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MULHERES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA
Diagnóstico Participativo
Roteiro para DRP - Diagnóstico Rápido Participativo
Introdução
O Diagnóstico Rápido Participativo – DRP – é um levantamento da realidade de determinada loca-
lidade, que permite às comunidades fazer seu próprio diagnóstico, e a partir daí, começar a auto-
gerenciar seu planejamento e desenvolvimento. Em geral, é feito com uma equipe de intermedia-
ção/mediação que interfere de forma mínima no processo de análise dos/das participantes. O ob-
jetivo, mais do que a coleta de dados dos participantes, é que se inicie um processo de reflexão so-
bre os problemas da localidade e as possibilidades de solução. É através dele que desenhamos
uma visão de futuro para o município/região, definindo a vocação e o caminho para a busca do de-
senvolvimento que desejamos.
A coleta de informação primária (informação “de campo”) é realizada na comunidade onde se faz
o DRP através de grupos representativos da comunidade, até chegar a um autodiagnóstico sobre o
estado de seus recursos naturais, sua situação econômica, social e outros aspectos que se fazem
necessários de acordo com a finalidade do diagnóstico. Este pode ser complementado com dados
secundários, ou seja, aqueles coletados em fontes como o IBGE, o Índice de Desenvolvimento Hu-
mano etc..
O DRP é feito com uma finalidade, que deve ser identificada logo no início do processo. Pode ser
um diagnóstico para dar início a um projeto novo, ou para analisar um projeto já existente. Pode
ser mais geral, ou enfocar aspectos particulares, e isso determinará os dados a serem coletados, o
tempo das oficinas etc..
Um exemplo de diagnóstico completo pode ser visto na figura abaixo:
1
Esquema de processo completo de Diagnóstico Participativo.1
Proposta de Diagnóstico Participativo
Em geral, no trabalho de campo de um DRP podem-se distinguir duas etapas/momentos princi-
pais:
1. A análise/mapeamento da situação atual da localidade com seus problemas, potencialida-
des e limitações;
2. O aprofundamento desta análise na busca de soluções viáveis.
Elaboramos um roteiro simplificado (p.3) para que os grupos locais deem início à primeira etapa
do DRP em seus municípios, que tem como objetivo mapear/analisar as potencialidades dos muni-
cípios/região através do olhar das mulheres participantes do projeto “As Mulheres, o Desenvolvi-
mento Sustentável e os Direitos Humanos na Amazônia”. Dois dos três objetivos do projeto devem
ser contemplados a partir da realização deste diagnóstico e do plano de ação posterior:
 Elaborar projetos sócio-econômicos e produtivos com sustentabilidade, fortalecendo a arti-
culação das iniciativas locais – regionais de mulheres;
 Promover a participação política das mulheres organizadas nos espaços de tomada de de-
cisões das políticas públicas para a região amazônica.
1
As figuras aqui reproduzidas foram retiradas de um diagnóstico participativo realizado pelo Instituto EQÜIT junto
com o Instituto SERE – Serviços, Estudos e Realizações para o Desenvolvimento Sustentável.
2
O DRP será complementado pelo I. Equit, que fará um levantamento dos índices e dados dos vári-
os municípios envolvidos no projeto, coletados em fontes como o IBGE, Relatório do Desenvolvi-
mento Humano etc. Essas informações vão compor o diagnóstico final, e a partir deste poderemos
então construir um plano de ação integrado, inserido nos objetivos do projeto e para além dele.
O uso da metodologia participativa permitirá que as diversas participantes envolvidas contribuam
e atuem na construção própria de seus projetos sócio-econômicos e produtivos com sustentabili-
dade e adequados à realidade local, ao identificarem os eixos de desenvolvimento possíveis de se-
rem fomentados.
O mapeamento sugerido é bastante simples. Optamos pela ferramenta de um quadro com duas
colunas que contêm de um lado os aspectos “positivos” da localidade/município, e do outro os
“negativos”, dentro dos eixos de desenvolvimento sugeridos (ver pg. 4) para a primeira etapa/reu-
nião (realidade do município).
