SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
A TEOLOGIA PRÁTICA 
COMO MODO DE SER 
DA TEOLOGIA CRISTÃ 
•Apartirdodesenvolvimentodamodernidadeocidentaléqueateologiacristãfoiseidentif 
icandocadavezmaiscomumsistemadeidéias,distanciando-sedavidacotidianadecristãoseigrejas; 
•Comoacrisedamodernidadetambémrefletiunomundoreligioso,eespecificamenteno 
mundodateologia,écomumfalaremteologiaprática. 
PARADIGMAS DA TEOLOGIA 
CRISTÃ NA HISTÓRIA 
•Ahistóriadateologiacristãconheceutrêsgrandesparadigmasreguladores: 
–Paradigmadateologiahabitual: 
•Período:desdeasorigensdaigrejacristãatéoiníciodaIdadeMédia; 
•Premissa:ateologiacomoumhabitusdevidaeestudo,concebidacomoconhecimento 
deDeuseconstruídapormeiodasdisciplinasdaoração,doestudoedaparticipaçãolitúrg 
ica; 
•Objetivo:formarpessoas,liderançasecomunidadeseclesiaiscristãs; 
•Seussujeitos:PaisdaIgreja,ahierarquiasacerdotalcristãeosconcílioscristãos; 
•Finalidade:diálogocríticocomosataquesqueaigrejasofria,tantointernamente(pelas“ 
heresias”)quantoexternamente,porreligiõesefilosofiasconcorrentes. 
–Paradigmadateologiacientífica: 
•Período:duranteaIdadeMédiaatéaContra- 
Reforma; 
•Premissa:ateologiacomoarcabouçoordenadordetodooconhecimentohumano,bem 
comoodasnascentesuniversidadesdaEuropa; 
•Objetivo:alterarsignificativamenteasênfasesmetodológicas,nasrelaçõescomafilos 
ofiae, 
principalmente,nafunçãodateologia; 
•Seussujeitos:AbelardoeTomásdeAquino;
•Finalidade:Ateologiaultrapassaasfronteiraseclesiaiseassumepapeldeterminantee 
mtodoemtodoodesenvolvimentodosabereuropeu–arainhadoconhecimento. 
–Paradigmadateologiadisciplinar: 
•Período:nasceucomamodernidadeepredominaatéhoje; 
•Premissa:subordinaçãodateologiaaosimperativosdomundoacadêmicodevidoàper 
dadeprestígioepoderdasIgrejasnocampouniversitário,edosaberemgeral; 
•Objetivo:transformarcadavezmaisateologiaemuma“ciência”,oumelhor,emumsiste 
madisciplinardeconhecimento,divididoemáreasdosaberteológicoouemdisciplinasp 
articulares. 
•Finalidade:enfrentarosgrandesconflitosqueodesenvolvimentodaracionalidademod 
ernaapresentouàsigrejaseàadesãoàfécristã, 
individualmente; 
•Seussujeitos:teólogosprofissionais,sejamaquelesaserviçodasigrejascristãs,sejam 
osmaisdiretamenteligadosàsuniversidades. 
O PARADIGMA DISCIPLINAR MODERNO E 
A CRISE COMTEMPORÂNEA 
•Asdisciplinasteológicasdamodernidade– 
comoatividadeacadêmica,ateologiafoiseorganizandoaoredordequatrograndeseixo 
sdisciplinares: 
–TeologiaSistemática; 
–TeologiaHistórica; 
–TeologiaBíblicae; 
–TeologiaPrática. 
•TeologiaSistemática– 
reflexãosistemáticasobreasverdadesdafécristã,seumétodoprivilegiouodiálogocom
afilosofiaeaelaboraçãodegrandescompêndiossistemáticos,coerentementeorganiza 
dosparaabrangertodoouniversodosaberteológico; 
•TeologiaHistórica– 
umadisciplinateológicaauxiliar,aserviçodaconstruçãodosgrandessistemasteológico 
soudoutrinários,conformeoespaçodaproduçãoteológica; 
•Seuparceiroprivilegiadodediálogoeraahistóriadafilosofia,permitindoadistinçãoentr 
everdadesteológicasecrençasreligiosas; 
•Nosmeioseclesiaisrecebeudiferentesnomes:históriadosdogmas,históriadasdoutri 
nas,históriadateologia,históriadopensamentocristão. 
•TeologiaBíblica– 
especialmentenosetorprotestante,ateologiabíblicatevegrandedesenvolvimento,da 
daaprofundavinculaçãoqueaverdadetem,nessasigrejas,comasEscrituras; 
•TeologiaPrática– 
Nosmeiosacadêmicos,foiexercidaprincipalmentecomoumateologiasistemáticaaplic 
ada–daqualextraiusuastemáticasemetodologias–servindocomotecnologia; 
•Nosmeioseclesiais,ateologiapráticaestevesubordinadaaosinteresseseàsnecessid 
adesorganizacionaisdasigrejascristãs; 
•NoséculoXX,ateologiapráticapassaadisputarespaçocomasdemaisdisciplinasteoló 
gicaseaseconstituirautonomamente,desenvolvendometodologiaeobjetivosespecífi 
cos. 
•Acrisedoparadigmadisciplinarmoderno 
•Acrisedoiluminismoedoprojetomodernoracional-científico, 
comumenteconhecidocomopós-modernidade, 
tambémseusefeitossobreaatividadeteológica; 
•Oparadigmadisciplinardateologiaédesafiadopelomenosemtrêsfronts: 
–Areflexãomissiológica– 
fomentasériascríticasaopredomíniodaformasistemáticaeabstratadefazerteologia,à 
qualconvocaparaumaprofundareflexãosobreamissãoeopapeldasigrejascristãs;
–Entreospraticantesmaistípicosdateologia,ascorrentesneo-ortodoxa( 
Barth,Brunner,Tillich,etc.)epolítica(Metz,Moltmann,etc.)foramasprincipai 
spromotorasdacrisedateologiasistemática; 
