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PASSO A PASSO DE COMO DESENVOLVER UM ARTIGO CIENTÍFICO 
 
Objetivo do Manual 
Este manual objetiva apresentar a forma de como se desenvolver um artigo 
científico. Tende a demonstrar as partes que compõem um artigo e uma explicação 
sucinta sobre o que caracteriza cada uma dessas partes. 
 
1. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS 
Artigo  científico  consiste  em  permitir  a  divulgação  dos  resultados  dos 
trabalhos  de  pesquisa,  para  conhecimento  público,  não  só  no  sentido  do 
patenteamento da autoria, como também da manifestação de atitudes críticas, que 
venham  contribuir  para  o  aprofundamento  e  a  compressão  inovadora  de  estudo 
realizado sobre determinado tema. 
O  artigo  é  a  apresentação  sintética,  em  forma  de  relatório  escrito,  dos 
resultados  de  investigações  ou  estudos  realizados  a  respeito  de  uma  questão.  O 
objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e 
tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida 
investigada,  o  referencial  teórico  utilizado  (as  teorias  que  serviam  de  base  para 
orientar  a  pesquisa),  a  metodologia  empregada,  os  resultados  alcançados  e  a 
apresentação  da  análise  de  uma  questão  no  processo  de  investigação.    Assim,  os 
problemas  abordados  nos  artigos  podem  ser  os  mais  diversos:  questões  que 
historicamente são polemizadas, por problemas teóricos ou práticos novos.  
 
2. ESTRUTURA DO ARTIGO  
O artigo possui a seguinte estrutura: 
1. Título; 
2. Autor(es); 
3. Resumo e Abstract; 
4. Palavras‐chave; 
5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual  e conclusão); 
6. Referências. 
 
3. DEFINIR O OBJETIVO 
Todo  artigo  científico  deverá  ter  um  objetivo  bem  definido  e  que 
simplesmente discorre sobre um assunto. 
Preferencialmente, o objetivo deve ser exposto como uma pergunta a que se 
pode  responder  “sim”  ou  “não”  ou  uma  afirmativa  que  vai  ser  comprovada  ou 
negada.  Esta  afirmativa  é  chamada  “hipótese  nula”  ou  “hipótese  inicial”. 
Alguns exemplos: 


Determinar  se  existe  correlação  entre  dois  fatores  (hipótese  nula:  existe 
correlação entre os dois fatores); 


Demonstrar  que  a  incidência  de  acidente  x  não  é  conseqüência  do  tipo  de 
transporte y (hipótese nula: o acidente x não é conseqüência do transporte 
y); 



Provar  que  é  possível  detectar  a  incidência  de  acidente  x  pelo  tipo  de 
transporte  y  (hipótese  nula:  a  incidência  de  acidente  x  pode  ser  detectada 
pelo tipo de transporte y). 

Em alguns casos, o objetivo pode ser exposto claramente sem o uso de hipótese 
nula: 


Comparar os resultados entre o processo x e y. 

 
4. TÍTULO e SUBTÍTULO  
 
São portas de entrada do artigo científico; é por onde a leitura começa, assim 
como  o  interesse  pelo  texto.  Por  isso  deve  ser  estratégico,  bem  elaborado  após  o 
autor  já  ter  uma  idéia  exata  e  bem  avançada  de  sua  redação  final,  estando  com 
bastante segurança sobre a abordagem e o direcionamento que deu ao tema. Deve 
ser  uma  composição  de  originalidade  e  coerência,  que  certamente  provocará  o 
interesse pela leitura. 
 
O  título  do  artigo  científico  deve  ser  redigido  com  exatidão,  revelando 
objetivamente  o  que  o  restante  do  texto  está  trazendo.  Apesar  da  especificidade 
que deve ter, não deve ser longo a ponto de tornar‐se confuso, utilizando‐se tanto 
quanto  possível  de  termos  simples,  numa  ordem  em  que  a  abordagem  temática 
principal  seja  facilmente  captada.  O  subtítulo  é  opcional  e  deve  complementar  o 
título com informações relevantes, necessárias, somente quando for para melhorar a 
compreensão do tema. 
 
Na composição do título deve‐se evitar ponto, vírgula, ponto de exclamação e 
aspas ou qualquer outro elemento que interfira no seu significado, exceto o ponto 
de interrogação. 
Após, o nome(s) do(s) autor(s) de breve currículo, que os qualifique na área 
de  conhecimento  do  artigo.  Quando  é  mais  de  um  autor,  normalmente  o  primeiro 
nome é o autor principal, ou 1° autor, sendo sempre citado ou referenciado a frente 
dos demais. 
 