3
Roteiro: Primeiros passos
Antes de iniciar o DRP, as seguintes perguntas devem estar resolvidas:
1. Quem estará na mediaçãofacilitação do DRP?
2. Quando será realizado o diagnóstico e quanto tempo vai demorar?
3. Onde serão os encontros?
Apontamos alguns caminhos/sugestões a serem discutidos no grupo na resolução destas ques-
tões:
1. Mediação/facilitação do processo - As facilitadoras têm a responsabilidade especial de faci-
litar o processo, organizar, analisar e apresentar a informação. O ideal é que pelo menos
duas participantes responsáveis do grupo local assumam essa tarefa. Enquanto uma cuida
do processo mais ativamente, a outra estará atenta a observar e anotar questões impor-
tantes - ser um “termômetro” do processo, sentir o grupo e suas necessidades, detalhes
que podem “escapar” do olhar da primeira, voltada mais diretamente para o andamento
da oficina e seus resultados. As facilitadoras também são participantes e devem contribuir
na construção do mapeamento, mas com cuidado para não conduzir ou influenciar a fala
das outras participantes.
2. Quando/Quanto tempo – nossa sugestão é que se faça um calendário ou plano com: as in-
formações das datas propostas para as reuniões; asos participantes a serem
convocadasos; as responsáveis pela mediação; a responsável pela preparação da oficina; e
pelo relatório final. O projeto terá a duração total de 3 anos. Os diagnósticos participativos
serão o pontapé inicial, que deverão nos dar os resultados das realidades locais até o final
do ano 2014. Os questionários entregues aos grupos em junho/julho/agosto de 2014 deve-
rão retornar preenchidos com as informações necessárias até o dia 15 de setembro de
2014. Durante o Seminário Regional em Novembro de 2014, do qual participarão os três
Estados envolvidos no projeto, o I. Eqüit apresentará os resultados de todos os diagnósti-
cos incluindo dados primários e secundários. Neste sentido, é importante lembrar que te-
mos de receber o resultado da coleta de dados dos municípios mais ou menos ao mesmo
tempo (15 de Setembro), para que o diagnóstico final fique completo para cada município
de Maranhão, Amazonas e Pará, estados que formam parte do Projeto. Quanto ao número
de reuniões, sugerimos que se marque a primeira e, ao final dela, se faça uma avaliação,
repassando o resultado, analisando se algum ponto deve ser mais detalhado ou aprofunda-
do, e em seguida marcar uma segunda reunião, caso seja necessário.
3. Local - Sugerimos que seja um local de fácil acesso para as participantes. O processo de dis-
cussão pode ser cansativo e precisa de pausas, sendo ainda importante que as participan-
tes possam tomar um café/lanche, esticar as pernas, fazer uma dinâmica/mística para
“acordar”. O espaço, se possível, deve contemplar essas necessidades.
4
Roteiro: Preparação e realização do primeiro encontro
Identificação das/dos participantes potenciais
Integrantes dos movimentos locais comprometidas com o processo de elaborar um Diagnóstico
Local, lideranças da comunidade e representantes do poder público que possam contribuir para o
mapeamento de acordo com o critério discutido e estabelecido pelas facilitadoras locais (é impor-
tante que não existam barreiras culturais ou linguísticas que limitem a participação igualitária no
grupo).
Ao identificar as participantes, as facilitadoras devem-se perguntar, por ex., se todos os grupos
produtivos da localidade, etc. estão representados, se participantes-chave e lideranças estão con-
vidad@s, se há diversas faixas etárias presentes etc..
Obs.: Nessa etapa podem ser convidados participantes de ambos os sexos, mas é importante lem-
brar que haverá um momento de aprofundamento da discussão de atividades produtivas das mu-
lheres integrantes da Regional. Sugerimos que este aprofundamento seja feito na segunda reuni-
ão.
Identificação das expectativas dos/as participantes
A realização de um DRP gera expectativas n@s participantes. É importante que elas sejam ouvidas
e que se explique o objetivo do diagnóstico (isso pode ser feito durante a convocação e reafirma-
do no início da primeira oficina, após os participantes se expressarem) de forma bem clara, ou
seja, que trata-se de um mapeamento que deve revelar a situação da comunidade/município em
seus aspectos positivos e negativos, potencialidades e obstáculos, de acordo com a visão das
participantes. Esse mapeamento não garante mudanças, embora elas possam acontecer. É mais
um instrumento construído pelo grupo para provocar mudanças, a partir de um plano de ação a
ser elaborado e implementado pelo grupo. Na segunda etapa do diagnóstico serão identificados
obstáculos para satisfazer as necessidades específicas, e finalmente serão exploradas as soluções.
