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Conflitos Étnicos
na Ásia
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• Os conflitos étnicos acontecem por
diferenças de religião, nacionalidade e por
questões políticas. No continente asiático
podemos encontrar 60% da população
mundial, numa mistura de várias etnias.
• Por isso, os conflitos étnicos são comuns
nessa região.
• Nas duas últimas décadas do século XX,
alguns conflitos étnico-nacionalistas
destacaram-se pelo grande número de
pessoas envolvidas e a violência empregada.
Paquistão
As minorias étnico-
religiosas que vivem no
Paquistão são objeto de
discriminação por parte
dos muçulmanos - a
imensa maioria da
população.
Os urdus (povo de origem
indiana), em especial, têm
protestado contra a
discriminação de que são
vítimas em relação a
empregos, vagas nas
universidades, cargos
políticos etc. Desde a
década de 1970, violentos
choques entre urdus e
muçulmanos vêm
ocorrendo no Paquistão.
3
Sri Lanka
No Sri Lanka há um forte
movimento separatista
representado pela minoria
tâmil. Os tâmeis concentram-
se principalmente na
península de Jafna, norte do
país.
Um importante movimento
guerrilheiro de origem tâmil
vem lutando, desde 1983,
contra o exército do Sri Lanka,
obtendo significativas vitórias
na parte norte da ilha. Esse
fato - juntamente com a
atuação da Índia, favorável ao
separatismo tâmil - vem
provocando no governo do Sri
Lanka uma disposição de
negociar e conceder a
autonomia a esse povo,
criando assim a pátria tâmil.
4
Oriente Médio
5
6
O domínio que o Império Turco-Otomano exercia sobre boa parte do Oriente
Médio, o qual prevaleceu até a Primeira Guerra Mundial, foi praticamente
substituído pela ocupação inglesa e francesa, que se prolongou até a década
de 1940. Durante esse último período, ocorreu um processo de grande
fragmentação territorial dessa região. Após essa década, os ingleses e
franceses foram afastados do Oriente Médio, consolidando o processo de
independência de vários países e favorecendo a criação do Estado de Israel,
em 1948.
A independência desses países não significou o fim dos conflitos na região.
Ao contrário, após a Segunda Guerra Mundial, o Oriente Médio transformou-
se no principal foco de tensão mundial em função da criação do Estado de
Israel; dos interesses econômicos e estratégicos das grande potências pelo
controle das jazidas de petróleo; das disputas internas pelo poder numa
região marcada por regimes autoritários; dos conflitos religiosos; e das más
condições de vida da maioria da população.
A herança da Guerra Fria é outro importante fator da instabilidade e de
intensificação dos conflitos. Durante esse período, os Estados Unidos e a
URSS armaram exércitos e grupos de oposição, fortalecendo ditaduras e
grupos terroristas. Atualmente, parcela significativa das vendas de
armamentos dos Estados Unidos destina-se a países do Oriente Médio.
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GUERRAS ENTRE
ISRAEL E OS
PAÍSES ÁRABES
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A região da Palestina é o território histórico de dois povos: judeus e
palestinos. Os judeus ocuparam a região há mais de 4 mil anos, mas
se espalharam pelo mundo devido à repressão sofrida durante o
Império Romano. Os palestinos são formados por uma mistura de
povos, como filisteus (que ocupavam a Faixa de Gaza), cananeus (que
habitavam a Cisjordânia) e árabes, os quais impuseram sua cultura,
tradição e a religião islâmica. Os palestinos habitaram a região por um
período contínuo de cerca de dois mil anos.
A partir do final do século XIX, com a criação da Organização Sionista
Mundial (1897), cuja sede fica na Suíça, o movimento sionista
começou a organizar a migração de judeus à Palestina, visando a
formação de uma pátria judaica. Na primeira metade do século XX, o
aumento da população judaica na região, estimulado pela compra de
terras e pelo estabelecimento de diversas colônias, foi contínuo e
relativamente pacífico.