–Teologiascontextuais– 
começamaserelaboradasapartirdemeadosdosanos60equestionam,comgrandediv 
ersidade,oparadigmamodernodofazerteológico; 
–Teologiadalibertaçãoeateologiaevangélicaradical(evangelical)- 
exercemforteimpactonaelaboraçãodenovosmodelosdofazerteológico,entendidaate 
ologiaespecialmentecomoreflexãosobreapráticaoupráxiscristãnasociedade. 
– 
Essasteologiasvieramaproduzirumefeitocolateralinteressante:considerarprática(ou 
práxis)ateologia, 
alavancandoosmovimentosmaistipicamentepós-modernosderevisãoparadigmáticadocampoteológico; 
TEOLOGIA PRÁTICA: 
MODO DE SER DE 
TODA A TEOLOGIA 
•Práticaéomododeserdateologiaàmedidaque“oobjetivoúltimodareflexãoeconstruçã 
oteológicaséprático,nãoespeculativo”(G.D.Kaufman) 
•“Primeiroéocompromissodacaridade,deserviço. 
Ateologiavemdepoiséatosegundo”(G.Guitiérrez); 
(25) 
•Teologia(prática)édiscurso,açãocomunicativa, 
atividadecomunitáriaenãoindividualeisolada. 
Comotalconstrói-seapartirdereflexão,diálogoeconfronto.(26)
•Opapeldoteólogonaigrejaépartilharareflexãoeestimularopensamentoeaaçãocrítico 
seconstrutivos(27); 
•Comodiscursosobreaaçãocristã,osujeitoprivilegiadodateologiaéacomunidadecrist 
ãemaçãonomundo,paraaqualateologiaservirácomomeiodeexpressãodediscernime 
ntocríticoconstrutivo,simultaneamente(Rm12.1,2;Cl1.9-12); 
•AscomunidadescristãsdevemservistascomoprotótiposepremissasdoreinodeDeus, 
espaçosondeaspessoaspoderãoencontraramizade,companheirismo,sentidoparaa 
vidae,especialmente,poderãoencontrarDeuspresenteeatuante(28); 
•Deve-se 
Ressaltarparticularmenteocaráterprovisórioedialogaldetodaaelaboraçãoteológica, 
soboriscodeateologiatransformar-seemletramortaefontededivisãoeconfusãonaigreja;( 
29) 
•NaspalavrasdeJesus,ateologiapráticadevesersaldaterraeluzdomundo,eparasê-loprecisadialogar, 
estarnaterraenomundo,massemserdomundo(Jo17.11-18); 
•Ateologiapráticaassumeosriscosdapresençanomundoedodiálogocríticoeconstruti 
vocomossaberesproduzidosforadaigreja(31); 
TEOLOGIA PRÁTICA: UMA 
TEOLOGIA DA AÇÃO EM 
DISCERNIMENTO 
•Objetodateologiaprática:conhecimentodavontadedeDeus; 
•Produtofinaldateologiaprática:aaxiologiadaaçãocristã; 
UMA TEOLOGIA CUJO OBJETO É O 
CONHECIMENTO DA VONTADE DE DEUS
•OconhecimentoéfrutodaaçãodoEspíritonavidadapessoa(Rm12.1,2;1Co2.13,16; 
•Ateologiapráticacomoatividadereflexivadaortopraxis,centradaemtrêsgrandeseixos 
: 
–Elaboraçãodeconceitos:compreenderasituaçãoreal; 
–Análisecríticadeconhecimentosepráticas: 
compreenderosentidodoEspírito,quenosfazsuperarasimplesvisãodosensocomum, 
emesmoavisãomaisanalíticadasciênciasquandoestascontrariamavontadedeDeus; 
Direçãodecondutaséticas,ministeriaisemissionais:compreendercomoseintegrames 
sestrêsconhecimentoseformulardeliberaçõesconcretasparaaaçãocristã,emconcor 
dânciacomonãoeosimdaaçãomissionária; 
•ComoteologiadaaçãoemdiscernimentooriundodoEspíritoSantodeDeus– 
queéoamordeDeusderramadoemnós– 
ateologiapráticaseinicianasolidãointeriordaprofundacomunhãocomDeus. 
UMA TEOLOGIA CUJO PRODUTO FINAL É 
UMA AXIOLOGIADA AÇÃO CRISTÃ 
•A axiologiase caracteriza pela construção de critérios de 
valor; 
•Na teologia paulina, o critério básico da ação cristã é 
sua dignidade, sua conformidade ou padrão, ou seja, ao 
agir de Deus: 
–Rm 16.2 –a identidadeda igreja como povo dos santos; 
–Ef 4.1 –a vocaçãorecebida pela igreja, que molda sua 
identidade; 
–Fp 1.27 –o evangelho de Cristo, que molda a missão da 
comunidade cristã; 
–Cl 1.10 –o Senhorque em tudo tem a primazia; e 
–1 Ts 2.12 –Deus, que chama seu povo para seu reino e sua 
glória.
•Umateologiaqueintegraaéticaeaestéticaaserviçodoaperfeiçoamentodeumaigrejatr 
ansformadaetransformadora: 
–Osaber(plenoconhecimentodavontadedeDeus)conjugadocom; 
–Odever(andardemododignodoSenhor)ecom 
–Osabor(agradando-oemtudo); 
•EmColossenses1.9s,aaxiologiadavidacristãéconstruídapormeiodequatroorações 
participiais: 
–Frutificandoemtodaboaobra; 
–CrescendonoplenoconhecimentodeDeus; 
–Sendofortalecidoscomotodoopoderemtodaperseverançaelonganimidade;e 
–DandograçasaoPai,quevosfezidôneos. 
•Seatradiçãosuspeitoudasboasobras,ascomunidadesatuaistendemasuspeitardoco 
nhecimento; 
•Colossenses1.11éconstruídodeformaaressaltaraimportânciaeanaturezadaenergi 
adivinaquenoséconcedidaeemnósopera: 
–“Sendofortalecidoscomtodoopoder”– 
sercristãoédependerdeDeusparaagireagirenergizadopeloEspíritodeDeus; 
–“asuaforçagloriosa”– 
