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Pronome Relativo Precedido de
Preposição
Início » Português » Pronome Relativo » Pronome Relativo Precedido de Preposição

Esse módulo trata do uso do pronome relativo QUE . Em certos casos ele deve ser
acompanhado da preposição EM ,
como no caso da letra da música “GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade).
Tim Maia canta:

“...Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você ...”.
Leila Pinheiro corrige e canta:
“... lugar qualquer em que não exista o pensamento em você ...” Leila Pinheiro tem
razão. Afinal,, se esse pensamento
existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o
pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo
“que”.

Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem
“A empresa que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa
em que trabalho”.

PRONOME RELATIVO E REGÊNCIA

Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia: “... a marca que o
mundo confia.”
Acontece que, “quem confia, confia em”. Logo, o correto seria dizer: “... a marca em
que o mundo confia.”
As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais
gosto”. O correto seria dizer “A
rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”.

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos,
“Emoções”.

“... são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci...”
Se eu me esqueci, eu me esqueci de Quem esquece, esquece algo Quem se esquece,
esquece-se de algo Logo, o correto seria “são momentos de que não
me esqueci.”

Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que
eu não esqueci”
Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava: “A gente nunca
esquece do aniversário de um
amigo..”
O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca
se esquece do aniversário de
um amigo.”

Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar.
Quem lembra, lembra algo Quem se lembra, lembra-se de algo Ex: Eu não lembro o seu
nome.
Eu não me lembro do seu nome.
Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar
a atenção para não cometê-los mais.

DIGA NÃO AO PLÁGIO - CITE A FONTE DE PESQUISA - autorizado copiar
conteúdo )

segunda-feira, 8 de junho de 2009
DICAS GRAMATICAIS: PRONOMES RELATIVOS
Pronome relativo retoma termo antecedente
-
Por Thaís Nicoleti
.
"Na virada do século, a TAC promoveu uma batalha judicial de cinco anos até obter da
Corte Constitucional do país, em 2002, a ordem para que o governo distribuísse de
graça medicamentos antirretrovirais para os doentes, que ajudam a prolongar a
vida."Mais uma vez, reforçamos a ideia de que a ordem dos termos é importante para a
clareza da frase. O pronome relativo ("que") retoma seu antecedente, portanto, no
fragmento em questão, retoma o termo "doentes", não "medicamentos".Para que a frase
expresse exatamente o que pretendeu o redator, é preciso que o pronome "que" se
posicione imediatamente depois do termo a que se refere ("medicamentos
antirretrovirais"). Não é difícil fazer isso: basta inverter a posição dos objetos, recuando
o indireto (distribuir aos doentes medicamentos antirretrovirais) e, em seguida,
acrescentar a oração encabeçada pelo pronome relativo.Observe-se ainda a inadequação
da expressão "de graça" após o verbo "distribuir". Subentende-se que o governo devolva
à população aquilo que ela paga na forma de impostos. Está implícito no verbo
"distribuir" que a população não deverá comprar os medicamentos.Abaixo, o texto
corrigido:Na virada do século, a TAC promoveu uma batalha judicial de cinco anos até
obter da Corte Constitucional do país, em 2002, a ordem para que o governo distribuísse
aos doentes medicamentos antirretrovirais, que ajudam a prolongar a vida.
.

Dando continuidade às nossas dicas de redação, vamos falar hoje a respeito do uso dos
conectivos. Veremos que o mau uso dos elementos de conexão pode trazer problemas
seriíssimos para sua redação.

Conexões malfeitas
Para dar continuidade à frase anterior, somos obrigados a usar elementos conectivos
como pronomes e conjunções.

O pronome mais usado pelos brasileiros certamente é o pronome relativo QUE. Quando
dizemos “aqui está o contrato que você me pediu”, o pronome relativo QUE serve para
ligar as duas idéias e evitar a repetição do substantivo contrato. É como se disséssemos
“aqui está o contrato” e “você me pediu o contrato”. Isso significa, portanto, que o
pronome relativo mantém uma relação de substituição com um termo que o antecede na
oração anterior.

Se eu trabalho neste jornal e este jornal fica no Rio de Janeiro, posso dizer que “eu
trabalho neste jornal que fica no Rio de Janeiro” ou que “o jornal em que eu trabalho
fica no Rio de Janeiro”.

A segunda opção merece cuidados. Primeiro, é importante observar que houve uma
intercalação: a oração subordinada “em que eu trabalho” aparece no meio da oração
principal “o jornal fica no Rio de Janeiro”. Em razão disso, surgiu a necessidade do uso
da preposição “em”, pois o pronome relativo QUE substitui o substantivo jornal. Como
trabalho “no jornal”, devemos dizer “jornal em que eu trabalho”.

Na linguagem coloquial brasileira, é freqüente a omissão da preposição que deveria
aparecer antes do pronome relativo: “…música (de) que o povo gosta”, “…vitória (de)
que o Flamengo tanto precisava”, “…dados (a) que ele fez referência”, “…sociedade
(em) que vivemos”.
Algumas vezes, o falante, por sentir falta da preposição, acaba criando certos
monstrengos: “O atacante fez os gols QUE o Flamengo tanto precisava DELES”;
“Devemos preservar a cidade QUE vivemos NELA”. Ora, se “precisava de” e “vivemos
em”, basta “…os gols DE QUE o Flamengo tanto precisava” e “…cidade EM QUE
vivemos”.

Observemos algumas frases retiradas da nossa linguagem oral: “A gente tem que
obedecer ordens que a gente não concorda com elas”; “O funcionário que eu telefonei
para ele não estava no escritório”; “O escritório que eu gosto de trabalhar lá é todo
decorado”; “O analista que eu gosto dos projetos dele ainda não chegou”.

Em textos formais, que exijam a chamada língua padrão, deveríamos dizer: “Nós temos
que (ou de) obedecer a ordens com que (ou com as quais) não concordamos”; “O
funcionário para quem (ou para o qual) telefonei não estava no escritório”; “O escritório
onde (ou em que ou no qual) gosto de trabalhar é todo decorado”; “O analista de cujos
projetos eu gosto ainda não chegou”.

Não faz muito tempo, aprendíamos na escola as terríveis orações coordenadas e
subordinadas. Tudo parecia pura “decoreba”. Decorávamos a famosa lista das
conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto… Muita gente não
sabia para quê. A maioria imaginava que decorávamos as conjunções adversativas só
para saber que ali começava uma oração coordenada sindética adversativa.

Até hoje, poucos entendem para que servem as conjunções adversativas ou
simplesmente por que elas se chamam adversativas.

Adversativa vem de adversidade, que vem de adverso, que significa “contrário, oposto”.
Uma conjunção adversativa serve para ligar duas idéias contrárias, duas idéias que se
opõem. Se eu dissesse para vocês que “o meu filho estudou muito, mas…”, acredito que
não precisaria terminar a frase. É óbvio que ele foi mal na prova ou foi reprovado. “Tá
na cara que levou bomba”, como a garotada prefere dizer.

Caso seu chefe o chame e comece a fala com “o senhor sempre foi muito dedicado ao
trabalho, porém…”, não espere promoção nem aumento salarial. Você pode ter absoluta
certeza de que vem coisa ruim por aí.