10
No entanto, depois da Primeira Guerra Mundial, quando os
britânicos, que passaram a controlar a região, cogitaram a criação
de um Estado judaico (Declaração de Balfour), essa migração
tornou-se bastante conflituosa. O secretário das relações exteriores
britânico, Arthur Balfour, encorajava a colonização Palestina por
judeus e apoiava o estabelecimento de um "lar nacional judaico na
Palestina", o qual teria proteção britânica.
A perseguição e o massacre imposto aos judeus pelos nazistas, na
Segunda Guerra Mundial, foi fundamental para o apoio
internacional à formação do Estado de Israel, em 1948. A divisão do
território da Palestina entre judeus e palestinos, já fazia parte de
acordos firmados entre Estados Unidos, Reino Unido e URSS. Em
1947, a ONU aprovou o plano de partilha da Palestina e a criação do
Estado de Israel, que ocupava 57% daquele território.
A formação de um Estado judaico no Oriente Médio provocou a
reação contrária dos países árabes. Ainda em 1948, Egito, Jordânia,
Líbano e Síria invadiram Israel, dando início à Primeira Guerra
Árabe-Israelense (1948-1949).
11
A questão
Palestina
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Nos conflitos ocorridos após a criação do Estado de Israel, os
palestinos foram bastante prejudicados. Na partilha estabelecida
pela ONU, eles ficaram com 43% das terras da região. Após a
Primeira Guerra Árabe-Israelense, transformaram-se em uma nação
sem território.
As guerras envolvendo árabes e israelenses expulsaram milhares de
palestinos de suas terras, que se refugiaram em acampamentos no
Líbano, na Síria, no Egito e na Jordânia. Desorganizados, espalhados
por diversos países e enfraquecidos militarmente, os palestinos
criaram várias organizações terroristas para lutar contra o Estado de
Israel, entre elas a Al Fatah, em 1959, e a Organização para a
Libertação da Palestina (OLP), em 1964.
No final da década de 1960, a OLP foi reconhecida pela ONU como
única e legítima organização representante dos interesses do povo
palestino. Em 1969, Yasser Arafat, palestino nascido no Egito,
assumiu a presidência da organização. Até 1987, Arafat utilizava
métodos extremistas - atos de terrorismo - para alcançar seus
objetivos. Em 14 de dezembro de 1988, o líder da OLP apresentou
um plano de paz na Assembleia Geral da ONU, no qual reconhecia o
Estado de Israel.
14
Esse acontecimento marcou o início de uma nova fase para a OLP, que
conquistou mais espaço no campo diplomático, passando a negociar
com os Estados Unidos e, posteriormente, com Israel. No dia 13 de
setembro de 1993, após dois meses de negociações secretas mediadas
pelo governo da Noruega, Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzak
Rabin, assinaram um acordo de paz na Casa Branca, Estados Unidos,
que ficou conhecido como Acordo de Oslo.
Por esse acordo, a faixa de Gaza e parte da Cisjordânia - incorporadas
por Israel, em 1967, na Guerra dos Seis Dias - foram devolvidas aos
palestinos e se tornaram regiões autônomas. Foi criada, também, a
Autoridade Nacional Palestina (ANP), entidade liderada por Arafat, com
sede em Ramallah, na Cisjordânia. A ANP passou a ser a representação
legal dos palestinos e responsável pela administração dos seus
territórios. Em setembro de 1995, um novo acordo estendeu a
autonomia a outras 456 cidades da Cisjordânia.
RETOMADA E
INTENSIFICAÇÃO
DOS CONFLITOS
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16
No final da década de 1990, as negociações entre Israel e a
ANP tornaram-se extremamente difíceis. Em 2000, Ariel
Sharon, que no ano seguinte seria escolhido primeiro-
ministro de Israel, visitou a Esplanada das Mesquitas (local
mais sagrado para os muçulmanos em Jerusalém),
provocando a segunda Intifada.
A partir desse acontecimento, instaurou-se uma espiral
de violência: de um lado, atentados suicidas fomentados
por grupos radicais palestinos contra israelenses; de outro,
retaliações a essas agressões, com ações militares
promovidas pelo exército israelense. Israel colocou o
exército dentro da ANP e passou a retaliar todos os
suspeitos de integrar grupos terroristas, promovendo, ao
mesmo tempo, ataques à população civil palestina.
