1. Questão 01
A fé pela leitura da Bíblia já existia antes da chegada do
que se convencionou chamar leitura popular. É nesta raiz antiga
que se enxerta todo o nosso trabalho com a Bíblia. Sem crença,
todo o método teria de ser diferente. “Não ÉS tu que sustentas a
raiz, mas a raiz sustenta a ti” (Rm 11:18).
A leitura popular da Bíblia é de grande importância para
que o homem entenda a Palavra de Deus, e viver o seu ensino na
sua intensidade. Não para se tornar fanáticos e nem desajustados,
e sim equilibrados na graça do Senhor. Para isso, foram
necessários estudos bíblicos, que contribuíram para a
aproximação do homem com o sagrado.
O estudioso da Bíblia procura “conhecer a sabedoria e a
instrução; para se entenderem as palavras da prudência” (Pv 1:2).
O estudo da Bíblia deve ter como objetivo a prática dos princípios
divinos na vida diária. Um dos problemas que envolvem o estudo
teológico é a visão acadêmica que domina muitos estudiosos, que
se deleitam em expor ideias, doutrinas e filosofias, que só servem
para o orgulho do intelecto dos seus teóricos. No estudo da Bíblia,
não há lugar para a soberba intelectual, e sim para a honra do
Deus que criou e está capacitando o homem a todo o momento.
O hábito de estudar a Bíblia resulta em grandes benefícios
espirituais. Através desse hábito, o crente avalia sua situação
diante de Deus; seu nível de conhecimentos bíblicos; e abre o
coração para ouvir Deus falar pela Palavra. Numa leitura
2. superficial, dificilmente alguém poderá ouvir a voz de Deus.
Assim, a vida moderna prejudica a atitude reflexiva. Diante de um
televisor, não há o que meditar. As mensagens já são oferecidas
prontas e parecem hipnotizar os telespectadores. Porém, diante da
Bíblia, ninguém poderá ser abençoado se não parar para pensar e
procurar ouvir Deus falando intimamente com o leitor por meio
das páginas do Livro Sagrado.
Para Maria Helena Martins (2003, p.30-31) a leitura é “um
processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não
importando por meio de que linguagem”. A leitura não é apenas
uma operação cognitiva de abstração intelectual, mas, como
afirma o autor (CHARTIER, 1999b, p.16), “é engajamento do
corpo, inscrição no espaço, relação consigo e com os outros”; ou
seja, o processo de leitura de um texto envolve o corpo por inteiro
e se dá no meio de um contexto social, tomando em consideração
nossa relação com outros e com nossa própria subjetividade.
Em momentos de dúvidas, o não crente recorre ao
horóscopo, aos adivinhos, aos demônios. Mas o crente fiel busca
o direcionamento na oração, na presença de Deus, e na sua Santa
Palavra. A leitura da Bíblia, em oração contrita, pode ser um meio
abençoado de ter a direção do Senhor para as decisões a tomar.
Deus fala por meio de sua palavra, como no Salmo 119:105
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu
caminho.”
3. Com base na Bíblia, os pais podem orientar seus filhos a
terem uma vida disciplinada, com segurança para enfrentar os
desafios da vida contemporânea; os cônjuges podem viver com
satisfação e santidade, fortalecendo a instituição familiar. Como
se vê no Salmo 119:133, “Ordena os meus passos na tua palavra,
e não se apodere de mim iniquidade alguma.”
Podemos observar que em todos os livros da Escritura
Sagrada, os ensinamentos não se referem a um tempo histórico
específico, mas servem para que o homem possa se direcionar no
seu tempo dentro da Palavra e ensinamentos de Deus.
Questão 02
A Bíblia é aceita pelo povo como Palavra de Deus. Ao lê-
la, a sociedade pode reconhecer Nela a sua história e seus
problemas oriundos da dura realidade da vida. Nesse contexto, a
Bíblia aparece como um espelho, "símbolo", daquilo que ela
mesma vive (Hb 9:9; 11:19). Estabelece-se uma ligação profunda
entre Bíblia e vida que, às vezes, pode dar a impressão de um
concordismo superficial.