5. RESUMO e ABSTRACT  
Indica  brevemente  os  principais  assuntos  abordados  no  artigo  científico, 
constituído de frases concisas e objetivas, deve apresentar a natureza do problema 
estudado,  os  objetivos  pretendidos,  metodologia  utilizada,  resultados  alcançados  e 
conclusões  da  pesquisa  ou  estudo  realizado,  contendo  entre  100  e  250  palavras, 
descritas em parágrafo único,sem a enumeração de tópicos. Deve‐se evitar qualquer 
tipo de citação bibliográfica. (ABNT.NBR‐ 6028, 2003) 
OBS:  Quando  o  artigo  científico  é  publicado,  em  revistas  ou  periódicos 
especializados  de  grande  penetração  nos  centros  científicos,  inclui‐se  na  parte 
preliminar o abstract e key‐words, que são o resumo e as palavras‐chave traduzido 
para o idioma inglês. 
5.1 PALAVRAS‐CHAVE 
São relacionadas de 3 a 6 palavras‐chave que expressem as idéias centrais do 
texto, podendo ser termos simples e compostos, ou expressões características. A 
preocupação do autor na escolha dos termos mais apropriados, deve‐se ao fato dos 
leitores identificarem prontamente o tema principal do artigo lendo o resumo e 
palavras‐chave. (NBR 6022). 
 
6. INTRODUÇÃO 
Informa  o  leitor  sobre  o  tema  sobre  o  qual  o  artigo  discorre  e  justifica  a 
realização  do  estudo,  demonstrando  sua  relevância.  Informações  obtidas  ao  longo 
do  estudo  devem  ser  apresentadas  na  seção  “Resultados”.  Na  Introdução,  inclua 
apenas informações com as quais o estudo foi iniciado. 
A introdução deve criar uma expectativa positiva e o interesse do leitor para 
a continuação da análise de todo artigo. 
A  introdução  apresenta  o  assunto  e  delimita  o  tema,  analisando  a 
problemática  que  será  investigada,  definindo  conceitos  e  especificando  os  termos 
adotados a fim de esclarecer o assunto.  
Segundo Azevedo (2001) a introdução é a parte inicial do trabalho, onde são 
estabelecidos,  a  delimitação  da  pesquisa,  o  problema  de  que  trata  e  os  objetivos 
desejados. 
De acordo com Gonçalves (2004) na introdução devem constar os objetivos 
da  pesquisa,  o  problema  e  as  hipóteses  de  trabalho  ou  as  questões  norteadoras 
(quando  for  o  caso),  a  justificativa  da  sua  escolha  e  a  metodologia  utilizada,  com 
base no referencial teórico pesquisado. 
 
7. DESENVOLVIMENTO 
O  elemento  textual  chamado  desenvolvimento  é  a  parte  principal  do  artigo 
científico, caracterizado pelo aprofundamento e análise pormenorizada dos aspectos 
conceituais  mais  importantes  do  assunto.  É  onde  são  amplamente  debatidas  as 
idéias  e  teorias  que  sustentam  o  tema  (fundamentação  teórica),  apresentados  os 
procedimentos  metodológicos  e  análise  dos  resultados  em  pesquisas  de  campo, 
relatos de casos, dentre outros. 
Quanto  mais  conhecimento  a  respeito,  tanto  mais  estruturado  e  completo 
será  o  texto.  A  organização  do  conteúdo  deve  possuir  uma  ordem  seqüencial 
progressiva,  em  função  da  lógica  inerente  a  qualquer  assunto,  que  uma  vez 
detectada,  determina  a  ordem  a  ser  adotada.  Muitas  vezes  pode  ser  utilizada  a 
subdivisão do tema em seções e subseções. 
O desenvolvimento ou  parte principal do artigo, nas pesquisas de campo, é 
onde  são  detalhados  itens  como:  tipo  de  pesquisa,  população  e  amostragem, 
instrumentação,  técnica  para  coleta  de  dados,  tratamento  estatístico,  análise  dos 
resultados, entre outros, podendo ser enriquecido com gráficos, tabelas e figuras. O 
título  dessa  seção,  quando  for  utilizado,  não  deve  estampar  a  palavra 
“desenvolvimento”  nem  “corpo  do  trabalho”,  sendo  escolhido  um  título  geral  que 
englobe todo o tema abordado na seção, e subdividido conforme a necessidade. 
 