QUARTETO DE
MADRI E MAPA DO
CAMINHO
17
18
Em 2003, contando com o apoio da ONU, da União
Europeia, dos Estados Unidos e da Rússia (Quarteto
de Madri), líderes palestinos e judeus reuniram-se
na capital espanhola para estabelecer os primeiros
passos na consolidação de um acordo de paz
proposto pelos Estados Unidos. Chamado de Mapa
do Caminho, objetivava amenizar o sentimento
antiamericano e demonstrar o interesse do governo
Bush em buscar uma solução negociada para a crise
no Oriente Médio.
O acordo previa, entre outras medidas, a
constituição de um Estado palestino em 2005, cujas
fronteiras seriam aquelas existentes até a Guerra dos
Seis Dias. Segundo a proposta original, várias etapas
deveriam ser cumpridas por judeus e palestinos até
2005, entre elas, na sequência:
19
• fim das ações terroristas de organizações palestinas,
retirada das tropas israelenses e remoção dos
assentamentos judaicos dos territórios palestinos;
• convocação de eleições e elaboração de uma Constituição
democrática para o novo Estado palestino, bem como a
delimitação de suas fronteiras;
• fortalecimento político e econômico do novo Estado,
apoiado por toda a comunidade internacional.
Quarteto Reunido no
prédio da ONU em New
York
20
Limites às
Negociações de
Paz
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22
Existem ainda outros impasses para se atingir um acordo de paz
definitivo entre israelenses e palestinos. Um deles é a cidade de
Jerusalém. Israel a declara como capital indivisível do país; já os
palestinos não abrem mão de incorporá-la a um futuro Estado da
Palestina. O extremismo de grupos judeus e palestinos, contrários
a qualquer processo de negociação, constituem outro obstáculo à
paz na região.
23
Em 2006, o Hamas conquistou legitimamente o poder e manteve a posição
de não reconhecimento do Estado de Israel e a oposição a qualquer
negociação de paz. Essas circunstâncias isolaram internacionalmente a ANP
e determinaram o corte da ajuda financeira proveniente da União Europeia e
dos Estados Unidos, quantia correspondente, na época, a cerca de metade
de toda a receita da ANP. Além disso, essa situação colocou em confronto
direto os dois principais grupos palestinos da atualidade: o Hamas (que
controla a faixa de Gaza) e o Fatah, de Mahmoud Abbas (que controla as
terras palestinas da Cisjordânia).
Em 2009, o governo de Binyamin Netanyahu entravou as negociações com a
ANP ao permitir a ampliação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o
que inviabiliza a formação de um território palestino contínuo. Israel passou
a admitir a existência de um Estado Palestino desmilitarizado, sem a
possibilidade de controle de suas fronteiras, de seu espaço aéreo e sem
capacidade de defesa. O governo de Barack Obama posicionou-se contrário
às ações de Netahyahu e, pela primeira vez, os Estados Unidos endossaram a
posição palestina nas negociações, no que diz respeito à interrupção dos
assentamentos judaicos.
A questão Curda
24
25
Outro conflito étnico-nacionalista ao continente
asiático é bastante peculiar, pois envolve uma nação
cuja população se encontra distribuída por seis países
: Iraque, Armênia, Azerbaijão, Turquia, Síria e Irã
Trata-se dos Curdos,
que constituem a
maior nação do
mundo sem Estado,
somando mas de 26
milhões de pessoas,
das quais 14
milhões vivem na
Turquia
26
Os curdos têm raízes muito remotas no Oriente Médio, na antiga
Mesopotâmia. Apesar de serem um povo islâmico, mantêm suas próprias
tradições e costumes, e habitam a região conhecida como Curdistão há
mais de 2.600 anos. O movimento separatista curdo sofreu, e sofre
repressão no Iraque e na Turquia.
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1937 - 2006) ordenou a matança
de milhares de curdos e autorizou, nesse massacre, o uso de armas
químicas, após a Guerra do Golfo de 1991. Na guerra dos Estados Unidos
contra o Iraque, os curdos colaboraram com a coalizão na luta contra as
tropas iraquianas e conquistaram relativa autonomia nas terras que
ocupavam, situadas ao norte do Iraque.
