O documento apresenta um projeto para o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa de São Paulo. O diagnóstico identifica gargalos como a volatilidade política, falta de recursos humanos especializados, processos internos deficientes e comunicação limitada. Porém, também aponta forças como a qualidade do treinamento oferecido. O objetivo é melhorar o trabalho do Centro visando os Jogos Olímpicos de 2012.
Projeto Nomes e desenvolvimento local uma inovação da cidade de Niterói
TCC Márcio Pires - Universidade Gama Filho
1. UNIVERSIDADE GAMA FILHO
Centro de Pós-Graduação e Pesquisa
PROJETO VISÃO OLÍMPICA 2012
Márcio Pires Antonio
SÃO PAULO
2008
2. Márcio Pires Antonio
PROJETO VISÃO OLÍMPICA 2012
Projeto apresentado à Universidade
Gama Filho, como requisito parcial
para obtenção do título de
especialista em Administração e
Marketing Esportivo
SÃO PAULO
2008
3. Para Paula, amiga e diretora do
Centro Olímpico, pela
oportunidade, conselhos,
inspiração e liderança.
E para todos os funcionários do
Centro Olímpico pelo apoio
direto e indireto.
4. Projeto Visão Olímpica 2012|4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................. 5
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 7
OBJETIVOS ......................................................................................................... 16
METAS ................................................................................................................. 18
MÉTODO .............................................................................................................. 19
RECURSOS HUMANOS ...................................................................................... 22
RECURSOS INSTITUCIONAIS ........................................................................... 23
RECURSOS FINANCEIROS ................................................................................ 24
COORDENAÇÃO ................................................................................................. 25
CRONOGRAMA ................................................................................................... 26
AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 27
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 28
ANEXO 1: Imagens ............................................................................................. 30
ANEXO 2: Sugestões de marketing .................................................................. 36
ANEXO 3: Currículo resumido da diretora do Centro Olímpico ..................... 38
ANEXO 4: Informações detalhadas sobre o Centro Olímpico ........................ 39
ANEXO 5: Documentação para apresentação ao Ministério do Esporte ....... 49
ANEXO 6: Formulários para apresentação ao Ministério do Esporte ............ 51
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
5. Projeto Visão Olímpica 2012|5
APRESENTAÇÃO
O Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires
(COTP) é um equipamento da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação
da Cidade de São Paulo (SEME) criado em 1976. Sua missão é promover o
desenvolvimento de atletas e equipes competitivas nas categorias de base, com
apoio e suporte técnicos efetivos (São Paulo, 2008b), ou, de outra maneira, oferecer
treinamento esportivo gratuito para crianças e adolescentes com o objetivo de
formar atletas e equipes de competição. A visão que o equipamento projeta para seu
futuro é ser um centro de excelência em esporte no município de São Paulo,
formando e encaminhando atletas de alto rendimento para o esporte brasileiro.
Cerca de 900 crianças e adolescentes, com idades basicamente entre
sete a 17 anos, treinam no Centro Olímpico e disputam os campeonatos mais
importantes das suas faixas etárias, num trabalho que prioriza a participação em
competições realizadas por federações paulistas e confederações brasileiras de
cada uma de suas 10 modalidades: atletismo, basquete, boxe, futebol, ginástica
artística, handebol, judô, luta olímpica, natação e voleibol. O foco do equipamento,
portanto, é o esporte de alto rendimento não-profissional, especificamente nas
categorias de base.
Trabalhando de maneira complementar, existe a Associação Desportiva
Centro Olímpico, entidade esportiva responsável pela inscrição dos atletas que
treinam no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa em competições e pelo
gerenciamento administrativo, financeiro e logístico das atividades desenvolvidas
pelas modalidades (Associação, 2007b). Assim, para melhor entendimento do leitor,
enfatiza-se aqui que o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa é um local físico
público e a Associação Desportiva Centro Olímpico é uma entidade jurídica privada
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
6. Projeto Visão Olímpica 2012|6
de natureza esportiva sem fins econômicos (vide anexo 5).
Uma característica comum a todos os equipamentos e serviços públicos
brasileiros é a suscetibilidade às mudanças periódicas de administrações, pois cada
uma destas possui suas próprias prioridades dentro do seu momento histórico e
político de atuação. No entanto, a prática do esporte de alto rendimento no Centro
Olímpico e sua conseqüente exigência de recursos específicos para a realização de
treinamentos especializados e participações em competições são itens fortemente
impactados pelas mudanças de disponibilidade de recursos orçamentários e
institucionais, as quais colaboraram em grande parte para gerar uma subutilização
do equipamento ao longo de seus quase 32 anos de existência.
O Projeto Visão Olímpica 2012 propõe um conjunto de ações visando o
aprimoramento do trabalho hoje desenvolvido para que o Centro Olímpico possa,
além de cumprir melhor sua missão atual, aproximar-se de sua visão almejada,
tomando por base os Jogos Olímpicos que acontecerão daqui a quatro anos. No
entanto, por se tratar de um projeto abrangente, o trabalho apresentado cobre
inicialmente um ano de atuação, período ao final do qual será reavaliado para
discussão dos resultados obtidos. Para isto, será apresentado um plano de trabalho
que possa ser enquadrado na Lei Federal de Incentivo ao Esporte nº 11.438
publicada por Brasil (2008) e que possibilite à Associação o aporte de novos
recursos oriundos da iniciativa privada. A proposta é investir contra a subutilização
do Centro Olímpico, garantir maior segurança contra as mudanças políticas, gerar
maior autonomia administrativa, alcançar maior visibilidade para o serviço oferecido
à população e possibilitar retorno institucional para os patrocinadores envolvidos.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
7. Projeto Visão Olímpica 2012|7
DIAGNÓSTICO
Conforme aprofundado no anexo 5, as mudanças dos cenários político e
esportivo durante as mais de três décadas de existência do Centro Olímpico criaram
pontos que hoje podem ser considerados gargalos que dificultam o andamento do
trabalho. Entretanto, também consideramos forças e oportunidades que não podem
ser desprezadas para o bom desenvolvimento do Projeto Visão Olímpica 2012. A
seguir, destacaremos cada ponto isoladamente.
Gargalos
Volatilidade política
Apenas como ilustração, destacamos que desde 2005 a cidade de São
Paulo teve dois prefeitos e três secretários municipais na pasta de esportes, cada
um com seu próprio olhar a respeito do Centro Olímpico. O próprio equipamento,
que hoje atravessa uma fase de relativa estabilidade, com a atual diretora
completando o seu sexto ano de mandato em duas gestões diferentes, passou por
seis administrações diferentes nos últimos 10 anos (Associação, 2007c).
Em função da reduzida velocidade com que os processos internos se
desenvolvem, cada nova gestão perde meses consideráveis até que tenha plena
consciência de todos os detalhes do trabalho cotidiano e adquira uma razoável
agilidade profissional. Além disso, cada eventual mudança de prioridade
administrativa por parte das instâncias administrativas superiores ao Centro
Olímpico representa um risco considerável para as atividades realizadas.
Por fim, a constante troca de comando político implica na ausência de
uma efetiva integração entre o Centro Olímpico e outras unidades da SEME, o que
também implica que as outras unidades (mais de 40 Clubes da Cidade e mais de
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
8. Projeto Visão Olímpica 2012|8
200 Clubes da Comunidade) não indiquem ao COTP crianças e adolescentes que
poderiam ser avaliados visando uma possível carreira esportiva.
Recursos humanos
O equipamento continua com o mesmo organograma de 1976 (São Paulo,
1976), quando foi projetado com uma finalidade bastante diferente da atual. O
organograma contempla cada seção técnica, como são chamadas as modalidades,
com apenas um técnico, sendo que os outros postos necessários são ocupados por
servidores públicos pertencentes ao quadro da SEME conforme a disponibilidade de
pessoal – que muitas vezes não existe. Um agravante é que os servidores possuem
cargas de trabalho diferenciadas entre si, com jornadas de quatro, seis ou oito horas
diárias.
Com o passar dos anos, soluções alternativas e informais foram sendo
incorporadas ao funcionamento padrão da unidade, como a presença cada vez
maior de voluntários e estagiários, que hoje já somam mais de 50% do total de
postos da área técnica, além de profissionais de outras unidades da SEME que
passam a fazer parte das comissões técnicas sem conhecimento mais aprofundado
da modalidade. Em todos os casos, os chefes de seção acabam sendo
sobrecarregados, pois precisam fazer a formação dos outros profissionais além de
coordenar o trabalho cotidiano.
Outra solução alternativa incorporada são os chamados “desvios de
função”, com servidores que, por possuírem formação em Educação Física, deixam
de exercer sua função para serem aproveitados nas comissões técnicas. Esta
situação cria “chefes de seção” que ocupam a coordenação da modalidade mas que
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
9. Projeto Visão Olímpica 2012|9
recebem um salário menor que seus pares em função de seu cargo não existir
formalmente.
Vale ressaltar que esta situação não se limita à área técnica. Na área
médica, também há um déficit de profissionais e, mais importante, uma equipe que
não possui um perfil especializado em medicina esportiva. O problema dos desvios
de função também é sentido aqui: os cargos do responsável pela coordenação dos
setores de medicina, enfermagem, odontologia, psicologia, fisioterapia e serviço
social e do responsável pela produção de conhecimento a partir de pesquisas com
os atletas não estão disponíveis para o Centro Olímpico.
Com este quadro, a questão de recursos humanos acaba pressionando a
própria – e reduzida – equipe responsável pela alta administração do equipamento,
que é composta apenas pela diretora, seus dois assistentes diretos, um coordenador
técnico e o presidente da Associação Desportiva, e que acaba desempenhando uma
quantidade maior de atividades operacionais do que de atividades de planejamento.