8. CONCLUSÃO 
Parte  final  do  trabalho,  na  qual  são  apresentadas  as  conclusões  alcançadas 
com  a  pesquisa,  deve  guardar  proporções  de  tamanho  e  conteúdo  conforme  a 
magnitude  do  trabalho  apresentado.  A  conclusão  deve  limitar‐se  a  explicar 
brevemente  as  idéias  que  predominaram  no  texto  como  um  todo,  sem  muitas 
polêmicas ou controvérsias, incluindo, no caso das pesquisas de campo, as principais 
considerações  decorrentes  da  análise  dos  resultados.  O  autor  pode  nessa  parte, 
conforme  o  tipo  e  objetivo  da  pesquisa,  incluir  no  texto  algumas  recomendações 
gerais  acerca  de  novos  estudos,  sensibilizar  os  leitores  sobre  fatos  importantes, 
sugerir decisões urgentes ou práticas mais coerentes de pessoas ou grupos, dentre 
outras considerações finais. 
 
9. DICAS IMPORTANTES 
Uma  revisão  de  literatura,  por  exemplo,  pode  ter  como  objetivo  comparar 
conclusões  ou  simplesmente  expô‐las.  Se  a  revisão  busca  comprovar  a  eficácia  de 
um  tratamento  ou  verificar  se  uma  conclusão  de  outro  artigo  se  aplica  em  casos 
diferentes,  então  a  hipótese  nula  pode  ser  usada  (verificar  se  o  tratamento  x  é 
eficaz, verificar se a conclusão x pode ser validada). 
A apresentação de uma nova técnica, por exemplo, pode ter como objetivo 
demonstrar  como  o  uso  da  técnica  A  produz  resultados  satisfatórios  nos  casos  B. 
Devem ser evitados objetivos muito amplos, como analisar os resultados obtidos ou 
abordar o assunto em questão. Uma análise ou abordagem não é o objetivo em si, e 
sim  o  meio  de  se  chegar  a  ele.  Analisamos  ou  abordamos  buscando  alguma 
conclusão. É esta conclusão que deve ser o objetivo. A exceção é o relato de caso. 
Este  tipo  de  artigo  não  requer  objetivo  explícito.  A  introdução  deve  simplesmente 
descrever  sucintamente  o  caso,  sua  relevância  e  o  tratamento  empregado.   Ainda 
assim,  um  objetivo  pode  ser  definido  (divulgar  um  tratamento  aplicado  com  bons 
resultados em determinado caso, criar uma referência de diagnóstico para um caso 
raro). 
 
9.1 PESQUISE A LITERATURA ANTERIOR 
Antes  de  escrever  um  artigo,  é  necessário  conhecer  o  que  já  foi  publicado 
sobre o tema. Isto irá permitir que o autor molde seu artigo para preencher lacunas 
ainda  não  exploradas,  tornando‐o  mais  interessante  e  relevante.  Também  ajuda  a 
evitar acusações de plágio, já que o autor irá deixar de candidatar à publicação um 
artigo muito semelhante a outro já publicado. 
Além  disto,  menção  à  literatura  anterior  irá  enriquecer  o  texto  e  situar  o 
leitor sobre a conjuntura atual da pesquisa sobre o tema. É difícil discutir um tema 
sem conhecer e citar o que já se conhece sobre ele. 
 
Fazendo  referência  à  literatura  existente,  o  autor  deve  demonstrar  qual  a 
contribuição  trazida  por  seu  artigo  aos  leitores  da  revista  em  que  ele  pretende 
publicar.  
Se já existem muitos artigos sobre o tema e o autor não souber modificar o 
seu  para  torná‐lo  relevante,  ele  deve  ler  com  atenção  os  artigos  anteriores.  Em 
todos eles, em comparação com seu artigo: 
o

Os estudos são válidos?  

o

As amostras são significativas? 

o

As condições em que foram realizados se aplicam em seu país? 

o

Existe algum aspecto não abordado? 

o

Existe alguma diferença significativa no material ou método utilizado? 

o

As conclusões são equivalentes?   

Se  seu  artigo  traz  algum  aspecto  distinto  em  relação  aos  anteriores,  este 
aspecto  deve  ser  valorizado,  como  uma  distinção  de  seu  estudo. 
Um  artigo  também  pode  ser  considerado  relevante  se  o  tema  nunca  tiver  sido 
explorado no país de publicação ou de forma acessível ao público. 
 
9.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO 
O  método  deve  ser  definido  de  modo  a  alcançar  o  objetivo.  
Ele  deve  produzir  resultados  que,  quando  analisados  de  forma  objetiva,  irão 
comprovar  ou  negar  a  hipótese  nula,  ou  irão  responder  ao  objetivo  do  artigo. 
Assim,  ao  comparar  dois  procedimentos  ou  métodos,  deve‐se  estabelecer 
parâmetros  objetivos  para  analisar  os  resultados  de  cada  um  e  compará‐los.  Ao 
verificar  se  um  procedimento  é  eficaz,  deveremos  definir  o  que  é  eficácia  com 
critérios mensuráveis. 
  