quenosenergizaparaaaçãoemconformidadecomasuavontade; 
–“Emtodaperseverançaelonganimidade”– 
Deusenergizaseupovopararesistiratodasasocasiõesemquepensadesistirdesuaide 
ntidademissionária; 
– 
Atransformaçãodefinitivadomundoedapessoasóocorreráescatologicamente,poriss 
oéprecisoresistir.
•Parteintegrantedaaxiologiadaaçãocristãéagratidão,aatitudedeviveremtodasascirc 
unstanciascomalegriaeprazerderivadosdoreconhecimentodequetudooquenosacon 
teceestádentrodoplano–davontade–deDeus; 
•OverdadeirocultoqueprestamosaDeuséodavidatransformada(Rm12.1,2); 
•Aaçãodefazerteologiasemprecomeçacomopedidoporsabedoriaediscernimento,po 
isambosvêmdoEspírito,nãonascememnós. 
UMA CRISTOLOGIA PRÁTICA: O 
SENHORIO DE CRISTO 
•Ateologiapráticaconstruídacomoaxiologiadaaçãocristã,desenvolvecritérioscristoc 
êntricosparaoagir; 
•Tantoodiscernimentoquantoaxiologiadaaçãocristãsãoedificadosemtornodaaçãod 
eJesusedareflexãoneotestamentáriasobreela; 
•OcaminhojudaicoparaasalvaçãoeraocaminhodaobediênciaáLei– 
apráticadasboasobrasdaLei; 
•OMessiasnãoeraesperadocomosalvadordopovojásalvodeDeus,masapenascomol 
ibertadorpolítico; 
•Nomundogrego-romanoasalvaçãotinhaváriosaspectos: 
– 
Dualismoentrematériaeespírito(libertaçãodaalmadaprisãocorpóreaematerialneste 
mundo). 
Odestinocomoforçaimpessoalquecontrolavaomundoeaspessoas,diantedoqualsom 
enteaaçãomágicaerapossível(astrologia); 
– 
As“religiõesdemistério”ondeapessoaconseguiaassegurarofavordospoderesextrate 
rrenosempartilhardosseusbenefícios;
•PaulotevedecontextualizaramensagemdoEvangelho,sem,contudo,alteraraessênc 
iadoensinodeCristo; 
•EmdiálogocomColossenses1.15-20; 
verificamosaestruturaçãodecritériosparaoagircristãoqueatendamaosenhoriocósmi 
codeJesus; 
•DeiníciopodemosdestacaraaçãoreveladoradeCristo,poisnelepodemosencontraraf 
acedeDeus(aimagemdoDeusinvisível)eafacedomundo(oprimogênitodetodaacriaçã 
o); 
•NomundohelênicohaviadiferentesportadoresdaimagemdeDeus: 
–Ocosmos 
–Oserhumano 
–Orei 
•AoafirmarqueJesus,enãoaSabedoria(Tora),éaimagemdeDeus,torna-seclarooesvaziamentodosseguintespensamentos: 
–AfunçãodaSabedoriacomomediadora; 
–AfunçãodaToracomocaminhoatéDeus; 
–Afunçãodocosmoscomoreveladora; 
–Ovalordafilosofiacomocaminhoparaalcançaraverdade. 
•Portanto,quemquiserconheceraDeusdeveconheceraCristo,poiseleéoúnicointérpre 
teeporta-vozdeDeusnaterra(Jo1.14-18;Hb1.1-3); 
•Comoprimogênito,revela-nosaverdadeirahumanidade; 
•Cumpre-seneleoprojetodeDeusderefazerahumanidade, 
suagrandefamília(Rm8.29) 
•EmJesusencontramostantoosaberarespeitodoserhumanoeodeverdeconformar-nosaele, 
quantoosaboragradáveldenossamissão(2Co2.14); 
•AfunçãodeCristocomorepresentantedeDeuseregentedacriaçãojáestavapresenten 
atradiçãocristológicadaliteraturapaulina(1Co8.6;Rm11.36);
•Colossenses1.16,17destacaqueháumsóqueéSenhordetodasascoisas:JesusCrist 
o,omeio,oagenteeoalvodacriaçãodeDeus; 
•ArestauraçãodanaturezahumanaéumdosefeitosdasupremaciadeCristosobreanov 
acriação(Ef2.11-22): 
–Osgentios,afastadosdaaliança,aproximam-sedeDeuspelosanguedeCristo( 
2.13); 
–Assim,temosacessolivreaoPaipormeiodoseuEspírito(2.18,22) 
•Dessaforma,afidelidadedeDeusémantida,seuplanohistóricoécumpridoeumanovah 
umanidadecomeçaaseformar; 
•UmanovahumanidadeemCristoJesus, 
criada“segundoDeusnajustiçaenasantidadequevemdaverdade”(Ef4.24); 
•Areunificaçãodahumanidadeéumpassohistóriconadireçãodaredençãocósmica, 
primíciasdanovacriação; 
•EmColossenses1.19,20(v.2Co5.19),Paulofalasobreareconciliaçãodetodasascoisa 
s,noscéusenaterra; 
•DeacordocomColossenses2.153Efésios1.20- 
23,essareconciliaçãodepoderesconsistebasicamenteemdespojamento[escatológic 
o] 
desuacondiçãodesenhoresdavidahumana, 
ouseja,suasubordinaçãoaoagirsalvíficodeJesusCristo; 
•OFilhorestringeapossibilidadedeaçãodetodosospoderes,atéquevenhamaserefetiv 
amentederrotados,anuladosetotalmentesubordinadosaDeus(v1Co15.24;Ef1.10); 
•Apaxromanaéobtidamedianteasubmissãopelaforçamilitar:mortedosinimigos; 
•Natradiçãojudaico-cristã,apazéaplenaharmoniaqueDeusestabelecenacriação,
destacando-seajustiçasocial, 
queconsistenaharmoniacósmicadeDeusaplicadaàconvivênciasoci 
alhumana; 
•Nessecasopodemosveraigrejacomoprotótipodanovacriação,aantecipaçãoescatol 
ógicadautopiadosnovoscéusedanovaterra; 
•AreconciliaçãocósmicapermiteaopovodeDeusumaespiritualidadeintegral– 
cristocêntricaesolidária.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A Teologia Prática como Modo de Ser

LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologias
LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologiasLBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologias
LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologiasNatalino das Neves Neves
 
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadas
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadasO Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadas
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadasGSArt Web Solutions
 
Paradigma tecnocratico e a crise ecologica
Paradigma tecnocratico e a crise ecologicaParadigma tecnocratico e a crise ecologica
Paradigma tecnocratico e a crise ecologicaAfonso Murad (FAJE)
 
Missões lição 6 antropologia de missões
Missões lição 6   antropologia de missõesMissões lição 6   antropologia de missões
Missões lição 6 antropologia de missõesNatalino das Neves Neves
 
O cristão e a cultura
O cristão e a culturaO cristão e a cultura
O cristão e a culturaAmor pela EBD
 
Oficina florianopolis prof fatima batalha
Oficina florianopolis   prof fatima batalhaOficina florianopolis   prof fatima batalha
Oficina florianopolis prof fatima batalhaDeyse Queiros Santos
 
Apresentação em pdf que está no ambiente ava
Apresentação em pdf que está no ambiente avaApresentação em pdf que está no ambiente ava
Apresentação em pdf que está no ambiente avaRegina Trilho O Xavier
 
Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Israel serique
 
Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Israel serique
 
14086541 contextualizacao-e-missoes
14086541 contextualizacao-e-missoes14086541 contextualizacao-e-missoes
14086541 contextualizacao-e-missoesSilvana Oliveira
 
Teologia e sabedoria
Teologia e  sabedoriaTeologia e  sabedoria
Teologia e sabedoria9987123
 
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptx
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptxEBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptx
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptxValdineyRodriguesBez1
 
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUN
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUNFILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUN
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUNCrisogno Pereira
 
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdf
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdfapostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdf
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdfJosSilva345210
 
