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SARA E O
GIGANTE DAS
HISTÓRIAS
História adaptada pela
Educadora Maria das Dores
Oliveira
Era uma vez um gigante chamado Jerónimo que vivia com o seu
gato Belchior num castelo muito velhinho. As torres estavam quase
a cair e o teto deixava a chuva cair na sala. Para não estragar o
chão colocava baldes, bacias, pratos e panelas por todo o lado.
Jerónimo passava muito tempo sentado. Que fazia tão concentrado?
Nessa mesa havia uma pilha de imagens pequeninas. Jerónimo
pegava em cada uma delas com uma pinça e examinava-as com
uma lupa. Ele adorava olhar para aquelas imagens, principalmente a
do Pai-Natal. Será que existe?
Mas o facto de não ter a certeza preocupava-o muito. Por isso, um
dia decidiu aventurar-se e sair por esse mundo fora para descobrir a
verdade. Abriu o armário e tirou de lá o casaco e escovou-o. Tirou
as botas e engraxou-as.
- Toma bem conta do Castelo, Belchior. Em breve voltarei.
Parou numa aldeia pequenina. Ao espreitar pelas janelas descobriu
uma menina muito pequenina a dormir e no seu quarto havia dezenas
de imagens espalhadas.
- Ela gosta de imagens como eu!
Estendeu os braços e, com muito cuidado pegou na menina.
Aconchegou-a nas suas grandes mãos e regressou ao castelo.
Sara, assim se chamava a
menina, acordou, esfregou
os olhos e sentou-se. Não
estava na sua cama! Ficou
muito surpreendida e
assustada com o tamanho
do gigante, da mobília e
com os baldes e panelas
espalhadas por todo o lado.
- Bom dia menina. Dormiste
bem?
Sara gritou cheia de medo.
- Por favor, não tenhas
medo. Chamo-me
Jerónimo e este é o
Belchior e não é perigoso.
O gigante sorriu com muita
ternura e depressa Sara
percebeu que não tinha
nada a temer.
- Deves querer saber porque é que estás aqui?
Mostrou-lhe as imagens que tinha.
- Como vês coleciono imagens como tu. É o meu passatempo. Será
verdade aquilo que mostram?
Sara não sabia o que dizer. Até ontem acreditava que os gigantes não
existiam.
- Ninguém sabe exatamente se estas coisas são verdade ou não. Disse
a Sara.
O gigante fica dececionado.
AH! – disse o Jerónimo – olha, o que são estas marcas pretas ao pé da
imagem?
Sara ficou admirada Será que o gigante não sabia ler?
Isto é um livro – disse ela – e estas marcas são letras. São elas
que contam as histórias que existem dentro dos livros.
- Dentro? – exclamou o gigante – Mostra-me. Fala-me dessas
histórias!
E foi assim que Sara começou a ler histórias ao gigante que
ficava encantado a ouvi-la ler.
Os dias foram passando e Sara e Jerónimo ficaram grandes
amigos.
Jerónimo sabia que Sara não podia estar sempre com ele, pois tinha
a casa dela.
- Gostava de aprender a ler. Podes me ensinar? É difícil? – pergunta
ele.
- Não, não é nada difícil. – respondeu Sara
Como no castelo não havia papel, Jerónimo foi buscar lençóis e Sara
desenhou todas as letras do alfabeto.
Jerónimo aprendeu depressa, pois estava ansioso por ler as suas
histórias.
Em pouco tempo, com a
ajuda da lupa, o gigante
era já capaz de ler. Mas …
não conseguia virar as
páginas, pois tinha os
dedos muito compridos.
Isso deixava-o muito triste.
Sara teve uma ideia
brilhante.
Ele ficou muito
entusiasmado.
Foi buscar tábuas, pregos,
martelos, tesoura, fios e
panos.
E num instante, uma faixa comprida estava bem esticada nas torres do
castelo. Estava escrito BIBLIOTECA.
- Agora só temos que esperar. – disse Sara.
- Espero que não tenham medo de vir até ao castelo. – disse ele
- Vais ver que depressa as pessoas deixarão de ter medo de ti. Vê-se
logo que és um gigante bom. – disse Sara
No dia seguinte os primeiros visitantes chegaram. Era uma mãe
com os seus filhos que viram o letreiro quando voltavam de um
passeio.
Sara convidou-os a entrar. De início estavam um pouco receosos e
quando viram o gigante ficaram com medo.
Sara explicou que aquele gigante era muito bom e amigo das
crianças. O susto logo passou.
A partir daquele dia, Jerónimo saía todas as manhãs em direção à
aldeia para ir buscar as crianças.
No castelo todos se divertiam a ler as histórias do gigante e ele
ficava maravilhado a ouvi-los.
Ficou conhecido pelo gigante contador de histórias, pois de tanto
ler, sabia as histórias na ponta da língua.

