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TEOGONIA
Produzido i
por
Ariane Alhadas Cordeiro
Fabiana Silva Rodrigues
Gracielle Custódio Apolinário
A Origem dos Deuses
Hesíodo
Pelas Musas heleconíades comecemos a cantar.
Elas têm grande e divino o monte Héliconii
,
em volta da fonte violácea com pés suaves
dançam e do altar do bem forte filho do Cronoiii
.
Banharam a tenra pele no Permesso
ou na fonte do Cavalo ou no Olmio divino
e irrompendo com os pés fizeram coros
belos ardentes no ápice do Hélicon.
Elas um dia a Hesíodoiv
ensinaram belo canto
quando pastoreava ovelhas ao pé do Hélicon divino.
Esta palavra primeiro disseram-me as Deusas
Musas olimpíades, virgens de Zeusv
porta-égide:
“Pastores agrestes, vis infâmias e ventres só,
sabemos muitas mentiras dizer símeis aos fatos
e sabemos, se queremos, dar a ouvir revelações”.
Assim falaram as virgens do grande Zeus verídicas,
por certo deram-me um ramo, a um loureiro viçoso
colhendo-o admirável, e inspiraram-me um canto
divino para que eu gloreie o futuro e o passado,
impeliram-me a hinear o ser dos venturosos sempre vivos
e a elas primeiro e por último sempre a cantar.
Eia! pelas Musas comecemos, elas a Zeus pai
hineando alegraram o grande espírito do Olimpovi
dizendo o presente, o futuro e o passado
vozes aliando.
Dês o começo: os que a Terra e o Céu amplo geraram
e os deles nascidos Deuses doadores de bens,
depois de Zeus pai dos Deuses e dos homens,
no começo e no fim do canto hineiam as Deusas
o mais forte dos Deuses e o maior em poder,
e ainda o ser de homens e de poderosos Gigantes.
Hineando alegraram o espírito de Zeus no Olimpo
Musas olimpíades, virgens de Zeus Porta-égide.
História do Céu e de Crono
Quantos da terra e do Céu nasceram,
filhos os mais temíveis, detestava-os o pai
dês o começo: tão logo cada um deles nascia
a todos ocultava, à luz não os permitindo,
na cova da Terra. Alegrava-se na maligna obra
o Céu. Por dentro gemia a Terra prodigiosa
atulhada, e urdiu dolosa e maligna arte.
Rápida criou o gênero do grisalho aço,
forjou grande podão e indicou aos filhos.
Disse com ousadia, ofendida no coração:
“Filhos meus e do pai estólido, se quiserdes
ter-me fé, puniremos o maligno ultraje de vosso
pai, pois ele tramou antes obras indignas”.
Assim falou e a todos reteve o terror, ninguém
voseou. Ousado o grande Crono de curvo pensar
devolveu logo as palavras à mãe cuidadosa:
“Mãe, isto eu prometo e cumprirei
a obra, porque nefando não me importa o nosso
pai, pois ele tramou antes obras indignas”.
Da tocaia o filho alcançou com a mão
esquerda, com a destra pegou a prodigiosa foice
longa e dentada. E do pai o pênis
ceifou com ímpeto e lançou-o esmo
para trás. Mas nada inerte escapou da mão:
quantos salpicos respingaram sanguíneos
a todos recebeu-os a Terra; com o girar do ano
gerou as Eríniasvii
duras, os grandes Gigantes.
O pai com apelido de Titãsviii
apelidou-os:
o grande Céu vituperando filhos que gerou
dizia terem feito, na altiva estultícia,
grã obra de que castigo teriam de provir.
O nascimento de Zeus
Réiaix
submetida a Crono pariu brilhantes filhos:
Hestiax
, Deméter xi
e Heraxii
, de áureas sandálias,
o forte Hadesxiii
que sob o chão habita um palácio
com impiedoso coração, o troantes Treme-terra
e o sábio Zeus, pai dos Deuses e dos homens,
sob cujo trovão até a ampla terra se abala.
E engolia-os o grande Crono tão logo cada um
Do ventre sagrado da mãe desceia aso joelhos,
tramando-o para que outro dos magníficos dos Uranidas
não tivesse entre os imortais a honra de rei.
Pois soube da Terra e do Céu constelado
que lhe era destino por um filho ser submetido
apesar de poderoso, por desígnios do grande Zeus.
E não mantinha vigilância de cego, mas à espreita
engolia os filhos. Réia agarrou-a longa aflição.
Mas quando Zeus pai dos Deuses e dos homens
ela devia parir, suplicou-lhe então aos pais queridos,
aos seus à Terra e ao Céu constelado,
comporem um ardil para que oculta parisse
o filho, e fosse punido pelas Erínias do pai
e filhos engolidos o grande Crono de curvo pensar.