Processos internos
Há uma grande quantidade de atividades desenvolvidas pelas 10
modalidades do Centro Olímpico. Somente no mês de outubro de 2007 foram mais
de 70 competições disputadas. No entanto, não há no equipamento um sistema de
informações centralizado, o que dificulta tanto o acompanhamento dos resultados
por parte da diretoria como a produção de relatórios anuais das atividades
desempenhadas. Pitts e Stotlar (2002) estimam que os executivos do esporte
utilizem cerca de 80% de seu tempo intercambiando informações.
Desta forma, a falta de um sistema de informações no Centro Olímpico
pode ser vista como um fator que contribui para a diminuição da qualidade do
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
10. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 10
trabalho. Outra vez vemos a carência de servidores públicos, aqui se refletindo na
ausência de profissionais no setor de informática em número suficiente para o
desenvolvimento de uma ferramenta que facilite a tomada de decisões gerenciais.
Agilidade de compras
Outro gargalo é a aquisição de materiais e a contratação de serviços. Para
a garantia da lisura dos processos de compras públicas, existe a necessidade de um
rigoroso detalhamento de especificações técnicas, o que, por força da falta de
profissionais no departamento de compras e em outras áreas da SEME, já chegou a
provocar demoras de mais de dois anos para a compra de materiais de primeira
necessidade como uniformes para treinamento, materiais elétricos e outros produtos
de uso rotineiro.
Já a contratação de serviços corriqueiros de manutenção, como poda de
árvores, muitas vezes esbarra na necessidade do agrupamento das contratações de
serviços do Centro Olímpico com as outras unidades da Secretaria. No entanto,
mais uma vez a morosidade interna acaba por fazer com que vários serviços deixem
de ser contratados e executados.
Comunicação
A despeito das limitações aqui apresentadas, o Centro Olímpico pode ser
considerado uma força dentro do esporte de base na cidade de São Paulo. Porém,
esta é uma condição desconhecida pelo grande público, mesmo com a unidade
tendo uma localização nobre dentro da zona sul do município. Esta situação tanto
ocorre por força da falta de comunicação visual sinalizando a entrada do
equipamento quanto pela própria falta de cobertura jornalística sobre o esporte de
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
11. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 11
base, além da postura de grande parte dos veículos de comunicação de não
divulgarem serviços prestados pelo poder público a não ser em caso de falhas.
Vulnerabilidade do público-alvo
Embora o serviço oferecido pelo Centro Olímpico possa ser considerado
de bom nível técnico, com diversas modalidades disputando os primeiros lugares de
suas competições e muitas vezes sagrando-se vencedoras, uma queixa comum a
vários chefes de seção é a dificuldade de reter seus principais atletas quando estes
são assediados por outras agremiações que disputem as mesmas competições.
Lembrando que o público usuário do Centro Olímpico é composto em
grande parte por crianças e adolescentes de famílias de baixa renda e que não
poderiam pagar pela prática desportiva em uma instituição particular, os relatos
referem-se ao sentimento de possibilidade de ascensão financeira e social que os
atletas passam a ter a partir do momento que se transferem para clubes particulares.
A principal causa citada é a possibilidade do atleta, por meio dos contatos
pessoais que passam a ser realizados em seu novo clube com sócios, técnicos e
outros atletas, conseguir bolsas de estudos, empregos ou pura e simplesmente
relacionamentos pessoais com indivíduos de outras camadas sociais. Os relatos
citados por profissionais do Centro Olímpico encontram correspondência no
fenômeno relatado especificamente sobre o futebol por Nunes (2006).
Outro fator de perda de atletas é o fato de que muitas vezes os
adolescentes sofrem pressão de seus pais para que deixem a prática da modalidade
e passem a contribuir com a renda familiar encontrando um emprego, principalmente
entre os maiores de 15 anos.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
12. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 12
Oportunidades
Interesse por Responsabilidade Social Empresarial
Nos últimos anos, a Responsabilidade Social Empresarial tornou-se um
tema de extremo interesse para corporações de todos os tamanhos. A imagem que
os consumidores têm de produtos, serviços e companhias passou muitas vezes a
estar atrelada às suas atitudes e iniciativas para com seus fornecedores,
funcionários, clientes e a comunidade em geral.
Instituto (2003) declara que a Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
tornou-se um fator de competitividade para os negócios, pelo retorno que traz em
termos de reconhecimento de imagem e de melhores condições de competir no
mercado, além de contribuir substancialmente para o futuro do país. Com isso,
numerosas empresas passaram a apoiar projetos que sinalizem a seus diversos
públicos a adoção de uma postura de respeito e comprometimento com o bem
comum.
Mais uma vez, é importante frisar que o Centro Olímpico não é um projeto
com preocupações prioritariamente sociais e sim técnicas, que focam o trabalho
esportivo de alto rendimento nas categorias de base. No entanto, por se tratar de um
equipamento público, que por esta razão atende a uma população muitas vezes
vulnerável, muitas vezes é confundido por interlocutores externos com um projeto
social.
Lei de Incentivo ao Esporte
Nos moldes da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Brasil (2008) criou e
regulamentou a Lei Federal de Incentivo ao Esporte, permitindo que pessoas
jurídicas de direito público ou privado sem finalidade econômica de natureza
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
13. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 13
esportiva possam apresentar, executar e prestar contas de projetos desportivos ou
paradesportivos (entendidos como conjuntos de ações organizadas e sistematizadas
por entidades de natureza esportiva, destinados à implementação, à prática, ao
ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto), sendo que
patrocínios e doações para a realização destes projetos possam ser descontados do
Imposto de Renda devido por pessoas físicas e jurídicas.
Associação Desportiva Centro Olímpico
A criação em 1981 do Clube Desportivo Padote, atual Associação
Desportiva Centro Olímpico, teve a finalidade de eliminar uma barreira que impedia
que os atletas das equipes do COTP disputassem competições contra atletas de
clubes, já que os regulamentos de confederações, federações, ligas esportivas e
demais entidades organizadoras proíbem a inscrição de órgãos públicos nas
disputas esportivas.
Porém, os últimos anos demonstraram que a Associação possui potencial
para ser mais do que um instrumento para federar atletas. Em 2003, a Prefeitura de
São Paulo passou a permitir a co-participação entre clubes da capital e o poder
público. Surgiu assim o primeiro convênio entre a Prefeitura, por meio da SEME, e o
então Padote, possibilitando que o Centro Olímpico pudesse começar a sistematizar
seu planejamento financeiro. Ainda hoje, a quase totalidade das receitas da
Associação provém deste convênio. Vale dizer que esta não é uma solução adotada
unicamente pelo município de São Paulo: numerosas cidades do interior paulista
utilizam mecanismos semelhantes, até com mais ênfase do que a capital estadual, já
que a disputa dos Jogos Abertos do Interior mobiliza fortemente as populações de
cada município.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
14. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 14
Outro aspecto a ser destacado é a já existência de contratos firmados
entre a Associação e empresas que patrocinam três modalidades do Centro
Olímpico (futebol, judô e voleibol) e que podem ser potencializados a partir de agora,
com a Lei de Incentivo ao Esporte (São Paulo, 2007a).
Para Rein, Kotler e Shields (2008), patrocinadores esportivos são um
elemento que proporciona,entre outros aspectos, suporte financeiro e exposição. No
entanto, os autores avaliam duas possibilidades distintas: se uma instituição
esportiva aceitar um grau muito amplo de envolvimento de seu patrocinador, seus
torcedores podem ver nisto uma intromissão comercial inadmissível. Por outro lado,
sem um patrocinador, a marca esportiva pode ter problemas quanto à sua própria
sobrevivência. Concluindo, os autores consideram necessária uma preocupação
com a manutenção de um equilíbrio entre as duas possibilidades.
União do poder público e iniciativa privada
Há diversas declarações de membros do poder executivo e legislativo
brasileiro em favor das chamadas Parcerias Público-Privadas e de outras formas de
trabalhos conjuntos entre o poder público e iniciativa privada. Não é o foco deste
trabalho se aprofundar neste assunto, mas é interessante destacar um caso
existente na própria cidade de São Paulo: a administração do Auditório Ibirapuera,
equipamento cuja gestão fica a cargo de uma Oscip (Organização Social de
Interesse Público) cujas receitas provêm de um convênio firmado com a empresa de
telefonia Tim e a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de
Cultura (Auditório, 2008). Assim, vê-se um precedente na administração municipal
para a captação de recursos da iniciativa privada visando a gestão de equipamentos
com uma melhor qualidade e agilidade.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
15. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 15
A Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação já desenvolveu um
projeto que tem como objetivo passar o gerenciamento de Clubes da Cidade, Clubes
da Comunidade e outros clubes municipais para organizações sociais sem fim
lucrativo (Furlan, 2007). Vislumbra-se então uma possibilidade de que a Associação
Desportiva Centro Olímpico possa no futuro assumir formalmente todo o
gerenciamento do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa.
Conclusão
Em face de todos os aspectos descritos anteriormente, pode-se considerar
de grande importância para o fomento do esporte de rendimento brasileiro o
aproveitamento das atuais possibilidades macro ambientais para iniciar uma etapa
de desenvolvimento planejado no Centro Olímpico, captando recursos - financeiros
ou em forma de parcerias, produtos ou serviços - visando seu desenvolvimento em
aspectos que não podem ser completamente resolvidos pelo poder público.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
16. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 16
OBJETIVOS
Objetivo geral
Planejar, implantar e avaliar um conjunto de ações visando a melhoria
geral do trabalho voltado à prática do esporte de alto rendimento não-profissional
nas categorias de base desenvolvido no Centro Olímpico de Treinamento e
Pesquisa.
Objetivos específicos
1. Aumentar o volume de recursos próprios da Associação Desportiva, aumentando
sua autonomia administrativa, sua agilidade de compras e minimizando as
flutuações causadas por mudanças político-partidárias.