Informações necessárias
No primeiro momento precisamos identificar a realidade, rural ou urbana; os problemas e necessi-
dades sentidas pelasos integrantes da oficina; e também as potencialidades do município. É uma
imagem ampla da realidade local, uma análise preliminar. Depois da construção desta imagem ou
mapa, o grupo fará uma avaliação, discutindo quais são os problemas prioritários que deverão ser
aprofundados, como uma imagem/fotografia mais próxima do problema, e quando isso será feito
(se no mesmo dia ou em outra reunião).
5
Ferramentas
O quadro de aspectos positivos e negativos é uma ferramenta adequada nesse processo inicial.
Podem ser usadas folhas de papel pardo ou de papelógrafo (“flip-chart”), uma para os aspectos
negativos e outra para os positivos. Escreve-se no topo da primeira folha “aspectos positivos do
município xx” e na outra, “aspectos negativos do município xx”. Segue parte de um exemplo dessa
ferramenta após a sistematização:
Material
Folhas de papel pardo ou outra folha grande, canetas pilot, fita crepe para colar as folhas na pare-
de ou quadro.
Facilitação do Processo/Métodos
Dependendo do tamanho do grupo e de suas características, as facilitadoras podem decidir que
métodos sugeridos abaixo vão utilizar para que todas as participantes contribuam com sua visão
dos pontos positivos e negativos do município. Ou podem utilizar ambos, o que seria ideal, já que
o primeiro pode ser combinado com o segundo, ou seja, primeiro fazemos uma “tempestade de
ideias” e colhemos várias impressões do grupo, soltas (às vezes, inclusive, a facilitadora tem que
repetir, de outra forma, para se certificar da ideia antes de escrevê-la no quadro). No quadro cons-
truído ao final da tempestade de ideias, seguido de uma leitura em voz alta para o grupo, se pode-
rá perceber que pontos foram tocados várias vezes (o que pode mostrar a necessidade de apro-
fundamento no momento seguinte) e que temas não foram mencionados, mas deveriam ser. Cabe
então à facilitadora dividir o grupo em subgrupos para que reflitam mais sobre um tema ou pen-
sem no que pode ser acrescentado ao quadro (veja a lista de pontos na página seguinte).
 Tempestade de Ideias – tem como objetivo coletar, de forma bastante livre, o máximo de
ideias possíveis sobre o tema. Apresente o objetivo (de traçar a realidade do município
através da visão d@s participantes de pontos positivos e negativos) e peça para as pessoas
falarem o que lhes vier à cabeça, sem preocupação em partir de um ponto mais geral ou
mais específico. Vá escrevendo todas as contribuições da forma que aparecerem, sem co-
mentários ou questionamentos. As participantes não devem comentar as sugestões dos
outros (isso deve ficar claro na orientação da facilitadora), pois as pessoas devem sentir
que não serão julgadas nem avaliadas pelo que dizem. A lista de ideias é então utilizada
como uma base para as próximas atividades, que podem envolver a discussão/priorização
ou rejeição das ideias levantadas.
6
 Discussão em pequenos grupos ou duplas – é um método muito utilizado em oficinas.
Nele, geralmente o pequeno grupo escolhe uma representante para apresentar os resulta-
dos da discussão. Falar num grupo pequeno também permite que as pessoas com menor
grau de autoconfiança participem mais integralmente da oficina. Os grupos podem ser for-
mados por “proximidade” (participantes que trabalham ou morem próximas) ou grupos cu-
jas participantes ainda não tenham trabalhado juntas. As contribuições devem ser anota-
das pela facilitadora no quadro, ou anotadas numa ficha pelo pequeno grupo, com pilot,
para que fiquem bem visíveis; após a apresentação as fichas são coladas com fita crepe na
coluna específica (pode-se improvisar as “fichas”, dobrando e cortando uma folha A4 de
forma que obtenham-se quatro fichas).
OBS.: é importante que ao final de uma etapa, tanto na utilização do primeiro quanto do se-
gundo método, a facilitadora repasse o que foi escrito, lendo em voz alta os resultados e per-
guntando aos participantes se tudo está ali ou se faltou algo. Caso a facilitadora sinta que, por
algum motivo, faltam muitas informações para uma visão da realidade do município, pode su-
gerir ou perguntar, ao longo (pois ela também é participante) ou ao final do processo, o que os
participantes acham do tema X.
Notas das Facilitadoras. Em muitos casos, os pontos positivos podem ser considerados tam-
bém como pontos negativos. Por exemplo, os recursos hídricos (águas superficiais ou subterrâ-
neas) de um município ou região podem ser vistos como um ponto positivo, mas o seu (mau)
uso, seja por contaminação química ou outras razões, podem fazer com que seja considerado
um ponto negativo.
