O Dia da Consciência Negra celebra a memória de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares que resistiu à escravidão até sua morte em 1695. A data homenageia a luta histórica dos negros contra a opressão e pela preservação de sua cultura.
2. Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi
escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi,
líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a
luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate,
defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao
sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no
Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e
reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional.
Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos,
sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas
escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre
resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor
branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus
descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram
sempre considerados herois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em
nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana
sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo
tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e
conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
3.
4. Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi o principal representante da
resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade
livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas. O
Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do
município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares
alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres,
de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue ao padre
jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua
portuguesa, latim, álgebra e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém,
aos 15 anos de idade, fugiu de Porto Calvo para viver no quilombo dos Palmares. Na comunidade, deixou de
ser Francisco para ser chamado de Zumbi (que significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto de
tribo imbagala de Angola).
No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como
um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a
cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga
Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos
quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.
Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência
contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias
vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e
organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos
Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi
consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40
anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra
a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de
sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da
Consciência Negra.
5.
6. CAPOEIRA
A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura luta, dança, cultura
popular, música. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus
descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos,
utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos,
e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes
do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes
marciais é o fato de ser acompanhada por música.
A palavra capoeira tem alguns significados, um dos quais refere-se às áreas de
mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira obtivesse o nome a
partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base
escravocrata.