. 2 - Usinagem Convencional Furação helicoidal Vf (mm/min) = f N = z fz N = 2 fz N (11) tc = Lu Vf = Lu 2 fz N (12) Vu ≈ LuπD2 4 (13) ap = D 2 (14) 22 26
  • 24. Cap. 2 - Usinagem Convencional Aglomerante direção de avanço Peça Cavaco Grãos abrasivos Figura 16: Processo de retificação [Araujo, Mougo e Campos 2020] 23 26
  • 25. Cap. 2 - Usinagem Convencional Usinagem convencional por abrasão A usinagem por abrasão consiste na remoção de material pela ação dos diversos grãos abrasivos que são deslocados com pressão e velocidade sobre a peça a ser usinada. Retificação Brunimento Lapidação Dressagem Superacabamento, polimento e espelhamento 24 26
  • 26. Cap. 2 - Usinagem Convencional Rebolo Peça N Direção de avanço Vc (a) Retífica plana Rebolo Peça N Rotação da peça (b) Retífica cilíndrica Figura 17: Processo de retificação [Araujo, Mougo e Campos 2020] 25 26
  • 27. Cap. 2 - Usinagem Convencional Qrm(mm3 /min) = Vu tc = Vf Lu (15) 60 100 200 400 600 1000 2000 10000 Velocidade de Corte [m/min] 0.1 0.2 0.4 0.6 0.8 1 2 4 6 8 10 Área do Cavaco (a p . f z ) [mm²] Torneamento Fresamento Q rm = 150 cm³/min Qrm = 1500 cm³/min Qrm = 15000 cm³/min 50CrV4V Inconel Aço endurecido (63 HRC) TiAl6V4 AlCuMgPb Ck45N GG30 Figura 18: Taxas de remoção do cavaco de diversas operações [Grzesik 2016]1 1 GRZESIK, W. - Advanced Machining Processes of Metallic Materials - Theory, Modelling and Applications; Elsevier, 2016. 26 / 26