É muito importante conhecer a real utilidade das conjunções. Para que servem? Só para
ligar?

Sem dúvida alguma, as conjunções são elementos de conexão, ou seja, ligam orações,
ligam idéias. Mas por que se chamam aditivas, adversativas, conclusivas, causais,
condicionais…?
Aqui está a real utilidade das conjunções.

Uma conjunção aditiva (=e, assim como, bem como, como também, nem…) adiciona,
ou seja, soma duas idéias. Se “ele trabalha e estuda”, é porque faz as duas coisas
(somamos trabalho + estudo); se “ele trabalha, mas não estuda”, temos uma idéia
adversativa (mas, porém, contudo, todavia, entretanto…), ou seja, a segunda idéia se
opõe à primeira.

No meio jurídico, é muito difundido o uso da conjunção outrossim. Pelo visto, muitos
não conhecem o seu real significado, pois com freqüência encontro frases em que a
conjunção outrossim é usada com o sentido de “por outro lado”, como se fosse uma
adversativa. Para quem não sabe, outrossim significa “além disso”. É aditiva.

É preciso conhecer bem as conjunções: porque explica ou introduz a causa; se indica
uma condição; portanto conclui; para que indica a finalidade; embora introduz uma
concessão.

Há conjunções que merecem uma atenção maior. Posto que sempre foi concessiva: “A
proposta foi rejeitada, posto que (=embora) fosse bem elaborada”. Hoje em dia, muitos
a utilizam como causal: “A proposta foi rejeitada, posto que (=porque) não atendia às
nossas necessidades”. A conjunção proporcional à medida que (“A nossa economia
cresce, à medida que aumentam os investimentos em infra-estrutura”), às vezes também
aparece como causal: “A proposta foi rejeitada, à medida que (=porque, na medida em
que) não atendia às nossas necessidades”.

O importante é conhecer o real significado das conjunções para evitar frases que
permitam dupla interpretação ou que fiquem quase incompreensíveis.

22 comentários »

Olá! Tudo bem?
qua, 21/02/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

Como o assunto redação sempre desperta muito interesse, veremos hoje outro aspecto
que devemos observar: é a coesão.

A coesão é que faz com seu texto tenha continuidade sem precisar repetir palavras ou
expressões.

Coesão é que faz o seu texto ser mais claro, ter coerência, ter início, meio e fim.

Vamos às dicas.

Coesão textual

A palavra texto vem do latim textu, que significa “tecido”. Um bom texto, portanto,
precisa ser bem tecido.

Um dos princípios básicos da coerência de um texto é a necessidade de repetir
elementos anteriores. Para que o texto seja coeso e elegante, as repetições, que são
inevitáveis, devem ser feitas em determinadas condições.

A princípio, a repetição de palavras se torna um problema quando os vocábulos
repetidos estão muito próximos, quando os vocábulos são exatamente os mesmos ou
quando ocorre em número excessivo.

A seguir veremos alguns processos de como evitar a repetição problemática de palavras:

1. por referência:
a) com pronomes pessoais: “Os diretores se reuniram pela manhã, mas nem eles
entenderam a nossa proposta”; “As duas propostas já foram entregues, mas ainda não
as analisamos”;
b) com pronomes relativos: “Ainda não analisamos as propostas que vocês nos
entregaram”; “Já foi indicada a cidade onde será realizado o encontro deste ano”;
c) com pronomes demonstrativos: “Implantar um sistema de controle total da
qualidade, essa é a principal meta da atual diretoria”; “Foram chamados o diretor
técnico e o gerente de vendas; este por suas idéias e aquele por sua experiência”;
d) com pronomes possessivos: “Eu e o diretor temos opiniões semelhantes, mas a
minha nem foi analisada”; “O Brasil e a Argentina têm as melhores seleções, mas só a
nossa é pentacampeã”;
e) com numerais: “Recebemos duas boas propostas: a primeira era conservadora e a
segunda, mais ousada”; “Foram chamados o diretor comercial, o superintendente e o
gerente de vendas, mas somente o último compareceu à reunião”;
f) com advérbios e locuções adverbiais: “Curitiba é uma belíssima cidade, mas lá faz
muito frio”; “Rio e São Paulo são as principais cidades brasileiras, mas aqui é tudo
mais informal”;
2. por omissão (elipse): “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e, finalmente,
assinaram o contrato”; “Antes de entrar, verifique se o elevador está no andar”; “O
advogado não nos entende nem nós, a ele”;
3. por sinônimo ou expressão de valor semântico equivalente: “Na saída do Maracanã,
houve um confronto entre as torcidas do Vasco e do Flamengo. O conflito só foi
resolvido com a intervenção da polícia”; “Bush pretende viajar à China no próximo
mês. O presidente americano busca novos acordos comerciais”; “Precisamos de novos
ônibus e vans, porque nossa frota está muito velha”; “Flamengo contratou um novo
centro-avante. O atacante só vai estrear na próxima semana”;
4. por substituição resumida: “Treinar os empregados e desenvolver suas
capacidades é o nosso principal objetivo, mas isso só será atingido com muita
perseverança”; “Analisamos o caso com muita atenção, o que não significa sua
aprovação”; “Inflação, desemprego, fome, tudo preocupa o governo”.

Teste de ortografia

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase “A lavadeira
__________ a roupa num _________ varal.”
(a) estendeu – estenso;
(b) estendeu – extenso;
(c) extendeu – extenso;
(d) extendeu – estenso.

Resposta do teste: Letra (b). Parece loucura, mas é isso mesmo. O adjetivo EXTENSO
e o substantivo EXTENSÃO devem ser escritos com “x”, mas o verbo ESTENDER é
com “s”. Mistérios da língua portuguesa!

21 comentários »

Olá! Tudo bem?
qua, 14/02/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

Hoje veremos algumas dicas de redação. É muito importante que o nosso vocabulário
seja rico. Isso não significa usar palavras pouco conhecidas. Importante é fugirmos do
lugar-comum que empobrece nosso vocabulário.

São detalhes que devemos observar para melhorar nossa redação

Mesmo é chato
Virou moda e ninguém agüenta mais. Estou falando do chatíssimo vício de usar a
palavra “mesmo” como se fosse pronome substantivo. É a mania de usar “o(s)
mesmo(s), a(s) mesma(s)” para substituir algum substantivo citado anteriormente.

Estou fazendo referência a frases do tipo:

1. “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e os mesmos decidiram rejeitar a nossa
proposta”;
2. “Eram duas metralhadoras e as mesmas foram deixadas no porta-malas”;
3. “O réu foi até a vítima e falou com a mesma“;
4. “Leu o relatório e tirou várias conclusões do mesmo“;
5. “O advogado procurou o morador e ofereceu ao mesmo seus serviços”.

Para evitar esse modismo, que infesta nossos textos, há boas soluções:

a) simplesmente eliminá-lo:
“Os diretores se reuniram hoje pela manhã e decidiram rejeitar a nossa proposta”;
b) substituí-lo por uma palavra ou expressão equivalente:
“Eram duas metralhadoras. As armas foram deixadas no porta-malas”;
c) substituí-lo por pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo:
“O réu foi até a vítima e falou com ela“;
“Leu o relatório e tirou dele várias conclusões”;
“O advogado procurou o morador e ofereceu-lhe seus serviços”.