Na Turquia, o ensino da língua curda nas escolas é proibido, assim como a
comemoração de suas datas nacionais. A luta pela formação de um
Curdistão independente sempre foi duramente reprimida pelos sucessivos
governos turcos. Por outro lado, grupos guerrilheiros ligados ao Partido dos
Trabalhadores Curdos (PKK) promoveram uma série de atentados com o
objetivo de desestabilizar o governo e conquistar a independência.
A guerra civil da
Síria
27
28
A Guerra Civil da Síria é um conflito que teve início após uma
sucessão de grandes protestos da população a partir do mês de
janeiro de 2011. Um mês depois, o tom das manifestações ficou
mais agressivo e elas se tornaram rebeliões armadas
influenciadas pelas diversas revoltas que ocorriam ao mesmo
tempo no Oriente Médio: a Primavera Árabe.
Poucos esperavam que a Síria se envolvesse nesses
movimentos. No entanto, em Março de 2011, o próprio governo
sírio deu o primeiro passo. As forças de segurança abriram fogo
contra as pessoas que se reuniram em uma mesquita em Deraa,
cidade do Sul da Síria, onde discutiam a respeito da prisão de
jovens que haviam feito pichações de protesto contra o regime
sírio de Bashar al-Assad.
O massacre em Deraa desencadeou uma série de
manifestações antigoverno por todo país, e em pouco tempo,
transformou-se em uma guerra civil.
China
29
30
Dos cerca de 1 bilhão e 300
milhões de habitantes da
China, mais de 90% pertencem
à etnia han. No entanto, outras
55 etnias que representam
menos de 10% da população
total do país ocupam mais da
metade do território,
especialmente em regiões que
atingem grandes dimensões
nas áreas desérticas e
montanhosas do oeste e norte
do país. Em algumas províncias
dessa região, a população
original e majoritária considera
o povo chinês um ocupante
ilegítimo e luta por sua
independência e autonomia.
Tibete
31
32
O Tibete é uma vasta região situada a sudoeste do território
da China. Apesar de ter constituído um Estado
independente entre 1911 e 1950, a China alega que o Tibete
faz parte do seu território desde o século XIII. Os tibetanos
afirmam que o domínio chinês na região não foi constante
nem contínuo.
No ano posterior à Revolução Socialista de 1949, o Tibete
foi novamente anexado pela China Popular. Antes
institucionalizado como Estado teocrático, o Tibete, sob o
domínio chinês, passou por grandes transformações, como a
supressão do poder da aristocracia religiosa e civil, a
abolição da servidão rural e da escravidão doméstica e a
redistribuição de terras. Além disso, o planalto tibetano e a
cidade de Lhasa, capital dessa província autônoma,
receberam um grande contingente de migrantes chineses de
origem han.
33
A reação diante da anexação,
durante a década de 1950,
colocou em confronto as forças
de ocupação e parte da
população tibetana separatista,
organizada no Exército de
Defesa da Religião, que atacou
a todos que apoiavam a
incorporação do Tibete à China
Popular. No entanto, essa
reação foi esmagada pelo
exército vermelho de Mao Tsé-
Tung. O líder espiritual do
Tibete, o Dalai Lama, exilou-se
em 1959, na cidade indiana de
Dharamsala, onde vive até
hoje.
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35
Em 1989, uma onda de movimentos pela democratização do regime
chinês foi acompanhada por uma nova revolta de monges budistas e
de civis. O governo chinês, além de impor a lei marcial, restringiu a
relativa autonomia religiosa e cultural ainda presente no Tibete.
