O documento descreve uma visita de estudo dos alunos do Agrupamento Vertical de Escolas de Sabrosa à cidade de Coimbra para conhecer o seu património barroco. A visita inclui a visita ao Paço das Escolas de Coimbra, Sé Nova, Igreja de S. João de Almedina e Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
1. VISITA DE ESTUDO INTERDISCIPLINAR
Agrupamento Vertical de Escolas de Sabrosa
Escola EB 2,3/s Miguel Torga
Rua das Eiras-5060-320 Sabrosa
AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DE SABROSA-AVES
Lídia Prates
CURSO
História e Cultura
PROFISSIONAL
das Artes
TÉCNICO
Madalena Barja
DE TURISMO
Informação e
11º C
Animação Turística
Novembro 2008
26 DE NOVEMBRO de 2008
2. Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
ROTEIRO DO PATRIMÓNIO BARROCO
7h.00 - Saída da EB 2,3/s Miguel Torga - Sabrosa.
10h.30 - Chegada a Coimbra.
No Museu da Ciência, a Universidade de Coimbra desenvolve um projecto
museológico de características ímpares no nosso país, que visa reunir o acervo
11h.00 - Visita ao Paço das Escolas de Coimbra:
científico disperso por vários museus universitários e pelas faculdades, para além
dos acervos do Observatório Astronómico e do Instituto Geofísico, criando, dessa
Sala dos Capelos (Salas do Exame Privado e das Armas);
forma, um Museu da Ciência moderno e integrador, ao nível dos melhores
existentes no mundo. De acordo com vários especialistas internacionais, a
Biblioteca Joanina;
Universidade de Coimbra detém um espólio na área da museologia sem
comparação no nosso país, que configura um museu de capacidade internacional.
Prisão Académica; A generalidade destes museus é uma consequência da
Reforma Pombalina, que deu origem a uma profunda
Porta Férrea e Via Latina; reestruturação da área científica e à construção e
adaptação de novos estabelecimentos ligados à
Torre da Universidade. investigação experimental. Distribuído por dois
edifícios, o Museu avançará em duas fases. A primeira,
Capela de S. Miguel. já terminada, corresponde à operação de renovação do
Laboratório Químico, sendo desenvolvido, numa
13h.00 - Almoço.
exposição permanente, o tema ‘Segredos da luz e da
14h.30 - Sé Nova de Coimbra. matéria’. A segunda fase será mais longa e complexa,
e corresponde à renovação do edifício do Colégio de
15h.30 - Igreja de S. João de Almedina. Jesus. A este grande projecto, juntam-se projectos de
acesso digital a documentos e às colecções
16h.30 - Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. museológicas e de outras estruturas com potencial
museológico, como a Biblioteca Joanina, a Biblioteca
18h.00 - Regresso a Sabrosa. Geral, o Arquivo, o Jardim Botânico e o Museu
Académico. Pretende-se, deste modo, criar um espaço de difusão das ciências para
um público tão vasto quanto possível. O facto de existirem hoje poucos locais
universitários possuidores de testemunhos arquitectónicos deste período, dos mais
importantes no desenvolvimento da investigação experimental, atesta o carácter
excepcional deste espaço.
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3. Sala dos Capelos Prisão Académica
A Sala Grande dos Actos é a principal sala da Universidade de Resultante da condição privilegiada da Universidade, seria instalado, a partir de
Coimbra. É também conhecida por Sala dos Capelos uma vez 1593, em dois antigos aposentos, sob a Sala dos Capelos.
que, ainda hoje, é utilizada nas cerimónias académicas. Quando Aí se conservaria até 1773, sendo então transferido para
visitar a Sala dos Capelos poderá visitar também a Sala do as infra-estruturas da Biblioteca Joanina que, por seu
Exame Privado e a Sala das Armas. A Sala do Exame Privado turno, incorporara, quando da sua edificação os restos
fazia parte integrante da ala real do palácio. Foi câmara real, ou arruinados do que fora o antigo cárcere do Paço Real,
seja, o local onde o monarca pernoitava. documentando o único trecho de cadeia medieval
subsistente em Portugal.
Também foi nesta sala que se realizou a primeira “reunião” entre
o Reitor D. Garcia de Almeida e os lentes (professores) da Porta Férrea e Via Latina Biblioteca Geral da Universidade
Universidade, no dia 13 de Outubro de 1537, data da transferência definitiva desta
instituição para Coimbra. A Sala das Armas fazia parte da ala real do antigo paço. Alberga
a panóplia das armas (alabardas) da Guarda Real Académica, que ainda hoje são utilizadas
pelos Archeiros (guardas) nas cerimónias académicas solenes (Doutoramentos solenes,
“honoris causa”, Investidura do Reitor, Abertura Solene das Aulas).