Yara Brandão - Educacão novo
Yara Brandão - Educacão novoYara Brandão - Educacão novo
Yara Brandão - Educacão novomarconbrasil
 

Semelhante a A Teologia Prática como Modo de Ser (20)

LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologias
LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologiasLBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologias
LBJ LIÇÃO 2 - A cosmovisão cristã em um mundo de vãs ideologias
 
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadas
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadasO Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadas
O Potencial Terapêutico da Regressão e Vivências passadas
 
Paradigma tecnocratico e a crise ecologica
Paradigma tecnocratico e a crise ecologicaParadigma tecnocratico e a crise ecologica
Paradigma tecnocratico e a crise ecologica
 
Missões lição 6 antropologia de missões
Missões lição 6   antropologia de missõesMissões lição 6   antropologia de missões
Missões lição 6 antropologia de missões
 
O cristão e a cultura
O cristão e a culturaO cristão e a cultura
O cristão e a cultura
 
(9) teologias contextuais
(9) teologias contextuais(9) teologias contextuais
(9) teologias contextuais
 
Oficina florianopolis prof fatima batalha
Oficina florianopolis   prof fatima batalhaOficina florianopolis   prof fatima batalha
Oficina florianopolis prof fatima batalha
 
Papel do cristão no meio do mundo
Papel do cristão no meio do mundoPapel do cristão no meio do mundo
Papel do cristão no meio do mundo
 
Apresentação em pdf que está no ambiente ava
Apresentação em pdf que está no ambiente avaApresentação em pdf que está no ambiente ava
Apresentação em pdf que está no ambiente ava
 
Apresentação em ppt do ambiente ava
Apresentação em ppt do ambiente avaApresentação em ppt do ambiente ava
Apresentação em ppt do ambiente ava
 
Apresentação em ppt do ambiente ava
Apresentação em ppt do ambiente avaApresentação em ppt do ambiente ava
Apresentação em ppt do ambiente ava
 
PlanificacaoAnual_EMRC8Ano20092010
PlanificacaoAnual_EMRC8Ano20092010PlanificacaoAnual_EMRC8Ano20092010
PlanificacaoAnual_EMRC8Ano20092010
 
Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1
 
Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1Psicologia da aprendizagem 1
Psicologia da aprendizagem 1
 
14086541 contextualizacao-e-missoes
14086541 contextualizacao-e-missoes14086541 contextualizacao-e-missoes
14086541 contextualizacao-e-missoes
 
Teologia e sabedoria
Teologia e  sabedoriaTeologia e  sabedoria
Teologia e sabedoria
 
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptx
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptxEBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptx
EBD - O comportamento do Crente para ser luze.pptx
 
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUN
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUNFILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUN
FILOZOFIA EDUKASAUN: OBJETIVU MORIS NO OBJETIVU EDUKASAUN
 
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdf
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdfapostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdf
apostila__historia_7_ano_1_bimestre.pdf
 
Yara Brandão - Educacão novo
Yara Brandão - Educacão novoYara Brandão - Educacão novo
Yara Brandão - Educacão novo
 