É importante lembrar que existem situações em que o uso de “mesmo” é correto:

1a) Como reforço após substantivos ou pronomes pessoais. Nesse caso, é possível
substituí-lo por “próprio”:
“Eu mesmo (próprio) fiz o trabalho”;
“Ela mesma (própria) escolheu a data do casamento”;
“Elas feriram a si mesmas (próprias)”;
“Os professores mesmos (próprios) prepararam a festa junina”;
2a) Como advérbio, equivalente a “de fato, realmente”:
“Eles não virão mesmo (realmente) à reunião”;
“Ele falou mesmo (de fato) sobre o assunto”;
3a) Substantivado no singular, precedido do artigo definido, equivalente a “mesma
coisa”:
“Acatar não é o mesmo que acolher”.

Em resumo: o “mesmo” que devemos evitar é aquele que substitui, é aquele que faz
papel de pronome substantivo.

Em quase todos os edifícios desta cidade, temos o desprazer de encontrar uma “viciada”
plaquinha na porta dos elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo
encontra-se parado no andar”.

Isso significa que se for “outro”, se não for “o mesmo”, não devo entrar? É claro que
não é essa a interpretação devida. Isso só comprova que o uso de “mesmo” como
pronome prejudica a clareza e a elegância da frase.
Basta fazer uma inversão e eliminar o pronome: “Antes de entrar, verifique se o
elevador está parado no andar”.

JUNTO A fica onde?

Quando eu era criança, lá por mil novecentos e antes, a casa em que eu morava ficava
junto ao armazém do Seu Antônio. Eu não tinha a menor dúvida de onde ficava a minha
casa: era colada ao armazém. O estádio do meu Internacional até hoje fica junto à
Avenida Beira Rio, ou seja, ao lado da avenida que lhe emprestou o nome.

Confesso que tenho um pouco de dificuldade de aceitar frases do tipo: “O Brasil
contraiu um empréstimo junto ao Banco Mundial”; “O problema deve ser resolvido
junto à diretoria”; “O atacante foi contratado pelo Benfica junto ao Flamengo”.

Será que existe alguma financeira ao lado do Banco Mundial? Será que o problema só
será resolvido na salinha que fica colada à sala da diretoria? Onde será que o tal atacante
rubro-negro foi contratado: no posto de gasolina Mengão, no Ciep, na Selva de Pedra ou
no Hospital Miguel Couto?

Pelo visto, a locução “junto a”, que significa “ao lado de, colado, perto de”, ganhou
novos significados e virou modismo.

Hoje em dia, tudo é “junto a”. Não seria mais simples e claro dizer que “o Brasil
contraiu um empréstimo no Banco Mundial”, que “o problema deve ser resolvido com a
diretoria” e que “o atacante do Flamengo foi contrato pelo Benfica”?

Outro dia, ouvi um comentarista esportivo dizer que o goleiro Rogério Ceni havia
conseguido resgatar seu prestígio “junto à torcida do São Paulo”. É lógico que ele
resgatou o prestígio “com” a torcida do São Paulo. Afinal, “junto à torcida do São Paulo
pode ficar a do Palmeiras, ou a do Corinthians, ou a do Santos…”

Eu sei que estou com um pouquinho de má vontade.

Se o problema será resolvido “junto à 14a. Vara Cível”, você vai à 13a. ou à 15a.? Se
você deve identificar-se “junto à portaria do prédio”, aonde você vai?

28 comentários »

Olá! Tudo bem?
qua, 07/02/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

O nosso assunto de hoje é um tanto polêmico. É a velha história do risco de vida e do
risco de morte. Qual é forma correta?

Tentaremos, também, resolver outras “dúvidas globais”.

1) Risco de vida OU risco de morte?
Tanto faz. As duas formas são corretas.

Argumentos de quem defende o risco de morte:
1o) O risco é de morrer, e não de viver;
2o) O risco é uma palavra de carga negativa, ou seja, sempre corremos o risco de uma
coisa ruim: corremos o risco de sermos demitidos, e não sermos promovidos; o risco é
de cair para a segunda divisão, e não de ser campeão; ninguém corre o risco de ganhar
na loteria, mas corre o risco de ser assaltado. Assim sendo o risco seria da morte, e não
da vida.

Argumentos de quem defende o risco de vida:
1o) O que está em risco é a vida, e não a morte;
2o) Há uma elipse do verbo. Está subentendido “risco de perder a vida”.

Não é, portanto, um caso de certo ou errado. As duas formas são possíveis.

Há, entretanto, um fato poderosíssimo a favor do “risco de vida”: é indiscutivelmente a
forma mais usada. O uso de “risco de morte” causa muita estranheza.

Em razão disso tudo, a forma preferencial deve ser RISCO DE VIDA.

2) Récorde OU recorde?
Há palavras que podem ser proparoxítonas (com acento gráfico) ou paroxítonas (sem
acento): acróbata e acrobata; biótipo e biotipo; crisântemo e crisantemo; hieróglifo e
hieroglifo. Em razão disso, não vejo problema em aceitarmos a pronúncia proparoxítona
para “récorde”. A realidade, porém, é que, em nossos dicionários, só há registro da
forma paroxítona (recorde).


3) Necrópsia OU necropsia?

Há palavras que eram pronunciadas como paroxítonas terminadas em hiato (sem
acento), mas hoje são pronunciadas como paroxítonas terminadas em ditongo (com
acento gráfico): autopsia e autópsia; biopsia e biópsia; boemia e boêmia. Nesse caso,
podemos incluir a palavra NECROPSIA, que aparece registrada sem acento gráfico na
maioria dos nossos dicionários. O novo dicionário Caldas Aulete já registra
NECRÓPSIA (com acento), como a maioria dos brasileiros fala.

Curioso é que os dicionários registram MAQUINARIA (sem acento), mas
MAQUINÁRIO (com acento).

4) Qual é a pronúncia correta de Roraima?

Na maior parte do Brasil, falamos Roraima com o timbre fechado, com som nasal:
/Rorãima/. É a mesma pronúncia de andaime.

No norte, é mais freqüente a pronúncia com timbre aberto: /Roráima/.

É, portanto, uma questão de pronúncia regional. Isso não caracteriza certo ou errado.
Assim sendo, as duas formas são corretas e aceitáveis.
Isso é tão verdadeiro que eu conheço alguns Jaimes: a maioria é com som nasal
(/Jãime/); mas há outros que fazem questão do som aberto (/Jáime/).

Teste de ortografia

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase: “A ___________
tem uma enorme _____________ a este tipo de comportamento.”

(a) princesa – ogeriza;
(b) princesa – ojeriza;
(c) princeza – hojeriza;
(d) princeza – hojerisa.

Resposta do teste: Letra (b). Ojeriza (sem “h”, com “j” e com “z”) é um tipo de
“aversão, má vontade, antipatia”. Os sufixos “esa” e “isa”, quando indicam “feminino”,
devem ser grafados com “s”: princesa, baronesa, marquesa, poetisa, sacerdotisa,
profetisa…

21 comentários »

Olá! Tudo bem?
qua, 07/02/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

O nosso assunto de hoje é um tanto polêmico. É a velha história do risco de vida e do
risco de morte. Qual é forma correta?