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  • 1. SARA E O GIGANTE DAS HISTÓRIAS História adaptada pela Educadora Maria das Dores Oliveira
  • 2. Era uma vez um gigante chamado Jerónimo que vivia com o seu gato Belchior num castelo muito velhinho. As torres estavam quase a cair e o teto deixava a chuva cair na sala. Para não estragar o chão colocava baldes, bacias, pratos e panelas por todo o lado.
  • 3. Jerónimo passava muito tempo sentado. Que fazia tão concentrado? Nessa mesa havia uma pilha de imagens pequeninas. Jerónimo pegava em cada uma delas com uma pinça e examinava-as com uma lupa. Ele adorava olhar para aquelas imagens, principalmente a do Pai-Natal. Será que existe?
  • 4. Mas o facto de não ter a certeza preocupava-o muito. Por isso, um dia decidiu aventurar-se e sair por esse mundo fora para descobrir a verdade. Abriu o armário e tirou de lá o casaco e escovou-o. Tirou as botas e engraxou-as. - Toma bem conta do Castelo, Belchior. Em breve voltarei.
  • 5. Parou numa aldeia pequenina. Ao espreitar pelas janelas descobriu uma menina muito pequenina a dormir e no seu quarto havia dezenas de imagens espalhadas. - Ela gosta de imagens como eu!
  • 6. Estendeu os braços e, com muito cuidado pegou na menina. Aconchegou-a nas suas grandes mãos e regressou ao castelo.
  • 7. Sara, assim se chamava a menina, acordou, esfregou os olhos e sentou-se. Não estava na sua cama! Ficou muito surpreendida e assustada com o tamanho do gigante, da mobília e com os baldes e panelas espalhadas por todo o lado. - Bom dia menina. Dormiste bem? Sara gritou cheia de medo. - Por favor, não tenhas medo. Chamo-me Jerónimo e este é o Belchior e não é perigoso. O gigante sorriu com muita ternura e depressa Sara percebeu que não tinha nada a temer.
  • 8. - Deves querer saber porque é que estás aqui? Mostrou-lhe as imagens que tinha. - Como vês coleciono imagens como tu. É o meu passatempo. Será verdade aquilo que mostram? Sara não sabia o que dizer. Até ontem acreditava que os gigantes não existiam. - Ninguém sabe exatamente se estas coisas são verdade ou não. Disse a Sara. O gigante fica dececionado. AH! – disse o Jerónimo – olha, o que são estas marcas pretas ao pé da imagem? Sara ficou admirada Será que o gigante não sabia ler?
  • 9. Isto é um livro – disse ela – e estas marcas são letras. São elas que contam as histórias que existem dentro dos livros. - Dentro? – exclamou o gigante – Mostra-me. Fala-me dessas histórias! E foi assim que Sara começou a ler histórias ao gigante que ficava encantado a ouvi-la ler. Os dias foram passando e Sara e Jerónimo ficaram grandes amigos.
  • 10. Jerónimo sabia que Sara não podia estar sempre com ele, pois tinha a casa dela. - Gostava de aprender a ler. Podes me ensinar? É difícil? – pergunta ele. - Não, não é nada difícil. – respondeu Sara Como no castelo não havia papel, Jerónimo foi buscar lençóis e Sara desenhou todas as letras do alfabeto. Jerónimo aprendeu depressa, pois estava ansioso por ler as suas histórias.
  • 11. Em pouco tempo, com a ajuda da lupa, o gigante era já capaz de ler. Mas … não conseguia virar as páginas, pois tinha os dedos muito compridos. Isso deixava-o muito triste. Sara teve uma ideia brilhante. Ele ficou muito entusiasmado. Foi buscar tábuas, pregos, martelos, tesoura, fios e panos.
  • 12. E num instante, uma faixa comprida estava bem esticada nas torres do castelo. Estava escrito BIBLIOTECA. - Agora só temos que esperar. – disse Sara. - Espero que não tenham medo de vir até ao castelo. – disse ele - Vais ver que depressa as pessoas deixarão de ter medo de ti. Vê-se logo que és um gigante bom. – disse Sara
  • 13. No dia seguinte os primeiros visitantes chegaram. Era uma mãe com os seus filhos que viram o letreiro quando voltavam de um passeio. Sara convidou-os a entrar. De início estavam um pouco receosos e quando viram o gigante ficaram com medo. Sara explicou que aquele gigante era muito bom e amigo das crianças. O susto logo passou.
  • 14. A partir daquele dia, Jerónimo saía todas as manhãs em direção à aldeia para ir buscar as crianças. No castelo todos se divertiam a ler as histórias do gigante e ele ficava maravilhado a ouvi-los. Ficou conhecido pelo gigante contador de histórias, pois de tanto ler, sabia as histórias na ponta da língua.