Em 2008, novas manifestações levaram monges e jovens separatistas
às ruas em Lhasa, Drepung, Sera, Gansu e Gamden, locais onde se
situam importantes monastérios. Apesar da recomendação do Dalai
Lama para que empregassem uma estratégia de luta apoiada na não
violência e centrassem suas reivindicações na autonomia, os rebeldes
tibetanos insistiram em sinalizar sua luta pela independência com
ataques a cidadãos civis de origem chinesa e autoridades alinhadas
com o governo de Pequim. Mais uma vez, o Estado chinês reprimiu os
manifestantes com violência. Na ocasião, a atenção mundial estava
focada na China, em função da Olimpíada ali realizada, fato que
ampliou negativamente a repercussão dos acontecimentos e da
repressão ocorridos nessa região autônoma.
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em 2008
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  • 2. 2 • Os conflitos étnicos acontecem por diferenças de religião, nacionalidade e por questões políticas. No continente asiático podemos encontrar 60% da população mundial, numa mistura de várias etnias. • Por isso, os conflitos étnicos são comuns nessa região. • Nas duas últimas décadas do século XX, alguns conflitos étnico-nacionalistas destacaram-se pelo grande número de pessoas envolvidas e a violência empregada.
  • 3. Paquistão As minorias étnico- religiosas que vivem no Paquistão são objeto de discriminação por parte dos muçulmanos - a imensa maioria da população. Os urdus (povo de origem indiana), em especial, têm protestado contra a discriminação de que são vítimas em relação a empregos, vagas nas universidades, cargos políticos etc. Desde a década de 1970, violentos choques entre urdus e muçulmanos vêm ocorrendo no Paquistão. 3
  • 4. Sri Lanka No Sri Lanka há um forte movimento separatista representado pela minoria tâmil. Os tâmeis concentram- se principalmente na península de Jafna, norte do país. Um importante movimento guerrilheiro de origem tâmil vem lutando, desde 1983, contra o exército do Sri Lanka, obtendo significativas vitórias na parte norte da ilha. Esse fato - juntamente com a atuação da Índia, favorável ao separatismo tâmil - vem provocando no governo do Sri Lanka uma disposição de negociar e conceder a autonomia a esse povo, criando assim a pátria tâmil. 4
  • 6. 6 O domínio que o Império Turco-Otomano exercia sobre boa parte do Oriente Médio, o qual prevaleceu até a Primeira Guerra Mundial, foi praticamente substituído pela ocupação inglesa e francesa, que se prolongou até a década de 1940. Durante esse último período, ocorreu um processo de grande fragmentação territorial dessa região. Após essa década, os ingleses e franceses foram afastados do Oriente Médio, consolidando o processo de independência de vários países e favorecendo a criação do Estado de Israel, em 1948. A independência desses países não significou o fim dos conflitos na região. Ao contrário, após a Segunda Guerra Mundial, o Oriente Médio transformou- se no principal foco de tensão mundial em função da criação do Estado de Israel; dos interesses econômicos e estratégicos das grande potências pelo controle das jazidas de petróleo; das disputas internas pelo poder numa região marcada por regimes autoritários; dos conflitos religiosos; e das más condições de vida da maioria da população. A herança da Guerra Fria é outro importante fator da instabilidade e de intensificação dos conflitos. Durante esse período, os Estados Unidos e a URSS armaram exércitos e grupos de oposição, fortalecendo ditaduras e grupos terroristas. Atualmente, parcela significativa das vendas de armamentos dos Estados Unidos destina-se a países do Oriente Médio.
  • 7. 7
  • 8. GUERRAS ENTRE ISRAEL E OS PAÍSES ÁRABES 8
  • 9. 9 A região da Palestina é o território histórico de dois povos: judeus e palestinos. Os judeus ocuparam a região há mais de 4 mil anos, mas se espalharam pelo mundo devido à repressão sofrida durante o Império Romano. Os palestinos são formados por uma mistura de povos, como filisteus (que ocupavam a Faixa de Gaza), cananeus (que habitavam a Cisjordânia) e árabes, os quais impuseram sua cultura, tradição e a religião islâmica. Os palestinos habitaram a região por um período contínuo de cerca de dois mil anos. A partir do final do século XIX, com a criação da Organização Sionista Mundial (1897), cuja sede fica na Suíça, o movimento sionista começou a organizar a migração de judeus à Palestina, visando a formação de uma pátria judaica. Na primeira metade do século XX, o aumento da população judaica na região, estimulado pela compra de terras e pelo estabelecimento de diversas colônias, foi contínuo e relativamente pacífico.