A Teologia Prática como Modo de Ser

  • 1. A TEOLOGIA PRÁTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRISTÃ •Apartirdodesenvolvimentodamodernidadeocidentaléqueateologiacristãfoiseidentif icandocadavezmaiscomumsistemadeidéias,distanciando-sedavidacotidianadecristãoseigrejas; •Comoacrisedamodernidadetambémrefletiunomundoreligioso,eespecificamenteno mundodateologia,écomumfalaremteologiaprática. PARADIGMAS DA TEOLOGIA CRISTÃ NA HISTÓRIA •Ahistóriadateologiacristãconheceutrêsgrandesparadigmasreguladores: –Paradigmadateologiahabitual: •Período:desdeasorigensdaigrejacristãatéoiníciodaIdadeMédia; •Premissa:ateologiacomoumhabitusdevidaeestudo,concebidacomoconhecimento deDeuseconstruídapormeiodasdisciplinasdaoração,doestudoedaparticipaçãolitúrg ica; •Objetivo:formarpessoas,liderançasecomunidadeseclesiaiscristãs; •Seussujeitos:PaisdaIgreja,ahierarquiasacerdotalcristãeosconcílioscristãos; •Finalidade:diálogocríticocomosataquesqueaigrejasofria,tantointernamente(pelas“ heresias”)quantoexternamente,porreligiõesefilosofiasconcorrentes. –Paradigmadateologiacientífica: •Período:duranteaIdadeMédiaatéaContra- Reforma; •Premissa:ateologiacomoarcabouçoordenadordetodooconhecimentohumano,bem comoodasnascentesuniversidadesdaEuropa; •Objetivo:alterarsignificativamenteasênfasesmetodológicas,nasrelaçõescomafilos ofiae, principalmente,nafunçãodateologia; •Seussujeitos:AbelardoeTomásdeAquino;
  • 2. •Finalidade:Ateologiaultrapassaasfronteiraseclesiaiseassumepapeldeterminantee mtodoemtodoodesenvolvimentodosabereuropeu–arainhadoconhecimento. –Paradigmadateologiadisciplinar: •Período:nasceucomamodernidadeepredominaatéhoje; •Premissa:subordinaçãodateologiaaosimperativosdomundoacadêmicodevidoàper dadeprestígioepoderdasIgrejasnocampouniversitário,edosaberemgeral; •Objetivo:transformarcadavezmaisateologiaemuma“ciência”,oumelhor,emumsiste madisciplinardeconhecimento,divididoemáreasdosaberteológicoouemdisciplinasp articulares. •Finalidade:enfrentarosgrandesconflitosqueodesenvolvimentodaracionalidademod ernaapresentouàsigrejaseàadesãoàfécristã, individualmente; •Seussujeitos:teólogosprofissionais,sejamaquelesaserviçodasigrejascristãs,sejam osmaisdiretamenteligadosàsuniversidades. O PARADIGMA DISCIPLINAR MODERNO E A CRISE COMTEMPORÂNEA •Asdisciplinasteológicasdamodernidade– comoatividadeacadêmica,ateologiafoiseorganizandoaoredordequatrograndeseixo sdisciplinares: –TeologiaSistemática; –TeologiaHistórica; –TeologiaBíblicae; –TeologiaPrática. •TeologiaSistemática– reflexãosistemáticasobreasverdadesdafécristã,seumétodoprivilegiouodiálogocom
  • 3. afilosofiaeaelaboraçãodegrandescompêndiossistemáticos,coerentementeorganiza dosparaabrangertodoouniversodosaberteológico; •TeologiaHistórica– umadisciplinateológicaauxiliar,aserviçodaconstruçãodosgrandessistemasteológico soudoutrinários,conformeoespaçodaproduçãoteológica; •Seuparceiroprivilegiadodediálogoeraahistóriadafilosofia,permitindoadistinçãoentr everdadesteológicasecrençasreligiosas; •Nosmeioseclesiaisrecebeudiferentesnomes:históriadosdogmas,históriadasdoutri nas,históriadateologia,históriadopensamentocristão. •TeologiaBíblica– especialmentenosetorprotestante,ateologiabíblicatevegrandedesenvolvimento,da daaprofundavinculaçãoqueaverdadetem,nessasigrejas,comasEscrituras; •TeologiaPrática– Nosmeiosacadêmicos,foiexercidaprincipalmentecomoumateologiasistemáticaaplic ada–daqualextraiusuastemáticasemetodologias–servindocomotecnologia; •Nosmeioseclesiais,ateologiapráticaestevesubordinadaaosinteresseseàsnecessid adesorganizacionaisdasigrejascristãs; •NoséculoXX,ateologiapráticapassaadisputarespaçocomasdemaisdisciplinasteoló gicaseaseconstituirautonomamente,desenvolvendometodologiaeobjetivosespecífi cos. •Acrisedoparadigmadisciplinarmoderno •Acrisedoiluminismoedoprojetomodernoracional-científico, comumenteconhecidocomopós-modernidade, tambémseusefeitossobreaatividadeteológica; •Oparadigmadisciplinardateologiaédesafiadopelomenosemtrêsfronts: –Areflexãomissiológica– fomentasériascríticasaopredomíniodaformasistemáticaeabstratadefazerteologia,à qualconvocaparaumaprofundareflexãosobreamissãoeopapeldasigrejascristãs;