2. Possibilitar a contratação de recursos humanos qualificados para reforçar o
quadro do Centro Olímpico nas áreas técnica, médica e de gestão.
3. Desenvolver um sistema de informações que possibilite o armazenamento,
avaliação e controle do trabalho desenvolvido de maneira completa, clara e
rápida.
4. Divulgar o trabalho realizado pelo Centro Olímpico, aumentando seu
conhecimento por parte da população e posicionando o equipamento como uma
referência em esporte de rendimento de base, associando-o à cidade, ao
conceito de vitória e ainda posicionando-o adicionalmente como um serviço
público que atinge um público-alvo em grande parte socialmente desfavorecido.
5. Apoiar diretamente os atletas do Centro Olímpico, oferecendo benefícios que
aumentem sua adesão aos treinamentos e que ofereçam um estímulo contrário
aos assédios de outras agremiações e às preocupações com as necessidades
financeiras de suas próprias famílias.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
17. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 17
6. Aumentar o número de atletas treinando no Centro Olímpico, como conseqüência
da contratação de profissionais e do oferecimento dos benefícios citados nos
itens anteriores.
7. Apresentar sugestões, usando ferramentas de marketing, para que o
patrocinador do Projeto Visão Olímpica 2012, caso deseje, possa aproveitar a
visibilidade do trabalho desenvolvido para a sua própria comunicação
institucional.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
18. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 18
METAS
Cada um dos objetivos específicos citados anteriormente pode ser
traduzido em uma meta mensurável. Na tabela a seguir, são apresentados os dados
correspondentes.
Item Objetivo Meta Indicador
1 Aumentar o volume de Captar 100% dos Recursos efetivamente
recursos próprios da recursos constantes na captados
Associação Desportiva planilha de recursos
financeiros
2 Contratar recursos Contratar 100% dos Recursos efetivamente
humanos qualificados recursos constantes na contratados
planilha de recursos
humanos
3 Desenvolver um sistema Desenvolver uma Acesso a relatórios
de informações ferramenta informatizada gerenciais, com
para armazenamento, informações técnicas e
avaliação e controle do financeiras em tempo real
trabalho
4 Aumentar o número de Atingir 1.500 atletas Controle de inscrição de
atletas em treinamento inscritos no Centro atletas
Olímpico
5 Divulgar o trabalho Posicionar, em dois anos, Pesquisa quantitativa a
realizado pelo Centro a marca do Centro ser realizada
Olímpico Olímpico como a mais
lembrada no esporte de
base na cidade de São
Paulo
6 Apoiar diretamente os Oferecer 500 bolsas- Quantidade de atletas
atletas do Centro atletas, 500 cestas atendidos
Olímpico básicas e 500 cursos de
inglês mensais
7 Apresentar sugestões, Desenvolver plano de Material apresentado no
usando ferramentas de sugestões de marketing anexo 2
marketing, para o
patrocinador do Projeto
Visão Olímpica 2012
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
19. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 19
MÉTODO
Todo o projeto de ação aqui apresentado baseia-se na captação de
recursos proporcionada pelos mecanismos de renúncia fiscal constantes na Lei de
Incentivo ao Esporte n° 11.438/06 (Brasil, 2006), que foi regulamentada pelo
governo federal brasileiro por meio do decreto n° 6.180 (Brasil, 2007) e
posteriormente alterada pela Lei n º 11.472 (Brasil, 2007). A Lei permite que
patrocínios e doações para a realização de projetos desportivos e paradesportivos
sejam descontados do Imposto de Renda devido por pessoas físicas e jurídicas.
Assim, o primeiro passo deverá ser a adaptação do Projeto Visão Olímpica
2012 à formatação exigida pelo Ministério do Esporte. Embora muitas das
informações solicitadas sejam as mesmas apresentadas neste documento, é
necessário que as mesmas sejam transportadas para os formulários oficiais (Brasil,
2007).
Desta forma, deverá ser feito o download de arquivos específicos para tal
fim no site do Ministério do Esporte. No mesmo site, a Associação deverá ser
cadastrada como sendo a entidade esportiva proponente do projeto. Com isso, a
Associação ganhará um número de registro para que seu processo possa ser
acompanhado. Por fim, os formulários deverão ser preenchidos e enviados
juntamente com a documentação devida para o Ministério. Para referência, os
formulários disponibilizados por Brasil (2007) e já preenchidos com os dados
necessários para o desenvolvimento deste projeto encontram-se no anexo 6.
A seguir, o Ministério fará a análise de todo o material. Sendo aprovado, o
Projeto Visão Olímpica 2012 poderá receber recursos incentivados fiscalmente. De
acordo com o decreto 6.180, pessoas físicas poderão descontar até 6% do Imposto
de Renda devido, e pessoas jurídicas, até 1%.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
20. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 20
É importante frisar que a aprovação do Projeto Visão Olímpica 2012 pelo
Ministério não quer dizer que qualquer recurso financeiro passe a estar
imediatamente disponível. Pelo contrário: a aprovação do projeto é apenas a
oficialização de que o mesmo está enquadrado na Lei de Incentivo e que pode ser
apresentado para potenciais doadores e/ou patrocinadores. Neste ponto, portanto, é
necessária a captação de recursos, que deverá ser feita por uma empresa
contratada para este fim específico.
Após a efetiva captação e disponibilização dos recursos, a primeira ação
será a criação de um “marco zero” para os indicadores de desempenho, com a
aplicação de uma pesquisa visando captar qual é o grau de satisfação dos
funcionários e dos atletas com as condições de trabalho e com o serviço prestado
pelo Centro Olímpico. Segundo Kotler e Lee (2008), o “feedback” dos cidadãos é um
componente central da avaliação de programas e campanhas e pode ser usado na
avaliação de programas e serviços públicos.
Na seqüência, será reforçada a equipe de trabalho. Serão contratados três
coordenadores técnicos, sendo um para as modalidades coletivas, um para as
modalidades de lutas (boxe, judô e luta olímpica) e um para as modalidades de
performance (atletismo, ginástica artística e natação), sendo que a atual
coordenação passará a supervisionar os três novos postos. Cada uma das 10
modalidades citadas terá um preparador físico exclusivo e 17 novos técnicos serão
distribuídos conforme a necessidade de cada seção técnica.
A área clínica também será reforçada com mais quatro médicos, duas
enfermeiras e uma profissional responsável pelo diagnóstico e acompanhamento
nutricional dos atletas. Por fim, a diretoria passará a contar com dois estagiários de
gestão esportiva.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
21. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 21
A supervisão técnica e a assistência social do Centro Olímpico deverão
elaborar em conjunto um estudo selecionando 500 atletas para receber uma bolsa-
atleta no valor de R$ 380,00 (um salário mínimo em dezembro de 2007), uma cesta
básica e um curso de inglês básico, sempre priorizando os atletas com melhor nível
técnico.
Uma empresa especializada deverá desenvolver uma intranet: um sistema
gerencial informatizado com uma base de informações unificada, integrando todos
os departamentos e possibilitando em tempo real o acompanhamento do trabalho
realizado por todas as áreas. Esta empresa deverá manter contato constante com o
Setor de Serviços de Informática da SEME para a realização do trabalho, sendo que
todo o trabalho desenvolvido deverá ter seus códigos-fonte entregues para a
Prefeitura de São Paulo.
Também deverá ser contratada uma empresa de assessoria de imprensa
que será responsável pela produção de releases informativos e criação de pautas
para veículos de comunicação sobre as atividades desenvolvidas e resultados
alcançados. Esta empresa deverá manter contato constante com a Assessoria de
Imprensa da SEME para potencializar o trabalho de ambos os lados e evitar
eventuais duplicidades.
Outra empresa deverá ser contratada para a prestação de serviços de
manutenção rotineiros, como pequenas pinturas, reparos elétricos, podas de árvores
etc.
Com o trabalho de divulgação e a disponibilidade de novos profissionais, a
capacidade de atendimento deverá atingir a meta de 1.500 atletas, representando
um crescimento de 66% em relação ao número atual, além da melhoria da qualidade
do trabalho.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
22. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 22
RECURSOS HUMANOS
Os recursos humanos envolvidos no Projeto Visão Olímpica 2012 podem
ser divididos em duas partes: os que já existem no Centro Olímpico e aqueles que
passarão a compor a equipe, sendo contratados como prestadores de serviços.
Dada a importância da proposta, será necessária não só a participação de
toda a atual equipe de funcionários, estagiários e voluntários (77 pessoas, no total),
como um cuidadoso trabalho de integração para que não haja estranhamento ou
rejeição dos novos colegas por parte da equipe atual, o que poderia dividir o Centro
Olímpico em duas turmas, os funcionários “antigos e da Prefeitura” e os “novos e do
projeto”.
Os novos recursos, como citado no método, serão os seguintes:
• Três coordenadores técnicos com experiência competitiva em pelo menos uma
das modalidades a serem trabalhadas;
• 10 preparadores físicos com experiência competitiva em sua modalidade;
• 17 técnicos de educação física com experiência competitiva em sua modalidade;
• Quatro médicos com especialização em medicina esportiva;
• Duas enfermeiras com especialização em medicina esportiva;
• Uma nutricionista especializada em nutrição esportiva;
• Dois estagiários de gestão esportiva.
A diretoria do Centro Olímpico será a responsável pela coordenação do
Projeto Visão Olímpica 2012.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
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RECURSOS INSTITUCIONAIS
Todas as áreas do Centro Olímpico serão utilizadas para o
desenvolvimento dos trabalhos:
• Três quadras poliesportivas para basquete, vôlei, futsal e handebol;
• Piscina olímpica coberta e aquecida;
• Ginásio para ginástica artística;
• Dojô para a prática do judô;
• Sala para luta olímpica;
• Dois campos de futebol;
• Pista de atletismo;
• Academia de boxe;
• Área clínica (setores de medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia,
psicologia e assistência social)
• Auditório para 100 pessoas.