Eixos de Desenvolvimento – apresentamos a
seguir alguns pontos que contribuem para
compor a visão da realidade de um município.
Durante a oficina eles vão aparecer no quadro
(não todos, não nessa ordem e nem sempre
com essas palavras). Conforme a necessidade
sentida pela facilitadora e o grupo e depen-
dendo da realidade local, rural ou urbana, po-
de-se sugerir a menção de um ou mais pontos
listados ou não aqui.
- Recursos naturais – uso do espaço, flora e
fauna, zonas de cultivos, tipos de solos,
áreas de conflitos, limites de terra, tipos
de posse/propriedade, água, florestas etc.
- Condições de Vida – acesso a água e ener-
gia elétrica, a educação, moradia, lazer,
qualidade de moradia, a transporte, sane-
amento, a serviços de saúde, educação,
existência de políticas públicas e sua quali-
dade, a programas de governo etc.
7
Dicas para a Facilitadora
- Procure manter um equilíbrio nas falas, mesmo em
momentos mais “desorganizados” como a “tempestade
de idéias”; peça para que as pessoas falem uma de
cada vez, respeitando a fala d@s outr@s. Preste aten-
ção se uma pessoa monopoliza a fala e interrompa, se
necessário, para dar chance de tod@s falarem.
- As perguntas podem ajudar para que o processo seja
bastante participativo. Procure usar as perguntas cha-
madas “abertas”, ou seja, que incentivem @s partici-
pantes a falar sem serem conduzidas ou inibidas. Por
exemplo, O que vocês acham desse ponto? (e não
Este ponto não está fraco?) Procure valorizar @s parti-
cipantes, incentivando a fala: “Você que tem tanta ex-
periência na área..., o que pode me dizer em relação a
este ponto?
- A facilitadora, como o nome diz, facilita e o processo,
não o monopoliza decidindo tudo sozinha. Assim, pro-
cure evitar afirmações imperativas como “Aqui precisa
melhorar.” Procure uma forma de sempre incluir o gru-
po no processo: usar o “nós” em vez de “eu”: Podemos
melhorar esse ponto? O que vocês acham?
- Organização Social – existência/quanti-dade de ONGs e atuação, movimentos sociais orga-
nizados, conflitos etc.
- Atividades Produtivas – tipos de produção (pecuária, agricultura extensiva, monocultura,
agricultura familiar?), comercialização, turismo, artesanato etc.
- Situação das Mulheres (embora este seja um ponto de aprofundamento, sugerido para a
segunda reunião, onde os temas mais específicos relacionados às atividades produtivas das
mulheres do Município serão tratados, podem surgir ideias que deverão ser anotadas para
posterior aprofundamento, ou numa segunda parte da oficina, de acordo com o que foi
discutido pelos grupos locais).
Avaliação. Ao final da reunião deve-se fazer uma avaliação com o grupo sobre o processo da
oficina: os objetivos foram atingidos? Poderia ser melhor? Quais as sugestões, em termos de
métodos, para uma próxima oficina? As opiniões devem ser anotadas e não questionadas pe-
las facilitadoras. Não é um momento de réplicas, mas de acolher a visão das participantes.
Obs.: Uma vez alcançado o objetivo de termos uma visão da realidade ampla do município, o
próximo passo será o aprofundamento das questões específicas das mulheres das comunida-
des ou dos diversos movimentos participantes. Poderemos enviar um pequeno roteiro com
dicas para essa oficina, caso seja necessário.
Sistematização dos resultados. As informações coletadas devem ser sistematizadas, ou seja,
passadas para um documento do Word, seja em forma de quadro/tabela, como o exemplo da
figura da pg. 5, ou em forma lista de pontos.
Uma dica: quanto antes se fizer a sistematização, mais fácil é lembrar-se de detalhes que po-
dem enriquecer o documento final.
Observações importantes:
- Providenciar lista de presença com dados de profissão e também de ocupação d@s partici-
pantes para se ter uma ideia da diversidade do grupo.
- Confirmar, após a reunião os nomes dos municípios a serem “diagnosticados”, para que
possamos contribuir com a pesquisa de dados secundários nos censos e outras fontes.