  • 4. –Entreospraticantesmaistípicosdateologia,ascorrentesneo-ortodoxa( Barth,Brunner,Tillich,etc.)epolítica(Metz,Moltmann,etc.)foramasprincipai spromotorasdacrisedateologiasistemática; –Teologiascontextuais– começamaserelaboradasapartirdemeadosdosanos60equestionam,comgrandediv ersidade,oparadigmamodernodofazerteológico; –Teologiadalibertaçãoeateologiaevangélicaradical(evangelical)- exercemforteimpactonaelaboraçãodenovosmodelosdofazerteológico,entendidaate ologiaespecialmentecomoreflexãosobreapráticaoupráxiscristãnasociedade. – Essasteologiasvieramaproduzirumefeitocolateralinteressante:considerarprática(ou práxis)ateologia, alavancandoosmovimentosmaistipicamentepós-modernosderevisãoparadigmáticadocampoteológico; TEOLOGIA PRÁTICA: MODO DE SER DE TODA A TEOLOGIA •Práticaéomododeserdateologiaàmedidaque“oobjetivoúltimodareflexãoeconstruçã oteológicaséprático,nãoespeculativo”(G.D.Kaufman) •“Primeiroéocompromissodacaridade,deserviço. Ateologiavemdepoiséatosegundo”(G.Guitiérrez); (25) •Teologia(prática)édiscurso,açãocomunicativa, atividadecomunitáriaenãoindividualeisolada. Comotalconstrói-seapartirdereflexão,diálogoeconfronto.(26)
  • 5. •Opapeldoteólogonaigrejaépartilharareflexãoeestimularopensamentoeaaçãocrítico seconstrutivos(27); •Comodiscursosobreaaçãocristã,osujeitoprivilegiadodateologiaéacomunidadecrist ãemaçãonomundo,paraaqualateologiaservirácomomeiodeexpressãodediscernime ntocríticoconstrutivo,simultaneamente(Rm12.1,2;Cl1.9-12); •AscomunidadescristãsdevemservistascomoprotótiposepremissasdoreinodeDeus, espaçosondeaspessoaspoderãoencontraramizade,companheirismo,sentidoparaa vidae,especialmente,poderãoencontrarDeuspresenteeatuante(28); •Deve-se Ressaltarparticularmenteocaráterprovisórioedialogaldetodaaelaboraçãoteológica, soboriscodeateologiatransformar-seemletramortaefontededivisãoeconfusãonaigreja;( 29) •NaspalavrasdeJesus,ateologiapráticadevesersaldaterraeluzdomundo,eparasê-loprecisadialogar, estarnaterraenomundo,massemserdomundo(Jo17.11-18); •Ateologiapráticaassumeosriscosdapresençanomundoedodiálogocríticoeconstruti vocomossaberesproduzidosforadaigreja(31); TEOLOGIA PRÁTICA: UMA TEOLOGIA DA AÇÃO EM DISCERNIMENTO •Objetodateologiaprática:conhecimentodavontadedeDeus; •Produtofinaldateologiaprática:aaxiologiadaaçãocristã; UMA TEOLOGIA CUJO OBJETO É O CONHECIMENTO DA VONTADE DE DEUS
  • 6. •OconhecimentoéfrutodaaçãodoEspíritonavidadapessoa(Rm12.1,2;1Co2.13,16; •Ateologiapráticacomoatividadereflexivadaortopraxis,centradaemtrêsgrandeseixos : –Elaboraçãodeconceitos:compreenderasituaçãoreal; –Análisecríticadeconhecimentosepráticas: compreenderosentidodoEspírito,quenosfazsuperarasimplesvisãodosensocomum, emesmoavisãomaisanalíticadasciênciasquandoestascontrariamavontadedeDeus; Direçãodecondutaséticas,ministeriaisemissionais:compreendercomoseintegrames sestrêsconhecimentoseformulardeliberaçõesconcretasparaaaçãocristã,emconcor dânciacomonãoeosimdaaçãomissionária; •ComoteologiadaaçãoemdiscernimentooriundodoEspíritoSantodeDeus– queéoamordeDeusderramadoemnós– ateologiapráticaseinicianasolidãointeriordaprofundacomunhãocomDeus. UMA TEOLOGIA CUJO PRODUTO FINAL É UMA AXIOLOGIADA AÇÃO CRISTÃ •A axiologiase caracteriza pela construção de critérios de valor; •Na teologia paulina, o critério básico da ação cristã é sua dignidade, sua conformidade ou padrão, ou seja, ao agir de Deus: –Rm 16.2 –a identidadeda igreja como povo dos santos; –Ef 4.1 –a vocaçãorecebida pela igreja, que molda sua identidade; –Fp 1.27 –o evangelho de Cristo, que molda a missão da comunidade cristã; –Cl 1.10 –o Senhorque em tudo tem a primazia; e –1 Ts 2.12 –Deus, que chama seu povo para seu reino e sua glória.
  • 7. •Umateologiaqueintegraaéticaeaestéticaaserviçodoaperfeiçoamentodeumaigrejatr ansformadaetransformadora: –Osaber(plenoconhecimentodavontadedeDeus)conjugadocom; –Odever(andardemododignodoSenhor)ecom –Osabor(agradando-oemtudo); •EmColossenses1.9s,aaxiologiadavidacristãéconstruídapormeiodequatroorações participiais: –Frutificandoemtodaboaobra; –CrescendonoplenoconhecimentodeDeus; –Sendofortalecidoscomotodoopoderemtodaperseverançaelonganimidade;e –DandograçasaoPai,quevosfezidôneos. •Seatradiçãosuspeitoudasboasobras,ascomunidadesatuaistendemasuspeitardoco nhecimento; •Colossenses1.11éconstruídodeformaaressaltaraimportânciaeanaturezadaenergi adivinaquenoséconcedidaeemnósopera: –“Sendofortalecidoscomtodoopoder”– sercristãoédependerdeDeusparaagireagirenergizadopeloEspíritodeDeus; –“asuaforçagloriosa”– quenosenergizaparaaaçãoemconformidadecomasuavontade; –“Emtodaperseverançaelonganimidade”– Deusenergizaseupovopararesistiratodasasocasiõesemquepensadesistirdesuaide ntidademissionária; – Atransformaçãodefinitivadomundoedapessoasóocorreráescatologicamente,poriss oéprecisoresistir.