Ou  seja,  ao  testar  uma  hipótese,  deve‐se  estabelecer  critérios  objetivos 
pelos quais determinar se a hipótese se confirma. 
No caso de um estudo que analisa uma amostra, a seleção da amostra deve 
ser feita com critério, de modo a criar uma representação significativa da população 
que  se  pretende  estudar.  Para  isto,  é  aconselhável  conhecer  características  da 
população  como  um  todo  e  reproduzir  estas  características  na  amostra, 
proporcionalmente. 
É  muito  importante  que  o  método  seja  descrito  de  forma  extremamente 
detalhada, especificando, entre outros:  


critério de seleção da amostra, seguido de justificativa ;  



tamanho e descrição da amostra obtida; 



períodos e método de observação; 



método de coleta de dados; 



método de análise de dados ou estatísticas; 
A falha em descrever um pequeno detalhe pode impedir o leitor de comparar 
seu  artigo  com  outros  ou  de  aproveitar  seus  resultados  em  sua  pesquisa. 
Evite  o  uso  e  descrições  de  análises  estatísticas  complexas.  Se  forem  necessárias, 
explique‐as em termos leigos. 
No  caso  de  estudos  em  que  partes  da  amostra  são  tratadas  de  formas 
distintas, a totalidade de tais partes deve ser informada em porcentagem e números 
absolutos. 
Informações  obtidas  ao  longo  do  estudo  devem  ser  apresentadas  na  seção 
“Resultados”.  Na  Introdução,  inclua  apenas  informações  com  as  quais  o  estudo 
iniciou‐se. 
 
9.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Os  resultados devem ser analisados tendo em vista o objetivo. No entanto, 
deve‐se evitar “forçar” os dados para obter a conclusão desejada. Se o método foi 
definido  adequadamente,  o  estudo  terá  produzido  resultados  objetivos,  que,  na 
maioria dos casos, levarão de forma lógica à comprovação ou negação da hipótese 
testada.  
Em  alguns  casos,  no  entanto,  os  resultados  são  inconclusivos,  ou  seja,  não 
permitem comprovar ou negar a hipótese testada de forma pontual. Nestes casos, o 
autor  deve  buscar  verificar  se  a  não‐conclusão  se  deve  a  alguma  deficiência  do 
estudo  ou  se  realmente  não  é  possível  alcançar  uma.  Neste  último  caso,  o  autor 
pode  optar  por  publicar  o  estudo  de  qualquer  forma,  podendo  inclusive  convidar 
leitores a colaborar com sugestões para o desenvolvimento do estudo, que possam 
resultar em conclusão.  
 
9.4 CONCLUSÃO 
Muitos  bons  artigos  trazem  a  conclusão  embutida  na  discussão,  sem  uma 
sessão  separada.  No  entanto,  expor  a  conclusão  em  uma  sessão  a  parte  facilita  a 
pesquisa  de  cientistas  que  buscam  artigos  específicos  ou  que  fazem  revisão  da 
literatura sobre o tema. Eles saberão exatamente onde buscá‐la. A conclusão deve 
ser  sucinta  e  não  deve  trazer  nenhuma  informação  ou  comentário  novo,  que  não 
tenha  sido  exposto  nas  sessões  “Resultado”  ou  “Discussão”.  Em  poucas  frases,  a 
conclusão  retoma  o  objetivo  do  artigo  e  informa  o  que  foi  alcançado  no  estudo. 
Idealmente,  termina  sugerindo  caminhos  por  onde  a  investigação  pode  ser 
continuada. 
 
9.4 DICAS FINAIS 
Para uma boa redação, algumas dicas são necessários, dentre elas (AZEVEDO, 2001): 
 Não apelar pela generalizações (ex.: sabe‐se, grande parte, sempre, nunca); 
 Não repetir palavras, especialmente verbos e substantivos (use sinônimos); 
 Não empregar modismos lingüísticos (ex.: em nível de, no contexto, a ponto 
de, grande impacto); 
 Não apresentar redundâncias (ex.: as pesquisas são a razão de ser do 
pesquisador); 
 Não utilizar muitas citações diretas. De preferência às indiretas, interpretando 
as idéias dos autores pesquisados;  
 Não empregar notas de rodapé desnecessárias que possam interferir no texto, 
sobrecarregando‐o; 
 Não usar gírias, abreviaturas, siglas, nomes comerciais e fórmulas químicas, 
exceto se extremamente necessário (ex.: Naum, saudações pt); 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica 
científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 
ABNT. NBR6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de 
Janeiro, 2002. 
ABNT. NBR6024: Informação e documentação: numeração progressiva das seções de 
um documento. Rio de Janeiro, 2003. 
ABNT. NBR6028: resumos. Rio de Janeiro, 2003. 
ABNT. NBR10520: informação e documentação: citação em documentos. Rio de 
Janeiro, 2002. 
ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: 
apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 
AZEVEDO, Israel Belo. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e 
agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 10.ed. São Paulo: Hagnos, 2001. 
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Artigos Científicos. São Paulo: Editora 
Avercamp, 2004. 

