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A ocupação das UPPs nas Comunidades Cariocas.
A mídia em torno das UPPs*
Resumo: Este artigo busca analisar as abordagens da mídia a respeito da implantação de
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas do Rio de Janeiro. Com base na
análise do programa "Balanço Geral", apresentado por Wagner Montes na Rede Record,
buscaremos refletir sobre os posicionamentos presentes em seus discursos diante da atuação
dos policiais nas comunidades cariocas. Analisaremos também, de que forma o programa
de TV, ao dar espaço para a voz dos moradores das comunidades, constrói um discurso
específico a respeito das UPPs, com base na espetacularização da realidade desses
indivíduos, tendo como objetivo, promover cada vez mais o sensacionalismo em torno da
violência na cidade. A questão central, portanto é, compreender de que forma a mídia
pode contribuir para a construção de uma realidade sobre a violência, a qual muitas vezes
rotulando as comunidades e seus moradores em torno de estereótipos.

Introdução
Este artigo tem como proposta refletir sobre a forma como a mídia nos apresenta a
ocupação das UPPs nas favelas localizadas no Rio de Janeiro, tendo como objeto de estudo
o programa Balanço Geral, apresentado por Wagner Montes. Utilizando uma linguagem
informal, cheia de gírias, além de brincadeiras com os repórteres, e da interação com o
público, Wagner Montes consegue capturar uma audiência relevante ao apresentar as
informações com base na linguagem do entretenimento. A questão central deste artigo é
compreender de que forma essas estratégias de interação e de entretenimento junto ao
público podem contribuir para a espetacularização da violência, dando a entender que ela é
algo banal e não um fenômeno complexo de qualquer grande cidade.
Inspirado numa experiência bem-sucedida na área de Segurança, o programa do
Governo do Estado do Rio de Janeiro, que deu origem às UPPs, começou a funcionar em
2008, quando foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Morro Santa
Marta, no bairro de Botafogo, na Zona Sul. Desde então, 34 UPPs já estão implantadas e,
até 2014, a previsão é de que sejam mais de 40. Em junho de 2013, a Polícia Pacificadora
contava com um efetivo de 8.592 policiais.
As UPPs em operação abrangem 233 comunidades e beneficiam mais de 1,5 milhão
de pessoas das áreas pacificadas. Nas comunidades onde as UPPs funcionam há mais
tempo, o sentimento generalizado entre os moradores é de que a vida melhorou muito. O
trabalho das UPPs gera reconhecimento da comunidade, que confia mais e colabora,
denunciando criminosos e esconderijos de armas e drogas. O policial, por sua vez, já
percebe a melhoria de sua própria imagem e encontra maior receptividade por parte da
comunidade onde atua.
A mídia vem com a função de informar os principais marcos dessas ocupações,
mostrando os acontecimentos de forma clara e objetiva. Podemos encontrar através das
mídias a divulgação quase diária de notícias sobre as melhorias nas condições de vida da
população e no entorno das comunidades nas quais as UPPs foram implantadas. Isso nos
leva a um questionamento a respeito da validade das notícias divulgadas pela imprensa. A
busca da confirmação, para as notícias divulgadas, deve ser feita através da verificação,
junto ao grupo populacional cujo território recebeu o impacto da intervenção do Estado.
Mesmo com a melhoria da pacificação o surgimento de dúvidas, como: Como é a feita a
comunicação comunitária e a tradicional? E quais suas diferenças?
A grande mídia tradicional, em sua abordagem sobre o tema, transmite a ideia de
que a população das favelas aprova as UPPs, na maioria das vezes, vem mostrando que não
é bem assim: a desaprovação das UPPs pelos moradores das favelas é grande. A grande
maioria das vezes, não dá voz aos moradores das favelas “pacificadas”, que precisam ser
ouvidos sobre o que pensam acerca da ocupação de suas comunidades pelas UPPs. Por
meio de matérias publicadas no site comunitário ANF, Agência de Notícias das Favelas,
escritas por habitantes de favelas e por outros colaboradores que atuam diretamente nesses
locais, pode-se ter uma ideia mais clara, sob a ótica de quem está vivendo diretamente a
presença e a repressão policial, do que está acontecendo no Rio de Janeiro. Como exemplo
de desaparovação, para Martins, Morador.
"Primeiro gostaria de dizer que as UPPs estão fadadas ao fracasso. Após ouvir
algumas teorias, que respeito muito, sobre as UPPs estarem sendo implementadas num
“cinturão” privilegiado, visando a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, apesar de terem
uma certa razão, acho sinceramente que o buraco é muito mais embaixo do que parece".
A prática da mídia comunitária, vista como uma alternativa de sociabilidade dos
grupos minoritários encontra nos meios digitais e na Internet uma alternativa simples,
relativamente barata e que não exige experiência elevada. As Mídias Tradicionais são os
meios de comunicação clássicos, como: televisão, revista, jornal, rádio, cinema, etc...
A mídia quando se apropriar, divulgar, espetacularizar,
sensacionalizar ou banalizar os atos de violência está atribuindo-lhes um
sentido que, ao circularem socialmente, induzem práticas referidas à
violência. Se a violência é uma linguagem formal de comunicar algo, a
mídia ao reportar os atos de violência surge como ação amplificadora
desta linguagem primeira, a da violência. (RONDELLI, 1998, P.98)

