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CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE PAÇOS
DE BRANDÃO

       Mosteiro de são pedro de pedroso
Por: CARLOS VARELA

O Mosteiro de São Pedro de Pedroso, fica situado na freguesia e Vila de
Pedroso, interior Sul do Concelho de Vila Nova de Gaia, que tem o seu
nome com origem no Castro do Monte Murado / Castrus Petrosos, ano de
7 D.C., hoje denominado Senhora da Saúde. Era um povoado castrejo
habitado pelos Trudelos Velhos, e era servido pela Via Romana, que ligava
Olissipo a Bracara Augusta.




A fundação do Mosteiro é de difícil atribuição, contudo, parece que foi
doado por D. Gondezindo e fundado, segundo Frei Luis de S. Tomaz, no
ano de 897. Era um mosteiro masculino, e pertencia à Ordem de São
Bento. A primeira menção documentada, data de 1406. Eferonio Alvites,
segundo as observâncias monásticas peninsulares, atribui o início do
século XI, como data provável da sua fundação. Cerca de 1115 – 1120,
adoptou a Regra de São Bento e das observâncias de Cluny.

Pedroso foi Couto e teve foral, concedido por D. Afonso, por carta de 3 de
Agosto de 1128. A influência do Mosteiro, estendia-se por vasta área (37
freguesias), desde Vila Nova de gais, Santa Maria da Feira, termo de
Aveiro, Vouga, Concelho de Lafões, Santa Eulália de Vila Maior, (Concelho
de Pereira Jusã). Possuía ainda direito de representação em 11 igrejas. Em
1547, o mosteiro tinha um terço do padroado da igreja de Milheirós de
Poiares, no termo de Vila da Feira.

Desde os princípios do séc. XV até 1560, foi governado por abades
comendatários, sendo o último o Cardeal D. Henrique, que anexou as
rendas ao Colégio de Jesus de Coimbra. A comunidade beneditina
manteve-se até à morte do último monge, ocorrida em vida de Frei Leão
de São Tomás, segundo testemunho próprio.
Até 1773, o Colégio de Jesus de Coimbra manteve religiosos no mosteiro
encarregados da administração das rendas e do serviço paroquial até à
sua extinção nesse ano. Os bens foram entregues à Fazenda da
Universidade de Coimbra.



O MOSTEIRO DE SÃO PEDRO DE PEDROSO – EM – “BENEDICTINA
LUSITANA – TRATADO I.” – Por: Frei Leão de São Tomás

                               CAPITVLO VIII
          Do Mosteyro de S. Pedro de Pedroso do Bispado do Porto

De Soalhães caminhemos atê a Cidade do Porto, & passemos o Douro, hum dos
mayores rios de Hespanha, que abaixo da dita Cidade huma vé morrer no Mar Oceano,
depois de ter caminhado 120 legoas da fonte, em que nasce em o pico de huma serra
chamada Orbico, nos confins quasi de Castella, & Aragão pêra a parte de Soria, & 5
legoas acima de Garray, aonde se vê ainda ruínas de antigua, & famosa Cidade de
Numãtia terror, & eí pato da soberba Romana, pois 14 annos, ou mais se defendeo de 6
Cõsules desbaratãdo seus exércitos poderosos, & por fim de rezões quãdo os
Numatinos virão que morrião à fome, elles próprios se matarão huns soa outros, &
puzerão fogo à Cidade, & não teue Scipião Africano hum só viuo de que podesse
trumphar. Durius amnis (disse Plinio) e ex maximis Hispaniae ortus in Pelendonibus, &
iuxta Numantium &c.