Eles escutaram e atenderam a filha querida
e indicaram quanto era destino ocorrer
ao rei Crono e ao filho de violento ânimo.
Enviaram-na a Licto, gorda região de Creta,
Quando ela deveria parir o filho de ótimas armas,
o grande Zeus, e recebou-o Terra prodigiosa
na vasta Creta para nutri-lo e criá-lo.
Aí levando-o através da veloz noite negra atingiu
Primeiro Licto, e com ele nas mãos escondeu-o
Em gruta íngreme sob o covil da terra divina
no monte das Cabras denso de árvores.
Encueirou grande pedra e entregou-a
Ao soberano Uranida rei dos antigos Deuses.
Tomando-a nas mãos meteu-a ventre abaixo
o coitado, nem pensou nas entranhas que deixava
em vez da pedra o seu filho invicto e seguro
ao porvir. Este com violência e mãos dominando-o
logo o expulsaria da honra e reinaria entre imortais.
Rápido o vigor e os brilhantes membros
do príncipe cresciam. E com o girar do ano,
enganado por repetidas instigações da Terra,
soltou a prole o grande Crono de curvo pensar,
vencido pelas artes e violência do filho.
Primeiro vomitou a pedra por último engolida.
Zeus cravou-a sobre a terra de ampla vias
em Delfos divino, nos vales ao pé de Parnaso,
signo ao porvir e espanto aos perecíveis mortais.
E livrou das perdidas prisões os tios paternos
Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo,
filhos de Céu a quem o pai em desvario prendeu;
e eles lembrados da graça benéfica
deram-lhe o trovão e o raio flamante
e o relâmpago que antes Terra prodigiosa recobria.
Neles confiante reina sobre mortais e imortais.
Há muito combatiam com dolorosas fadigas
uns contra outros em violentas batalhas
os Deuses Titãs e quantos nasceram de Crono:
uns no alto Ótrisxiv
- os Titãs magníficos- ,
outros no Olimpo- os Deuses doadores de bens
que Réia de belos cabelos pariu amada por Crono.
Davam uns aos outros doloroso combate
em batalhas contínuas há dez anos cheios.
Nenhum final nem solução da áspera discórdia
de nenhum lado, ambíguo pairava o termo da guerra.
Os Deuses Olímpios
Quando os venturosos completaram a fadiga
e decidiram pela força as honras dos Titãs,
por conselhos da Terra exortavam o Olímpio
longividente Zeus a tomar o poder e ser rei
dos imortais. E bem dividiu entre eles as honras.
Habitantes do palácio Olímpio,
ilhas e continentes e o salgado mar no meio.
Cantai agora a grei de Deuses, vós de doce voz
Musas olimpíades virgens de Zeus porta-égide:
quantas deitando-se com homens mortais
imortais pariram filhos símeis aos Deuses.
Referências bibliográficas:
HESÍODO. Teogonia: A Origem dos Deuses. Trad. Jaa Torrano. São
Paulo: Editora Iluminuras, 5 ed. 2003.
i
Material produzido como suporte para o roteiro postado no portal do
MEC em 23 de setembro de 2013, sob o título de Oficina de Estudos
Clássicos.
ii
Hélicon é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é um lugar
considerado sagrado no qual as musas habitam.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_H%C3%A9licon
iii
Crono é a divindade suprema da segunda geração de deuses
da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronos
iv
Hesíodo foi um poeta oral grego da Antiguidade, geralmente tido como
tendo estado em atividade entre 750 e650 a.C., por volta do mesmo
período que Homero. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodo
v
Zeus na Grécia Antiga, é o "pai dos deuses e dos homens" que exercia a
autoridade sobre os deuses olímpicos como um pai sobre sua família. É o
deus dos céus e dos trovões. http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
vi
Olimpo é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é o local no
qual alguns dos filhos de Cronos nasceram e a moradas dos 12 Deuses do
Olimpo, os principais deuses do panteão grego.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Olimpo
vii
As Erínias eram personificações da vingança.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Er%C3%ADnias
viii
Titãs estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses
olímpicos na sua ascensão ao poder.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A3
ix
Reia, na mitologia grega, é uma titã, filha de Urano e de Gaia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reia
x
Héstia é a deusa grega dos laços familiares, simbolizada pelo fogo
doméstico. Filha de Saturno e Cibele (na mitologia romana), filha
de Cronos e Reia para os gregos, era uma das doze divindades olímpicas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9stia
xi
Deméter é uma deusa grega, filha de Cronos e Reia, deusa da terra
cultivada, das colheitas e das estações do ano.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9ter
xii
Hera é a deusa do casamento, irmã e esposa de Zeus, Deus dos deuses, e