  • 10. 10 No entanto, depois da Primeira Guerra Mundial, quando os britânicos, que passaram a controlar a região, cogitaram a criação de um Estado judaico (Declaração de Balfour), essa migração tornou-se bastante conflituosa. O secretário das relações exteriores britânico, Arthur Balfour, encorajava a colonização Palestina por judeus e apoiava o estabelecimento de um "lar nacional judaico na Palestina", o qual teria proteção britânica. A perseguição e o massacre imposto aos judeus pelos nazistas, na Segunda Guerra Mundial, foi fundamental para o apoio internacional à formação do Estado de Israel, em 1948. A divisão do território da Palestina entre judeus e palestinos, já fazia parte de acordos firmados entre Estados Unidos, Reino Unido e URSS. Em 1947, a ONU aprovou o plano de partilha da Palestina e a criação do Estado de Israel, que ocupava 57% daquele território. A formação de um Estado judaico no Oriente Médio provocou a reação contrária dos países árabes. Ainda em 1948, Egito, Jordânia, Líbano e Síria invadiram Israel, dando início à Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949).
  • 11. 11
  • 13. 13 Nos conflitos ocorridos após a criação do Estado de Israel, os palestinos foram bastante prejudicados. Na partilha estabelecida pela ONU, eles ficaram com 43% das terras da região. Após a Primeira Guerra Árabe-Israelense, transformaram-se em uma nação sem território. As guerras envolvendo árabes e israelenses expulsaram milhares de palestinos de suas terras, que se refugiaram em acampamentos no Líbano, na Síria, no Egito e na Jordânia. Desorganizados, espalhados por diversos países e enfraquecidos militarmente, os palestinos criaram várias organizações terroristas para lutar contra o Estado de Israel, entre elas a Al Fatah, em 1959, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964. No final da década de 1960, a OLP foi reconhecida pela ONU como única e legítima organização representante dos interesses do povo palestino. Em 1969, Yasser Arafat, palestino nascido no Egito, assumiu a presidência da organização. Até 1987, Arafat utilizava métodos extremistas - atos de terrorismo - para alcançar seus objetivos. Em 14 de dezembro de 1988, o líder da OLP apresentou um plano de paz na Assembleia Geral da ONU, no qual reconhecia o Estado de Israel.
  • 14. 14 Esse acontecimento marcou o início de uma nova fase para a OLP, que conquistou mais espaço no campo diplomático, passando a negociar com os Estados Unidos e, posteriormente, com Israel. No dia 13 de setembro de 1993, após dois meses de negociações secretas mediadas pelo governo da Noruega, Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzak Rabin, assinaram um acordo de paz na Casa Branca, Estados Unidos, que ficou conhecido como Acordo de Oslo. Por esse acordo, a faixa de Gaza e parte da Cisjordânia - incorporadas por Israel, em 1967, na Guerra dos Seis Dias - foram devolvidas aos palestinos e se tornaram regiões autônomas. Foi criada, também, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), entidade liderada por Arafat, com sede em Ramallah, na Cisjordânia. A ANP passou a ser a representação legal dos palestinos e responsável pela administração dos seus territórios. Em setembro de 1995, um novo acordo estendeu a autonomia a outras 456 cidades da Cisjordânia.
  • 16. 16 No final da década de 1990, as negociações entre Israel e a ANP tornaram-se extremamente difíceis. Em 2000, Ariel Sharon, que no ano seguinte seria escolhido primeiro- ministro de Israel, visitou a Esplanada das Mesquitas (local mais sagrado para os muçulmanos em Jerusalém), provocando a segunda Intifada. A partir desse acontecimento, instaurou-se uma espiral de violência: de um lado, atentados suicidas fomentados por grupos radicais palestinos contra israelenses; de outro, retaliações a essas agressões, com ações militares promovidas pelo exército israelense. Israel colocou o exército dentro da ANP e passou a retaliar todos os suspeitos de integrar grupos terroristas, promovendo, ao mesmo tempo, ataques à população civil palestina.