Passando pois o rio Douro, & caminhado pella estrada real, que vai do porto pêra
Coimbra, têdo andado 2 legoas, acharemos á vista della pêra a parte do nascente o
Mosteyro de S. Pedro de Pedroso, do qual diz o Catalogo dos Bispos do Porto pag. 380.
O Mosteyro de S. Pedro de Pedroso foy dos Padres de S. Bento, fundação de D. Mininha
Froias, filha do Cõde D. Froias Vermoiz, bisneta do Cõde D. Monido, o I dos Pereiras: jaz
ahi enterradada, como escreue o Conde Dom Pedro tit. 7 cap.3,§ 2. O Conde D. Pedro
no dito lugar diz que o Conde Dom Froyas Vermois foy casado com D. Sanmcha, & que
della teve D. Rodrigo Froias de Trastamara (que foy casado com D. Moninha Gonçalves,
filha de D. Gonçalo Mendes da Maya o lidador,) & entre outros filhos teue também
duas filhas, das quais huma ouue nome D. Iusninha Froias, que fés o Mosteyro de
Pedroso, & outra se chamou D. Guixneya, que fez o Mosteyro de S. Martinho Iunca, &
jas a hi.

Mas ainda que concedamos, que aquela Senhora Irmã de D. Rodrigo Froias, chamada
Mininha, ou Iusninha edificou algum Mosteyro chamado Pedroso, não se segue que
fosse este nosso de Portugal; porque podia ser outro fundado em Castella, ou Galliza,
ou por ventura sete nosso reedificado, mas não fundado a primeira vez de nouo. A
rezão, que a isto me mous he, que os filhos do Conde D. Froias Vermoiz, como forão
Dom Rodrigo, Dom Pedro, Dona Mininha, & outros, o mais sedo que podião começar a
florecer seria em tempo de el Rey Dom Fernando o Magno, que começou a reynar no
anno de mil & vinta noue, ou de 32 pouco mais ou menos, & em tempo de seu filho D.
Gracia Rey de Galliza, & Portugal, cujo vassalo foy o famoso D. Rodrigo Froias, que
morreu junto a Santarem na baralha, que teue al Rey D. Gracia com seu irmão D.
Sancho Rey de Castella, pellos annos de Christo mil & setenta & hum. E por este mês no
tempo deuião de viuer as Irmãs do mesmo D. Rodrigo, que o Conde Dom Pedro faz
fundadoras dos Mosteyros sobreditos.

Daqui se colhe que o nosso Mosteyro de Pedroso fundado duas legoas do Porto não
podia ser edificado por Dona Mininha irmã de Dom Rodrigo Froias, pois temos escritura
muyto mais antiga, cuja data he na era de 935 que vem a ser anno de Christo 897, na
qual se faz menção do Mosteyro, poronde já naquelle tempo estaua fundado. A
escritura, que digo deuemos ao nosso Padre Fr. Bernardo de Braga, que fielmente a
tresladou do seu original, que se conserua no dito Mosteyro, & por via de hum Padre da
Companhia de ISEV morador no Collegio de Coimbra, de quem hoje he o dito Mosteyro,
tiue o mesmo tralado (am da que com o Latim bárbaro daquelle tempo).

Nota:

Optou-se por se publicar apenas a “Explicação da Escritura de Dom Gonsesindo”, uma
vez que a transcrição da referida “Escrutura” em «latim bárbaro», como refere Frei
Leão de São Tomás, se torna desnecessária, para os assuntos versados nestes
“Apontamentos”.