Biblioteca Joanina
A Casa da Livraria, nome por que era conhecida a
Torre da Universidade
Biblioteca Joanina, recebeu os primeiros livros depois de
1750, sendo a construção do edifício datável entre os anos Edificada entre 1728 e 1733, em substituição de uma outra, célebre, que João de
de 1717 e 1728. Situada nas dependências da Universidade Ruão erigira em 1561, seria riscada pelo arquitecto
de Coimbra, no pátio da Faculdade de Direito de Coimbra, romano António Canevari, constituindo a matriarca
apresenta um estilo marcadamente rococó, sendo das torres universitárias europeias. Aloja, além dos
reconhecida com uma das mais originais e espectaculares relógios, os sinos que regulam o funcionamento ritual
bibliotecas barrocas europeias. Além de local de pesquisa de muitos estudiosos, o espaço é da Universidade. A Torre da Universidade apenas
ainda frequentemente utilizado para concertos, exposições e outras manifestações culturais. pode ser apreciada do seu exterior. Está em processo
Toda a sua arquitectura envolve um retrato de D. João V que, colocado na parede do topo de preparação, a visita ao interior deste monumento, o
do edifício, na última sala, funciona como "ponto de fuga" da biblioteca da Universidade que permitirá aos visitantes subirem ao seu topo e
de Coimbra. A nave central da Joanina faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma desfrutarem de uma vista ímpar sobre a cidade de
capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar. A Coimbra.
dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, Capela de S. Miguel
numa "esplendorosa composição alegórica", o rei. Foi construída no início do séc. XVI, substituindo uma anterior,
provavelmente do séc. XII. A sua estrutura arquitectónica é
manuelina, estilo decorativo visível sobretudo nos janelões da nave
central e no arco cruzeiro.
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4. Sé Nova de Coimbra
Projectada pelo arquitecto oficial dos jesuítas dos finais
Coimbra é uma cidade portuguesa, capital do
século XVI, Baltazar Álvares, inspirou-se na igreja do
distrito de Coimbra, principal cidade da região centro de
Mosteiro de São Vicente de Fora, de Lisboa. A 7 de
Portugal e situada na sub-região do baixo Mondego. Em
Agosto de 1598 foi lançada a primeira pedra pelo bispo D.
2007 uma estimativa apontava para cerca de 137.000
Afonso Castelo Branco a qual viria a ser a Igreja do
habitantes no seu concelho. Cidade historicamente de
Colégio da Companhia de Jesus. A sua construção foi lenta
estudantes, conta actualmente com perto de 30 mil
e somente em 1 de Janeiro 1640 se dá a sagração,
iniciando-se o culto, tendo sido inaugurada como templo estudantes, grande parte dos mesmos de fora, somando-
só em 1698. Em 1759 a Igreja foi abandonada pelos se ainda cerca de 45 a 48 mil entradas de população que reside em concelhos periféricos,
Jesuítas, durante o governo do Marquês de Pombal. A resulta uma população flutuante de aproximadamente 212.000 pessoas. É o centro da Área
fachada, do ponto de vista arquitectónico comporta duas correntes, a parte inferior é Metropolitana de Coimbra. Banhada pelo rio Mondego, Coimbra é sede de um município
marcadamente maneirista, de fortes linhas e de onde se destacam quatro estátuas de santos com 319,4 km. ² de área, subdividido em 31 freguesias. O feriado municipal ocorre a 4 de
jesuítas (Santo Inácio, S. Luís Gonzaga, S. Francisco Xavier e S. Francisco de Borja). A Julho, em memória da Rainha Santa Isabel, padroeira da cidade. Foi Capital Nacional da
parte superior, só concluída no século XVIII é barroca, da qual se destacam as armas da Cultura em 2003 e é uma das cidades mais antigas de Portugal, tendo como principal ex-líbris
nação e dois santos com o dobro do tamanho natural (S. Pedro e S. Paulo), afim de a sua Universidade, uma das mais antigas da Europa. Em Portugal, como um pouco por todo
harmonizar as diferenças de largura entre as partes superior e inferior. O interior é o mundo, a ideia da instituição Universidade de Coimbra encontra-se intimamente ligada à
constituído por uma nave única abobadada, com capelas laterais que comunicam entre si Alta Universitária, um conjunto arquitectónico heterogéneo de que se destacam as
(capela da Pia Baptismal, capela da Ressurreição, capela de S. Tomás de Vila Nova, capela construções do chamado Estado Novo e, sobretudo, o Páteo e Paço das Escolas, dominados
do Sacramento, capela de Santo António, capela de Santo Inácio e capela da Vida da pela célebre Torre da Universidade. Foi o Paço das Escolas que aglutinou, em 1544, todas as
Virgem), transepto com cúpula e lanternim, culminando no topo norte com a capela-mor. Faculdades da Universidade de Coimbra, após a instalação definitiva da Universidade nesta
cidade, em 1537, e um verdadeiro percurso itinerante de quase três séculos entre Lisboa e a
Igreja de S. João de Almedina urbe do Mondego.
Edifício religioso cuja construção remonta a 1129 (século
XII), de estilo românico, mas de feição arcaizante. Entre
1684 e 1704, a igreja foi reconstruída, alterando-se a sua
estrutura arquitectónica. Encontra-se integrada na parede do
Museu, estando, tal como ele, assente no criptopórtico
romano que sustentava o antigo fórum imperial. O seu
claustro, de estilo românico, encontra-se no Museu
Machado de Castro. 3
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