rege a fidelidade conjugal. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hera
xiii
Hades , na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades
xiv
Ótris é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é o local no
qual alguns dos filhos de Cronos nasceram.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_%C3%93tris

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Handout teogonia

  • 1. TEOGONIA Produzido i por Ariane Alhadas Cordeiro Fabiana Silva Rodrigues Gracielle Custódio Apolinário A Origem dos Deuses Hesíodo Pelas Musas heleconíades comecemos a cantar. Elas têm grande e divino o monte Héliconii , em volta da fonte violácea com pés suaves dançam e do altar do bem forte filho do Cronoiii . Banharam a tenra pele no Permesso ou na fonte do Cavalo ou no Olmio divino e irrompendo com os pés fizeram coros belos ardentes no ápice do Hélicon. Elas um dia a Hesíodoiv ensinaram belo canto quando pastoreava ovelhas ao pé do Hélicon divino. Esta palavra primeiro disseram-me as Deusas Musas olimpíades, virgens de Zeusv porta-égide: “Pastores agrestes, vis infâmias e ventres só, sabemos muitas mentiras dizer símeis aos fatos e sabemos, se queremos, dar a ouvir revelações”. Assim falaram as virgens do grande Zeus verídicas, por certo deram-me um ramo, a um loureiro viçoso colhendo-o admirável, e inspiraram-me um canto divino para que eu gloreie o futuro e o passado,
  • 2. impeliram-me a hinear o ser dos venturosos sempre vivos e a elas primeiro e por último sempre a cantar. Eia! pelas Musas comecemos, elas a Zeus pai hineando alegraram o grande espírito do Olimpovi dizendo o presente, o futuro e o passado vozes aliando. Dês o começo: os que a Terra e o Céu amplo geraram e os deles nascidos Deuses doadores de bens, depois de Zeus pai dos Deuses e dos homens, no começo e no fim do canto hineiam as Deusas o mais forte dos Deuses e o maior em poder, e ainda o ser de homens e de poderosos Gigantes. Hineando alegraram o espírito de Zeus no Olimpo Musas olimpíades, virgens de Zeus Porta-égide. História do Céu e de Crono Quantos da terra e do Céu nasceram, filhos os mais temíveis, detestava-os o pai dês o começo: tão logo cada um deles nascia a todos ocultava, à luz não os permitindo, na cova da Terra. Alegrava-se na maligna obra o Céu. Por dentro gemia a Terra prodigiosa atulhada, e urdiu dolosa e maligna arte. Rápida criou o gênero do grisalho aço, forjou grande podão e indicou aos filhos. Disse com ousadia, ofendida no coração: “Filhos meus e do pai estólido, se quiserdes ter-me fé, puniremos o maligno ultraje de vosso pai, pois ele tramou antes obras indignas”. Assim falou e a todos reteve o terror, ninguém voseou. Ousado o grande Crono de curvo pensar devolveu logo as palavras à mãe cuidadosa: “Mãe, isto eu prometo e cumprirei
  • 3. a obra, porque nefando não me importa o nosso pai, pois ele tramou antes obras indignas”. Da tocaia o filho alcançou com a mão esquerda, com a destra pegou a prodigiosa foice longa e dentada. E do pai o pênis ceifou com ímpeto e lançou-o esmo para trás. Mas nada inerte escapou da mão: quantos salpicos respingaram sanguíneos a todos recebeu-os a Terra; com o girar do ano gerou as Eríniasvii duras, os grandes Gigantes. O pai com apelido de Titãsviii apelidou-os: o grande Céu vituperando filhos que gerou dizia terem feito, na altiva estultícia, grã obra de que castigo teriam de provir. O nascimento de Zeus Réiaix submetida a Crono pariu brilhantes filhos: Hestiax , Deméter xi e Heraxii , de áureas sandálias, o forte Hadesxiii que sob o chão habita um palácio com impiedoso coração, o troantes Treme-terra e o sábio Zeus, pai dos Deuses e dos homens, sob cujo trovão até a ampla terra se abala. E engolia-os o grande Crono tão logo cada um Do ventre sagrado da mãe desceia aso joelhos, tramando-o para que outro dos magníficos dos Uranidas não tivesse entre os imortais a honra de rei. Pois soube da Terra e do Céu constelado que lhe era destino por um filho ser submetido apesar de poderoso, por desígnios do grande Zeus. E não mantinha vigilância de cego, mas à espreita engolia os filhos. Réia agarrou-a longa aflição. Mas quando Zeus pai dos Deuses e dos homens