O interesse desse artigo, portanto, é refletir sobre todas essas informações referentes à
ocupação da UPPs que nos foram passadas sob o ponto de vista midiático. Nossa hipótese é
a de que a mídia vem transmitindo a informação de que invasão das UPPs foi muito
importante para retirada da criminalidade graça à elaboração, organização e o trabalho de
inteligência do programa de pacificação

1 - UPPs e suas formas de comunicação midiática.
Desde o final de 2008, algumas áreas da cidade do Rio de Janeiro, nas quais as
autoridades públicas não controlava a ação de criminosos ostensivamente armados, em
especial os traficantes de drogas, vêm sendo ocupadas em caráter permanente pelas
chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
A pacificação do Rio de Janeiro é um programa elaborado pela Secretaria de Estado
de Segurança que visa recuperar territórios ocupados há décadas das por traficantes e
milicianos. Através das Unidades de Polícia Pacificadora, o programa tenta promover a
aproximação entre a polícia e a população. A pacificação tenta resolver o problema em três
frentes: “retomando" os territórios, expulsando os grupos criminosos e integrando as
comunidades à cidade.
(Lima; Misse; Miranda,200, pág.44) O fato de a Segurança pública ser a única área de
atuação do Estado sobre a qual há algum consenso quanto à legitimidade do monopólio, já
que é uma atividade voltada para garantir a ordem, também contribuiu para a perpetuação
desse modelo.
Os projetos de implantação das Unidades seguiram basicamente sempre o mesmo
roteiro. A ocupação nas comunidades foram via meios de comunicação, para “espantar”
marginais e evitar confrontos que pudesse por em risco à população.
A comunicação comunitária é a falta de sustentabilidade, a falta de equipamento, o
que resulta na falta de uma equipe fixa e na ausência daquele meio, que deveria estar mais
presente na favela não ter tanta atuação, já que os seus colaboradores, na maioria das vezes,
são voluntários e dedicam apenas algumas horas semanais. A democratização da
comunicação debate a linha editorial de uma mídia comunitária, criminalização da pobreza,
da cultura, das rádios comunitárias, os reais interesses das mídias comerciais, como se faz
publicidade comunitária, UPP e favelas, dentre diversos outros temas que é de interesse dos
comunicadores comunitários, populares e alternativos.
A comunicação comunitária tem um grande papel dentro dos espaços populares, ela
é trabalho de base. Essa comunicação que não mobiliza não pode ser considerada
comunicação comunitária. Ela tem o papel de valorizar a cultura, a identidade, a fala, a
favela, os espaços populares, algo que mídia alguma faz ou irá fazer.
Podemos ter como um grande exemplo dessa comunicação comunitária um jovem,
que postava no seu Twitter pessoal, em tempo real o que estava acontecendo no dia-a-dia
sobre a ocupação da UPP. Rêne não imaginava que ia causar tanta repercussão, mas achava
que twittando de dentro da comunidade, mostrava uma visão que ninguém tinha ou pudesse
imaginar. Às vezes, ele dava algumas informações dadas na TV, como as áreas que os
helicópteros estavam sobrevoando na comunidade.
A forma de comunicação tradicional é bem diferenciada, pois ela não tem o mesmo
foco e objetivo da comunitária. Ela trabalha mostrando apenas as maiores repercussões e
temas de interesse deles próprio, não há um "interesse", um propósito de passar o que
realmente é a realidade daqueles moradores e tudo que acontece com eles, o fato de serem
moradores não pode ser diferenciado, suas opiniões, seus valores e seus direitos tem que ser
o mesmo de uma cobertura de matéria sobre outro e qualquer reportagem, assunto e
localidade.

Fonte: LINHA DO TEMPO: O crescimento do Voz da Comunidade na internet

Essas comunicações visam o mesmo objetivo apresentar o que de fato acontecem e
vem acontecendo na comunidade, junto às melhorias das UPPs, mas a linguagem se
multiplica em diferentes formas e são essas formas que fazem o ponto de vista de
moradores e não moradores terem um certo tipo de preconceito. Essa mídia precisa se
adaptar a realidade, mostrar mais a transparência deixar de ser factual e passar a conviver e
mostrar, que a ocupação da UPP não foi apenas implantada como modo de retirada da
criminalidade.
Fonte: IMPRENSA RJ: Subsecretaria de Comunicação Social.