Também deverão ser utilizados os departamentos de apoio institucional
disponíveis na SEME:
• Assessoria Jurídica;
• Departamento de Convênios;
• Assessoria de Comunicação;
• Setor de Serviços de Informática;
• Coordenadoria de Recursos Humanos.
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24. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 24
RECURSOS FINANCEIROS
Os custos abaixo foram estimados usando-se o parâmetro de um ano.
RESUMO FINANCEIRO (em R$)
Recurso Valor unitário Valor mensal Valor anual
RECURSOS HUMANOS
3 coordenadores técnicos 3.652,70 10.958,10 131.497,20
17 técnicos 2.435,14 41.397,38 496.768,56
10 preparadores físicos 2.029,28 20.292,80 243.513,60
4 médicos 3.459,00 13.836,00 166.032,00
2 enfermeiras 2.075,40 4.150,80 49.809,60
1 nutricionista 2.651,90 2.651,90 31.822,80
2 estagiários de gestão 576,50 1.153,00 13.836,00
TOTAL RECURSOS HUMANOS 94.439,98 1.133.279,76
APOIO DIRETO AO ATLETA
500 bolsas-atletas 380,00 190.000,00 2.280.000,00
500 cestas básicas 184,00 92.000,00 1.104.000,00
500 cursos de inglês 150,00 75.000,00 900.000,00
TOTAL APOIO DIRETO AO ATLETA 357.000,00 4.284.000,00
OUTROS RECURSOS
Assessoria de imprensa 10.000,00 10.000,00 120.000,00
Manutenção e jardinagem 5.000,00 5.000,00 60.000,00
Sistema de gestão 30.000,00 - 30.000,00
TOTAL OUTROS 210.000,00
SUBTOTAL 5.627.279,76
SERVIÇOS DE PRODUÇÃO
Consultoria e captação de recursos (5% sobre o subtotal) 281.363,99
TOTAL GERAL 5.908.643,75
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25. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 25
COORDENAÇÃO
O Projeto Visão Olímpica 2012 será coordenado pela diretora do Centro
Olímpico de Treinamento e Pesquisa, Maria Paula Gonçalves da Silva, cujo currículo
se encontra no anexo 3, assessorada diretamente por sua equipe de trabalho no
equipamento, a qual acompanhará na prática as atividades desenvolvidas pelas
empresas contratadas e o envolvimento dos recursos institucionais da SEME.
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26. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 26
CRONOGRAMA
Período Ação
01 a 15.01.2008 Elaboração e revisão do projeto
16.01.2008 Apresentação do projeto ao Ministério
17 a 31.01.2008 (estimativa) Análise e aprovação pelo Ministério
11 a 29.02.2008 1. Adaptação do projeto a eventuais
correções do Ministério
2. Elaboração da sistemática a ser
utilizada para a captação de
recursos
01.03 a 31.05.2008 Captação de recursos
01 a 30.06.2008 Contratação de recursos, produtos e
serviços
01.07 a 15.12.2008 Primeiro semestre de funcionamento do
Projeto Visão Olímpica 2012
16.12.2008 a 31.01.2009 Avaliação dos trabalhos desenvolvidos
no primeiro semestre do Projeto
01.02 a 30.06.2009 Segundo semestre do Projeto Visão
Olímpica 2012
01.02 a 30.06.2009 Renovação e, caso possível, ampliação
da captação de recursos visando o
segundo ano do Projeto
01 a 31.07.2009 Avaliação dos trabalhos desenvolvidos
no segundo semestre do Projeto
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27. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 27
AVALIAÇÃO
A avaliação do Projeto Visão Olímpica 2012 será realizada pela direção do
Centro Olímpico, que deverá apresentar relatórios semestrais à SEME e às
empresas aportadoras de recursos no projeto.
As avaliações deverão apresentar os indicadores contidos nas metas
deste documento, mas não se limitar aos mesmos. Além de todos os indicadores
parciais ali enfocados, como valores captados, recursos humanos contratados,
atletas inscritos, grau de conhecimento do Centro Olímpico por não-usuários, cestas
básicas e cursos de inglês ofertados, deverá ser repetida anualmente a pesquisa de
satisfação com as condições de trabalho e com a qualidade do serviço prestado
para que possa ser sempre mensurada a evolução dos resultados obtidos.
Embora a melhoria dos resultados técnicos não tenha sido em nenhum
momento citada neste trabalho, que tem o foco de sanar diversos gargalos de
natureza estrutural, entende-se que naturalmente uma melhor estrutura possa
refletir-se em melhores resultados nas competições, mesmo que estes não
aconteçam imediatamente. Assim, um estudo comparativo detalhado por cada
categoria (faixa etária) deverá ser realizado, mostrando quais os resultados
alcançados por cada modalidade em alguns marcos indicadores:
• Julho de 2007 (doze meses antes do início do Projeto Visão Olímpica 2012)
• Dezembro de 2007 (seis meses antes do início)
• Julho de 2008 (início do Projeto)
• Dezembro de 2008 (seis meses de Projeto)
• Julho de 2009 (doze meses de Projeto)
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
28. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 28
BIBLIOGRAFIA
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Disponível em: <http://www.adcentroolimpico.com.br/parceiros.html>. Acesso em: 08
jan. 2008.
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<http://www.adcentroolimpico.com.br/quem_somos.html>. Acesso em: 08 jan. 2008.
_______. Relação de diretores. São Paulo, 2007c. Disponível em:
<http://www.adcentroolimpico.com.br/diretores.html>. Acesso em: 08 jan. 2008.
AUDITÓRIO Ibirapuera. Auditório Ibirapuera. São Paulo, 2008. Disponível em:
<http://www.auditorioibirapuera.com.br/auditorio.html>. Acesso em: 08 jan. 2008.
BRASIL. Decreto nº 6.180, de 03 de agosto de 2007 - Regulamenta a Lei nº 11.438,
de 29 de dezembro de 2006, que trata dos incentivos e benefícios para fomentar as
atividades de caráter desportivo. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 6 ago. 2007. Disponível em:
<http://portal.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivo/Decreto_n6180_03082007.pdf> .
Acesso em: 08 jan.2008.
_______. Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006 - Dispõe sobre incentivos e
benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29
dez. 2006, Edição Extra. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11438compilado.htm>. Disponível em: . Acesso em: 08 jan.2008.
_______. Lei n º 11.472, de 2 de maio de 2007 - Altera e acresce dispositivos à Lei
nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006, que dispõe sobre incentivos e benefícios
para fomentar as atividades de caráter desportivo. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 maio 2007. Disponível em:
<http://portal.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivo/Lei_n11472_02052007.pdf> .
Acesso em: 08 jan.2008.
BRASIL. Ministério do Esporte. Formulários para apresentação de projeto.
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esportivos. São Paulo, 19 mar. 2007. Disponível em:
<http://www6.prefeitura.sp.gov.br/noticias/sec/esportes/2007/03/0042>. Acesso em:
08 jan. 2008a.
INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL; SERVIÇO
BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE).
Responsabilidade social empresarial para micro e pequenas empresas: passo a
passo. São Paulo, 2003. 70p. Disponível em:
<http://www.uniethos.org.br/_Uniethos/Documents/responsabilidade_micro_empresa
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
29. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 29
s_passo.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2008.
KOTLER, Philip; LEE, Nancy. Marketing no setor público: um guia para um
desempenho mais eficaz. Porto Alegre: Bookman, 2008. 350 p.
NUNES, Cauê. Jovens buscam ascensão social nos gramados. ComCiência:
Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, n.79, 10/08/2006. Disponível em
<http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=16&id=159>. Acesso em:
08 jan. 2008.
PITTS, Brenda G.; STOTLAR, David K. Fundamentos de marketing esportivo.
São Paulo: Phorte, 2002. 324 p.
REIN, Irving; KOTLER, Philip; SHIELDS, Ben. Marketing esportivo: a reinvenção
do esporte na busca por torcedores. Porto Alegre: Bookman, 2008. 360 p.
SÃO PAULO (Cidade). Decreto 12.593, de 3 de fevereiro de 1976. Cria na
Secretaria Municipal de Esportes o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, e
dá outras providências. Diário Oficial do Município, São Paulo, SP, 05 fev. 1976,
p.1.
SÃO PAULO (Cidade). Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa: histórico. Disponível em:
<http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/esportes/centro_olimpico/historia/0002>
. Acesso em: 08 jan. 2008b.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
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ANEXO 1: Imagens
Vista aérea
Piscina
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31. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 31
Quadra de basquete
Quadras poliesportivas
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
32. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 32
Ginásio de ginástica artística
Dojô para judô
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
33. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 33
Quadra de handebol
Auditório
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
34. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 34
Montanaro, ex-atleta
Fofão, ex-atleta
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
35. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 35
Site: www.adcentroolimpico.com.br
Uniformes do voleibol, basquete e agasalho de treinamento
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
36. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 36
ANEXO 2: Sugestões de marketing
Por existirem diversas modalidades, cada uma com seu próprio potencial
de posicionamento, existem também inúmeras possibilidades de combinações de
ações de marketing que podem ser trabalhadas por uma empresa apoiadora do
Projeto Visão Olímpica 2012. Por esta razão, este documento não detalhará
profundamente um plano de marketing mas sim sucintamente algumas sugestões
que podem ser encampadas por patrocinadores.
Assessoria de imprensa
A visibilidade de um projeto deste porte pode ser potencializada por ações
de assessoria de imprensa, focando pautas de responsabilidade social empresarial,
apoio à infância e esporte de base, entre outras. Vale lembrar que a contratação de
uma assessoria já está incluída na planilha financeira do Projeto e que pode
trabalhar lado a lado com a estrutura de comunicação do apoiador.
