1) Ervas podem prejudicar o tratamento anti-retroviral ao interagirem com os medicamentos no fígado.
2) Fitoterápicos são pouco estudados e seu uso pode interferir na ação dos anti-retrovirais.
3) O uso de fitoterápicos sem orientação médica pode causar problemas ao alterar os exames de carga viral e CD4.
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Ervas podem prejudicar o tratamento anti
1. Ervas podem prejudicar o tratamento anti-retroviral
Profissionais de saúde devem estar atentos ao uso de fitoterápicos
Os medicamentos fitoterápicos, produzidos à base de elementos naturais, devem
ser usados com cautela pelos soropositivos. A maioria dos produtos à venda como
estimulantes imunológicos, antidepressivos e ansiolíticos interage com os anti-
retrovirais, garante o médico Marcos Monassa, professor de bioquímica fisiológica
da UniRio. Isso porque tanto os medicamentos para Aids quanto os fitoterápicos
são metabolizados no fígado, pelo citocromo P-450, e quando administrados
concomitantemente acabam concorrendo entre si.
Fitoterápicos são pouco estudados
A gama de fitoterápicos usados pelos portadores do HIV é bem vasta. Erva de São
João, cápsulas de alho, echinacea purpurea, ginseng, gingko biloba, unha de gato,
cogumelo do sol, ginseng coreano vermelho, mistura Sambu, Canova e boldo do
Chile são algumas das substâncias consumidas. Segundo Monassa, grande parte
destes medicamentos consegue melhorar o sistema imunológico e aliviar a
depressão das pessoas soronegativas. Eles só não podem ser usados pelos
portadores do HIV/Aids, por interferirem diretamente na ação dos anti-retrovirais.
"O problema dos fitoterápicos é que pouco se sabe sobre sua farmacodinâmica (a
descrição do que a droga faz no organismo). Quando são processados pelo
citocromo P-450, não podem ser indicados para os soropositivos em tratamento
com anti-retrovirais", explica o médico.
Uso sem orientação é causa de problemas
O uso dos fitoterápicos, na maioria das vezes, é feito sem a orientação do
infectologista.
O portador do HIV/Aids descobre que determinada erva, raiz ou alimento é bom
para melhorar o sistema imunológico ou é indicado para combater a Aids, e acaba
fazendo uso do produto.
O médico só vai desconfiar que algo está acontecendo quando os exames de carga
viral e CD4 começarem a apresentar mudanças. "É muito importante que a equipe
multidisciplinar esteja atenta a esses tratamentos alternativos. A interação
medicamentosa entre os anti-retrovirais e os fitoterápicos deve ser discutida com
os usuários dos serviços especializados em DST/Aids, a fim de evitar complicações
futuras", recomenda Monassa.
NOTAS
Farmácia Popular do Brasil da desconto de até 85%
Programa do Ministério da Saúde disponibiliza 95 medicamentos
para as principais doenças
2. Ao contrário dos anti-retrovirais, que, salvo alguns entraves pontuais,
estão regularmente disponíveis nas farmácias das unidades de saúde do
Brasil, o acesso aos medicamentos para doenças oportunistas não tem sido
simples.
O Programa Farmácia Popular do Brasil, uma iniciativa do Ministério da
Saúde lançada em 2002, pretende minimizar esse problema. Noventa e
cinco itens de medicamentos para os principais agravos nacionais estão à
venda para a população com descontos que chegam a até 85% do valor
registrado nas farmácias comerciais. Atualmente, existem 39
estabelecimentos do Farmácia Popular nos seguintes estados: RS, PR, SP,
RJ, GO, BA, PE, CE, PI, PA, AM. A meta do Ministério da Saúde é
implementar 500 unidades até 2006.
De acordo com o gerente técnico da Fiocruz no Programa de Farmácia
Popular do Brasil, Hayne Felipe da Silva, o principal objetivo do Programa é
ampliar o acesso a medicamentos para toda a população brasileira.
Para comprar na Farmácia Popular, o usuário precisa apresentar uma
receita médica da rede pública ou particular e receberá do farmacêutico
um atendimento personalizado, baseado no princípio da atenção
farmacêutica.
Além dos medicamentos para algumas doenças oportunistas, a Farmácia
Popular também vende drogas para doenças sexualmente transmissíveis e
distribui até 10 preservativos masculinos por pessoa.
SAIBA +
http://dtr2002.saude.gov.br/farmaciapopular