2- Mídia e violência - Apelo, Mídia, Espetáculo e Televisão.
As mídias não perdoam e são completamente implacáveis com qualquer tipo de
violência. A mídia tende a usar a violência como carro-chefe para a venda e audiência de
seus jornais. Na informação existe uma linha que separa o fato e o sensacionalismo. Muitos
meios de comunicação, com destaque para a televisão, mostram notícias sobre violência
como forma de ganhar dinheiro, ou seja, utiliza de alguma forma um fato, para escandalizar
e ganhar audiência no mercado midiático. E é por causa das grandes competições entre as
emissoras de TV que a qualidade da informação tem ficado com níveis cada vez mais
baixos. Muitas vezes, o foco muda para o escândalo que a mídia encontra e vai além do
necessário.
Existe no jornalismo algumas espertezas que caracterizam uma boa notícia, como o
inédito, o interesse e o apelo. Só que podemos notar que as notícias sobre violência tem se
transformado em um espetáculo lucrativo para os meios de comunicação, que acabam no
contexto geral se tornando um grande exagero, mostrando informações desnecessárias e
importunas.
Entendemos o grande objetivo que o jornalismo tende a passar em suas
informações, que o papel dos repórteres é mostrar a verdade com clareza dos fatos, mas
vim a transformar a violência como espetáculo como se vê nos meios de comunicação é
está contribuindo para um processo de barbarização. Uma mídia de responsabilidade e
preocupada com seu público busca em primeiro lugar apurar os fatos evitando expor
pessoas em situações humilhantes. Mas infelizmente a mídia só se preocupa com ela
mesma, visando o aumento de audiências e fazer desse SHOWJORNALISMO dar lucro.
Segundo Arbex Jr, o telenoticiário interfere nos acontecimentos com o intuito de alcançar
objetivos políticos ou econômicos. A televisão (...) não é mera “observadora” ou “repórter”:
tem o poder de interferir nos acontecimentos. O telenoticiário diário adquiriu o estatuto de
uma peça política, cuja lógica é determinada pelas relações de cada veículo da mídia com o
sistema político, financeiro e econômico do país ou região em que se encontra (ARBEX JR
,2001: 98).
O jornalismo tradicional perdeu de vez aquela função de causar o impacto no
público, e cada vez mais está se aproximando dessa linguagem midiática do espetáculo para
manter seus leitores fixos. A pressão comercial é muito grande, e conceito de vendas é
imenso, a busca por uma linguagem que é mais familiar, que tem mais apelo popular como
a linguagem da teledramaturgia acaba sendo a saída para o jornalismo.
A mídia, precisa apenas ter mais pretensão, pretensão essa que seria mais que sua
obrigação, fazer bem o jornalismo. Quando se relaciona a violência, a informação tem que
ser clara e verdadeira, e o superficial e a omissão tem que ficar de lado. Hoje vemos na
televisão que a mídia não preza mais pela qualidade da informação e sim pelo crescimento
de Ibope.
"A imprensa precisa compreender que não vamos, de uma hora pra outra, com uma
varinha de condão, mudar o histórico da nossa organização, que por muito tempo foi parte
do aparelho repressor do Estado. A relação entre a Polícia Militar e a Mídia ainda é de amor
e ódio. Quando temos sucesso, queremos que a imprensa cubra as nossas atividades;
quando não sabemos dar a resposta adequada a um problema, gostaríamos que ela ficasse
afastada". [Coronel A. Severero, Ex comandante da PM de Minas]
(RAMOS; PAIVA,2007, P 47)
Fonte: Provos.Brasil http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

Os meios de comunicação sabem muito bem como oferecer de maneira fácil, o aumento de
audiência. O Telespectador se alimenta de uma fantasia cotidiana, criam um complexo pela
indústria midiática. As notícias absorvem o grande aumento da violência dando a eles mais
motivos de repercutirem toda essa informação. Podemos ter como exemplo, a maneira que
as pessoas se prendem A população não se sente mais segura em nenhum lugar, não se
pode mais falar de lugares seguros, porém as pessoas acreditam que através da "mídia"
ficam mais por dentro de lugares mais violentos. Como por exemplo, quando a UPP entra
em uma comunidade, a população sabe que em torno daquela comunidade a probabilidade
de algo mais violento é maior e assim, conseguem evitar.
3 - Análise do Programa Balanço Geral - Wagner Montes
Primeiramente, vamos conhecer um pouco quem é Wagner Montes, esse
apresentador que utiliza o bordão "Escracha" em seu programa. Nascido e criado em Duque
de Caxias, o apresentador hoje se tornou Deputado Estadual e também um grande ícone da
televisão brasileira. Umas das suas maiores características é sua solidariedade, agarra e
amor por seu trabalho. Seu programa Balanço Geral - RJ, exibido na Record é o programa
de maior índice quando o assunto é justiça.
Diante das características do telejornal popular, vale destacar a autodefinição que o
programa Balanço Geral, da Rede Record faz.
O Balanço Geral busca trazer ao telespectador carioca, informações do dia a dia da
cidade. Esse programa reflete as reportagens sobre variados assuntos, problemas
comunitários, segurança pública, violência em geral, comportamento social, lazer e cultura.
O programa traz uma relação descontraída do apresentador com brincadeiras e comentários
inusitados, mas nunca saindo do foco principal, que são as informações dos grandes
acontecimentos.
E quando se fala de grandes acontecimentos o Balanço Geral sabe abordar muito
bem. Quando o assunto se volta para a violência Wagner Montes mostra que com isso não
se brinca. Com as ocupações das UPPs nas comunidades do Rio de Janeiro o apresentador
não se privou em soltar o verbo e falar sobre suas opiniões em defesa da "Poliçada" como
ele mesmo faz questão de chamar a polícia do Rio. Ele acredita muito no trabalho que a
polícia vem fazendo, e apoia os projetos instaurados pela UPP em que se pode vê
melhorias, passando para os moradores confiança e credibilidade. Sempre buscando o
programa em passar todas as informações diárias de tudo que acontecia em tempo real.
Wagner Montes não tem medo de encarar os fatos e meter as caras, ele defende o certo,
escracha o errado, independente de quem seja.
Com uma visão de sempre pensar no próximo o programa dar espaço para
moradores das comunidades estarem expressando suas opiniões, a equipe de repórteres
destinada vai até esses moradores, buscando saber o que realmente acontece dentro da
comunidade e assim é possível conhecer de perto a realidade de quem lá vive. Com a
instalação das UPPs, esses moradores dão a cara a tapa e não se preocupam mais com a
questão de aparecerem na mídia, o medo que antigamente eles tinham, de sua imagem vim
a público, hoje é motivo de orgulho para eles.