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  • 1. PASSO A PASSO DE COMO DESENVOLVER UM ARTIGO CIENTÍFICO    Objetivo do Manual  Este manual objetiva apresentar a forma de como se desenvolver um artigo  científico. Tende a demonstrar as partes que compõem um artigo e uma explicação  sucinta sobre o que caracteriza cada uma dessas partes.    1. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS  Artigo  científico  consiste  em  permitir  a  divulgação  dos  resultados  dos  trabalhos  de  pesquisa,  para  conhecimento  público,  não  só  no  sentido  do  patenteamento da autoria, como também da manifestação de atitudes críticas, que  venham  contribuir  para  o  aprofundamento  e  a  compressão  inovadora  de  estudo  realizado sobre determinado tema.  O  artigo  é  a  apresentação  sintética,  em  forma  de  relatório  escrito,  dos  resultados  de  investigações  ou  estudos  realizados  a  respeito  de  uma  questão.  O  objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e  tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida  investigada,  o  referencial  teórico  utilizado  (as  teorias  que  serviam  de  base  para  orientar  a  pesquisa),  a  metodologia  empregada,  os  resultados  alcançados  e  a  apresentação  da  análise  de  uma  questão  no  processo  de  investigação.    Assim,  os  problemas  abordados  nos  artigos  podem  ser  os  mais  diversos:  questões  que  historicamente são polemizadas, por problemas teóricos ou práticos novos.     2. ESTRUTURA DO ARTIGO   O artigo possui a seguinte estrutura:  1. Título;  2. Autor(es);  3. Resumo e Abstract;  4. Palavras‐chave;  5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual  e conclusão);  6. Referências.    3. DEFINIR O OBJETIVO  Todo  artigo  científico  deverá  ter  um  objetivo  bem  definido  e  que  simplesmente discorre sobre um assunto.  Preferencialmente, o objetivo deve ser exposto como uma pergunta a que se  pode  responder  “sim”  ou  “não”  ou  uma  afirmativa  que  vai  ser  comprovada  ou  negada.  Esta  afirmativa  é  chamada  “hipótese  nula”  ou  “hipótese  inicial”.  Alguns exemplos:   Determinar  se  existe  correlação  entre  dois  fatores  (hipótese  nula:  existe  correlação entre os dois fatores); 
  • 2.  Demonstrar  que  a  incidência  de  acidente  x  não  é  conseqüência  do  tipo  de  transporte y (hipótese nula: o acidente x não é conseqüência do transporte  y);   Provar  que  é  possível  detectar  a  incidência  de  acidente  x  pelo  tipo  de  transporte  y  (hipótese  nula:  a  incidência  de  acidente  x  pode  ser  detectada  pelo tipo de transporte y).  Em alguns casos, o objetivo pode ser exposto claramente sem o uso de hipótese  nula:   Comparar os resultados entre o processo x e y.    4. TÍTULO e SUBTÍTULO     São portas de entrada do artigo científico; é por onde a leitura começa, assim  como  o  interesse  pelo  texto.  Por  isso  deve  ser  estratégico,  bem  elaborado  após  o  autor  já  ter  uma  idéia  exata  e  bem  avançada  de  sua  redação  final,  estando  com  bastante segurança sobre a abordagem e o direcionamento que deu ao tema. Deve  ser  uma  composição  de  originalidade  e  coerência,  que  certamente  provocará  o  interesse pela leitura.    O  título  do  artigo  científico  deve  ser  redigido  com  exatidão,  revelando  objetivamente  o  que  o  restante  do  texto  está  trazendo.  Apesar  da  especificidade  que deve ter, não deve ser longo a ponto de tornar‐se confuso, utilizando‐se tanto  quanto  possível  de  termos  simples,  numa  ordem  em  que  a  abordagem  temática  principal  seja  facilmente  captada.  O  subtítulo  é  opcional  e  deve  complementar  o  título com informações relevantes, necessárias, somente quando for para melhorar a  compreensão do tema.    Na composição do título deve‐se evitar ponto, vírgula, ponto de exclamação e  aspas ou qualquer outro elemento que interfira no seu significado, exceto o ponto  de interrogação.  Após, o nome(s) do(s) autor(s) de breve currículo, que os qualifique na área  de  conhecimento  do  artigo.  Quando  é  mais  de  um  autor,  normalmente  o  primeiro  nome é o autor principal, ou 1° autor, sendo sempre citado ou referenciado a frente  dos demais.    