Tentaremos, também, resolver outras “dúvidas globais”.

1) Risco de vida OU risco de morte?

Tanto faz. As duas formas são corretas.

Argumentos de quem defende o risco de morte:
1o) O risco é de morrer, e não de viver;
2o) O risco é uma palavra de carga negativa, ou seja, sempre corremos o risco de uma
coisa ruim: corremos o risco de sermos demitidos, e não sermos promovidos; o risco é
de cair para a segunda divisão, e não de ser campeão; ninguém corre o risco de ganhar
na loteria, mas corre o risco de ser assaltado. Assim sendo o risco seria da morte, e não
da vida.

Argumentos de quem defende o risco de vida:
1o) O que está em risco é a vida, e não a morte;
2o) Há uma elipse do verbo. Está subentendido “risco de perder a vida”.

Não é, portanto, um caso de certo ou errado. As duas formas são possíveis.

Há, entretanto, um fato poderosíssimo a favor do “risco de vida”: é indiscutivelmente a
forma mais usada. O uso de “risco de morte” causa muita estranheza.
Em razão disso tudo, a forma preferencial deve ser RISCO DE VIDA.

2) Récorde OU recorde?
Há palavras que podem ser proparoxítonas (com acento gráfico) ou paroxítonas (sem
acento): acróbata e acrobata; biótipo e biotipo; crisântemo e crisantemo; hieróglifo e
hieroglifo. Em razão disso, não vejo problema em aceitarmos a pronúncia proparoxítona
para “récorde”. A realidade, porém, é que, em nossos dicionários, só há registro da
forma paroxítona (recorde).


3) Necrópsia OU necropsia?

Há palavras que eram pronunciadas como paroxítonas terminadas em hiato (sem
acento), mas hoje são pronunciadas como paroxítonas terminadas em ditongo (com
acento gráfico): autopsia e autópsia; biopsia e biópsia; boemia e boêmia. Nesse caso,
podemos incluir a palavra NECROPSIA, que aparece registrada sem acento gráfico na
maioria dos nossos dicionários. O novo dicionário Caldas Aulete já registra
NECRÓPSIA (com acento), como a maioria dos brasileiros fala.
Curioso é que os dicionários registram MAQUINARIA (sem acento), mas
MAQUINÁRIO (com acento).

4) Qual é a pronúncia correta de Roraima?

Na maior parte do Brasil, falamos Roraima com o timbre fechado, com som nasal:
/Rorãima/. É a mesma pronúncia de andaime.
No norte, é mais freqüente a pronúncia com timbre aberto: /Roráima/.
É, portanto, uma questão de pronúncia regional. Isso não caracteriza certo ou errado.
Assim sendo, as duas formas são corretas e aceitáveis.

4 comentários »

Uso das preposições
qua, 19/01/11
por snogueira.sn |
categoria Dicas

Coitada da preposição! Como é maltratada! Quando não é mal usada, é esquecida.
Em nossas rádios, é frequente ouvirmos:
“Esta é a música que o povo gosta.”
Quem não gosta sou eu. Ora, se quem gosta gosta de alguma coisa, o certo é: “Esta é a
música de que o povo gosta.”
Se você achou estranho ou feio, há outra opção:
“Esta é música da qual o povo gosta.”
Você decide qual pronome relativo vai usar, mas não esqueça a preposição.
Erro semelhante ocorre num anúncio de uma famosa marca mundial:
“Esta é a marca que o mundo confia.”
Eu perdi a confiança! A regência do verbo CONFIAR exige a preposição em. O certo é:
“Esta é marca em que o mundo confia.”
Outro exemplo errado ocorre em cartas comerciais:
“Segue anexo o documento que você se refere em sua última carta.”
O verbo REFERIR-SE pede a preposição a. O certo é: “Segue anexo o documento a que
você se refere em sua última carta.”
Mais um: “E o Flamengo acabou perdendo o gol que tanto precisava.” Pelo visto, não
precisava tanto. Ou o gol seria ilegal. Se quem precisa precisa de alguma coisa, o certo
é: “E o Flamengo acabou perdendo o gol de que tanto precisava.”

DICA

Se você quer saber se deve usar preposição antes dos pronomes relativos, aplique o
seguinte “macete”:
“Esta é a quantia ___ que dispomos para o investimento.”
Todo pronome relativo (=que) tem um antecedente (=quantia).
Ponha o antecedente no fim da oração seguinte (=que dispomos para o investimento) >
“…que dispomos DA QUANTIA para o investimento” (=você descobriu a preposição
DE )
Ponha a preposição (=DE) antes do pronome relativo:
“Esta é a quantia de que dispomos para o investimento.”
Vamos testar o “macete” em outros exemplos:
“Isto só ocorre nesta sociedade ___ que vivemos.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = sociedade;
“…vivemos NA SOCIEDADE.” (preposição = EM);
“Isto só ocorre nesta sociedade EM QUE vivemos.”
“O fato ___ que fizemos alusão não é recente.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = o fato;
“…fizemos alusão AO FATO.” (preposição = A )
“O fato A QUE fizemos alusão é recente.”
“Os dados ___ contamos são insuficientes.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = os dados;
“…contamos COM OS DADOS.” (preposição = COM);
“Os dados COM QUE contamos são insuficientes.”
“Aqui está o livro ___ que compramos ontem.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = o livro;
“…compramos ontem O LIVRO.” (sem preposição);
“Aqui está o livro QUE compramos ontem.”

Dúvidas dos leitores:

1ª) ONDE ou AONDE?

ONDE indica “em algum lugar” e AONDE, “a algum lugar”:
“Esta é a rua ONDE mora a família Costa.” (=a família Costa mora NA rua);
“Este é o cinema AONDE fomos ontem à noite.” (=fomos AO cinema);
“ONDE estou?” (= quem está está EM algum lugar);
“AONDE você vai?” (=quem vai vai A algum lugar).

2ª) VER ou VIR?

Leitor quer saber se a frase a seguir está certa ou errada: “Onde você ver uma parede
torta ou um carro com lataria ondulada…”
O certo é: “Onde você VIR uma parede…”
Nessa frase, devemos usar o verbo VER no futuro do subjuntivo:
quando eu VIR
tu VIRES
ele VIR
nós VIRMOS
vós VIRDES
eles VIREM.
A frase “Quando a gente se ver de novo” é típica da linguagem popular-coloquial.
Segundo a língua padrão, devemos usar: “Quando nós nos VIRMOS de novo.”

3ª) Vossa Excelência DEVE ou DEVEIS viajar?

VOSSA EXCELÊNCIA, como qualquer pronome de tratamento (=VOSSA
SENHORIA, VOSSA ALTEZA, VOSSA MAJESTADE, VOSSA SANTIDADE…),
faz a concordância na 3ª pessoa. É igual a VOCÊ.
Portanto, o certo é:
Vossa Excelência DEVE viajar.
Em “Vossa Excelência deve comparecer com vossos convidados à reunião do dia 20.
Estamos a vosso dispor para mais esclarecimentos”, ocorre outro desvio de
concordância. Se o verbo concorda com Vossa Excelência na terceira pessoa, os
pronomes também devem ficar na terceira pessoa. Assim sendo, o correto é: “Vossa
Excelência deve comparecer com seus convidados à reunião do dia 20. Estamos a seu
dispor para mais esclarecimentos”.

