O documento descreve os principais símbolos de Portugal - a bandeira e o hino nacional - e explica o seu significado. Também resume a revolta republicana de 31 de janeiro de 1891 contra a monarquia e celebra o centenário da implantação da república portuguesa em 1910, apesar dos desafios que enfrentou.
2. Símbolos de Portugal 1. A Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da independência, unidade e integridade de Portugal, é a adoptada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910. 2. O Hino Nacional é “A Portuguesa”.
3. Significado do símbolos e cores da bandeira Portuguesa Significado dos símbolos e cores:As 5 quinas simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique.Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de Cristo. Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!''. Contando as chagas e duplicando por dois as chagas da quina do meio, perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído Cristo.Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros.A esfera armilar simboliza o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram ideias e comércio.O verde simboliza a esperança.O vermelho simboliza a coragem e o sangue dos Portugueses mortos em combate.
4. Hino Nacional Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, imortal,Levantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memória,Ó Pátria sente-se a vozDos teus egrégios avós,Que há-de guiar-te à vitória!Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar,Às armas, às armas!Pela Pátria lutarContra os canhões marchar, marchar!Desfralda a invicta Bandeira,À luz viva do teu céu!Brade a Europa à terra inteira:Portugal não pereceuBeija o solo teu jucundoO oceano, a rugir d'amor,E o teu braço vencedorDeu mundos novos ao Mundo!Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar,Às armas, às armas!Pela Pátria lutarContra os canhões marchar, marchar!Saudai o Sol que despontaSobre um ridente porvir;Seja o eco de uma afrontaO sinal do ressurgir.Raios dessa aurora forteSão como beijos de mãe,Que nos guardam, nos sustêm,Contra as injúrias da sorte.Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar,Ás armas, às armas!Pela Pátria lutarContra os canhões marchar, marchar!
5. A Revolta 31 de Janeiro de 1891 O Ultimato inglês de 1890, na sequência da conhecida questão do Mapa Cor-de-rosa, gerou em Portugal um clima de comoção e exaltação nacional, sabiamente aproveitado pelos republicanos para atrair a opinião pública. À defesa dos territórios africanos juntava-se o ódio à Monarquia e aos partidos que, no governo, cediam face à «velha aliada». Entre 1890/91 a propaganda republicana intensifica-se. A imprensa veicula a voz de políticos, poetas, artistas e de todos aqueles que estavam unidos contra a «monarquia e seus crimes» e buscam «levantar o esplendor de Portugal» humilhado por Inglaterra. A República transforma-se de esperança vã em movimento capaz até de atrair o exército…Assim, «inspirados no 24 de Agosto de 1820», um grupo de militares de baixa patente, desencadeia a Revolta do 31 de Janeiro no Porto que, por deficiências organizativas, terminaria com a morte dos conspiradores e a prisão e deportação dos seus chefes. Contudo, apesar do fracasso, a oposição mostra a fraqueza do regime que, em menos de um ano, conhecia 3 governos. É o começo da «desagregação da monarquia», enquanto os republicanos aumentavam o seu poder político e implantação popular…
6. CENTENÁRIO DA REPÚBLICA (1910/2010) Em 1910 - há precisamente cem anos atrás - a realidade económica, política e social do nosso país era profundamente diferente da actual. A Monarquia portuguesa era constitucional, mas estava profundamente desacreditada. Longe do povo, incapaz de resolver os principais problemas do País e do Império, as esperanças voltavam-se todas para a instauração da República. Os republicanos prometiam um "mundo novo", queriam instruir o povo e trazê-lo à participação política, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e fazer um Portugal mais próspero. O 5 de Outubro de 1910 foi um dia de renovada esperança para Portugal. O povo aplaudiu a Carbonária republicana. O novo regime ia sendo proclamado por todo o País. As elites urbanas e rurais aderiram efusivamente ao novo regime e quiseram republicanizar o povo. Numas localidades foi mais fácil, noutras a resistência monárquica manteve-se activa. Regra geral, o povo aceitou o regime republicano como sinal de mudança e de muita esperança. As contas públicas equilibraram-se, surgiu nova bandeira, novo hino, nova moeda. Apostou-se muito na instrução de rapazes e raparigas. Por todo o lado apareceram jornais de fervor republicano. O clero sofreu algumas humilhações e perdeu património e importância social. O País mexeu nas suas estruturas mais profundas. Contudo, nem tudo foram "rosas"! Manteve-se sempre uma persistente oposição monárquica, houve divisão entre os republicanos e, pior que isso, surgiu a 1.ª Guerra Mundial em que Portugal participou, em África (para defender as suas colónias) e na Europa (Frente Ocidental, ao lado da nossa velha aliada, Inglaterra).Esta participação foi verdadeiramente dramática para Portugal pelas suas consequências. Desequilíbrio financeiro, inflação galopante, desvalorização do escudo, caos social e uma insustentável instabilidade política decretariam o fim mais que certo da Primeira República, com a implantação da Ditadura Militar (1926) que, pouco depois, evoluiria para o "Estado Novo" (1933-1974).