Site da A. D. Centro Olímpico
O site, já em funcionamento e com atualização constante, publica
resultados, próximas competições, calendários de peneiras seletivas, informações
institucionais e dados sobre patrocinadores e parceiros.
Ações promocionais de lançamento
O lançamento do Projeto poderá utilizar o próprio espaço do Centro
Olímpico, incluindo seu auditório. Outra possibilidade é a realização de uma corrida
promocional, aproveitando a localização privilegiada do equipamento, que poderia
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
37. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 37
passar por vias de grande circulação de Moema ou circundar o quase vizinho
Parque do Ibirapuera.
Aplicação do logotipo em uniformes de jogo
O Centro Olímpico possui 14 equipes coletivas, cada uma com seu próprio
jogo de uniformes, além de agasalho e uniformes de treinamento. Todo esse
material pode receber a marca de apoiadores.
Hospitality center
As instalações do Centro Olímpico podem ser utilizadas para eventos
esporádicos de marketing de relacionamento da empresa patrocinadora. Destacam-
se o auditório, para palestras e reuniões, e as quadras poliesportivas, para
campeonatos internos.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
38. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 38
ANEXO 3: Currículo resumido da diretora do Centro Olímpico
Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, estreou na seleção
brasileira adulta de basquete aos 14 anos, em 1976. Foram 24 anos nas quadras até
sua despedida, no ano 2000. Campeã mundial na Austrália em 1994, campeã pan-
americana em Cuba em 1991 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta
em 1996, foi escolhida como Atleta do Ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro em 1997,
entre inúmeras outras conquistas.
Após encerrar a carreira como jogadora, Paula especializou-se em gestão
esportiva. Dirigiu o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa da Prefeitura de São
Paulo entre 2001 e 2003, onde reorganizou o funcionamento e reconstruiu a infra-
estrutura de um dos principais centros esportivos brasileiros. Após ocupar o cargo
de Secretária Nacional de Esportes de Alto Rendimento, órgão ligado ao Ministério
dos Esportes, retornou ao Centro Olímpico no início de 2005.
Paralelamente ao seu trabalho como administradora esportiva, Paula
coordena o projeto social “Passe de Mágica”, que atende 400 crianças carentes em
São Paulo, Diadema e Piracicaba, além de ministrar palestras motivacionais para
empresas.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
39. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 39
ANEXO 4: Informações detalhadas sobre o Centro Olímpico
Infra-estrutura
A estrutura do Centro Olímpico inclui:
• Três quadras poliesportivas para basquete, vôlei, futsal e handebol;
• Piscina olímpica coberta e aquecida;
• Ginásio para ginástica artística;
• Dojô para a prática do judô;
• Sala para luta olímpica;
• Dois campos de futebol;
• Pista de atletismo;
• Academia de boxe;
• Área clínica (setores de medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia,
psicologia e assistência social)
• Auditório para 100 pessoas.
• Total de 10.000 m² de área construída e 50.000 m² de área total.
Benefícios para os atletas
As equipes de competição do Centro Olímpico contam com vários recursos gratuitos:
• Técnicos especializados em cada modalidade;
• Atendimento médico;
• Atendimento odontológico;
• Atendimento psicológico;
• Atendimento social;
• Atendimento fisioterapêutico;
• Lanches;
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
40. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 40
• Auxílio-transporte.
Como participar
As peneiras são testes de seleção para cada modalidade oferecida pelo
Centro Olímpico. Para participar, o candidato deverá obrigatoriamente estar
estudando e preferencialmente ter experiência na modalidade. O público-alvo do
Centro Olímpico varia de sete a 17 anos de idade, mas algumas modalidades como
boxe, judô e luta olímpica, pelas suas características, podem ultrapassar este limite.
Os candidatos aprovados nas peneiras somente serão considerados aptos para o
treinamento após uma avaliação médica.
Modalidades, categorias e faixas etárias
Atletismo (masculino e feminino)
• Pré-mirim (11 e 12 anos)
• Mirim (13 e 14 anos)
• Menores (15 a 17 anos)
• Juvenil (18 e 19 anos)
Basquete (feminino)
• Iniciação (até 11 anos)
• Pré-mini (até 12 anos)
• Mini (até 13 anos)
• Mirim (até 14 anos)
• Infantil (até 15 anos)
Boxe (masculino e feminino)
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
41. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 41
• Infantil (12 a 14 anos)
• Cadete (15 e 16 anos)
• Juvenil (17 e 18 anos)
Futebol (feminino)
• Sub-15
• Sub-17
• Sub-20
Ginástica artística (feminino)
• Pré-infantil (8 a 10 anos)
• Infantil (11 e 12 anos)
• Juvenil (13 a 15 anos)
• Adulto (16 anos)
Handebol (feminino)
• Pré-mirim (10 e 11 anos)
• Mirim (12 anos)
• Infantil (13 e 14 anos)
• Cadete (15 e 16 anos)
• Juvenil (17 e 18 anos)
Judô (masculino e feminino)
• Mirim (7 e 8 anos)
• Infantil (9 e 10 anos)
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
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• Infanto-juvenil (11 e 12 anos)
• Pré-juvenil (13 e 14 anos)
• Juvenil (15 e 16 anos)
• Júnior (17 a 19 anos)
Luta olímpica (masculino e feminino)
• Pré-escolar (7 a 10 anos)
• Escolar (11 a 13 anos)
• Cadete (14 a 16 anos)
• Júnior (17 a 19 anos)
Natação (masculino e feminino)
• Pré-mirim (07 e 08 anos)
• Mirim (09 e 10 anos)
• Petiz (11 e 12 anos)
• Infantil (13 e 14 anos)
• Juvenil (15 e 16 anos)
• Júnior (17 e 18 anos)
Voleibol (masculino)
• Pré-mirim (13 anos)
• Mirim (14 anos)
• Infantil (15 e 16 anos)
• Infanto-juvenil (17 e 18 anos)
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
43. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 43
Histórico detalhado do Centro Olímpico
O Centro Olímpico foi criado em fevereiro de 1976 para receber os atletas
do Programa Adote um Atleta, sendo uma unidade destinada ao aperfeiçoamento de
atletas das categorias de base (crianças e adolescentes) que já fossem expoentes
de suas modalidades e que tivessem potencial para integrar futuras seleções
brasileiras adultas. Estes atletas treinavam meio período em seus clubes e meio
período no Centro Olímpico.
O Programa Adote Um Atleta foi idealizado pela Secretaria Municipal de
Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo. A idéia era oferecer o Centro
Olímpico para treinamentos de jovens atletas que seriam patrocinados pela iniciativa
privada. No final da década de 1970, adolescentes como Hortência, Amauri, Ricardo
Prado, Montanaro e outros, que ficariam mundialmente famosos alguns anos depois,
foram beneficiados com um salário mínimo como estímulo para a continuidade de
seus treinamentos.
Paralelamente, havia o Programa de Ação Desportiva (PAD), outro
programa municipal onde os antigos Centros Esportivos Educacionais (unidades
dedicadas ao esporte de participação, atualmente conhecidas como Clubes da
Cidade) trabalhavam de forma integrada com o Centro Olímpico de Treinamento e
Pesquisa, indicando crianças e adolescentes com potencial para a prática esportiva
de rendimento.
Porém, com o passar dos anos e com as mudanças que aconteceram na
própria estrutura do esporte dito "amador", o projeto inicial foi sofrendo interferências
do ambiente externo. Empresas como Pirelli, Minercal, Bradesco, Supergasbrás e
outras passaram a investir no marketing esportivo e preferiram criar suas próprias
estruturas de treinamento, incluindo recursos que eventualmente não pudessem ser
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
44. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 44
oferecidos pelo Centro Olímpico, como fisioterapeutas, preparadores físicos,
nutricionistas, fisiologistas etc. e com a vantagem de não precisar ver seus principais
atletas treinando meio período afastados do restante da equipe. Ao mesmo tempo,
as Federações e Confederações passaram a se organizar melhor e a muitas vezes
desenvolver seus próprios centros de treinamento.
Percebendo que o Centro Olímpico perdia cada vez mais atletas de ponta
e se afastava de sua missão original, a Secretaria Municipal de Esportes decidiu
alterar o foco do equipamento, que passou então a formar equipes de competição e
a inscrever seus atletas nas principais disputas de suas faixas etárias.
No entanto, os regulamentos de confederações, federações, ligas
esportivas e demais entidades organizadoras proíbem a inscrição de órgãos
públicos nas disputas esportivas. Não é possível que uma prefeitura dispute um jogo
contra um clube, por exemplo. A saída foi, em 25 de janeiro de 1981, criar-se o
Clube Desportivo Padote, uma entidade privada com seu próprio estatuto, diretoria,
conselho deliberativo e registros no CND, CNPJ e CCM. O nome Padote veio da
união da sigla “PAD” e da palavra “Adote”, referindo-se aos dois grandes programas
da Secretaria.
Com esse novo formato, o Centro Olímpico formou durante a década de
1980 uma geração de atletas que atingiram resultados expressivos como a
levantadora da seleção brasileira de vôlei feminino Fofão, que disputou quatro Jogos
Olímpicos. No entanto, a década seguinte veria o fim do PAD e do Adote Um Atleta
e a mudança de prioridades da SEME. O Centro Olímpico passou a viver um cenário
com menos recursos financeiros e manutenção física, o que acarretou seu
afastamento das disputas federativas e uma nova e forçosa mudança de foco, agora
em lazer e recreação. A interrupção dos concursos públicos para contratação de
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
45. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 45
novos profissionais de educação física, situação que perdura até hoje, também criou
um gargalo para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade. No final do ano
2000, cerca de apenas 100 atletas treinavam no Centro Olímpico.