  • 4. ela devia parir, suplicou-lhe então aos pais queridos, aos seus à Terra e ao Céu constelado, comporem um ardil para que oculta parisse o filho, e fosse punido pelas Erínias do pai e filhos engolidos o grande Crono de curvo pensar. Eles escutaram e atenderam a filha querida e indicaram quanto era destino ocorrer ao rei Crono e ao filho de violento ânimo. Enviaram-na a Licto, gorda região de Creta, Quando ela deveria parir o filho de ótimas armas, o grande Zeus, e recebou-o Terra prodigiosa na vasta Creta para nutri-lo e criá-lo. Aí levando-o através da veloz noite negra atingiu Primeiro Licto, e com ele nas mãos escondeu-o Em gruta íngreme sob o covil da terra divina no monte das Cabras denso de árvores. Encueirou grande pedra e entregou-a Ao soberano Uranida rei dos antigos Deuses. Tomando-a nas mãos meteu-a ventre abaixo o coitado, nem pensou nas entranhas que deixava em vez da pedra o seu filho invicto e seguro ao porvir. Este com violência e mãos dominando-o logo o expulsaria da honra e reinaria entre imortais. Rápido o vigor e os brilhantes membros do príncipe cresciam. E com o girar do ano, enganado por repetidas instigações da Terra, soltou a prole o grande Crono de curvo pensar, vencido pelas artes e violência do filho. Primeiro vomitou a pedra por último engolida. Zeus cravou-a sobre a terra de ampla vias em Delfos divino, nos vales ao pé de Parnaso, signo ao porvir e espanto aos perecíveis mortais. E livrou das perdidas prisões os tios paternos Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo,
  • 5. filhos de Céu a quem o pai em desvario prendeu; e eles lembrados da graça benéfica deram-lhe o trovão e o raio flamante e o relâmpago que antes Terra prodigiosa recobria. Neles confiante reina sobre mortais e imortais. Há muito combatiam com dolorosas fadigas uns contra outros em violentas batalhas os Deuses Titãs e quantos nasceram de Crono: uns no alto Ótrisxiv - os Titãs magníficos- , outros no Olimpo- os Deuses doadores de bens que Réia de belos cabelos pariu amada por Crono. Davam uns aos outros doloroso combate em batalhas contínuas há dez anos cheios. Nenhum final nem solução da áspera discórdia de nenhum lado, ambíguo pairava o termo da guerra. Os Deuses Olímpios Quando os venturosos completaram a fadiga e decidiram pela força as honras dos Titãs, por conselhos da Terra exortavam o Olímpio longividente Zeus a tomar o poder e ser rei dos imortais. E bem dividiu entre eles as honras. Habitantes do palácio Olímpio, ilhas e continentes e o salgado mar no meio. Cantai agora a grei de Deuses, vós de doce voz Musas olimpíades virgens de Zeus porta-égide: quantas deitando-se com homens mortais imortais pariram filhos símeis aos Deuses. Referências bibliográficas: HESÍODO. Teogonia: A Origem dos Deuses. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Editora Iluminuras, 5 ed. 2003.
  • 6. i Material produzido como suporte para o roteiro postado no portal do MEC em 23 de setembro de 2013, sob o título de Oficina de Estudos Clássicos. ii Hélicon é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é um lugar considerado sagrado no qual as musas habitam. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_H%C3%A9licon iii Crono é a divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronos iv Hesíodo foi um poeta oral grego da Antiguidade, geralmente tido como tendo estado em atividade entre 750 e650 a.C., por volta do mesmo período que Homero. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodo v Zeus na Grécia Antiga, é o "pai dos deuses e dos homens" que exercia a autoridade sobre os deuses olímpicos como um pai sobre sua família. É o deus dos céus e dos trovões. http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus vi Olimpo é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é o local no qual alguns dos filhos de Cronos nasceram e a moradas dos 12 Deuses do Olimpo, os principais deuses do panteão grego. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Olimpo vii As Erínias eram personificações da vingança. http://pt.wikipedia.org/wiki/Er%C3%ADnias viii Titãs estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A3 ix Reia, na mitologia grega, é uma titã, filha de Urano e de Gaia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Reia x Héstia é a deusa grega dos laços familiares, simbolizada pelo fogo doméstico. Filha de Saturno e Cibele (na mitologia romana), filha de Cronos e Reia para os gregos, era uma das doze divindades olímpicas. http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9stia xi Deméter é uma deusa grega, filha de Cronos e Reia, deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9ter xii Hera é a deusa do casamento, irmã e esposa de Zeus, Deus dos deuses, e rege a fidelidade conjugal. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hera xiii Hades , na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades xiv Ótris é um monte localizado na Grécia e para a mitologia é o local no qual alguns dos filhos de Cronos nasceram. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_%C3%93tris