                                    § I

                  Explicação da Escritura de Dom Gondesindo

Este era o latim daquelles tempos antigos. A substantia delle em nosso Portuguez vem
a dizer que Dom Gondesindo filho, que foy de Heronio auo materno do nosso S.
Rosendo, & de Adosinda sua mulher, foy casado com huma senhora chamada
Enderquina, por sobrenome Palla filha do Duque, ou Capitão Mendo Guetterres, & de
sua molher Dona Ermisenda, aqul Enderquina era irmã inreyra da Rainha Dona Eluira,
ou Eruila molher del Rey de Leam, Portugal, & Galiza D. Ordonho segundo deste nome,
& mãy do Principe Dom Ramiro, que depois foy Rey segundo entre os Ramiros. De
maneyra que o Duque D. Mendo Gutterres era sogro del Rey Dom Ordonho, & Dom
Gondesindo cunhado da Rainha Dona Eluira. Estes senhores tão illustres tiuerão hum
filho chamado Suario, & três filhas cujos nomes forão Ermisenda, Adosinda, & Froyla, a
qual Froyla nasceu com algum aleyjão corporal, ou como outros querem, não teue seu
juízo perfeyto, exp’licando assim aquellas palauras (Et illa Froyla fuit: cum infirmitate
nata in nostropeccato, quia non est pró integrato sedere, &c.). E desta imperfeyção,
com que a filha nasceu, tomarão estes senhores motiuo pêra offerecer a Deos o quinto
de sua fazenda, & fazerem alguns Mosteyros nas terras, que possuião entre os rios
Douro, & Bouga, & entre o Douro, & Tamega. O primeyro, que nomeão he hum de S.
Miguel o Anjo fundado no lugar de Azevedo de entre o Douro, & Bouga, outro no lugar
de Sanganhedo dedicado a São Christouão, no qual lugar dizem que estava edificado a
Igreja de S. Eulalia de tempos mais antigos. E fizerão doação ao Mosteyro de S. Miguel
de Azevedo de ametade da Villa de Focinos, & de toda a Villa inteyra de Azevedo,
aondeo Mosteyro de S. Miguel estaua fundado.

Derão mais ao Mosteyro de S. Pedro de Pedroso a mesma Villa de Sanguedo inteyrapor
seus ter minosantigos, & a Villa de Adreriz, aqual ouuerão de hum Mouro Abdelga.
Estes foram os Mosteyros, que edificarão entre os rios Douro, & Bouga. Outros
fnjdàrão entre o Douro, & Tamega, hum delles se chamou de S. Pedro no
lugarchamado Dide, ao qual derão o mesmo lugar inteyro, & outro chamado Salzeto; &
outros que vay nomeando, de que não temos memoria alguma. Todos estes Mosteyros
diz que entregarão ao Abbade Dom Desterigo, & á Abbadeça Dona Giluira, debayxo de
cujo emparo auia de fiquarsua filha Dona Froyla, pêra cujo seriuçolhe deyxou cem
seruos, entre homens, & molheres, pêra a seruirem em quanto fosse viua, & que depois
de sua morte fiquassem liures, & forros.

E dspois disto acrescenta Dom Gondesindo, que morreu sua companheyra Dona
Enderquina, & que fez partilhas com suas filhas, Ermesenda, Adosinda, & Froyla,
declarando que Adosinda casara com Ansur sem sua licença. A família dos Ansures
daquelles tempos era das mais illustres, por ser muy chegada ao sangue Real, de Leão.
Morreu Ansur, & ficou Adosinda viuua, & sem filhos, que delle tiuesse, & fez um
Mosteyro no lugar chamado S. Marinha, do qual lhe fez doação; & outras herdades,
que couberão à sua parte, fez também doação dellas ao Mosteyro de Sanhuedo por
nome D. Pedro de Pedroso, & ao de S. Eulalia, que no mesmo lugar estaua fundado, &
ainda hoje S. Eulalia de Sanguedo he Abbadia secular, que rende cento & vinte mil reis,
como diz o Cathalago dos Bispos do Porto pag. 380. Deu mais a dita Adosinda ao
Mosteyro de Pedroso a quarta parte do lugar de Quiayos junto á Villa de Buarcos, &
ametade da Igreja de S. Mamede fundada nas ribeyras do rio Bougaços lugares de
Seueril, Esmoriz, & Bigas.