5. RESUMO e ABSTRACT   Indica  brevemente  os  principais  assuntos  abordados  no  artigo  científico,  constituído de frases concisas e objetivas, deve apresentar a natureza do problema  estudado,  os  objetivos  pretendidos,  metodologia  utilizada,  resultados  alcançados  e  conclusões  da  pesquisa  ou  estudo  realizado,  contendo  entre  100  e  250  palavras,  descritas em parágrafo único,sem a enumeração de tópicos. Deve‐se evitar qualquer  tipo de citação bibliográfica. (ABNT.NBR‐ 6028, 2003)  OBS:  Quando  o  artigo  científico  é  publicado,  em  revistas  ou  periódicos  especializados  de  grande  penetração  nos  centros  científicos,  inclui‐se  na  parte  preliminar o abstract e key‐words, que são o resumo e as palavras‐chave traduzido  para o idioma inglês. 
  • 3. 5.1 PALAVRAS‐CHAVE  São relacionadas de 3 a 6 palavras‐chave que expressem as idéias centrais do  texto, podendo ser termos simples e compostos, ou expressões características. A  preocupação do autor na escolha dos termos mais apropriados, deve‐se ao fato dos  leitores identificarem prontamente o tema principal do artigo lendo o resumo e  palavras‐chave. (NBR 6022).    6. INTRODUÇÃO  Informa  o  leitor  sobre  o  tema  sobre  o  qual  o  artigo  discorre  e  justifica  a  realização  do  estudo,  demonstrando  sua  relevância.  Informações  obtidas  ao  longo  do  estudo  devem  ser  apresentadas  na  seção  “Resultados”.  Na  Introdução,  inclua  apenas informações com as quais o estudo foi iniciado.  A introdução deve criar uma expectativa positiva e o interesse do leitor para  a continuação da análise de todo artigo.  A  introdução  apresenta  o  assunto  e  delimita  o  tema,  analisando  a  problemática  que  será  investigada,  definindo  conceitos  e  especificando  os  termos  adotados a fim de esclarecer o assunto.   Segundo Azevedo (2001) a introdução é a parte inicial do trabalho, onde são  estabelecidos,  a  delimitação  da  pesquisa,  o  problema  de  que  trata  e  os  objetivos  desejados.  De acordo com Gonçalves (2004) na introdução devem constar os objetivos  da  pesquisa,  o  problema  e  as  hipóteses  de  trabalho  ou  as  questões  norteadoras  (quando  for  o  caso),  a  justificativa  da  sua  escolha  e  a  metodologia  utilizada,  com  base no referencial teórico pesquisado.    7. DESENVOLVIMENTO  O  elemento  textual  chamado  desenvolvimento  é  a  parte  principal  do  artigo  científico, caracterizado pelo aprofundamento e análise pormenorizada dos aspectos  conceituais  mais  importantes  do  assunto.  É  onde  são  amplamente  debatidas  as  idéias  e  teorias  que  sustentam  o  tema  (fundamentação  teórica),  apresentados  os  procedimentos  metodológicos  e  análise  dos  resultados  em  pesquisas  de  campo,  relatos de casos, dentre outros.  Quanto  mais  conhecimento  a  respeito,  tanto  mais  estruturado  e  completo  será  o  texto.  A  organização  do  conteúdo  deve  possuir  uma  ordem  seqüencial  progressiva,  em  função  da  lógica  inerente  a  qualquer  assunto,  que  uma  vez  detectada,  determina  a  ordem  a  ser  adotada.  Muitas  vezes  pode  ser  utilizada  a  subdivisão do tema em seções e subseções.  O desenvolvimento ou  parte principal do artigo, nas pesquisas de campo, é  onde  são  detalhados  itens  como:  tipo  de  pesquisa,  população  e  amostragem,  instrumentação,  técnica  para  coleta  de  dados,  tratamento  estatístico,  análise  dos  resultados, entre outros, podendo ser enriquecido com gráficos, tabelas e figuras. O  título  dessa  seção,  quando  for  utilizado,  não  deve  estampar  a  palavra 
  • 4. “desenvolvimento”  nem  “corpo  do  trabalho”,  sendo  escolhido  um  título  geral  que  englobe todo o tema abordado na seção, e subdividido conforme a necessidade.    8. CONCLUSÃO  Parte  final  do  trabalho,  na  qual  são  apresentadas  as  conclusões  alcançadas  com  a  pesquisa,  deve  guardar  proporções  de  tamanho  e  conteúdo  conforme  a  magnitude  do  trabalho  apresentado.  A  conclusão  deve  limitar‐se  a  explicar  brevemente  as  idéias  que  predominaram  no  texto  como  um  todo,  sem  muitas  polêmicas ou controvérsias, incluindo, no caso das pesquisas de campo, as principais  considerações  decorrentes  da  análise  dos  resultados.  