  • 17. QUARTETO DE MADRI E MAPA DO CAMINHO 17
  • 18. 18 Em 2003, contando com o apoio da ONU, da União Europeia, dos Estados Unidos e da Rússia (Quarteto de Madri), líderes palestinos e judeus reuniram-se na capital espanhola para estabelecer os primeiros passos na consolidação de um acordo de paz proposto pelos Estados Unidos. Chamado de Mapa do Caminho, objetivava amenizar o sentimento antiamericano e demonstrar o interesse do governo Bush em buscar uma solução negociada para a crise no Oriente Médio. O acordo previa, entre outras medidas, a constituição de um Estado palestino em 2005, cujas fronteiras seriam aquelas existentes até a Guerra dos Seis Dias. Segundo a proposta original, várias etapas deveriam ser cumpridas por judeus e palestinos até 2005, entre elas, na sequência:
  • 19. 19 • fim das ações terroristas de organizações palestinas, retirada das tropas israelenses e remoção dos assentamentos judaicos dos territórios palestinos; • convocação de eleições e elaboração de uma Constituição democrática para o novo Estado palestino, bem como a delimitação de suas fronteiras; • fortalecimento político e econômico do novo Estado, apoiado por toda a comunidade internacional. Quarteto Reunido no prédio da ONU em New York
  • 20. 20
  • 22. 22 Existem ainda outros impasses para se atingir um acordo de paz definitivo entre israelenses e palestinos. Um deles é a cidade de Jerusalém. Israel a declara como capital indivisível do país; já os palestinos não abrem mão de incorporá-la a um futuro Estado da Palestina. O extremismo de grupos judeus e palestinos, contrários a qualquer processo de negociação, constituem outro obstáculo à paz na região.
  • 23. 23 Em 2006, o Hamas conquistou legitimamente o poder e manteve a posição de não reconhecimento do Estado de Israel e a oposição a qualquer negociação de paz. Essas circunstâncias isolaram internacionalmente a ANP e determinaram o corte da ajuda financeira proveniente da União Europeia e dos Estados Unidos, quantia correspondente, na época, a cerca de metade de toda a receita da ANP. Além disso, essa situação colocou em confronto direto os dois principais grupos palestinos da atualidade: o Hamas (que controla a faixa de Gaza) e o Fatah, de Mahmoud Abbas (que controla as terras palestinas da Cisjordânia). Em 2009, o governo de Binyamin Netanyahu entravou as negociações com a ANP ao permitir a ampliação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o que inviabiliza a formação de um território palestino contínuo. Israel passou a admitir a existência de um Estado Palestino desmilitarizado, sem a possibilidade de controle de suas fronteiras, de seu espaço aéreo e sem capacidade de defesa. O governo de Barack Obama posicionou-se contrário às ações de Netahyahu e, pela primeira vez, os Estados Unidos endossaram a posição palestina nas negociações, no que diz respeito à interrupção dos assentamentos judaicos.
  • 25. 25 Outro conflito étnico-nacionalista ao continente asiático é bastante peculiar, pois envolve uma nação cuja população se encontra distribuída por seis países : Iraque, Armênia, Azerbaijão, Turquia, Síria e Irã Trata-se dos Curdos, que constituem a maior nação do mundo sem Estado, somando mas de 26 milhões de pessoas, das quais 14 milhões vivem na Turquia
  • 26. 26 Os curdos têm raízes muito remotas no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia. Apesar de serem um povo islâmico, mantêm suas próprias tradições e costumes, e habitam a região conhecida como Curdistão há mais de 2.600 anos. O movimento separatista curdo sofreu, e sofre repressão no Iraque e na Turquia. O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1937 - 2006) ordenou a matança de milhares de curdos e autorizou, nesse massacre, o uso de armas químicas, após a Guerra do Golfo de 1991. Na guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, os curdos colaboraram com a coalizão na luta contra as tropas iraquianas e conquistaram relativa autonomia nas terras que ocupavam, situadas ao norte do Iraque. Na Turquia, o ensino da língua curda nas escolas é proibido, assim como a comemoração de suas datas nacionais. A luta pela formação de um Curdistão independente sempre foi duramente reprimida pelos sucessivos governos turcos. Por outro lado, grupos guerrilheiros ligados ao Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) promoveram uma série de atentados com o objetivo de desestabilizar o governo e conquistar a independência.