A partir de 2001, uma nova administração tornou a priorizar o Centro
Olímpico e a destinar recursos para sua manutenção e para a execução do trabalho
competitivo. Um processo que durou mais de três anos culminou na reforma de toda
a área interna (quadras, ginásio de ginástica artística, dojô, sala de luta olímpica e
piscina, além das áreas de apoio administrativo) e ampliando a construção (novas
salas para academia de musculação, sala de avaliação física e luta olímpica). Ao
mesmo tempo, foi criado um convênio entre a SEME e o Padote para o pagamento
das despesas cotidianas, conforme detalhado em tópico a seguir, e firmadas duas
parcerias: com a Universidade Ibirapuera (Unib) para a realização de estágios de
estudantes de educação física no trabalho das modalidades, diminuindo a falta de
postos de trabalho, e com o Centro de Estudos em Traumatologia do Exercício
(Cete) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável por uma nova
área de tratamento de fisioterapia.
Em 2005, visando fortalecer a principal marca envolvida e unificar as
nomenclaturas existentes, o Padote trocou seu nome para Associação Desportiva
Centro Olímpico, a atual entidade jurídica privada responsável por inscrever os
atletas que treinam no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa em competições
organizadas por federações, confederações e demais entidades competentes.
Assim, o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) é um local físico e a
Associação Desportiva Centro Olímpico é um clube enquanto entidade jurídica. No
dia-a-dia, ambos trabalham de forma unificada e são chamados simplesmente de
Centro Olímpico.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
46. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 46
Também em 2005, a A. D. Centro Olímpico formalizou o primeiro
patrocínio de sua história, realizando um contrato com a operadora de telefonia
Transit Telecom, que passou a estampar sua marca nas camisas do voleibol. No
ano seguinte, o judô acertou com a fabricante de refrescos Ativ Plus e em 2007 foi a
vez da empresa de tecnologia Ingresso Fácil acertar com o futebol.
O convênio SEME/Associação Desportiva
A prática do esporte de rendimento cria uma série de situações que
dependem de uma agilidade administrativa que muitas vezes não pode ser atendida
pelos trâmites-padrão da administração pública. Exemplificando apenas uma
situação, uma equipe de basquete depende do resultado de um jogo numa semifinal
para saber se vai disputar ou não uma decisão de campeonato após dois ou três
dias. Evidentemente, pelo rigor que necessariamente cerca as compras públicas,
muitas vezes esse prazo é insuficiente para que sejam organizados todos os
aspectos inerentes a um evento desse tipo, como a contratação de um serviço de
transporte intermunicipal, autorização para o pagamento de despesas de
alimentação durante a viagem e pagamento das taxas de arbitragem que são
cobradas pela federação organizadora, entre outras despesas eventuais.
Quando se pensa que uma modalidade esportiva como o basquete possui
várias categorias (divisões por faixas etárias) e que o Centro Olímpico trabalha com
10 modalidades esportivas diferentes, com todas elas disputando diferentes
competições em diferentes categorias, chega-se a um número considerável de
fornecedores a serem pagos e de logísticas a serem administradas.
Em 2003, a Prefeitura de São Paulo passou a permitir a co-participação
entre clubes da capital e o poder público. Surgiu assim o primeiro convênio entre a
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Prefeitura e o então Padote, para que o Centro Olímpico pudesse começar a
sistematizar seu planejamento financeiro.
Com a evolução do trabalho técnico do Centro Olímpico, cujos atletas
passaram a disputar competições estaduais, nacionais e até internacionais, o
pagamento das despesas mensais se tornou cada vez mais necessário. Assim, em
agosto de 2006 foi feito um novo convênio no valor de R$ 20.000,00 mensais. Um
ano depois, o convênio foi aditado em 25% de seu valor, passando para R$
25.000,00 e com alguns pontos da redação original sendo alterados para garantir
maior praticidade na administração financeira. E é com este valor que hoje o Centro
Olímpico administra as atividades competitivas mensais de 10 modalidades e 900
atletas.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
48. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 48
Personalidades de destaque
Alguns atletas, técnicos, médicos, diretores e voluntários do Centro Olímpico que se
destacaram no meio do esporte ou em outros campos
Nome Modalidade Medalhista?
Andréa Maio Saramento Handebol Pan-americana
Alessandra Oliveira Basquete Olímpica / pan-americana
Amauri Ribeiro Voleibol Olímpico / pan-americano
Ana Lúcia Motta Basquete Pan-americana
Carlos Eduardo Motta Judô Pan-americano
("Tico")
Edson Bispo dos Santos Basquete Olímpico / pan-americano
Francisco de Jesus Boxe Pan-americano
("Chiquinho de Jesus")
Hélia de Souza ("Fofão") Voleibol Olímpica
Henrique Guimarães Judô Olímpico / pan-americano
Hortência de Fátima Marcari Basquete Olímpica / pan-americana
João Carlos de Oliveira Atletismo Olímpico / pan-americano
(“João do Pulo”)
José Montanaro Júnior Voleibol Olímpico / pan-americano
Luiz Carlos Fabre Boxe Olímpico / pan-americano
Martha de Souza Sobral Basquete Olímpica / pan-americana
Ricardo Cardoso ("Cadum") Basquete Pan-americano
Ricardo Prado Natação Olímpico / pan-americano
Servílio de Oliveira Boxe Olímpico
Silvio Malvezzi Basquete Pan-americano
Vivian Cristina Lopes Basquete Pan-americana
Wanderley Demétrio de Boxe Pan-americano
Oliveira
Northon Nascimento Ex-atleta; ator
Carlos Cavalcanti Ex-atleta; jornalista
Pedro Henrique Toledo Técnico de atletismo
Nelson Barros Técnico de atletismo
Cláudio Mortari Técnico de basquete
Antonio Carlos Moreno Técnico de voleibol
Marli Kekorius Médica
Victor Matsudo Médico
Osmar de Oliveira Médico
Maria Angélica Gonçalves da Ex-voluntária Olímpica / pan-americana
Silva ("Branca")
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ANEXO 5: Documentação para apresentação ao Ministério do Esporte
(Pessoa Jurídica de Direito Privado sem fins econômicos)
Encaminhar duas cópias autenticadas dos documentos abaixo listados
• Do representante legal da entidade:
o Cédula de identidade - RG;
o Cédula de CPF - CIC;
o Comprovante de residência.
• Da associação:
o Estatuto (ao menos um dos objetivos deve ter a finalidade esportiva), ata
de fundação, posse de diretoria e alterações realizadas;
o Cartão de CNPJ;
o Currículo da empresa, destacando atuação na área esportiva, em especial
relacionado ao objeto do projeto a ser apresentado (comprovação da
capacidade técnico-operativa)
o Currículo do dirigente da empresa.
• Certidões (Todas retiradas via internet, com exceção da Estadual e Municipal):
o Certidão negativa conjunta de tributos federais (CQTF e Dívida Ativa da
União);
o Certidão negativa de débito junto ao INSS;
o Certidão negativa de débito junto ao FGTS;
o Certidão negativa de tributos estaduais;
o Certidão negativa de tributos municipais.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
50. P r o j e t o V i s ã o O l í m p i c a 2 0 1 2 | 50
• Do projeto (constam no formulário, com exceção da Procuração):
o Pedido de Avaliação do projeto dirigido à Comissão Técnica, com
indicação da manifestação desportiva;
o Formulário contendo a descrição do projeto com justificativa, objetivos,
cronograma de execução física e financeira, estratégias de ação, metas
qualitativas e plano de aplicação dos recursos;
o Orçamento analítico e comprovação de que os preços orçados são
compatíveis com os praticados no mercado ou enquadrados nos
parâmetros estabelecidos pelo Ministério do Esporte Plano de Distribuição
de Produtos;
o Procuração.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
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ANEXO 6: Formulários para apresentação ao Ministério do Esporte
As 18 páginas seguintes apresentam os formulários preenchidos para
apresentação do Projeto Visão Olímpica 2012 ao Ministério do Esporte, razão pela
qual a estética do cabeçalho apresenta-se diferente do restante deste documento.
As informações são praticamente as mesmas apresentadas até aqui, com
as principais diferenças sendo o layout, a ordem e alguns aspectos da redação
usada.
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa / Associação Desportiva Centro Olímpico
52. Projeto Visão Olímpica 2012
DESCRIÇÃO DE PROJETO
I. NÚMERO DE CADASTRO DO PROPONENTE 02SP018332008
(login)
II. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título:
Projeto Visão Olímpica 2012
Proponente:
Associação Desportiva Centro Olímpico
CNPJ: 49.079.692/0001-02
Nome do titular ou responsável legal do proponente:
José Paulo Ruiz Canavesi
Manifestação desportiva:
Desporto de rendimento
Local de execução do projeto:
Av. Ibirapuera, 1315 – Vila Clementino – São Paulo – SP
III. PERÍODO DE EXECUÇÃO PREVISTO:
INÍCIO: TÉRMINO:
01.07.2008 30.06.2009
IV. BREVE DESCRIÇÃO DO PÚBLICO BENEFICIÁRIO
Público-alvo: crianças e adolescentes com interesse e aptidão na prática esportiva de
rendimento
Faixa etária: 7 a 17 anos Estimativa de público: 1.500 beneficiários
PEDIDO DE AVALIAÇÃO
Solicitamos que o presente projeto seja analisado e aprovado,
para efeito dos benefícios de que tratam a Lei nº 11.438/06 e o Decreto nº
6.180/07.
Local/data: ______________, ___/___/___.
__________________________________________________
Assinatura do Titular ou Responsável Legal do Proponente
53. Projeto Visão Olímpica 2012 |
V. OBJETIVOS
(Indique os objetivos do projeto, isto é, o que se deseja realizar, a sua devida adequação à
manifestação desportiva citada (art. 4º, Decreto nº 6.180/07), a delimitação e especificação, se
possível, do público que será diretamente beneficiado pelo projeto, bem como os resultados
esperados).