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  • 1. Pronome relativoMatérias o Biologia o Física o Geografia o História o História do Brasil o Inglês o Literatura o Matemática o Português o Química o Conteúdo Infantil • Especiais • Guia de Atuação • Faculdades • Cursinho Vestibular • Cursos Online • Cursos para Crianças • Ensino Religioso Pronome Relativo Precedido de Preposição Início » Português » Pronome Relativo » Pronome Relativo Precedido de Preposição Esse módulo trata do uso do pronome relativo QUE . Em certos casos ele deve ser acompanhado da preposição EM , como no caso da letra da música “GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade). Tim Maia canta: “...Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você ...”. Leila Pinheiro corrige e canta: “... lugar qualquer em que não exista o pensamento em você ...” Leila Pinheiro tem razão. Afinal,, se esse pensamento existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo “que”. Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem “A empresa que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa em que trabalho”. PRONOME RELATIVO E REGÊNCIA Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia: “... a marca que o mundo confia.” Acontece que, “quem confia, confia em”. Logo, o correto seria dizer: “... a marca em que o mundo confia.”
  • 2. As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto seria dizer “A rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”. O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”. “... são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci...” Se eu me esqueci, eu me esqueci de Quem esquece, esquece algo Quem se esquece, esquece-se de algo Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci.” Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que eu não esqueci” Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava: “A gente nunca esquece do aniversário de um amigo..” O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca se esquece do aniversário de um amigo.” Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar. Quem lembra, lembra algo Quem se lembra, lembra-se de algo Ex: Eu não lembro o seu nome. Eu não me lembro do seu nome. Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar a atenção para não cometê-los mais. DIGA NÃO AO PLÁGIO - CITE A FONTE DE PESQUISA - autorizado copiar conteúdo ) segunda-feira, 8 de junho de 2009 DICAS GRAMATICAIS: PRONOMES RELATIVOS Pronome relativo retoma termo antecedente - Por Thaís Nicoleti . "Na virada do século, a TAC promoveu uma batalha judicial de cinco anos até obter da Corte Constitucional do país, em 2002, a ordem para que o governo distribuísse de graça medicamentos antirretrovirais para os doentes, que ajudam a prolongar a vida."Mais uma vez, reforçamos a ideia de que a ordem dos termos é importante para a clareza da frase. O pronome relativo ("que") retoma seu antecedente, portanto, no fragmento em questão, retoma o termo "doentes", não "medicamentos".Para que a frase expresse exatamente o que pretendeu o redator, é preciso que o pronome "que" se posicione imediatamente depois do termo a que se refere ("medicamentos antirretrovirais"). Não é difícil fazer isso: basta inverter a posição dos objetos, recuando o indireto (distribuir aos doentes medicamentos antirretrovirais) e, em seguida, acrescentar a oração encabeçada pelo pronome relativo.Observe-se ainda a inadequação
  • 3. da expressão "de graça" após o verbo "distribuir". Subentende-se que o governo devolva à população aquilo que ela paga na forma de impostos. Está implícito no verbo "distribuir" que a população não deverá comprar os medicamentos.Abaixo, o texto corrigido:Na virada do século, a TAC promoveu uma batalha judicial de cinco anos até obter da Corte Constitucional do país, em 2002, a ordem para que o governo distribuísse aos doentes medicamentos antirretrovirais, que ajudam a prolongar a vida. . Dando continuidade às nossas dicas de redação, vamos falar hoje a respeito do uso dos conectivos. Veremos que o mau uso dos elementos de conexão pode trazer problemas seriíssimos para sua redação. Conexões malfeitas Para dar continuidade à frase anterior, somos obrigados a usar elementos conectivos como pronomes e conjunções. O pronome mais usado pelos brasileiros certamente é o pronome relativo QUE. Quando dizemos “aqui está o contrato que você me pediu”, o pronome relativo QUE serve para ligar as duas idéias e evitar a repetição do substantivo contrato. É como se disséssemos “aqui está o contrato” e “você me pediu o contrato”. Isso significa, portanto, que o pronome relativo mantém uma relação de substituição com um termo que o antecede na oração anterior. Se eu trabalho neste jornal e este jornal fica no Rio de Janeiro, posso dizer que “eu trabalho neste jornal que fica no Rio de Janeiro” ou que “o jornal em que eu trabalho fica no Rio de Janeiro”. A segunda opção merece cuidados. Primeiro, é importante observar que houve uma intercalação: a oração subordinada “em que eu trabalho” aparece no meio da oração principal “o jornal fica no Rio de Janeiro”. Em razão disso, surgiu a necessidade do uso da preposição “em”, pois o pronome relativo QUE substitui o substantivo jornal. Como trabalho “no jornal”, devemos dizer “jornal em que eu trabalho”. Na linguagem coloquial brasileira, é freqüente a omissão da preposição que deveria aparecer antes do pronome relativo: “…música (de) que o povo gosta”, “…vitória (de) que o Flamengo tanto precisava”, “…dados (a) que ele fez referência”, “…sociedade (em) que vivemos”. Algumas vezes, o falante, por sentir falta da preposição, acaba criando certos monstrengos: “O atacante fez os gols QUE o Flamengo tanto precisava DELES”; “Devemos preservar a cidade QUE vivemos NELA”. Ora, se “precisava de” e “vivemos em”, basta “…os gols DE QUE o Flamengo tanto precisava” e “…cidade EM QUE vivemos”. Observemos algumas frases retiradas da nossa linguagem oral: “A gente tem que obedecer ordens que a gente não concorda com elas”; “O funcionário que eu telefonei para ele não estava no escritório”; “O escritório que eu gosto de trabalhar lá é todo decorado”; “O analista que eu gosto dos projetos dele ainda não chegou”. Em textos formais, que exijam a chamada língua padrão, deveríamos dizer: “Nós temos que (ou de) obedecer a ordens com que (ou com as quais) não concordamos”; “O