O  autor  pode  nessa  parte,  conforme  o  tipo  e  objetivo  da  pesquisa,  incluir  no  texto  algumas  recomendações  gerais  acerca  de  novos  estudos,  sensibilizar  os  leitores  sobre  fatos  importantes,  sugerir decisões urgentes ou práticas mais coerentes de pessoas ou grupos, dentre  outras considerações finais.    9. DICAS IMPORTANTES  Uma  revisão  de  literatura,  por  exemplo,  pode  ter  como  objetivo  comparar  conclusões  ou  simplesmente  expô‐las.  Se  a  revisão  busca  comprovar  a  eficácia  de  um  tratamento  ou  verificar  se  uma  conclusão  de  outro  artigo  se  aplica  em  casos  diferentes,  então  a  hipótese  nula  pode  ser  usada  (verificar  se  o  tratamento  x  é  eficaz, verificar se a conclusão x pode ser validada).  A apresentação de uma nova técnica, por exemplo, pode ter como objetivo  demonstrar  como  o  uso  da  técnica  A  produz  resultados  satisfatórios  nos  casos  B.  Devem ser evitados objetivos muito amplos, como analisar os resultados obtidos ou  abordar o assunto em questão. Uma análise ou abordagem não é o objetivo em si, e  sim  o  meio  de  se  chegar  a  ele.  Analisamos  ou  abordamos  buscando  alguma  conclusão. É esta conclusão que deve ser o objetivo. A exceção é o relato de caso.  Este  tipo  de  artigo  não  requer  objetivo  explícito.  A  introdução  deve  simplesmente  descrever  sucintamente  o  caso,  sua  relevância  e  o  tratamento  empregado.   Ainda  assim,  um  objetivo  pode  ser  definido  (divulgar  um  tratamento  aplicado  com  bons  resultados em determinado caso, criar uma referência de diagnóstico para um caso  raro).    9.1 PESQUISE A LITERATURA ANTERIOR  Antes  de  escrever  um  artigo,  é  necessário  conhecer  o  que  já  foi  publicado  sobre o tema. Isto irá permitir que o autor molde seu artigo para preencher lacunas  ainda  não  exploradas,  tornando‐o  mais  interessante  e  relevante.  Também  ajuda  a  evitar acusações de plágio, já que o autor irá deixar de candidatar à publicação um  artigo muito semelhante a outro já publicado.  Além  disto,  menção  à  literatura  anterior  irá  enriquecer  o  texto  e  situar  o  leitor sobre a conjuntura atual da pesquisa sobre o tema. É difícil discutir um tema  sem conhecer e citar o que já se conhece sobre ele.   
  • 5. Fazendo  referência  à  literatura  existente,  o  autor  deve  demonstrar  qual  a  contribuição  trazida  por  seu  artigo  aos  leitores  da  revista  em  que  ele  pretende  publicar.   Se já existem muitos artigos sobre o tema e o autor não souber modificar o  seu  para  torná‐lo  relevante,  ele  deve  ler  com  atenção  os  artigos  anteriores.  Em  todos eles, em comparação com seu artigo:  o Os estudos são válidos?   o As amostras são significativas?  o As condições em que foram realizados se aplicam em seu país?  o Existe algum aspecto não abordado?  o Existe alguma diferença significativa no material ou método utilizado?  o As conclusões são equivalentes?    Se  seu  artigo  traz  algum  aspecto  distinto  em  relação  aos  anteriores,  este  aspecto  deve  ser  valorizado,  como  uma  distinção  de  seu  estudo.  Um  artigo  também  pode  ser  considerado  relevante  se  o  tema  nunca  tiver  sido  explorado no país de publicação ou de forma acessível ao público.    9.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO  O  método  deve  ser  definido  de  modo  a  alcançar  o  objetivo.   Ele  deve  produzir  resultados  que,  quando  analisados  de  forma  objetiva,  irão  comprovar  ou  negar  a  hipótese  nula,  ou  irão  responder  ao  objetivo  do  artigo.  Assim,  ao  comparar  dois  procedimentos  ou  métodos,  deve‐se  estabelecer  parâmetros  objetivos  para  analisar  os  resultados  de  cada  um  e  compará‐los.  Ao  verificar  se  um  procedimento  é  eficaz,  deveremos  definir  o  que  é  eficácia  com  critérios mensuráveis.     Ou  seja,  ao  testar  uma  hipótese,  deve‐se  estabelecer  critérios  objetivos  pelos quais determinar se a hipótese se confirma.  No caso de um estudo que analisa uma amostra, a seleção da amostra deve  ser feita com critério, de modo a criar uma representação significativa da população  que  se  pretende  estudar.  Para  isto,  é  aconselhável  conhecer  características  da  população  como  um  todo  e  reproduzir  estas  características  na  amostra,  proporcionalmente.  É  muito  importante  que  o  método  seja  descrito  de  forma  extremamente  detalhada, especificando, entre outros:    critério de seleção da amostra, seguido de justificativa ;    tamanho e descrição da amostra obtida;   períodos e método de observação;   método de coleta de dados;   método de análise de dados ou estatísticas; 