- Assim que esta primeira etapa estiver sistematizada, por favor, enviar o mais rapidamente
possível para o I. Eqüit:
Instituto Eqüit – Gênero, Economia e Cidadania Global
Rua da Lapa, 180. Salas 908 e 909. Lapa
Rio de Janeiro / RJ CEP: 20.021-180
- Qualquer dúvida na utilização do roteiro escrevam para equit@equit.org.br
Rogéria@equit.org.br ; e Erika@equit.org.br
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Diagnostico participativo

  • 1. MULHERES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA Diagnóstico Participativo Roteiro para DRP - Diagnóstico Rápido Participativo Introdução O Diagnóstico Rápido Participativo – DRP – é um levantamento da realidade de determinada loca- lidade, que permite às comunidades fazer seu próprio diagnóstico, e a partir daí, começar a auto- gerenciar seu planejamento e desenvolvimento. Em geral, é feito com uma equipe de intermedia- ção/mediação que interfere de forma mínima no processo de análise dos/das participantes. O ob- jetivo, mais do que a coleta de dados dos participantes, é que se inicie um processo de reflexão so- bre os problemas da localidade e as possibilidades de solução. É através dele que desenhamos uma visão de futuro para o município/região, definindo a vocação e o caminho para a busca do de- senvolvimento que desejamos. A coleta de informação primária (informação “de campo”) é realizada na comunidade onde se faz o DRP através de grupos representativos da comunidade, até chegar a um autodiagnóstico sobre o estado de seus recursos naturais, sua situação econômica, social e outros aspectos que se fazem necessários de acordo com a finalidade do diagnóstico. Este pode ser complementado com dados secundários, ou seja, aqueles coletados em fontes como o IBGE, o Índice de Desenvolvimento Hu- mano etc.. O DRP é feito com uma finalidade, que deve ser identificada logo no início do processo. Pode ser um diagnóstico para dar início a um projeto novo, ou para analisar um projeto já existente. Pode ser mais geral, ou enfocar aspectos particulares, e isso determinará os dados a serem coletados, o tempo das oficinas etc.. Um exemplo de diagnóstico completo pode ser visto na figura abaixo: 1
  • 2. Esquema de processo completo de Diagnóstico Participativo.1 Proposta de Diagnóstico Participativo Em geral, no trabalho de campo de um DRP podem-se distinguir duas etapas/momentos princi- pais: 1. A análise/mapeamento da situação atual da localidade com seus problemas, potencialida- des e limitações; 2. O aprofundamento desta análise na busca de soluções viáveis. Elaboramos um roteiro simplificado (p.3) para que os grupos locais deem início à primeira etapa do DRP em seus municípios, que tem como objetivo mapear/analisar as potencialidades dos muni- cípios/região através do olhar das mulheres participantes do projeto “As Mulheres, o Desenvolvi- mento Sustentável e os Direitos Humanos na Amazônia”. Dois dos três objetivos do projeto devem ser contemplados a partir da realização deste diagnóstico e do plano de ação posterior:  Elaborar projetos sócio-econômicos e produtivos com sustentabilidade, fortalecendo a arti- culação das iniciativas locais – regionais de mulheres;  Promover a participação política das mulheres organizadas nos espaços de tomada de de- cisões das políticas públicas para a região amazônica. 1 As figuras aqui reproduzidas foram retiradas de um diagnóstico participativo realizado pelo Instituto EQÜIT junto com o Instituto SERE – Serviços, Estudos e Realizações para o Desenvolvimento Sustentável. 2
  • 3. O DRP será complementado pelo I. Equit, que fará um levantamento dos índices e dados dos vári- os municípios envolvidos no projeto, coletados em fontes como o IBGE, Relatório do Desenvolvi- mento Humano etc. Essas informações vão compor o diagnóstico final, e a partir deste poderemos então construir um plano de ação integrado, inserido nos objetivos do projeto e para além dele. O uso da metodologia participativa permitirá que as diversas participantes envolvidas contribuam e atuem na construção própria de seus projetos sócio-econômicos e produtivos com sustentabili- dade e adequados à realidade local, ao identificarem os eixos de desenvolvimento possíveis de se- rem fomentados. O mapeamento sugerido é bastante simples. Optamos pela ferramenta de um quadro com duas colunas que contêm de um lado os aspectos “positivos” da localidade/município, e do outro os “negativos”, dentro dos eixos de desenvolvimento sugeridos (ver pg. 4) para a primeira etapa/reu- nião (realidade do município). 3