"Defendo o bom policial, meto o pau no mau policial, e quando escracho o mau policial estou defendendo o
bom policial. Uma corporação de 38 mil homens, se 7.600 tiverem desvio de conduta são 20%. É justo que
80% que têm mulher, filho, mãe, serem achincalhados por causa de 20%? Não é justo. Existem maus
médicos, advogados, jornalistas, existem maus profissionais em todas as profissões. O que não podemos fazer
é generalizar. Temos que extirpar as células ruins. Os bons policiais continuam gostando de mim, pode ter
certeza disso"
[Vagner Montes - Entrevista ao Jornal O Extra - 13/10/2010]
Fonte: Brava Gente, brasileira: henriquebaes.blogspot.com

Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que a maneira que a ocupação das UPPs,
foram apresentadas pela mídia, foi de um grande marco para sociedade. A pacificação se
mostrou presente em todos os noticiários, da forma mais simples para forma espetacular. A
comunicação voltada para esse tipo de notícia se mostrou tentadora, com as comunicações
utilizadas podemos observar o quanto a forma da linguagem faz toda diferença. E dentro
desses parâmetros vemos o quanto à comunicação é essencial, e é essa comunicação que
gera forças para uma grande evolução midiática. Com a ocupação das UPPs nas
comunidades do Rio de Janeiro, a verdadeira mídia deixou sempre presente, os fatos.
Uma das principais redes midiáticas atualmente ainda é a Televisão e dentro de sua
programação existe uma mediadora de novos conceitos. A forma que a falsa a mídia vem
trazendo as informações mostra o quanto à qualidade de uma informação não se faz tão
presente, e que a obtenção de lucros se torna grandiosa.
O verdadeiro jornalismo torna-se esquecido para aqueles que só visam à forma de
transmitir informações através de uma linguagem apelativa e espetacular. A violência deixa
de ser tratada como violência, e vira atração para ganho de audiência.
Mas, podemos observar que ainda existem aqueles que trazem as informações com
total credibilidade sem tornar um acontecimento e um show midiático.
Dessa forma, percebemos que com a ocupação das UPPs nas comunidades cariocas
a forma de transmissão se une, em apenas um objetivo, trazer informações com uma
comunicação clara e direta. Isso Significa que a sociedade, necessita de pessoas que se
preocupam o tempo todo com elas.
O Programa Balanço Geral, vem mostrar isso, a verdadeira cara das comunidades,
sem esconder nada, sempre se preocupando com a condição de vida das pessoas sem
preconceitos. O Programa entende, o que se passa diarimente nas comunidades e é com
esse entendimento que o Balanço Geral proporciona, ao seu público fiel a realidade do
Rio de Janeiro.

Referências Bibliográficas

SILVA, Rene
jovem-do-morador-do-morro-do-adeus-twittou-em-tempo-real-invasao-da-policia,
Disponível
Acesso em: 17 de Nov de 2013.

http://oglobo.globo.com/rio/rene-silva-jovem-do-morador-do-morro-do-adeus-twittou-em-t
empo-real-invasao-da-policia-ao-2918816#ixzz2ksEggHo0

MARTINS, Gizele comunicacao-comunitaria-em-debate, Disponível,
Acesso em: 17 de Nov de 2013
http://www.raizesemmovimento.org.br/comunicacao-comunitaria-em-debate/#sthash.n5AN
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MONTES, Wagner blogs/wagner-montes, Disponível,
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http://noticias.r7.com/blogs/wagner-montes

SANSÃO, Luisa upps-solucao-para-a-seguranca-ou-controle-politico-das-favelas
http://www.anf.org.br/upps-solucao-para-a-seguranca-ou-controle-politico-das-favelas/#.U
oznztJDuzZ
Upp, index.php/as_upps, Disponível
Acesso em: 17 de Nov de 2013
http://www.upprj.com/index.php/as_upps

