Este diálogo entre o Mui Venerável Mestre e os Vigilantes explica os símbolos e significados do Grau de Mestre de Marca. O diálogo destaca que todos são iguais na Loja e trabalham juntos para construir uma sociedade melhor, com a sabedoria como ferramenta principal.
1. Rito de York - Mergulhando nos Graus Capitulares Nº 7. janeiro/2013
Primeiro Diálogo de um MdM
João Guilherme da Cruz Ribeiro
Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil
The General Grand Chapter of
Filiado a
Royal Arch Masons, International
2. Primeiro Diálogo de um MdM
Este diálogo foi apresentado em 18 de junho de 2004
pelo Comp. José Alexandre Seba, no Capítulo José
Guimarães Gonçalves Nº 1, MRA.
Havia sido criado de forma despretensiosa pelo autor,
como uma introdução às instruções do Grau de MdM.
Entretanto, foi tão bem recebido que, por
asil
unanimidade, o escolhemos como instrução, como peça de
abertura do Trabalho Fiel, para que servisse de estímulo à
o Br
criatividade de outros Maçons do Real Arco, igualmente
rco d
inspirados.
eal A
“Trabalho Fiel” – Nº 3 Ano 2 Janeiro de 2006.
do R
Em memória de Salomão,
Rei de Israel, Hiram, Rei
ons
de Tiro, Hiram Abif, o
Maç
Construtor, e para
Glória do Senhor.
lo de
pítu
e Ca
rand
MVM (*) - Irmãos 1º e 2º Vigilantes, alguns dos
mo G
obreiros de nossa oficina nos têm trazido umas
poucas dúvidas que, decidi, serão esclarecidas por
vós, uma vez que, em breve, com a Graça do Senhor,
re
Sup
ocupareis o Trono que um dia nosso querido Rei
Salomão usou para deliberar e ordenar.
MVM – Irm. 1º Vigilante, por que o Mestre de Marca
veste o avental de companheiro?
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3. 1º V - Porque, numa Loja de Mestre de Marca, todos
somos artesãos das pedreiras, governados por um
artesão de grande conhecimento e sabedoria, que
ocupa o lugar de Mui Venerável Mestre, dirigidos por
dois artesãos Vigilantes, e orientados e inspecionados
por 3 artesãos Supervisores.
MVM - Mas não somos denominados Mestres?
1º V - Sim, Mui Venerável Mestre, somos todos
reconhecidos mestres em nossas artes de oficio.
Passamos pelo tempo de aprendizagem e trabalhamos
com afinco nas pedreiras e em nossas próprias
asperezas.
Somos Mestres por termos apresentado provas de
perícia na arte real; por termos sidos cumpridores de
nossos juramentos e compromissos para com nossos
Irmãos de ofício.
Por não termos sucumbido ao desânimo que nos
arrasta ao abismo da dúvida e da incerteza, nos
mostramos dignos de conquistar a marca dos que se
responsabilizam por seus atos e pela procura de seus
ideais mais puros.
MVM – Irm. 2º V, o que significa a vossa marca?
2º V - Que sou reconhecido digno Companheiro onde
quer que me apresente como tal. Ao recebê-la, em
uma Loja de Mestres de Marca, legal e devidamente
constituída, erigida a Deus e dedicada a Hiran Abif,
passei a fazer parte do Livro de Registro dos dignos
artífices da Arte de Construir uma sociedade mais
justa.
MVM - Este costume é privilégio só dos Maçons, Irm.
2º V ?
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4. 2º V - Não, MVM, desde os tempos mais antigos até
nossos dias, este hábito é a Lei. Assim é que os
diversos artífices das diferentes especialidades
provam seu valor, baseados em suas capacidades
reais.