  • 4. Roteiro: Primeiros passos Antes de iniciar o DRP, as seguintes perguntas devem estar resolvidas: 1. Quem estará na mediaçãofacilitação do DRP? 2. Quando será realizado o diagnóstico e quanto tempo vai demorar? 3. Onde serão os encontros? Apontamos alguns caminhos/sugestões a serem discutidos no grupo na resolução destas ques- tões: 1. Mediação/facilitação do processo - As facilitadoras têm a responsabilidade especial de faci- litar o processo, organizar, analisar e apresentar a informação. O ideal é que pelo menos duas participantes responsáveis do grupo local assumam essa tarefa. Enquanto uma cuida do processo mais ativamente, a outra estará atenta a observar e anotar questões impor- tantes - ser um “termômetro” do processo, sentir o grupo e suas necessidades, detalhes que podem “escapar” do olhar da primeira, voltada mais diretamente para o andamento da oficina e seus resultados. As facilitadoras também são participantes e devem contribuir na construção do mapeamento, mas com cuidado para não conduzir ou influenciar a fala das outras participantes. 2. Quando/Quanto tempo – nossa sugestão é que se faça um calendário ou plano com: as in- formações das datas propostas para as reuniões; asos participantes a serem convocadasos; as responsáveis pela mediação; a responsável pela preparação da oficina; e pelo relatório final. O projeto terá a duração total de 3 anos. Os diagnósticos participativos serão o pontapé inicial, que deverão nos dar os resultados das realidades locais até o final do ano 2014. Os questionários entregues aos grupos em junho/julho/agosto de 2014 deve- rão retornar preenchidos com as informações necessárias até o dia 15 de setembro de 2014. Durante o Seminário Regional em Novembro de 2014, do qual participarão os três Estados envolvidos no projeto, o I. Eqüit apresentará os resultados de todos os diagnósti- cos incluindo dados primários e secundários. Neste sentido, é importante lembrar que te- mos de receber o resultado da coleta de dados dos municípios mais ou menos ao mesmo tempo (15 de Setembro), para que o diagnóstico final fique completo para cada município de Maranhão, Amazonas e Pará, estados que formam parte do Projeto. Quanto ao número de reuniões, sugerimos que se marque a primeira e, ao final dela, se faça uma avaliação, repassando o resultado, analisando se algum ponto deve ser mais detalhado ou aprofunda- do, e em seguida marcar uma segunda reunião, caso seja necessário. 3. Local - Sugerimos que seja um local de fácil acesso para as participantes. O processo de dis- cussão pode ser cansativo e precisa de pausas, sendo ainda importante que as participan- tes possam tomar um café/lanche, esticar as pernas, fazer uma dinâmica/mística para “acordar”. O espaço, se possível, deve contemplar essas necessidades. 4
  • 5. Roteiro: Preparação e realização do primeiro encontro Identificação das/dos participantes potenciais Integrantes dos movimentos locais comprometidas com o processo de elaborar um Diagnóstico Local, lideranças da comunidade e representantes do poder público que possam contribuir para o mapeamento de acordo com o critério discutido e estabelecido pelas facilitadoras locais (é impor- tante que não existam barreiras culturais ou linguísticas que limitem a participação igualitária no grupo). Ao identificar as participantes, as facilitadoras devem-se perguntar, por ex., se todos os grupos produtivos da localidade, etc. estão representados, se participantes-chave e lideranças estão con- vidad@s, se há diversas faixas etárias presentes etc.. Obs.: Nessa etapa podem ser convidados participantes de ambos os sexos, mas é importante lem- brar que haverá um momento de aprofundamento da discussão de atividades produtivas das mu- lheres integrantes da Regional. Sugerimos que este aprofundamento seja feito na segunda reuni- ão. Identificação das expectativas dos/as participantes A realização de um DRP gera expectativas n@s participantes. É importante que elas sejam ouvidas e que se explique o objetivo do diagnóstico (isso pode ser feito durante a convocação e reafirma- do no início da primeira oficina, após os participantes se expressarem) de forma bem clara, ou seja, que trata-se de um mapeamento que deve revelar a situação da comunidade/município em seus aspectos positivos e negativos, potencialidades e obstáculos, de acordo com a visão das participantes. Esse mapeamento não garante mudanças, embora elas possam acontecer. É mais um instrumento construído pelo grupo para provocar mudanças, a partir de um plano de ação a ser elaborado e implementado pelo grupo. Na segunda etapa do diagnóstico serão identificados obstáculos para satisfazer as necessidades específicas, e finalmente serão exploradas as soluções. Informações necessárias No primeiro momento precisamos identificar a realidade, rural ou urbana; os problemas e necessi- dades sentidas pelasos integrantes da oficina; e também as potencialidades do município. É uma imagem ampla da realidade local, uma análise preliminar. Depois da construção desta imagem ou mapa, o grupo fará uma avaliação, discutindo quais são os problemas prioritários que deverão ser aprofundados, como uma imagem/fotografia mais próxima do problema, e quando isso será feito (se no mesmo dia ou em outra reunião). 5