Silva, José Aurelio P. Violencia é caso de mídia, de polícia ou de política? Disponível em
livro
Jr Arbex José, direitoacomunicacao, Disponível.
http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=
1399
Acesso em: 17 de Nov de 2013

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  • 1. A ocupação das UPPs nas Comunidades Cariocas. A mídia em torno das UPPs* Resumo: Este artigo busca analisar as abordagens da mídia a respeito da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas do Rio de Janeiro. Com base na análise do programa "Balanço Geral", apresentado por Wagner Montes na Rede Record, buscaremos refletir sobre os posicionamentos presentes em seus discursos diante da atuação dos policiais nas comunidades cariocas. Analisaremos também, de que forma o programa de TV, ao dar espaço para a voz dos moradores das comunidades, constrói um discurso específico a respeito das UPPs, com base na espetacularização da realidade desses indivíduos, tendo como objetivo, promover cada vez mais o sensacionalismo em torno da violência na cidade. A questão central, portanto é, compreender de que forma a mídia pode contribuir para a construção de uma realidade sobre a violência, a qual muitas vezes rotulando as comunidades e seus moradores em torno de estereótipos. Introdução Este artigo tem como proposta refletir sobre a forma como a mídia nos apresenta a ocupação das UPPs nas favelas localizadas no Rio de Janeiro, tendo como objeto de estudo o programa Balanço Geral, apresentado por Wagner Montes. Utilizando uma linguagem informal, cheia de gírias, além de brincadeiras com os repórteres, e da interação com o público, Wagner Montes consegue capturar uma audiência relevante ao apresentar as informações com base na linguagem do entretenimento. A questão central deste artigo é compreender de que forma essas estratégias de interação e de entretenimento junto ao público podem contribuir para a espetacularização da violência, dando a entender que ela é algo banal e não um fenômeno complexo de qualquer grande cidade. Inspirado numa experiência bem-sucedida na área de Segurança, o programa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que deu origem às UPPs, começou a funcionar em 2008, quando foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Morro Santa Marta, no bairro de Botafogo, na Zona Sul. Desde então, 34 UPPs já estão implantadas e, até 2014, a previsão é de que sejam mais de 40. Em junho de 2013, a Polícia Pacificadora
  • 2. contava com um efetivo de 8.592 policiais. As UPPs em operação abrangem 233 comunidades e beneficiam mais de 1,5 milhão de pessoas das áreas pacificadas. Nas comunidades onde as UPPs funcionam há mais tempo, o sentimento generalizado entre os moradores é de que a vida melhorou muito. O trabalho das UPPs gera reconhecimento da comunidade, que confia mais e colabora, denunciando criminosos e esconderijos de armas e drogas. O policial, por sua vez, já percebe a melhoria de sua própria imagem e encontra maior receptividade por parte da comunidade onde atua. A mídia vem com a função de informar os principais marcos dessas ocupações, mostrando os acontecimentos de forma clara e objetiva. Podemos encontrar através das mídias a divulgação quase diária de notícias sobre as melhorias nas condições de vida da população e no entorno das comunidades nas quais as UPPs foram implantadas. Isso nos leva a um questionamento a respeito da validade das notícias divulgadas pela imprensa. A busca da confirmação, para as notícias divulgadas, deve ser feita através da verificação, junto ao grupo populacional cujo território recebeu o impacto da intervenção do Estado. Mesmo com a melhoria da pacificação o surgimento de dúvidas, como: Como é a feita a comunicação comunitária e a tradicional? E quais suas diferenças? A grande mídia tradicional, em sua abordagem sobre o tema, transmite a ideia de que a população das favelas aprova as UPPs, na maioria das vezes, vem mostrando que não é bem assim: a desaprovação das UPPs pelos moradores das favelas é grande. A grande maioria das vezes, não dá voz aos moradores das favelas “pacificadas”, que precisam ser ouvidos sobre o que pensam acerca da ocupação de suas comunidades pelas UPPs. Por meio de matérias publicadas no site comunitário ANF, Agência de Notícias das Favelas, escritas por habitantes de favelas e por outros colaboradores que atuam diretamente nesses locais, pode-se ter uma ideia mais clara, sob a ótica de quem está vivendo diretamente a presença e a repressão policial, do que está acontecendo no Rio de Janeiro. Como exemplo de desaparovação, para Martins, Morador. "Primeiro gostaria de dizer que as UPPs estão fadadas ao fracasso. Após ouvir algumas teorias, que respeito muito, sobre as UPPs estarem sendo implementadas num “cinturão” privilegiado, visando a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, apesar de terem uma certa razão, acho sinceramente que o buraco é muito mais embaixo do que parece".