Na antiguidade, o conhecimento da escrita e da leitura
era reservado a poucos e, dessa forma, os
trabalhadores de metais preciosos, como prata e ouro,
de louças e de cristais, da metalurgia e da arquitetura,
asil
os moveleiros, os escultores e pintores, os
o Br
responsáveis pela construção social, como os
Senadores de Roma, os juízes e os sacerdotes, entre
rco d
outros, recebiam, de suas Corporações de Oficio, o
registro de sua marca e, com ele, os direitos inerentes
eal A
à sua qualidade e os deveres morais contidos nos
códigos de conduta dessas corporações.
do R
Com essa marca, distinguiam-se dos demais.
ons
MVM - O que vos induz vossa marca, Irm. 1º V ?
Maç
1º V - Que cada um de nos é senhor de seus atos. Que
lo de
somos responsáveis pelas consequências de nossas
ações. Que, apesar de sermos iguais, o verdadeiro
pítu
valor de cada homem está em sua capacidade
individual de trabalho, em suas ações, em suas boas
e Ca
ou más intenções e nas consequências por elas
provocadas.
rand
Enfim, significa que nosso trabalho, nossos atos e
mo G
ações ecoarão por toda eternidade.
MVM - Em uma oficina onde trabalham os Mestres de
re
Sup
Marca, quantos Obreiros usam a espada?
1º V - Apenas um, Mui Venerável Mestre, o Marechal. É
seu dever zelar para que a lei seja respeitada e que a
ordem seja mantida nas questões em que a malícia, a
ignorância e a insensatez venham a perturbar a ordem
dos trabalhos e a harmonia que deve existir entre os
obreiros.
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5. MVM - É a espada um símbolo de nobreza entre os
Maçons do Real Arco, Irm. 2º V ?
2º V - Não, Mui Venerável Mestre. A espada é, assim
como o maço, o cinzel e o esquadro, mais uma
ferramenta de trabalho. Como tal, deve ser sempre
usada com força na justa necessidade, com
inteligência e com exatidão evitando exageros. Os
asil
Maçons devem ser equipados com as ferramentas
o Br
apropriadas. Isso nos ensina que devemos escolher,
com muito cuidado, os meios pelos quais
rco d
pretendemos atingir nossos objetivos.
eal A
MVM - Qual a mais nobre ferramenta que nos dotou o
Senhor, Irm. 2º V ? do R
2º V - A inteligência, MVM. A possibilidade de
ons
escolher e decidir. Todos os Companheiros desta Loja
Maç
foram feitos Mestres de Marca de livre e espontânea
vontade.
lo de
Para nós, todos os instrumentos de trabalho são
símbolos de nobreza, pois todos servem à Nobre Arte
pítu
de transformar, criar, construir e preservar.
Todos os instrumentos utilizados pelos
e Ca
Companheiros de uma Oficina de Mestre de Marca
devem ser utilizados em conjunto com o maior dos
rand
instrumentos a nós ofertado pelo Senhor: a
mo G
inteligência produtiva.
Dessa forma, o trabalho em uma Oficina Maçônica
re
se torna sagrado.
Sup
MVM – Irm. 1º V, qual a ferramenta de trabalho do
Irm. Capelão?
1º V – A Fé, MVM. O Irm. Capelão nos ajuda a manter a
fé inabalável no Senhor de nossos corações. Sem essa
fé, todo o esforço se tomaria inócuo. A fé em Deus
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6. nos permite acreditar em nós mesmos e no bom
resultado de nossos trabalhos. É o que mantém vivos
nossos ideais e nossa esperança por dias melhores. É
o que nos impulsiona a fazer parte na grande obra,
pessoal e social.
É o diferencial entre o sucesso e o lamentável
fracasso, O Irm. Capelão usa suas sacras palavras
como ferramenta de transmissão da fé que todo
asil
Maçom deve possuir no Grande Construtor dos
o Br
Mundos.
rco d
MVM - E o Livro das Sagradas Escrituras, Irm. 1º V ?
eal A
1º V - O Livro das Sagradas Escrituras é a Palavra, a
personificação do Senhor entre nós, o toque divino
do R
que dá vida à Matéria, representada pelo Esquadro em
conjunção com o Espírito, este representado pelo
ons
Compasso. Sua presença torna sacro nosso ofício e
Maç
nos lembra que nossas ações devem estar à altura da
expectativa divina, que devemos trabalhar para a
lo de
Glória do Senhor, honrando Seu nome.
