10. O que é?
• San Bartolo é um pequeno sítio arqueológico maia
pré-colombiano situado no departamento de Petén
no norte da Guatemala, a nordeste de Tikal e
distante aproximadamente 80 km do assentamento
mais próximo. A fama de San Bartolo deriva das suas
magníficas pinturas murais do pré-clássico tardio
ainda com fortes influências olmecas bem como de
exemplos de escrita maia inicial e até ao momento
indecifrável.
11. O Mito por trás do Mural
• Segundo o que defendem Saturno, Stuart e Taube, os murais nas paredes norte e oeste da câmara na base da pirâmide-
templo ('Pinturas Sub-1') representam elementos da mitologia da criação maia remniscentes do Popol Vuh bem como das
tradições cosmológicas iucatecas.
• O mural da parede norte[4] compreende duas cenas. Uma cena situa-se em frente de uma gruta de montanha )pertencente
à Montanha da Flor); vários personagens caminham e ajoelham-se sobre uma grande serpente. O deus maia do milho é
representado entre um grupo de homens e mulheres, recebendo (ou talvez dando) uma cabaça. A outra cena mostra quatro
bebés, ainda com os cordões umbilicais, rodeando uma cabaça, a qual se encontra aberta e da qual emerge uma quinta
figura masculina totalmente vestida. Uma grande figura de uma deidade observa a cena.
• O mural oeste[5] tem um número muito maior de cenas. Uma parte do mural apresenta quatro imagens sucessivas de
árvores com aves, reis, e sacrifícios (consistindo de peixe, veado, peru, e flores fragrantes), às quais foi adicionada uma
quinta árvore. As cinco árvores são comparáveis às árvores direcionais do códice Borgia e àquelas mencionadas no Livro de
Chilam Balam de Chumayel; as aves associadas representam Itzamná. Os sacrifícios são comparáveis aos que se encontram
na secção do Portador do Ano do códice de Dresden. Os primeiros quatro reis são representados perfurando os seus pénis
(ver figura), derramando sangue sacrificial, e depois oferecendo um sacrifício. Estes quatro reis são interpretados como
personificações de Hunahpu. A quinta figura, associada com a quinta árvore pertencente ao centro - própria árvore da vida -
é o deus maia do milho. A representação direcional como um todo, pode referir-se ao arranjo inicial do mundo.
• Outra parte do mural ocidental representa três cenas da vida do deus do milho e a coroação de um rei, mostrando o direito
divino de governar vindo dos deuses, e fornecendo prova de que os maias tinham monarquias plenamente estabelecidas
séculos antes do que se pensava anteriormente. As três cenas do deus do milho mostram (i) um bebé de milho segurado por
um homem ajoelhado sobre as águas, (ii) o deus do milho no interior de uma gruta de tartaruga, dançando perante duas
deidades entronizadas, e (iii) o deus do milho voando no céu, ou talvez caindo do céu em direção à água. Há quem sugira
que a cena (iii) representa a morte do deus do milho.[6]