  • 6. Ferramentas O quadro de aspectos positivos e negativos é uma ferramenta adequada nesse processo inicial. Podem ser usadas folhas de papel pardo ou de papelógrafo (“flip-chart”), uma para os aspectos negativos e outra para os positivos. Escreve-se no topo da primeira folha “aspectos positivos do município xx” e na outra, “aspectos negativos do município xx”. Segue parte de um exemplo dessa ferramenta após a sistematização: Material Folhas de papel pardo ou outra folha grande, canetas pilot, fita crepe para colar as folhas na pare- de ou quadro. Facilitação do Processo/Métodos Dependendo do tamanho do grupo e de suas características, as facilitadoras podem decidir que métodos sugeridos abaixo vão utilizar para que todas as participantes contribuam com sua visão dos pontos positivos e negativos do município. Ou podem utilizar ambos, o que seria ideal, já que o primeiro pode ser combinado com o segundo, ou seja, primeiro fazemos uma “tempestade de ideias” e colhemos várias impressões do grupo, soltas (às vezes, inclusive, a facilitadora tem que repetir, de outra forma, para se certificar da ideia antes de escrevê-la no quadro). No quadro cons- truído ao final da tempestade de ideias, seguido de uma leitura em voz alta para o grupo, se pode- rá perceber que pontos foram tocados várias vezes (o que pode mostrar a necessidade de apro- fundamento no momento seguinte) e que temas não foram mencionados, mas deveriam ser. Cabe então à facilitadora dividir o grupo em subgrupos para que reflitam mais sobre um tema ou pen- sem no que pode ser acrescentado ao quadro (veja a lista de pontos na página seguinte).  Tempestade de Ideias – tem como objetivo coletar, de forma bastante livre, o máximo de ideias possíveis sobre o tema. Apresente o objetivo (de traçar a realidade do município através da visão d@s participantes de pontos positivos e negativos) e peça para as pessoas falarem o que lhes vier à cabeça, sem preocupação em partir de um ponto mais geral ou mais específico. Vá escrevendo todas as contribuições da forma que aparecerem, sem co- mentários ou questionamentos. As participantes não devem comentar as sugestões dos outros (isso deve ficar claro na orientação da facilitadora), pois as pessoas devem sentir que não serão julgadas nem avaliadas pelo que dizem. A lista de ideias é então utilizada como uma base para as próximas atividades, que podem envolver a discussão/priorização ou rejeição das ideias levantadas. 6
  • 7.  Discussão em pequenos grupos ou duplas – é um método muito utilizado em oficinas. Nele, geralmente o pequeno grupo escolhe uma representante para apresentar os resulta- dos da discussão. Falar num grupo pequeno também permite que as pessoas com menor grau de autoconfiança participem mais integralmente da oficina. Os grupos podem ser for- mados por “proximidade” (participantes que trabalham ou morem próximas) ou grupos cu- jas participantes ainda não tenham trabalhado juntas. As contribuições devem ser anota- das pela facilitadora no quadro, ou anotadas numa ficha pelo pequeno grupo, com pilot, para que fiquem bem visíveis; após a apresentação as fichas são coladas com fita crepe na coluna específica (pode-se improvisar as “fichas”, dobrando e cortando uma folha A4 de forma que obtenham-se quatro fichas). OBS.: é importante que ao final de uma etapa, tanto na utilização do primeiro quanto do se- gundo método, a facilitadora repasse o que foi escrito, lendo em voz alta os resultados e per- guntando aos participantes se tudo está ali ou se faltou algo. Caso a facilitadora sinta que, por algum motivo, faltam muitas informações para uma visão da realidade do município, pode su- gerir ou perguntar, ao longo (pois ela também é participante) ou ao final do processo, o que os participantes acham do tema X. Notas das Facilitadoras. Em muitos casos, os pontos positivos podem ser considerados tam- bém como pontos negativos. Por