Quando não somos capazes de bem interpretar
pítu
as palavras do Senhor, somos auxiliados pelo Irm.
Capelão em sua pregação e guiados por vossa
e Ca
sabedoria, Mui Venerável Mestre.
rand
MVM - Para que o MVM se senta no Oriente, Irm. 1º V ?
mo G
1º V - Porque ali surge a Luz da Sabedoria,
re
representada por vós, Mui Venerável Mestre,
Sup
extinguindo as trevas com seu governo sobre a
Oficina e os Obreiros. Portanto, a ferramenta de
trabalho do MVM é a Sabedoria, semelhança e símbolo
da sabedoria de Salomão. Essa é a Luz que o Senhor
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7. asperge e difunde sobre vós e todos aqueles que
tomam, regularmente, vosso assento e que reflete em
cada um de nós.
Essa Luz ilumina a Loja dos Mestres de Marca,
mantendo a perfeição dos trabalhos, proporcionando
temperança, tolerância, piedade, justiça, fé, caridade,
conhecimento, prudência e liderança. A má utilização
asil
dessa ferramenta provoca a desorganização e a
o Br
insatisfação, impossibilitando que os trabalhos se
concluam bem e no esquadro.
rco d
A satisfação e a harmonia que deve ser
proporcionada pelo MVM aos Obreiros de sua Oficina
eal A
são a força e o sustentáculo de todas as Instituições,
especialmente a nossa. Por isso, os Obreiros devem
do R
tomar parte efetiva na escolha de seu líder. A
sabedoria de todos, somada, refletirá na escolha,
ons
desde que a organização da Oficina esteja baseada em
Maç
critérios justos.
lo de
MVM - Irm. 2º V, por que a palavra é franca ?
pítu
2º V - Pelas mesmas razões citadas pelo Comp.
Primeiro Vigilante, Mui Venerável Mestre.
e Ca
Critérios justos pressupõem justiça com direitos e
rand
deveres iguais para todos e que todos possam se
expressar livremente. A liberdade de pensar de nada
mo G
adiantaria sem a liberdade de se expressar.
A todos é permitido tentar mudar as possíveis
re
imperfeições da obra a que se dedicam, ou seja, a
Sup
expressão de todos os Obreiros vai moldar a pedra a
ser erguida pelo MVM à sua posição final. Junto ao
direito de se expressar, está a obrigação de ouvir e
bem compreender a expressão alheia, mesmo que dela
não se compartilhe.
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8. Em uma Loja de Mestres de Marca, a palavra é
franca aos Irmãos por três vezes. Esta é uma sábia
fórmula para extinguir insatisfações, possíveis
desentendimentos ou injustiças e esclarecer
quaisquer dúvidas reinantes, de forma que a
satisfação seja melhor alcançada ao final dos
trabalhos.
asil
MVM – Por que vos sentais ao Sul. Irm. 2º V ?
o Br
2º V - Para experimentar a energia do Sol em seu
rco d
zênite, vivenciando assim a intensidade da Luz do
eal A
Senhor.
Sou a testemunha da eterna vitória da Luz sobre
as trevas.
do R
Sob a determinação do MVM, ordeno e garanto o
direito de todos os Companheiros à recreação e à
ons
meditação, sempre cuidando para que não se desviem
Maç
da Lei.
De meu assento, testemunho que os Obreiros são
lo de
chamados ao trabalho profícuo durante o tempo de
Luz e que, durante o seu necessário oposto, as trevas,
pítu
eles se mantenham afastados do trabalho do Senhor.
e Ca
MVM - E vós, Irm. 1º V, por que vos sentais no
rand
Ocidente?
mo G
1º V - Para melhor testemunhar o pôr do Sol e
testemunhar, também, a presença do Senhor na eterna
re
dualidade Luz e Trevas, garantindo o sacro ternário,
Sup
onde a Luz, a cada nascer do Sol, prevalece.