  • 3. A prática da mídia comunitária, vista como uma alternativa de sociabilidade dos grupos minoritários encontra nos meios digitais e na Internet uma alternativa simples, relativamente barata e que não exige experiência elevada. As Mídias Tradicionais são os meios de comunicação clássicos, como: televisão, revista, jornal, rádio, cinema, etc... A mídia quando se apropriar, divulgar, espetacularizar, sensacionalizar ou banalizar os atos de violência está atribuindo-lhes um sentido que, ao circularem socialmente, induzem práticas referidas à violência. Se a violência é uma linguagem formal de comunicar algo, a mídia ao reportar os atos de violência surge como ação amplificadora desta linguagem primeira, a da violência. (RONDELLI, 1998, P.98) O interesse desse artigo, portanto, é refletir sobre todas essas informações referentes à ocupação da UPPs que nos foram passadas sob o ponto de vista midiático. Nossa hipótese é a de que a mídia vem transmitindo a informação de que invasão das UPPs foi muito importante para retirada da criminalidade graça à elaboração, organização e o trabalho de inteligência do programa de pacificação 1 - UPPs e suas formas de comunicação midiática. Desde o final de 2008, algumas áreas da cidade do Rio de Janeiro, nas quais as autoridades públicas não controlava a ação de criminosos ostensivamente armados, em especial os traficantes de drogas, vêm sendo ocupadas em caráter permanente pelas chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A pacificação do Rio de Janeiro é um programa elaborado pela Secretaria de Estado de Segurança que visa recuperar territórios ocupados há décadas das por traficantes e milicianos. Através das Unidades de Polícia Pacificadora, o programa tenta promover a aproximação entre a polícia e a população. A pacificação tenta resolver o problema em três frentes: “retomando" os territórios, expulsando os grupos criminosos e integrando as comunidades à cidade.
  • 4. (Lima; Misse; Miranda,200, pág.44) O fato de a Segurança pública ser a única área de atuação do Estado sobre a qual há algum consenso quanto à legitimidade do monopólio, já que é uma atividade voltada para garantir a ordem, também contribuiu para a perpetuação desse modelo. Os projetos de implantação das Unidades seguiram basicamente sempre o mesmo roteiro. A ocupação nas comunidades foram via meios de comunicação, para “espantar” marginais e evitar confrontos que pudesse por em risco à população. A comunicação comunitária é a falta de sustentabilidade, a falta de equipamento, o que resulta na falta de uma equipe fixa e na ausência daquele meio, que deveria estar mais presente na favela não ter tanta atuação, já que os seus colaboradores, na maioria das vezes, são voluntários e dedicam apenas algumas horas semanais. A democratização da comunicação debate a linha editorial de uma mídia comunitária, criminalização da pobreza, da cultura, das rádios comunitárias, os reais interesses das mídias comerciais, como se faz publicidade comunitária, UPP e favelas, dentre diversos outros temas que é de interesse dos comunicadores comunitários, populares e alternativos. A comunicação comunitária tem um grande papel dentro dos espaços populares, ela é trabalho de base. Essa comunicação que não mobiliza não pode ser considerada comunicação comunitária. Ela tem o papel de valorizar a cultura, a identidade, a fala, a favela, os espaços populares, algo que mídia alguma faz ou irá fazer. Podemos ter como um grande exemplo dessa comunicação comunitária um jovem, que postava no seu Twitter pessoal, em tempo real o que estava acontecendo no dia-a-dia sobre a ocupação da UPP. Rêne não imaginava que ia causar tanta repercussão, mas achava que twittando de dentro da comunidade, mostrava uma visão que ninguém tinha ou pudesse imaginar. Às vezes, ele dava algumas informações dadas na TV, como as áreas que os helicópteros estavam sobrevoando na comunidade. A forma de comunicação tradicional é bem diferenciada, pois ela não tem o mesmo foco e objetivo da comunitária. Ela trabalha mostrando apenas as maiores repercussões e temas de interesse deles próprio, não há um "interesse", um propósito de passar o que realmente é a realidade daqueles moradores e tudo que acontece com eles, o fato de serem moradores não pode ser diferenciado, suas opiniões, seus valores e seus direitos tem que ser o mesmo de uma cobertura de matéria sobre outro e qualquer reportagem, assunto e
  • 5. localidade. Fonte: LINHA DO TEMPO: O crescimento do Voz da Comunidade na internet Essas comunicações visam o mesmo objetivo apresentar o que de fato acontecem e vem acontecendo na comunidade, junto às melhorias das UPPs, mas a linguagem se multiplica em diferentes formas e são essas formas que fazem o ponto de vista de moradores e não moradores terem um certo tipo de preconceito. Essa mídia precisa se adaptar a realidade, mostrar mais a transparência deixar de ser factual e passar a conviver e mostrar, que a ocupação da UPP não foi apenas implantada como modo de retirada da criminalidade.