APRESENTAÇÃO
O Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) é um equipamento da
Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo (SEME) criado
em 1976. Sua missão é “promover o desenvolvimento de atletas e equipes
competitivas nas categorias de base, com apoio e suporte técnicos efetivos”, ou, de
outra maneira, oferecer treinamento esportivo gratuito para crianças e adolescentes
com o objetivo de formar atletas e equipes de competição. A visão que o
equipamento projeta para seu futuro é “ser um centro de excelência em esporte no
município de São Paulo, formando e encaminhando atletas de alto rendimento para
o esporte brasileiro”.
Cerca de 900 crianças e adolescentes, com idades basicamente entre sete a 17
anos, treinam no Centro Olímpico e disputam os campeonatos mais importantes das
suas faixas etárias, num trabalho que prioriza a participação em competições
realizadas pelas principais entidades organizadoras (federações paulistas e
confederações brasileiras) de cada uma de suas 10 modalidades: atletismo,
basquete, boxe, futebol, ginástica artística, handebol, judô, luta olímpica, natação e
voleibol. O foco do equipamento, portanto, é o esporte de alto rendimento não-
profissional, especificamente nas categorias de base.
Trabalhando de maneira complementar, existe a Associação Desportiva Centro
54. Projeto Visão Olímpica 2012 |
Olímpico, entidade esportiva fundada em 1981 com o nome original de Clube
Desportivo Padote e responsável pela inscrição dos atletas que treinam no Centro
Olímpico de Treinamento e Pesquisa em competições e pelo gerenciamento
administrativo, financeiro e logístico das atividades desenvolvidas pelas
modalidades. Assim, para melhor entendimento do leitor, enfatiza-se aqui que o
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa é um local físico público e a Associação
Desportiva Centro Olímpico é uma entidade jurídica privada.
Uma característica comum a todos os equipamentos e serviços públicos brasileiros é
a suscetibilidade às mudanças periódicas de administrações, pois cada uma destas
possui suas próprias prioridades dentro do seu momento histórico e político de
atuação. No entanto, a prática do esporte de alto rendimento no Centro Olímpico e
sua conseqüente exigência de recursos específicos para a realização de
treinamentos especializados e participações em competições são itens fortemente
impactados pelas mudanças de disponibilidade de recursos orçamentários e
institucionais, as quais colaboraram em grande parte para gerar uma subutilização
do equipamento ao longo de seus quase 32 anos de existência.
O Projeto Visão Olímpica 2012 propõe um conjunto de ações visando o
aprimoramento do trabalho hoje desenvolvido para que o Centro Olímpico possa,
além de cumprir melhor sua missão atual, aproximar-se de sua visão almejada,
tomando por base os Jogos Olímpicos que acontecerão daqui a quatro anos. No
entanto, por se tratar de um projeto abrangente, o trabalho apresentado cobre
inicialmente um ano de atuação, período ao final do qual será reavaliado para
discussão dos resultados obtidos. Para isto, será apresentado um plano de trabalho
55. Projeto Visão Olímpica 2012 |
que possa ser enquadrado na Lei Federal de Incentivo ao Esporte (11.438/06) e que
possibilite à Associação o aporte de novos recursos oriundos da iniciativa privada. A
proposta é investir contra a subutilização do Centro Olímpico, garantir maior
segurança contra as mudanças políticas, gerar maior autonomia administrativa,
alcançar maior visibilidade para o serviço oferecido à população e possibilitar retorno
institucional para os patrocinadores envolvidos.
OBJETIVO GERAL
Planejar, implantar e avaliar um conjunto de ações visando a melhoria geral do
trabalho voltado à prática do esporte de alto rendimento não-profissional nas
categorias de base desenvolvido no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Aumentar o volume de recursos próprios da Associação Desportiva, aumentando
sua autonomia administrativa, sua agilidade de compras e minimizando as
flutuações causadas por mudanças político-partidárias.
2. Possibilitar a contratação de recursos humanos qualificados para reforçar o
quadro do Centro Olímpico nas áreas técnica, médica e de gestão.
3. Desenvolver um sistema de informações que possibilite o armazenamento,
avaliação e controle do trabalho desenvolvido de maneira completa, clara e
rápida.
4. Divulgar o trabalho realizado pelo Centro Olímpico, aumentando seu
conhecimento por parte da população e posicionando o equipamento como uma
referência em esporte de rendimento de base, associando-o à cidade, ao
56. Projeto Visão Olímpica 2012 |
conceito de vitória e ainda posicionando-o adicionalmente como um serviço
público que atinge um público-alvo em grande parte socialmente desfavorecido.
5. Apoiar diretamente os atletas do Centro Olímpico, oferecendo benefícios que
aumentem sua adesão aos treinamentos e que ofereçam um estímulo contrário
aos assédios de outras agremiações e às preocupações com as necessidades
financeiras de suas próprias famílias.
6. Aumentar o número de atletas treinando no Centro Olímpico, como conseqüência
da contratação de profissionais e do oferecimento dos benefícios citados nos
itens anteriores.
7. Apresentar sugestões, usando ferramentas de marketing, para que o
patrocinador do Projeto Visão Olímpica 2012, caso deseje, possa aproveitar a
visibilidade do trabalho desenvolvido para a sua própria comunicação
institucional.
57. Projeto Visão Olímpica 2012 |
VI. JUSTIFICATIVA
(Por que se propõe o projeto, sua importância para o desenvolvimento do esporte no País e/ou na
região geográfica de execução e justifique a conveniência de utilização de apoio financeiro com
recursos incentivados de que trata a Lei nº 11.438/06).
As mudanças dos cenários político e esportivo durante as mais de três décadas de
existência do Centro Olímpico criaram pontos que hoje podem ser considerados
gargalos que dificultam o andamento do trabalho. A seguir, destacaremos cada
ponto isoladamente.
Gargalos
Volatilidade política
Apenas como ilustração, destacamos que desde 2005 a cidade de São Paulo teve
dois prefeitos e três secretários municipais na pasta de esportes, cada um com seu
próprio olhar a respeito do Centro Olímpico. O próprio equipamento, que hoje
atravessa uma fase de relativa estabilidade, com a atual diretora completando o seu
sexto ano de mandato em duas gestões diferentes, passou por seis administrações
diferentes nos últimos 10 anos.
Em função da reduzida velocidade com que os processos internos se desenvolvem,
cada nova gestão perde meses consideráveis até que tenha plena consciência de
todos os detalhes do trabalho cotidiano e adquira uma razoável agilidade
profissional. Além disso, cada eventual mudança de prioridade administrativa por
parte das instâncias administrativas superiores ao Centro Olímpico representa um
risco considerável para as atividades realizadas.
58. Projeto Visão Olímpica 2012 |
Por fim, a constante troca de comando político implica na ausência de uma efetiva
integração entre o Centro Olímpico e outras unidades da SEME, o que também
implica que as outras unidades (mais de 40 Clubes da Cidade e mais de 200 Clubes
da Comunidade) não indiquem ao COTP crianças e adolescentes que poderiam ser
avaliados visando uma possível carreira esportiva.
Recursos humanos
O equipamento continua com o mesmo organograma de 1976, quando foi projetado
com uma finalidade bastante diferente da atual. O organograma contempla cada
seção técnica, como são chamadas as modalidades, com apenas um técnico, sendo
que os outros postos necessários são ocupados por servidores públicos
pertencentes ao quadro da SEME conforme a disponibilidade de pessoal – que
muitas vezes não existe. Um agravante é que os servidores possuem cargas de
trabalho diferenciadas entre si, com jornadas de quatro, seis ou oito horas diárias.
Com o passar dos anos, soluções alternativas e informais foram sendo incorporadas
ao funcionamento padrão da unidade, como a presença cada vez maior de
voluntários e estagiários, que hoje já somam mais de 50% do total de postos da área
técnica, além de profissionais de outras unidades da SEME que passam a fazer
parte das comissões técnicas sem conhecimento mais aprofundado da modalidade.
Nos três casos, os chefes de seção acabam sendo sobrecarregados, pois precisam
fazer a formação dos outros profissionais além de coordenar o trabalho cotidiano.
Outra solução alternativa incorporada são os chamados “desvios de função”, com
servidores que, por possuírem formação em Educação Física, deixam de exercer
59. Projeto Visão Olímpica 2012 |
sua função para serem aproveitados nas comissões técnicas. Esta situação cria
“chefes de seção” que ocupam a coordenação da modalidade mas que recebem um
salário menor que seus pares em função de seu cargo não existir formalmente.
Vale ressaltar que esta situação não se limita à área técnica. Na área médica,
também há um déficit de profissionais e, mais importante, uma equipe que não
possui um perfil especializado em medicina esportiva. O problema dos desvios de
função também é sentido aqui: os cargos do responsável pela coordenação dos
setores de medicina, enfermagem, odontologia, psicologia, fisioterapia e serviço
social e do responsável pela produção de conhecimento a partir de pesquisas com
os atletas não estão disponíveis para o Centro Olímpico.
Com este quadro, a questão de recursos humanos acaba pressionando a própria – e
reduzida – equipe responsável pela alta administração do equipamento, que é
composta apenas pela diretora, seus dois assistentes diretos, um coordenador
técnico e o presidente da Associação Desportiva, e que acaba desempenhando uma
quantidade maior de atividades operacionais do que atividades de planejamento.
Processos internos
Há uma grande quantidade de atividades desenvolvidas pelas 10 modalidades do
Centro Olímpico. Somente no mês de outubro de 2007 foram mais de 70
competições disputadas. No entanto, não há um banco de dados que armazene toda
a informação produzida, o que dificulta tanto o acompanhamento dos resultados por
parte da diretoria como a produção de relatórios anuais das atividades
desempenhadas. Outra vez vemos a carência de servidores públicos, aqui se
60. Projeto Visão Olímpica 2012 |
refletindo na ausência de profissionais no setor de informática em número suficiente
para o desenvolvimento de uma ferramenta que facilite a tomada de decisões
gerenciais.