  • 4. funcionário para quem (ou para o qual) telefonei não estava no escritório”; “O escritório onde (ou em que ou no qual) gosto de trabalhar é todo decorado”; “O analista de cujos projetos eu gosto ainda não chegou”. Não faz muito tempo, aprendíamos na escola as terríveis orações coordenadas e subordinadas. Tudo parecia pura “decoreba”. Decorávamos a famosa lista das conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto… Muita gente não sabia para quê. A maioria imaginava que decorávamos as conjunções adversativas só para saber que ali começava uma oração coordenada sindética adversativa. Até hoje, poucos entendem para que servem as conjunções adversativas ou simplesmente por que elas se chamam adversativas. Adversativa vem de adversidade, que vem de adverso, que significa “contrário, oposto”. Uma conjunção adversativa serve para ligar duas idéias contrárias, duas idéias que se opõem. Se eu dissesse para vocês que “o meu filho estudou muito, mas…”, acredito que não precisaria terminar a frase. É óbvio que ele foi mal na prova ou foi reprovado. “Tá na cara que levou bomba”, como a garotada prefere dizer. Caso seu chefe o chame e comece a fala com “o senhor sempre foi muito dedicado ao trabalho, porém…”, não espere promoção nem aumento salarial. Você pode ter absoluta certeza de que vem coisa ruim por aí. É muito importante conhecer a real utilidade das conjunções. Para que servem? Só para ligar? Sem dúvida alguma, as conjunções são elementos de conexão, ou seja, ligam orações, ligam idéias. Mas por que se chamam aditivas, adversativas, conclusivas, causais, condicionais…? Aqui está a real utilidade das conjunções. Uma conjunção aditiva (=e, assim como, bem como, como também, nem…) adiciona, ou seja, soma duas idéias. Se “ele trabalha e estuda”, é porque faz as duas coisas (somamos trabalho + estudo); se “ele trabalha, mas não estuda”, temos uma idéia adversativa (mas, porém, contudo, todavia, entretanto…), ou seja, a segunda idéia se opõe à primeira. No meio jurídico, é muito difundido o uso da conjunção outrossim. Pelo visto, muitos não conhecem o seu real significado, pois com freqüência encontro frases em que a conjunção outrossim é usada com o sentido de “por outro lado”, como se fosse uma adversativa. Para quem não sabe, outrossim significa “além disso”. É aditiva. É preciso conhecer bem as conjunções: porque explica ou introduz a causa; se indica uma condição; portanto conclui; para que indica a finalidade; embora introduz uma concessão. Há conjunções que merecem uma atenção maior. Posto que sempre foi concessiva: “A proposta foi rejeitada, posto que (=embora) fosse bem elaborada”. Hoje em dia, muitos a utilizam como causal: “A proposta foi rejeitada, posto que (=porque) não atendia às nossas necessidades”. A conjunção proporcional à medida que (“A nossa economia
  • 5. cresce, à medida que aumentam os investimentos em infra-estrutura”), às vezes também aparece como causal: “A proposta foi rejeitada, à medida que (=porque, na medida em que) não atendia às nossas necessidades”. O importante é conhecer o real significado das conjunções para evitar frases que permitam dupla interpretação ou que fiquem quase incompreensíveis. 22 comentários » Olá! Tudo bem? qua, 21/02/07 por Sérgio Nogueira | categoria Dicas Como o assunto redação sempre desperta muito interesse, veremos hoje outro aspecto que devemos observar: é a coesão. A coesão é que faz com seu texto tenha continuidade sem precisar repetir palavras ou expressões. Coesão é que faz o seu texto ser mais claro, ter coerência, ter início, meio e fim. Vamos às dicas. Coesão textual A palavra texto vem do latim textu, que significa “tecido”. Um bom texto, portanto, precisa ser bem tecido. Um dos princípios básicos da coerência de um texto é a necessidade de repetir elementos anteriores. Para que o texto seja coeso e elegante, as repetições, que são inevitáveis, devem ser feitas em determinadas condições. A princípio, a repetição de palavras se torna um problema quando os vocábulos repetidos estão muito próximos, quando os vocábulos são exatamente os mesmos ou quando ocorre em número excessivo. A seguir veremos alguns processos de como evitar a repetição problemática de palavras: 1. por referência: a) com pronomes pessoais: “Os diretores se reuniram pela manhã, mas nem eles entenderam a nossa proposta”; “As duas propostas já foram entregues, mas ainda não as analisamos”; b) com pronomes relativos: “Ainda não analisamos as propostas que vocês nos entregaram”; “Já foi indicada a cidade onde será realizado o encontro deste ano”; c) com pronomes demonstrativos: “Implantar um sistema de controle total da qualidade, essa é a principal meta da atual diretoria”; “Foram chamados o diretor técnico e o gerente de vendas; este por suas idéias e aquele por sua experiência”; d) com pronomes possessivos: “Eu e o diretor temos opiniões semelhantes, mas a minha nem foi analisada”; “O Brasil e a Argentina têm as melhores seleções, mas só a
  • 6. nossa é pentacampeã”; e) com numerais: “Recebemos duas boas propostas: a primeira era conservadora e a segunda, mais ousada”; “Foram chamados o diretor comercial, o superintendente e o gerente de vendas, mas somente o último compareceu à reunião”; f) com advérbios e locuções adverbiais: “Curitiba é uma belíssima cidade, mas lá faz muito frio”; “Rio e São Paulo são as principais cidades brasileiras, mas aqui é tudo mais informal”; 2. por omissão (elipse): “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e, finalmente, assinaram o contrato”; “Antes de entrar, verifique se o elevador está no andar”; “O advogado não nos entende nem nós, a ele”; 3. por sinônimo ou expressão de valor semântico equivalente: “Na saída do Maracanã, houve um confronto entre as torcidas do Vasco e do Flamengo. O conflito só foi resolvido com a intervenção da polícia”; “Bush pretende viajar à China no próximo mês. O presidente americano busca novos acordos comerciais”; “Precisamos de novos ônibus e vans, porque nossa frota está muito velha”; “Flamengo contratou um novo centro-avante. O atacante só vai estrear na próxima semana”; 4. por substituição resumida: “Treinar os empregados e desenvolver suas capacidades é o nosso principal objetivo, mas isso só será atingido com muita perseverança”; “Analisamos o caso com muita atenção, o que não significa sua aprovação”; “Inflação, desemprego, fome, tudo preocupa o governo”. Teste de ortografia Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase “A lavadeira __________ a roupa num _________ varal.” (a) estendeu – estenso; (b) estendeu – extenso; (c) extendeu – extenso; (d) extendeu – estenso. Resposta do teste: Letra (b). Parece loucura, mas é isso mesmo. O adjetivo EXTENSO e o substantivo EXTENSÃO devem ser escritos com “x”, mas o verbo ESTENDER é com “s”. Mistérios da língua portuguesa! 21 comentários » Olá! Tudo bem? qua, 14/02/07 por Sérgio Nogueira | categoria Dicas Hoje veremos algumas dicas de redação. É muito importante que o nosso vocabulário seja rico. Isso não significa usar palavras pouco conhecidas. Importante é fugirmos do lugar-comum que empobrece nosso vocabulário. São detalhes que devemos observar para melhorar nossa redação Mesmo é chato