Para a constituição dos postulados bíblicos que compuseram
este estudo foram analisadas passagens do antigo e do novo
testamento permeadas por intersubjetividade. Observam-se as
inscrições discursivas e condições de produção recorrentes para
compreender a posição dos sujeitos enunciadores que se contra-
identificam em relação às leituras que são feitas acerca da Bíblia.
4. São leitores e atuantes de diferentes gerações, mas que emergem de
acordo com a inscrição social, ideológica, política, econômica que
ocupam.
A partir dessa ligação entre Bíblia e vida, os menos
favorecidos fazem a descoberta da leitura popular. "Se Deus
esteve com aquele povo no passado, então Ele está também
conosco nesta luta que fazemos para nos libertar. Ele escuta
também o nosso clamor!" (cf. Ex 2:24;3:7). Nasce assim, uma
nova experiência com Deus e a vida, que se torna o critério mais
determinante da leitura popular e que menos aparece nas suas
interpretações. Pois o olhar verdadeiro não se enxerga, porque
nem tudo que está escrito é interpretado de maneira uniforme.
Inicialmente, o contato com a Palavra de Deus era
distante do povo. Era o livro do clero, mas agora Ela chegou perto
da sociedade em geral. O que era inacessível começou a fazer
parte da vida das pessoas. E junto com a sua Palavra, o próprio
Deus se aproximou, “Vocês que antes estavam longe foram
trazidos para perto!” (Ef 2:13). Porém, há dificuldades para a
sociedade avaliar a experiência de novidade e de gratuidade que
isto representa para as pessoas excluídas e sem esperança.
Assim, aos poucos, foi surgindo uma nova maneira de se
olhar a Bíblia e a sua interpretação. Ela já não é vista como um
livro estranho que pertence ao clero, mas uma comunicação de
Deus para os homens, como diz em 1 Cor 10:11, "escrito para nós
5. que tocamos o fim dos tempos". Às vezes, ela chega a ser o
primeiro instrumento de uma análise mais crítica da realidade.
Pouco a pouco, cresce a descoberta de que a Palavra de
Deus não está só na Bíblia, mas também na vida, e de que o
objetivo principal da leitura da Bíblia não é interpretá-la, mas sim
interpretar a vida com a ajuda da Bíblia, em Gn 28:16 diz que,
“Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia”.
A Bíblia entra na vida do povo não pela porta da
imposição autoritária, mas pela porta da experiência pessoal e
comunitária. Ela se faz presente não como um livro que impõe
uma doutrina de cima para baixo, mas como uma Boa Nova que
revela a presença libertadora de Deus na vida e na luta do povo.
Os que participam dos grupos bíblicos, eles mesmos se
encarregam de divulgar esta Boa Notícia e atraem outras pessoas.
“Vinde ver um homem que me contou toda a minha vida!” (Jo
4:29).
Pois o sentido da Bíblia não é só uma ideia ou uma
mensagem que se capta com a razão e se objetiva por meio de
raciocínios; é também um sentir, um conforto que é sentido com o
coração, “para que, pela perseverança e pela consolação que nos
proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4).
6. que tocamos o fim dos tempos". Às vezes, ela chega a ser o
primeiro instrumento de uma análise mais crítica da realidade.
Pouco a pouco, cresce a descoberta de que a Palavra de
Deus não está só na Bíblia, mas também na vida, e de que o
objetivo principal da leitura da Bíblia não é interpretá-la, mas sim
interpretar a vida com a ajuda da Bíblia, em Gn 28:16 diz que,
“Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia”.
A Bíblia entra na vida do povo não pela porta da
imposição autoritária, mas pela porta da experiência pessoal e
comunitária. Ela se faz presente não como um livro que impõe
uma doutrina de cima para baixo, mas como uma Boa Nova que
revela a presença libertadora de Deus na vida e na luta do povo.
Os que participam dos grupos bíblicos, eles mesmos se
encarregam de divulgar esta Boa Notícia e atraem outras pessoas.
“Vinde ver um homem que me contou toda a minha vida!” (Jo
4:29).
Pois o sentido da Bíblia não é só uma ideia ou uma
mensagem que se capta com a razão e se objetiva por meio de
raciocínios; é também um sentir, um conforto que é sentido com o
coração, “para que, pela perseverança e pela consolação que nos
proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4).