  • 6. Fonte: IMPRENSA RJ: Subsecretaria de Comunicação Social. 2- Mídia e violência - Apelo, Mídia, Espetáculo e Televisão. As mídias não perdoam e são completamente implacáveis com qualquer tipo de violência. A mídia tende a usar a violência como carro-chefe para a venda e audiência de seus jornais. Na informação existe uma linha que separa o fato e o sensacionalismo. Muitos meios de comunicação, com destaque para a televisão, mostram notícias sobre violência como forma de ganhar dinheiro, ou seja, utiliza de alguma forma um fato, para escandalizar e ganhar audiência no mercado midiático. E é por causa das grandes competições entre as emissoras de TV que a qualidade da informação tem ficado com níveis cada vez mais baixos. Muitas vezes, o foco muda para o escândalo que a mídia encontra e vai além do necessário. Existe no jornalismo algumas espertezas que caracterizam uma boa notícia, como o inédito, o interesse e o apelo. Só que podemos notar que as notícias sobre violência tem se transformado em um espetáculo lucrativo para os meios de comunicação, que acabam no contexto geral se tornando um grande exagero, mostrando informações desnecessárias e importunas. Entendemos o grande objetivo que o jornalismo tende a passar em suas informações, que o papel dos repórteres é mostrar a verdade com clareza dos fatos, mas vim a transformar a violência como espetáculo como se vê nos meios de comunicação é está contribuindo para um processo de barbarização. Uma mídia de responsabilidade e preocupada com seu público busca em primeiro lugar apurar os fatos evitando expor pessoas em situações humilhantes. Mas infelizmente a mídia só se preocupa com ela mesma, visando o aumento de audiências e fazer desse SHOWJORNALISMO dar lucro. Segundo Arbex Jr, o telenoticiário interfere nos acontecimentos com o intuito de alcançar objetivos políticos ou econômicos. A televisão (...) não é mera “observadora” ou “repórter”: tem o poder de interferir nos acontecimentos. O telenoticiário diário adquiriu o estatuto de uma peça política, cuja lógica é determinada pelas relações de cada veículo da mídia com o sistema político, financeiro e econômico do país ou região em que se encontra (ARBEX JR ,2001: 98).
  • 7. O jornalismo tradicional perdeu de vez aquela função de causar o impacto no público, e cada vez mais está se aproximando dessa linguagem midiática do espetáculo para manter seus leitores fixos. A pressão comercial é muito grande, e conceito de vendas é imenso, a busca por uma linguagem que é mais familiar, que tem mais apelo popular como a linguagem da teledramaturgia acaba sendo a saída para o jornalismo. A mídia, precisa apenas ter mais pretensão, pretensão essa que seria mais que sua obrigação, fazer bem o jornalismo. Quando se relaciona a violência, a informação tem que ser clara e verdadeira, e o superficial e a omissão tem que ficar de lado. Hoje vemos na televisão que a mídia não preza mais pela qualidade da informação e sim pelo crescimento de Ibope. "A imprensa precisa compreender que não vamos, de uma hora pra outra, com uma varinha de condão, mudar o histórico da nossa organização, que por muito tempo foi parte do aparelho repressor do Estado. A relação entre a Polícia Militar e a Mídia ainda é de amor e ódio. Quando temos sucesso, queremos que a imprensa cubra as nossas atividades; quando não sabemos dar a resposta adequada a um problema, gostaríamos que ela ficasse afastada". [Coronel A. Severero, Ex comandante da PM de Minas] (RAMOS; PAIVA,2007, P 47)
  • 8. Fonte: Provos.Brasil http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff Os meios de comunicação sabem muito bem como oferecer de maneira fácil, o aumento de audiência. O Telespectador se alimenta de uma fantasia cotidiana, criam um complexo pela indústria midiática. As notícias absorvem o grande aumento da violência dando a eles mais motivos de repercutirem toda essa informação. Podemos ter como exemplo, a maneira que as pessoas se prendem A população não se sente mais segura em nenhum lugar, não se pode mais falar de lugares seguros, porém as pessoas acreditam que através da "mídia" ficam mais por dentro de lugares mais violentos. Como por exemplo, quando a UPP entra em uma comunidade, a população sabe que em torno daquela comunidade a probabilidade de algo mais violento é maior e assim, conseguem evitar. 3 - Análise do Programa Balanço Geral - Wagner Montes Primeiramente, vamos conhecer um pouco quem é Wagner Montes, esse apresentador que utiliza o bordão "Escracha" em seu programa. Nascido e criado em Duque de Caxias, o apresentador hoje se tornou Deputado Estadual e também um grande ícone da televisão brasileira. Umas das suas maiores características é sua solidariedade, agarra e amor por seu trabalho. Seu programa Balanço Geral - RJ, exibido na Record é o programa de maior índice quando o assunto é justiça. Diante das características do telejornal popular, vale destacar a autodefinição que o programa Balanço Geral, da Rede Record faz. O Balanço Geral busca trazer ao telespectador carioca, informações do dia a dia da cidade. Esse programa reflete as reportagens sobre variados assuntos, problemas comunitários, segurança pública, violência em geral, comportamento social, lazer e cultura. O programa traz uma relação descontraída do apresentador com brincadeiras e comentários inusitados, mas nunca saindo do foco principal, que são as informações dos grandes acontecimentos. E quando se fala de grandes acontecimentos o Balanço Geral sabe abordar muito bem. Quando o assunto se volta para a violência Wagner Montes mostra que com isso não se brinca. Com as ocupações das UPPs nas comunidades do Rio de Janeiro o apresentador não se privou em soltar o verbo e falar sobre suas opiniões em defesa da "Poliçada" como