  • 7. Virou moda e ninguém agüenta mais. Estou falando do chatíssimo vício de usar a palavra “mesmo” como se fosse pronome substantivo. É a mania de usar “o(s) mesmo(s), a(s) mesma(s)” para substituir algum substantivo citado anteriormente. Estou fazendo referência a frases do tipo: 1. “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e os mesmos decidiram rejeitar a nossa proposta”; 2. “Eram duas metralhadoras e as mesmas foram deixadas no porta-malas”; 3. “O réu foi até a vítima e falou com a mesma“; 4. “Leu o relatório e tirou várias conclusões do mesmo“; 5. “O advogado procurou o morador e ofereceu ao mesmo seus serviços”. Para evitar esse modismo, que infesta nossos textos, há boas soluções: a) simplesmente eliminá-lo: “Os diretores se reuniram hoje pela manhã e decidiram rejeitar a nossa proposta”; b) substituí-lo por uma palavra ou expressão equivalente: “Eram duas metralhadoras. As armas foram deixadas no porta-malas”; c) substituí-lo por pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo: “O réu foi até a vítima e falou com ela“; “Leu o relatório e tirou dele várias conclusões”; “O advogado procurou o morador e ofereceu-lhe seus serviços”. É importante lembrar que existem situações em que o uso de “mesmo” é correto: 1a) Como reforço após substantivos ou pronomes pessoais. Nesse caso, é possível substituí-lo por “próprio”: “Eu mesmo (próprio) fiz o trabalho”; “Ela mesma (própria) escolheu a data do casamento”; “Elas feriram a si mesmas (próprias)”; “Os professores mesmos (próprios) prepararam a festa junina”; 2a) Como advérbio, equivalente a “de fato, realmente”: “Eles não virão mesmo (realmente) à reunião”; “Ele falou mesmo (de fato) sobre o assunto”; 3a) Substantivado no singular, precedido do artigo definido, equivalente a “mesma coisa”: “Acatar não é o mesmo que acolher”. Em resumo: o “mesmo” que devemos evitar é aquele que substitui, é aquele que faz papel de pronome substantivo. Em quase todos os edifícios desta cidade, temos o desprazer de encontrar uma “viciada” plaquinha na porta dos elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar”. Isso significa que se for “outro”, se não for “o mesmo”, não devo entrar? É claro que não é essa a interpretação devida. Isso só comprova que o uso de “mesmo” como pronome prejudica a clareza e a elegância da frase.
  • 8. Basta fazer uma inversão e eliminar o pronome: “Antes de entrar, verifique se o elevador está parado no andar”. JUNTO A fica onde? Quando eu era criança, lá por mil novecentos e antes, a casa em que eu morava ficava junto ao armazém do Seu Antônio. Eu não tinha a menor dúvida de onde ficava a minha casa: era colada ao armazém. O estádio do meu Internacional até hoje fica junto à Avenida Beira Rio, ou seja, ao lado da avenida que lhe emprestou o nome. Confesso que tenho um pouco de dificuldade de aceitar frases do tipo: “O Brasil contraiu um empréstimo junto ao Banco Mundial”; “O problema deve ser resolvido junto à diretoria”; “O atacante foi contratado pelo Benfica junto ao Flamengo”. Será que existe alguma financeira ao lado do Banco Mundial? Será que o problema só será resolvido na salinha que fica colada à sala da diretoria? Onde será que o tal atacante rubro-negro foi contratado: no posto de gasolina Mengão, no Ciep, na Selva de Pedra ou no Hospital Miguel Couto? Pelo visto, a locução “junto a”, que significa “ao lado de, colado, perto de”, ganhou novos significados e virou modismo. Hoje em dia, tudo é “junto a”. Não seria mais simples e claro dizer que “o Brasil contraiu um empréstimo no Banco Mundial”, que “o problema deve ser resolvido com a diretoria” e que “o atacante do Flamengo foi contrato pelo Benfica”? Outro dia, ouvi um comentarista esportivo dizer que o goleiro Rogério Ceni havia conseguido resgatar seu prestígio “junto à torcida do São Paulo”. É lógico que ele resgatou o prestígio “com” a torcida do São Paulo. Afinal, “junto à torcida do São Paulo pode ficar a do Palmeiras, ou a do Corinthians, ou a do Santos…” Eu sei que estou com um pouquinho de má vontade. Se o problema será resolvido “junto à 14a. Vara Cível”, você vai à 13a. ou à 15a.? Se você deve identificar-se “junto à portaria do prédio”, aonde você vai? 28 comentários » Olá! Tudo bem? qua, 07/02/07 por Sérgio Nogueira | categoria Dicas O nosso assunto de hoje é um tanto polêmico. É a velha história do risco de vida e do risco de morte. Qual é forma correta? Tentaremos, também, resolver outras “dúvidas globais”. 1) Risco de vida OU risco de morte?
  • 9. Tanto faz. As duas formas são corretas. Argumentos de quem defende o risco de morte: 1o) O risco é de morrer, e não de viver; 2o) O risco é uma palavra de carga negativa, ou seja, sempre corremos o risco de uma coisa ruim: corremos o risco de sermos demitidos, e não sermos promovidos; o risco é de cair para a segunda divisão, e não de ser campeão; ninguém corre o risco de ganhar na loteria, mas corre o risco de ser assaltado. Assim sendo o risco seria da morte, e não da vida. Argumentos de quem defende o risco de vida: 1o) O que está em risco é a vida, e não a morte; 2o) Há uma elipse do verbo. Está subentendido “risco de perder a vida”. Não é, portanto, um caso de certo ou errado. As duas formas são possíveis. Há, entretanto, um fato poderosíssimo a favor do “risco de vida”: é indiscutivelmente a forma mais usada. O uso de “risco de morte” causa muita estranheza. Em razão disso tudo, a forma preferencial deve ser RISCO DE VIDA. 2) Récorde OU recorde? Há palavras que podem ser proparoxítonas (com acento gráfico) ou paroxítonas (sem acento): acróbata e acrobata; biótipo e biotipo; crisântemo e crisantemo; hieróglifo e hieroglifo. Em razão disso, não vejo problema em aceitarmos a pronúncia proparoxítona para “récorde”. A realidade, porém, é que, em nossos dicionários, só há registro da forma paroxítona (recorde). 3) Necrópsia OU necropsia? Há palavras que eram pronunciadas como paroxítonas terminadas em hiato (sem acento), mas hoje são pronunciadas como paroxítonas terminadas em ditongo (com acento gráfico): autopsia e autópsia; biopsia e biópsia; boemia e boêmia. Nesse caso, podemos incluir a palavra NECROPSIA, que aparece registrada sem acento gráfico na maioria dos nossos dicionários. O novo dicionário Caldas Aulete já registra NECRÓPSIA (com acento), como a maioria dos brasileiros fala. Curioso é que os dicionários registram MAQUINARIA (sem acento), mas MAQUINÁRIO (com acento). 4) Qual é a pronúncia correta de Roraima? Na maior parte do Brasil, falamos Roraima com o timbre fechado, com som nasal: /Rorãima/. É a mesma pronúncia de andaime. No norte, é mais freqüente a pronúncia com timbre aberto: /Roráima/. É, portanto, uma questão de pronúncia regional. Isso não caracteriza certo ou errado. Assim sendo, as duas formas são corretas e aceitáveis.