  • 6. A falha em descrever um pequeno detalhe pode impedir o leitor de comparar  seu  artigo  com  outros  ou  de  aproveitar  seus  resultados  em  sua  pesquisa.  Evite  o  uso  e  descrições  de  análises  estatísticas  complexas.  Se  forem  necessárias,  explique‐as em termos leigos.  No  caso  de  estudos  em  que  partes  da  amostra  são  tratadas  de  formas  distintas, a totalidade de tais partes deve ser informada em porcentagem e números  absolutos.  Informações  obtidas  ao  longo  do  estudo  devem  ser  apresentadas  na  seção  “Resultados”.  Na  Introdução,  inclua  apenas  informações  com  as  quais  o  estudo  iniciou‐se.    9.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS  Os  resultados devem ser analisados tendo em vista o objetivo. No entanto,  deve‐se evitar “forçar” os dados para obter a conclusão desejada. Se o método foi  definido  adequadamente,  o  estudo  terá  produzido  resultados  objetivos,  que,  na  maioria dos casos, levarão de forma lógica à comprovação ou negação da hipótese  testada.   Em  alguns  casos,  no  entanto,  os  resultados  são  inconclusivos,  ou  seja,  não  permitem comprovar ou negar a hipótese testada de forma pontual. Nestes casos, o  autor  deve  buscar  verificar  se  a  não‐conclusão  se  deve  a  alguma  deficiência  do  estudo  ou  se  realmente  não  é  possível  alcançar  uma.  Neste  último  caso,  o  autor  pode  optar  por  publicar  o  estudo  de  qualquer  forma,  podendo  inclusive  convidar  leitores a colaborar com sugestões para o desenvolvimento do estudo, que possam  resultar em conclusão.     9.4 CONCLUSÃO  Muitos  bons  artigos  trazem  a  conclusão  embutida  na  discussão,  sem  uma  sessão  separada.  No  entanto,  expor  a  conclusão  em  uma  sessão  a  parte  facilita  a  pesquisa  de  cientistas  que  buscam  artigos  específicos  ou  que  fazem  revisão  da  literatura sobre o tema. Eles saberão exatamente onde buscá‐la. A conclusão deve  ser  sucinta  e  não  deve  trazer  nenhuma  informação  ou  comentário  novo,  que  não  tenha  sido  exposto  nas  sessões  “Resultado”  ou  “Discussão”.  Em  poucas  frases,  a  conclusão  retoma  o  objetivo  do  artigo  e  informa  o  que  foi  alcançado  no  estudo.  Idealmente,  termina  sugerindo  caminhos  por  onde  a  investigação  pode  ser  continuada.    9.4 DICAS FINAIS  Para uma boa redação, algumas dicas são necessários, dentre elas (AZEVEDO, 2001):   Não apelar pela generalizações (ex.: sabe‐se, grande parte, sempre, nunca);   Não repetir palavras, especialmente verbos e substantivos (use sinônimos);   Não empregar modismos lingüísticos (ex.: em nível de, no contexto, a ponto 
  • 7. de, grande impacto);   Não apresentar redundâncias (ex.: as pesquisas são a razão de ser do  pesquisador);   Não utilizar muitas citações diretas. De preferência às indiretas, interpretando  as idéias dos autores pesquisados;    Não empregar notas de rodapé desnecessárias que possam interferir no texto,  sobrecarregando‐o;   Não usar gírias, abreviaturas, siglas, nomes comerciais e fórmulas químicas,  exceto se extremamente necessário (ex.: Naum, saudações pt); 
  • 8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica  científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.  ABNT. NBR6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de  Janeiro, 2002.  ABNT. NBR6024: Informação e documentação: numeração progressiva das seções de  um documento. Rio de Janeiro, 2003.  ABNT. NBR6028: resumos. Rio de Janeiro, 2003.  ABNT. NBR10520: informação e documentação: citação em documentos. Rio de  Janeiro, 2002.  ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos:  apresentação. Rio de Janeiro, 2002.  AZEVEDO, Israel Belo. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e  agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 10.ed. São Paulo: Hagnos, 2001.  GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Artigos Científicos. São Paulo: Editora  Avercamp, 2004.