  • 8. •Parteintegrantedaaxiologiadaaçãocristãéagratidão,aatitudedeviveremtodasascirc unstanciascomalegriaeprazerderivadosdoreconhecimentodequetudooquenosacon teceestádentrodoplano–davontade–deDeus; •OverdadeirocultoqueprestamosaDeuséodavidatransformada(Rm12.1,2); •Aaçãodefazerteologiasemprecomeçacomopedidoporsabedoriaediscernimento,po isambosvêmdoEspírito,nãonascememnós. UMA CRISTOLOGIA PRÁTICA: O SENHORIO DE CRISTO •Ateologiapráticaconstruídacomoaxiologiadaaçãocristã,desenvolvecritérioscristoc êntricosparaoagir; •Tantoodiscernimentoquantoaxiologiadaaçãocristãsãoedificadosemtornodaaçãod eJesusedareflexãoneotestamentáriasobreela; •OcaminhojudaicoparaasalvaçãoeraocaminhodaobediênciaáLei– apráticadasboasobrasdaLei; •OMessiasnãoeraesperadocomosalvadordopovojásalvodeDeus,masapenascomol ibertadorpolítico; •Nomundogrego-romanoasalvaçãotinhaváriosaspectos: – Dualismoentrematériaeespírito(libertaçãodaalmadaprisãocorpóreaematerialneste mundo). Odestinocomoforçaimpessoalquecontrolavaomundoeaspessoas,diantedoqualsom enteaaçãomágicaerapossível(astrologia); – As“religiõesdemistério”ondeapessoaconseguiaassegurarofavordospoderesextrate rrenosempartilhardosseusbenefícios;
  • 9. •PaulotevedecontextualizaramensagemdoEvangelho,sem,contudo,alteraraessênc iadoensinodeCristo; •EmdiálogocomColossenses1.15-20; verificamosaestruturaçãodecritériosparaoagircristãoqueatendamaosenhoriocósmi codeJesus; •DeiníciopodemosdestacaraaçãoreveladoradeCristo,poisnelepodemosencontraraf acedeDeus(aimagemdoDeusinvisível)eafacedomundo(oprimogênitodetodaacriaçã o); •NomundohelênicohaviadiferentesportadoresdaimagemdeDeus: –Ocosmos –Oserhumano –Orei •AoafirmarqueJesus,enãoaSabedoria(Tora),éaimagemdeDeus,torna-seclarooesvaziamentodosseguintespensamentos: –AfunçãodaSabedoriacomomediadora; –AfunçãodaToracomocaminhoatéDeus; –Afunçãodocosmoscomoreveladora; –Ovalordafilosofiacomocaminhoparaalcançaraverdade. •Portanto,quemquiserconheceraDeusdeveconheceraCristo,poiseleéoúnicointérpre teeporta-vozdeDeusnaterra(Jo1.14-18;Hb1.1-3); •Comoprimogênito,revela-nosaverdadeirahumanidade; •Cumpre-seneleoprojetodeDeusderefazerahumanidade, suagrandefamília(Rm8.29) •EmJesusencontramostantoosaberarespeitodoserhumanoeodeverdeconformar-nosaele, quantoosaboragradáveldenossamissão(2Co2.14); •AfunçãodeCristocomorepresentantedeDeuseregentedacriaçãojáestavapresenten atradiçãocristológicadaliteraturapaulina(1Co8.6;Rm11.36);
  • 10. •Colossenses1.16,17destacaqueháumsóqueéSenhordetodasascoisas:JesusCrist o,omeio,oagenteeoalvodacriaçãodeDeus; •ArestauraçãodanaturezahumanaéumdosefeitosdasupremaciadeCristosobreanov acriação(Ef2.11-22): –Osgentios,afastadosdaaliança,aproximam-sedeDeuspelosanguedeCristo( 2.13); –Assim,temosacessolivreaoPaipormeiodoseuEspírito(2.18,22) •Dessaforma,afidelidadedeDeusémantida,seuplanohistóricoécumpridoeumanovah umanidadecomeçaaseformar; •UmanovahumanidadeemCristoJesus, criada“segundoDeusnajustiçaenasantidadequevemdaverdade”(Ef4.24); •Areunificaçãodahumanidadeéumpassohistóriconadireçãodaredençãocósmica, primíciasdanovacriação; •EmColossenses1.19,20(v.2Co5.19),Paulofalasobreareconciliaçãodetodasascoisa s,noscéusenaterra; •DeacordocomColossenses2.153Efésios1.20- 23,essareconciliaçãodepoderesconsistebasicamenteemdespojamento[escatológic o] desuacondiçãodesenhoresdavidahumana, ouseja,suasubordinaçãoaoagirsalvíficodeJesusCristo; •OFilhorestringeapossibilidadedeaçãodetodosospoderes,atéquevenhamaserefetiv amentederrotados,anuladosetotalmentesubordinadosaDeus(v1Co15.24;Ef1.10); •Apaxromanaéobtidamedianteasubmissãopelaforçamilitar:mortedosinimigos; •Natradiçãojudaico-cristã,apazéaplenaharmoniaqueDeusestabelecenacriação,
  • 11. destacando-seajustiçasocial, queconsistenaharmoniacósmicadeDeusaplicadaàconvivênciasoci alhumana; •Nessecasopodemosveraigrejacomoprotótipodanovacriação,aantecipaçãoescatol ógicadautopiadosnovoscéusedanovaterra; •AreconciliaçãocósmicapermiteaopovodeDeusumaespiritualidadeintegral– cristocêntricaesolidária.