Para pagar aos Obreiros o que lhes é devido,
porque a todos é garantido o justo e divino direito de
pagamento por seu trabalho, atos e pensamentos.
Para garantir a Harmonia dos trabalhos com a
satisfação dos Obreiros.
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9. Para ordenar, por determinação do MVM, o
devido descanso daqueles que trabalham arduamente.
MVM - Qual o dever do Irm. 2º Diác, ao abrir e fechar
uma Oficina de Mestres de Marca, Irm. 2º V ?
2º V - Manter o Irm. Cobridor informado, para que
asil
nossos trabalhos fiquem cobertos e seguros de outros
o Br
que não os escolhidos Mestres de Marca.
rco d
MVM – Irm. 1º V, isto significa que nossos
conhecimentos devem ser mantidos distantes deles?
eal A
1º V - Não, MVM. A luz de nossos conhecimentos deve
do R
ser difundida a todos, mas não nossos segredos,
porque muitos serão chamados, mas poucos serão
ons
escolhidos. Dessa forma, cada um de nós deve ser
Maç
como um facho de luz a iluminar, onde quer que
estejamos.
lo de
MVM – Irm. 2º V, qual o dever dos Mestres
pítu
Supervisores?
e Ca
2º V - Inspecionar os trabalhos que se tragam para a
rand
construção. Baseados nas Leis da Arte Real, julgá-los,
aprovando ou rejeitando-os.
mo G
MVM – Irm. 1º V, são o Mestres Supervisores
re
infalíveis?
Sup
1º V - Não, MVM. Em uma Loja de Mestre de Marca,
nós somos todos falíveis. Somos como pedras
rejeitadas, imperfeitas e fora do esquadro, mas que,
talvez por essa mesma razão, também a Pedra
Fundamental na obra do Senhor.
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10. O Senhor trabalha com amor sobre nós,
corrigindo nossas imperfeições. O nosso desejo e
súplicas na procura da perfeição é uma forma de
glorificar a Deus e a nós mesmos.
Ele não nos faltará. Além disso, quem dentre nós
está em condições de julgar o sentido de perfeição e
as intenções do Senhor?
asil
1º V - MVM, tenho uma pergunta que vos quero fazer.
o Br
De que forma devemos trabalhar para fazermos
rco d
jus ao melhor salário?
eal A
MVM - Meus Irmãos, o melhor salário é obtido com o
do R
mais despretensioso dos trabalhos, aquele onde só a
intenção de servir na Grande Obra do Senhor, da
melhor forma possível, é o que realmente importa.
ons
É o trabalho desprovido da esperança de
Maç
pagamento e convicto na fé de que o Senhor proverá.
O melhor trabalho é aquele que é livre da
lo de
dissimulação, da hipocrisia e da maledicência, tão
comuns à natureza imperfeita do ser humano.
pítu
O melhor trabalho é aquele que combate a
e Ca
ignorância e a insensatez. É o trabalho praticado por
homens livres, que não usam o véu da liberdade para
rand
encobrir a malícia.
O melhor trabalho serve a todos de forma
mo G
fraterna, assim como serve a Deus.
O melhor trabalho não é considerado, pelo
re
Maçom, como trabalho cansativo e obrigatório, mas
Sup
como um sacerdócio, como uma obra sagrada, como
um dever de oficio, do qual não devemos nos negar,
mesmo na presença de perigos e sacrifícios.
Se trabalharmos dessa forma, por certo, sem que
esperemos, faremos jus ao melhor de todos os
salários o reconhecimento divino e suas dádivas.
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11. MVM (*) - Está encerrado este tempo de estudos e
meditações !
r
r
asil
o Br
rco d
eal A
Saiba mais:
do R
ons
Maç
lo de
pítu
e Ca
rand
mo G
re
Sup
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12. Rito de York - Mergulhando nos Graus Capitulares - Jorge R. L. Simões, PGSS, KT
Fontes:
-Trabalho do Comp. José Alexandre Seba, MRA -Past SS
- “Trabalho Fiel” – Nº 3 Ano 2 Janeiro de 2006.
Fiel”
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