  • 10. Isso é tão verdadeiro que eu conheço alguns Jaimes: a maioria é com som nasal (/Jãime/); mas há outros que fazem questão do som aberto (/Jáime/). Teste de ortografia Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase: “A ___________ tem uma enorme _____________ a este tipo de comportamento.” (a) princesa – ogeriza; (b) princesa – ojeriza; (c) princeza – hojeriza; (d) princeza – hojerisa. Resposta do teste: Letra (b). Ojeriza (sem “h”, com “j” e com “z”) é um tipo de “aversão, má vontade, antipatia”. Os sufixos “esa” e “isa”, quando indicam “feminino”, devem ser grafados com “s”: princesa, baronesa, marquesa, poetisa, sacerdotisa, profetisa… 21 comentários » Olá! Tudo bem? qua, 07/02/07 por Sérgio Nogueira | categoria Dicas O nosso assunto de hoje é um tanto polêmico. É a velha história do risco de vida e do risco de morte. Qual é forma correta? Tentaremos, também, resolver outras “dúvidas globais”. 1) Risco de vida OU risco de morte? Tanto faz. As duas formas são corretas. Argumentos de quem defende o risco de morte: 1o) O risco é de morrer, e não de viver; 2o) O risco é uma palavra de carga negativa, ou seja, sempre corremos o risco de uma coisa ruim: corremos o risco de sermos demitidos, e não sermos promovidos; o risco é de cair para a segunda divisão, e não de ser campeão; ninguém corre o risco de ganhar na loteria, mas corre o risco de ser assaltado. Assim sendo o risco seria da morte, e não da vida. Argumentos de quem defende o risco de vida: 1o) O que está em risco é a vida, e não a morte; 2o) Há uma elipse do verbo. Está subentendido “risco de perder a vida”. Não é, portanto, um caso de certo ou errado. As duas formas são possíveis. Há, entretanto, um fato poderosíssimo a favor do “risco de vida”: é indiscutivelmente a forma mais usada. O uso de “risco de morte” causa muita estranheza.
  • 11. Em razão disso tudo, a forma preferencial deve ser RISCO DE VIDA. 2) Récorde OU recorde? Há palavras que podem ser proparoxítonas (com acento gráfico) ou paroxítonas (sem acento): acróbata e acrobata; biótipo e biotipo; crisântemo e crisantemo; hieróglifo e hieroglifo. Em razão disso, não vejo problema em aceitarmos a pronúncia proparoxítona para “récorde”. A realidade, porém, é que, em nossos dicionários, só há registro da forma paroxítona (recorde). 3) Necrópsia OU necropsia? Há palavras que eram pronunciadas como paroxítonas terminadas em hiato (sem acento), mas hoje são pronunciadas como paroxítonas terminadas em ditongo (com acento gráfico): autopsia e autópsia; biopsia e biópsia; boemia e boêmia. Nesse caso, podemos incluir a palavra NECROPSIA, que aparece registrada sem acento gráfico na maioria dos nossos dicionários. O novo dicionário Caldas Aulete já registra NECRÓPSIA (com acento), como a maioria dos brasileiros fala. Curioso é que os dicionários registram MAQUINARIA (sem acento), mas MAQUINÁRIO (com acento). 4) Qual é a pronúncia correta de Roraima? Na maior parte do Brasil, falamos Roraima com o timbre fechado, com som nasal: /Rorãima/. É a mesma pronúncia de andaime. No norte, é mais freqüente a pronúncia com timbre aberto: /Roráima/. É, portanto, uma questão de pronúncia regional. Isso não caracteriza certo ou errado. Assim sendo, as duas formas são corretas e aceitáveis. 4 comentários » Uso das preposições qua, 19/01/11 por snogueira.sn | categoria Dicas Coitada da preposição! Como é maltratada! Quando não é mal usada, é esquecida. Em nossas rádios, é frequente ouvirmos: “Esta é a música que o povo gosta.” Quem não gosta sou eu. Ora, se quem gosta gosta de alguma coisa, o certo é: “Esta é a música de que o povo gosta.” Se você achou estranho ou feio, há outra opção: “Esta é música da qual o povo gosta.” Você decide qual pronome relativo vai usar, mas não esqueça a preposição. Erro semelhante ocorre num anúncio de uma famosa marca mundial: “Esta é a marca que o mundo confia.” Eu perdi a confiança! A regência do verbo CONFIAR exige a preposição em. O certo é: “Esta é marca em que o mundo confia.” Outro exemplo errado ocorre em cartas comerciais: “Segue anexo o documento que você se refere em sua última carta.”
  • 12. O verbo REFERIR-SE pede a preposição a. O certo é: “Segue anexo o documento a que você se refere em sua última carta.” Mais um: “E o Flamengo acabou perdendo o gol que tanto precisava.” Pelo visto, não precisava tanto. Ou o gol seria ilegal. Se quem precisa precisa de alguma coisa, o certo é: “E o Flamengo acabou perdendo o gol de que tanto precisava.” DICA Se você quer saber se deve usar preposição antes dos pronomes relativos, aplique o seguinte “macete”: “Esta é a quantia ___ que dispomos para o investimento.” Todo pronome relativo (=que) tem um antecedente (=quantia). Ponha o antecedente no fim da oração seguinte (=que dispomos para o investimento) > “…que dispomos DA QUANTIA para o investimento” (=você descobriu a preposição DE ) Ponha a preposição (=DE) antes do pronome relativo: “Esta é a quantia de que dispomos para o investimento.” Vamos testar o “macete” em outros exemplos: “Isto só ocorre nesta sociedade ___ que vivemos.” Pronome relativo = QUE; antecedente = sociedade; “…vivemos NA SOCIEDADE.” (preposição = EM); “Isto só ocorre nesta sociedade EM QUE vivemos.” “O fato ___ que fizemos alusão não é recente.” Pronome relativo = QUE; antecedente = o fato; “…fizemos alusão AO FATO.” (preposição = A ) “O fato A QUE fizemos alusão é recente.” “Os dados ___ contamos são insuficientes.” Pronome relativo = QUE; antecedente = os dados; “…contamos COM OS DADOS.” (preposição = COM); “Os dados COM QUE contamos são insuficientes.” “Aqui está o livro ___ que compramos ontem.” Pronome relativo = QUE; antecedente = o livro; “…compramos ontem O LIVRO.” (sem preposição); “Aqui está o livro QUE compramos ontem.” Dúvidas dos leitores: 1ª) ONDE ou AONDE? ONDE indica “em algum lugar” e AONDE, “a algum lugar”: “Esta é a rua ONDE mora a família Costa.” (=a família Costa mora NA rua); “Este é o cinema AONDE fomos ontem à noite.” (=fomos AO cinema); “ONDE estou?” (= quem está está EM algum lugar); “AONDE você vai?” (=quem vai vai A algum lugar). 2ª) VER ou VIR? Leitor quer saber se a frase a seguir está certa ou errada: “Onde você ver uma parede torta ou um carro com lataria ondulada…” O certo é: “Onde você VIR uma parede…”
  • 13. Nessa frase, devemos usar o verbo VER no futuro do subjuntivo: quando eu VIR tu VIRES ele VIR nós VIRMOS vós VIRDES eles VIREM. A frase “Quando a gente se ver de novo” é típica da linguagem popular-coloquial. Segundo a língua padrão, devemos usar: “Quando nós nos VIRMOS de novo.” 3ª) Vossa Excelência DEVE ou DEVEIS viajar? VOSSA EXCELÊNCIA, como qualquer pronome de tratamento (=VOSSA SENHORIA, VOSSA ALTEZA, VOSSA MAJESTADE, VOSSA SANTIDADE…), faz a concordância na 3ª pessoa. É igual a VOCÊ. Portanto, o certo é: Vossa Excelência DEVE viajar. Em “Vossa Excelência deve comparecer com vossos convidados à reunião do dia 20. Estamos a vosso dispor para mais esclarecimentos”, ocorre outro desvio de concordância. Se o verbo concorda com Vossa Excelência na terceira pessoa, os pronomes também devem ficar na terceira pessoa. Assim sendo, o correto é: “Vossa Excelência deve comparecer com seus convidados à reunião do dia 20. Estamos a seu dispor para mais esclarecimentos”.