  • 27. A guerra civil da Síria 27
  • 28. 28 A Guerra Civil da Síria é um conflito que teve início após uma sucessão de grandes protestos da população a partir do mês de janeiro de 2011. Um mês depois, o tom das manifestações ficou mais agressivo e elas se tornaram rebeliões armadas influenciadas pelas diversas revoltas que ocorriam ao mesmo tempo no Oriente Médio: a Primavera Árabe. Poucos esperavam que a Síria se envolvesse nesses movimentos. No entanto, em Março de 2011, o próprio governo sírio deu o primeiro passo. As forças de segurança abriram fogo contra as pessoas que se reuniram em uma mesquita em Deraa, cidade do Sul da Síria, onde discutiam a respeito da prisão de jovens que haviam feito pichações de protesto contra o regime sírio de Bashar al-Assad. O massacre em Deraa desencadeou uma série de manifestações antigoverno por todo país, e em pouco tempo, transformou-se em uma guerra civil.
  • 30. 30 Dos cerca de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes da China, mais de 90% pertencem à etnia han. No entanto, outras 55 etnias que representam menos de 10% da população total do país ocupam mais da metade do território, especialmente em regiões que atingem grandes dimensões nas áreas desérticas e montanhosas do oeste e norte do país. Em algumas províncias dessa região, a população original e majoritária considera o povo chinês um ocupante ilegítimo e luta por sua independência e autonomia.
  • 32. 32 O Tibete é uma vasta região situada a sudoeste do território da China. Apesar de ter constituído um Estado independente entre 1911 e 1950, a China alega que o Tibete faz parte do seu território desde o século XIII. Os tibetanos afirmam que o domínio chinês na região não foi constante nem contínuo. No ano posterior à Revolução Socialista de 1949, o Tibete foi novamente anexado pela China Popular. Antes institucionalizado como Estado teocrático, o Tibete, sob o domínio chinês, passou por grandes transformações, como a supressão do poder da aristocracia religiosa e civil, a abolição da servidão rural e da escravidão doméstica e a redistribuição de terras. Além disso, o planalto tibetano e a cidade de Lhasa, capital dessa província autônoma, receberam um grande contingente de migrantes chineses de origem han.
  • 33. 33
  • 34. A reação diante da anexação, durante a década de 1950, colocou em confronto as forças de ocupação e parte da população tibetana separatista, organizada no Exército de Defesa da Religião, que atacou a todos que apoiavam a incorporação do Tibete à China Popular. No entanto, essa reação foi esmagada pelo exército vermelho de Mao Tsé- Tung. O líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama, exilou-se em 1959, na cidade indiana de Dharamsala, onde vive até hoje. 34
  • 35. 35 Em 1989, uma onda de movimentos pela democratização do regime chinês foi acompanhada por uma nova revolta de monges budistas e de civis. O governo chinês, além de impor a lei marcial, restringiu a relativa autonomia religiosa e cultural ainda presente no Tibete. Em 2008, novas manifestações levaram monges e jovens separatistas às ruas em Lhasa, Drepung, Sera, Gansu e Gamden, locais onde se situam importantes monastérios. Apesar da recomendação do Dalai Lama para que empregassem uma estratégia de luta apoiada na não violência e centrassem suas reivindicações na autonomia, os rebeldes tibetanos insistiram em sinalizar sua luta pela independência com ataques a cidadãos civis de origem chinesa e autoridades alinhadas com o governo de Pequim. Mais uma vez, o Estado chinês reprimiu os manifestantes com violência. Na ocasião, a atenção mundial estava focada na China, em função da Olimpíada ali realizada, fato que ampliou negativamente a repercussão dos acontecimentos e da repressão ocorridos nessa região autônoma.
  • 36. Monge tibetano enfrentando a polícia na cidade de Lhasa - Tibete, em 2008 36