Agilidade de compras
Outro gargalo é a aquisição de materiais e a contratação de serviços. Para a
garantia da lisura dos processos de compras públicas, existe a necessidade de um
rigoroso detalhamento de especificações técnicas, o que, por força da falta de
profissionais no departamento de compras e em outras áreas da SEME, já chegou a
provocar demoras de mais de dois anos para a compra de materiais de primeira
necessidade como uniformes para treinamento, materiais elétricos e outros produtos
de uso rotineiro.
Já a contratação de serviços corriqueiros de manutenção, como poda de árvores,
muitas vezes esbarra na necessidade do agrupamento das necessidades do Centro
Olímpico com as outras unidades da Secretaria. No entanto, mais uma vez a
morosidade interna acaba por fazer com que vários serviços deixem de ser
contratados e executados.
Comunicação
Embora o Centro Olímpico, a despeito dos gargalos aqui apresentados, possa ser
considerado uma força dentro do esporte de base na cidade de São Paulo, esta
condição é desconhecida pelo grande público, mesmo com a unidade tendo uma
localização nobre dentro da zona sul do município. Esta situação tanto ocorre por
força da falta de comunicação visual sinalizando a entrada do equipamento quanto
61. Projeto Visão Olímpica 2012 |
pela própria falta de cobertura jornalística sobre o esporte de base, além da postura
de grande parte dos veículos de comunicação de não divulgarem serviços prestados
pelo poder público a não ser em caso de falhas.
Vulnerabilidade do público-alvo
Embora o serviço oferecido pelo Centro Olímpico possa ser considerado de bom
nível técnico, com diversas modalidades disputando os primeiros lugares de suas
competições e muitas vezes sagrando-se vencedoras, uma queixa comum a vários
chefes de seção é a dificuldade de reter seus principais atletas quando estes são
assediados por outras agremiações que disputem as mesmas competições.
Lembrando que o público usuário do Centro Olímpico é composto em grande parte
por crianças e adolescentes de famílias de baixa renda e que não poderiam pagar
pela prática desportiva em uma instituição particular, os relatos referem-se ao
sentimento de possibilidade de ascensão financeira e social que os atletas passam a
ter a partir do momento que se transferem para clubes particulares, causado pela
possibilidade de, por meio dos contatos que passam a ser realizados com sócios,
técnicos e outros atletas, conseguir bolsas de estudos, empregos ou mesmo
relacionamentos pessoais com indivíduos de outras camadas sociais.
Outro fator de perda de atletas é o fato de que muitas vezes os adolescentes sofrem
pressão de seus pais para que deixem a prática da modalidade e passem a
contribuir com a renda familiar encontrando um emprego.
62. Projeto Visão Olímpica 2012 |
Conclusão
Em face de todos os aspectos descritos anteriormente, pode-se considerar de
grande importância para o fomento do esporte de rendimento brasileiro o
aproveitamento das atuais possibilidades macro ambientais para iniciar uma etapa
de desenvolvimento planejado no Centro Olímpico, captando recursos - financeiros
ou em forma de parcerias, produtos ou serviços - visando seu desenvolvimento em
aspectos que não podem ser completamente resolvidos pelo poder público.
63. Projeto Visão Olímpica 2012 |
VII. METAS QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS
(Indique as metas previstas, de qualidade e quantidade, relacionadas ao público diretamente
beneficiado pelo projeto e, se existirem, os reflexos em outros públicos ou regiões do País).
Cada um dos objetivos específicos citados anteriormente pode ser traduzido em uma
meta mensurável. Na tabela a seguir, são apresentados os dados correspondentes.
Item Objetivo Meta Indicador
1 Aumentar o volume de Captar 100% dos Recursos efetivamente
recursos próprios da recursos constantes na captados
Associação Desportiva planilha de recursos
financeiros
2 Contratar recursos Contratar 100% dos Recursos efetivamente
humanos qualificados recursos constantes na contratados
planilha de recursos
humanos
3 Desenvolver um sistema Desenvolver uma Acesso a relatórios
de informações ferramenta informatizada gerenciais, com
para armazenamento, informações técnicas e
avaliação e controle do financeiras em tempo real
trabalho
4 Aumentar o número de Atingir 1.500 atletas Controle de inscrição de
atletas em treinamento inscritos no COTP atletas
5 Divulgar o trabalho Posicionar a marca do Pesquisa quantitativa a
realizado pelo Centro Centro Olímpico como a ser realizada em dois
Olímpico mais lembrada no esporte anos
de base na cidade de São
Paulo
6 Apoiar diretamente os Oferecer 500 bolsas- Quantidade de atletas
atletas do Centro atletas, 500 cestas atendidos
Olímpico básicas e 500 cursos de
inglês mensais
7 Apresentar sugestões de Desenvolver plano de Material apresentado no
marketing para o sugestões de marketing anexo 2
patrocinador do Projeto
Visão Olímpica 2012
64. Projeto Visão Olímpica 2012 |
VIII. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:
(Divida o projeto em grupos de iniciativas que serão as ações necessárias para atingir o(s) objetivo(s)
desejado(s). Denomine-as, enumere-as, descreva-as e explique como pretende desenvolvê-las. As
ações de despesas administrativas (art. 11, do Decreto nº 6.180/07) e contratação de serviços
destinados à elaboração de projetos desportivos/paradesportivos ou à captação de recursos (art. 12,
do Decreto nº 6.180/07 c/c art. 21 da Portaria/ME nº 177 de 11/09/07), caso necessárias à execução
do projeto, deverão ser especificadas separadamente, com as respectivas denominações de
Despesas Administrativas e Serviços de Produção).
A) Recursos humanos: Serão contratados três coordenadores técnicos, sendo um
para as modalidades coletivas (basquete, futebol, handebol e voleibol), um para as
modalidades de lutas (boxe, judô e luta olímpica) e um para as modalidades de
performance (atletismo, ginástica artística e natação), sendo que a atual
coordenação passará a ocupar uma posição sênior, supervisionando o trabalho dos
três novos postos. Cada uma das 10 modalidades citadas terá um preparador físico
exclusivo e 17 novos técnicos serão distribuídos conforme a necessidade de cada
seção técnica.
A área clínica também será reforçada com mais quatro médicos, duas enfermeiras e
uma profissional responsável pelo diagnóstico e acompanhamento nutricional dos
atletas. Por fim, a diretoria passará a contar com dois estagiários de gestão
esportiva.
B) Apoio direto ao atleta: A supervisão técnica e a assistência social do Centro
Olímpico deverão elaborar em conjunto um estudo selecionando 500 atletas para
receber uma bolsa-atleta no valor de R$ 350,00, uma cesta básica e um curso de
inglês básico, sempre priorizando os atletas com melhor nível técnico.
65. Projeto Visão Olímpica 2012 |
C) Suporte para a gestão: Uma empresa especializada deverá desenvolver um
sistema gerencial informatizado que deverá criar uma base de informações
unificada, integrando todos os departamentos e possibilitando o acompanhamento
do trabalho realizado por todas as áreas. Esta empresa deverá manter contato
constante com o Setor de Serviços de Informática da SEME para realizar o trabalho
de maneira integrada, sendo que todos os sistemas desenvolvidos deverão ter seus
códigos-fonte entregues para a Prefeitura de São Paulo.
D) Comunicação: Também deverá ser contratada uma empresa de assessoria de
imprensa que será responsável pela produção de releases informativos e criação de
pautas para veículos de comunicação sobre as atividades desenvolvidas e
resultados alcançados. Esta empresa deverá manter contato constante com a
Assessoria de Imprensa da SEME para realizar o trabalho de maneira integrada.
E) Manutenção: Outra empresa deverá ser contratada para a prestação de serviços
de manutenção rotineiros, como pequenas pinturas, reparos elétricos, podas de
árvores etc.
F) Serviços de produção: Consultoria para estruturação do projeto e captação de
recursos.
IX. RESUMO DAS FONTES DE RECURSOS
PARA O FINANCIAMENTO DO PROJETO (R$)
(Nesse formulário economicamente mensuráveis, envolvidos na execução do projeto - art. 14,
Decreto nº 6.180/07). O proponente deverá citar todas as previsões de receitas e apoios.
66. Projeto Visão Olímpica 2012 |
FONTES VALOR (R$)
1. Recursos próprios 0,00
(se houver, detalhe no formulário X)
2. Recursos públicos (*) 0,00
(se houver, detalhe no formulário X)
3. Outros incentivos fiscais (**) 0,00
(se houver, detalhe no formulário X)
4. Outros recursos (***) 0,00
(se houver, detalhe no formulário X)
5. Receitas previstas (****) 0,00
(se houver, detalhe no formulário X)
VALOR PLEITEADO
PARA EFEITO DA LEI 11.438/06 (*****) 5.908.643,75
TOTAL GERAL 5.908.643,75
(*) Recursos da Administração Direta ou Indireta de Prefeituras, Governos Estaduais ou do Distrito
Federal, envolvidos na execução do projeto.
(**) Outros incentivos fiscais previstos em Leis Federais, Estaduais, Municipais ou Distrito Federal.
(***) Outros recursos envolvidos na execução do projeto, cuja fonte não seja nenhuma das citadas
anteriormente.
(****) Receitas eventualmente geradas com a execução do projeto.
(*****) O cronograma de execução física e financeira e o orçamento analítico (formulários XI, XII e
XIII), deverão ser elaborados com base no valor pleiteado para efeito dos benefícios que trata a Lei nº
11.438/06.
Observação: O custeio das ações no valor pleiteado para efeito dos benefícios da Lei nº 11.438/06,
não poderá estar duplicado nas outras fontes de recursos.