exemplo, os recursos hídricos (águas superficiais ou subterrâ- neas) de um município ou região podem ser vistos como um ponto positivo, mas o seu (mau) uso, seja por contaminação química ou outras razões, podem fazer com que seja considerado um ponto negativo. Eixos de Desenvolvimento – apresentamos a seguir alguns pontos que contribuem para compor a visão da realidade de um município. Durante a oficina eles vão aparecer no quadro (não todos, não nessa ordem e nem sempre com essas palavras). Conforme a necessidade sentida pela facilitadora e o grupo e depen- dendo da realidade local, rural ou urbana, po- de-se sugerir a menção de um ou mais pontos listados ou não aqui. - Recursos naturais – uso do espaço, flora e fauna, zonas de cultivos, tipos de solos, áreas de conflitos, limites de terra, tipos de posse/propriedade, água, florestas etc. - Condições de Vida – acesso a água e ener- gia elétrica, a educação, moradia, lazer, qualidade de moradia, a transporte, sane- amento, a serviços de saúde, educação, existência de políticas públicas e sua quali- dade, a programas de governo etc. 7 Dicas para a Facilitadora - Procure manter um equilíbrio nas falas, mesmo em momentos mais “desorganizados” como a “tempestade de idéias”; peça para que as pessoas falem uma de cada vez, respeitando a fala d@s outr@s. Preste aten- ção se uma pessoa monopoliza a fala e interrompa, se necessário, para dar chance de tod@s falarem. - As perguntas podem ajudar para que o processo seja bastante participativo. Procure usar as perguntas cha- madas “abertas”, ou seja, que incentivem @s partici- pantes a falar sem serem conduzidas ou inibidas. Por exemplo, O que vocês acham desse ponto? (e não Este ponto não está fraco?) Procure valorizar @s parti- cipantes, incentivando a fala: “Você que tem tanta ex- periência na área..., o que pode me dizer em relação a este ponto? - A facilitadora, como o nome diz, facilita e o processo, não o monopoliza decidindo tudo sozinha. Assim, pro- cure evitar afirmações imperativas como “Aqui precisa melhorar.” Procure uma forma de sempre incluir o gru- po no processo: usar o “nós” em vez de “eu”: Podemos melhorar esse ponto? O que vocês acham?
  • 8. - Organização Social – existência/quanti-dade de ONGs e atuação, movimentos sociais orga- nizados, conflitos etc. - Atividades Produtivas – tipos de produção (pecuária, agricultura extensiva, monocultura, agricultura familiar?), comercialização, turismo, artesanato etc. - Situação das Mulheres (embora este seja um ponto de aprofundamento, sugerido para a segunda reunião, onde os temas mais específicos relacionados às atividades produtivas das mulheres do Município serão tratados, podem surgir ideias que deverão ser anotadas para posterior aprofundamento, ou numa segunda parte da oficina, de acordo com o que foi discutido pelos grupos locais). Avaliação. Ao final da reunião deve-se fazer uma avaliação com o grupo sobre o processo da oficina: os objetivos foram atingidos? Poderia ser melhor? Quais as sugestões, em termos de métodos, para uma próxima oficina? As opiniões devem ser anotadas e não questionadas pe- las facilitadoras. Não é um momento de réplicas, mas de acolher a visão das participantes. Obs.: Uma vez alcançado o objetivo de termos uma visão da realidade ampla do município, o próximo passo será o aprofundamento das questões específicas das mulheres das comunida- des ou dos diversos movimentos participantes. Poderemos enviar um pequeno roteiro com dicas para essa oficina, caso seja necessário. Sistematização dos resultados. As informações coletadas devem ser sistematizadas, ou seja, passadas para um documento do Word, seja em forma de quadro/tabela, como o exemplo da figura da pg. 5, ou em forma lista de pontos. Uma dica: quanto antes se fizer a sistematização, mais fácil é lembrar-se de detalhes que po- dem enriquecer o documento final. Observações importantes: - Providenciar lista de presença com dados de profissão e também de ocupação d@s partici- pantes para se ter uma ideia da diversidade do grupo. - Confirmar, após a reunião os nomes dos municípios a serem “diagnosticados”, para que possamos contribuir com a pesquisa de dados secundários nos censos e outras fontes. - Assim que esta primeira etapa estiver sistematizada, por favor, enviar o mais rapidamente possível para o I. Eqüit: Instituto Eqüit – Gênero, Economia e Cidadania Global Rua da Lapa, 180. Salas 908 e 909. Lapa Rio de Janeiro / RJ CEP: 20.021-180 - Qualquer dúvida na utilização do roteiro escrevam para equit@equit.org.br Rogéria@equit.org.br ; e Erika@equit.org.br 8