  • 9. ele mesmo faz questão de chamar a polícia do Rio. Ele acredita muito no trabalho que a polícia vem fazendo, e apoia os projetos instaurados pela UPP em que se pode vê melhorias, passando para os moradores confiança e credibilidade. Sempre buscando o programa em passar todas as informações diárias de tudo que acontecia em tempo real. Wagner Montes não tem medo de encarar os fatos e meter as caras, ele defende o certo, escracha o errado, independente de quem seja. Com uma visão de sempre pensar no próximo o programa dar espaço para moradores das comunidades estarem expressando suas opiniões, a equipe de repórteres destinada vai até esses moradores, buscando saber o que realmente acontece dentro da comunidade e assim é possível conhecer de perto a realidade de quem lá vive. Com a instalação das UPPs, esses moradores dão a cara a tapa e não se preocupam mais com a questão de aparecerem na mídia, o medo que antigamente eles tinham, de sua imagem vim a público, hoje é motivo de orgulho para eles. "Defendo o bom policial, meto o pau no mau policial, e quando escracho o mau policial estou defendendo o bom policial. Uma corporação de 38 mil homens, se 7.600 tiverem desvio de conduta são 20%. É justo que 80% que têm mulher, filho, mãe, serem achincalhados por causa de 20%? Não é justo. Existem maus médicos, advogados, jornalistas, existem maus profissionais em todas as profissões. O que não podemos fazer é generalizar. Temos que extirpar as células ruins. Os bons policiais continuam gostando de mim, pode ter certeza disso" [Vagner Montes - Entrevista ao Jornal O Extra - 13/10/2010]
  • 10. Fonte: Brava Gente, brasileira: henriquebaes.blogspot.com Conclusão Com este trabalho podemos concluir que a maneira que a ocupação das UPPs, foram apresentadas pela mídia, foi de um grande marco para sociedade. A pacificação se mostrou presente em todos os noticiários, da forma mais simples para forma espetacular. A comunicação voltada para esse tipo de notícia se mostrou tentadora, com as comunicações utilizadas podemos observar o quanto a forma da linguagem faz toda diferença. E dentro desses parâmetros vemos o quanto à comunicação é essencial, e é essa comunicação que gera forças para uma grande evolução midiática. Com a ocupação das UPPs nas comunidades do Rio de Janeiro, a verdadeira mídia deixou sempre presente, os fatos. Uma das principais redes midiáticas atualmente ainda é a Televisão e dentro de sua
  • 11. programação existe uma mediadora de novos conceitos. A forma que a falsa a mídia vem trazendo as informações mostra o quanto à qualidade de uma informação não se faz tão presente, e que a obtenção de lucros se torna grandiosa. O verdadeiro jornalismo torna-se esquecido para aqueles que só visam à forma de transmitir informações através de uma linguagem apelativa e espetacular. A violência deixa de ser tratada como violência, e vira atração para ganho de audiência. Mas, podemos observar que ainda existem aqueles que trazem as informações com total credibilidade sem tornar um acontecimento e um show midiático. Dessa forma, percebemos que com a ocupação das UPPs nas comunidades cariocas a forma de transmissão se une, em apenas um objetivo, trazer informações com uma comunicação clara e direta. Isso Significa que a sociedade, necessita de pessoas que se preocupam o tempo todo com elas. O Programa Balanço Geral, vem mostrar isso, a verdadeira cara das comunidades, sem esconder nada, sempre se preocupando com a condição de vida das pessoas sem preconceitos. O Programa entende, o que se passa diarimente nas comunidades e é com esse entendimento que o Balanço Geral proporciona, ao seu público fiel a realidade do Rio de Janeiro. Referências Bibliográficas SILVA, Rene jovem-do-morador-do-morro-do-adeus-twittou-em-tempo-real-invasao-da-policia, Disponível Acesso em: 17 de Nov de 2013. http://oglobo.globo.com/rio/rene-silva-jovem-do-morador-do-morro-do-adeus-twittou-em-t
  • 12. empo-real-invasao-da-policia-ao-2918816#ixzz2ksEggHo0 MARTINS, Gizele comunicacao-comunitaria-em-debate, Disponível, Acesso em: 17 de Nov de 2013 http://www.raizesemmovimento.org.br/comunicacao-comunitaria-em-debate/#sthash.n5AN SpY6.dpuf MONTES, Wagner blogs/wagner-montes, Disponível, Acesso em: 17 de Nov de 2013 http://noticias.r7.com/blogs/wagner-montes SANSÃO, Luisa upps-solucao-para-a-seguranca-ou-controle-politico-das-favelas http://www.anf.org.br/upps-solucao-para-a-seguranca-ou-controle-politico-das-favelas/#.U oznztJDuzZ Upp, index.php/as_upps, Disponível Acesso em: 17 de Nov de 2013 http://www.upprj.com/index.php/as_upps Silva, José Aurelio P. Violencia é caso de mídia, de polícia ou de política? Disponível em livro Jr Arbex José, direitoacomunicacao, Disponível. http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id= 1399 Acesso em: 17 de Nov de 2013