Conclue Gondesindo seu testamento, dizendo que deyxa ao Mosteyro de Pedroso o
Mosteyro da Labra, aonde estauão Reliquias de Martyres, com o Sagrado Lenho da
Cruz de Christo, & outras Igrejas, como são a de S. Eulalia de Gonderiz, a Igreja de S.
Martinho de Vallongo, & outra Igreja de S. Pedro de Kaufo, Igrejas quevierão à parte de
sua filha Froyla, & de tudo faziáo doação ao Moateyro de S. Pedro de Pedroso, & aos
Religiosos & Religiosas, que ahi habitauão, & que Deos pello tempo adiante trouxesse
ao mesmo Mosteyro, & perseucrassem em vida santa, & que tudo isto entregaua ao
dito Abbade Dom Desterigo, pêra que gouernasse todos aquelles Mosteyros, como
curador de sua filha Dona Froyla, que auia de estar em poder d’Abbadeça Dona Eluira,
encommendandolhe que tiuessem os ditos Mosteyros bem reparados, & que seus
sucessores não podessem vender, dar, nem testar alguma cousa das sobreditas, de que
lhe fazia doação sobpena de serem excomungados, & malditos, condemnados cõ Iudas
traidor, &c. Foy feyto este testamento, ou doação a vinte & sinquo de Feuereyo da era
935 que vinha a ser anno de Christo 897. Este D. Godesindo foy tio do nosso S. Rosendo
irmão de sua mãy Ilduara, & quando Gonsesindo fez esta doação ainda o santo não era
nascido, porque nasceo no anno 907, por onde não he o Rosendo Diacono que asina a
doação.

                                        §

Della se colhe primeyramente, que o Mosteyro de S. Pedro de Pedroso não foy fundado
por aquella senhora Dona Mininha irmã de Dom Rodrigo Froias, pois nesta doação
feyta tantos annos d’antes, que a dita Dona Mininha florecese, se acha feyta menção
do Mosteyro de S. Pedro de Pedroso. E do Capitulo seguinte constara, que foy Pedroso
dotado por D. Tello Gutterres trinta annos antes que D. Gondesindo lhe fizesse à
sobredita sua doação, sinal he logo, que já antes della, o Mosteyro de Pedroso existia.

Mais era huma escritura do tempo del Rey D. Ioão o I, que faz a el Rey D. Affonso
Henriques fundador de Pedroso. Verdade he que o encoutou por 700 liuras, que o
Mosteyro lhe deu (como diz huma escritura feyra na era de 1166 que he anno de
Christo 1128 aqual mecommunicou hum Religioso da Companhia de ISEV com outra
que logo faremos menção).

Colhese em segundo lugar, que este Mosteyro de Pedroso foy duplex (como mstrão
aquellas palauras, ad Frates, & Sorores, quae ibi sunt habitantes, &c.). E confirmasse
com huma escritura da era de 1340, que he anno de Christo 1302 na qual se diz que
duas Freyras do Mosteyro de Semide sito no Bispado de Coimbra, se sairão do dito
Mosteyro com authoridade do Papa (que deuia ser Bonifacio VIII) & vierão viuer
debayxo da obediência do Abbade de Pedroso, que lhe constituhio reçoens, & ellas
derão ao Mosteyro certos casaes na terra da Feyra, que oje pertencem ao Mosteyto de
Villa Coua, do qual trataremos logo no Capitulo X. Dõde alguns conjecturão que às
Freyras de Pedroso, se passarão ao Mosteyrode Villa Coua.

Da religião deste insigne Mosteyro de Pedroso, & da Obseruancia da S. Regra não
temos outra proua mais que aquella, que nos mostra o liuro das Collaçoens, ou
praticas, que os Abbades delle fasráo a seus Monges, porque dellas se colhe
claramente, a santidade, & Religião, que no dito Mosteyro florecia. Podese ver a que
apontamos no primeyro tomo, tratando do Mosteyro de S. Maria de Miranda, & a que
fez o Abbade Dom Pelayo na era de 994 que he vndecima entre as mais; diz assim,
Fulcite vos floribus, stipate vos malis, respiciet enim Deus, & Sanctissimus Pater
noster Benedictus super domum istam suam, qua ab initio antiquitús fiorens cuns
tota Ecclesia Regni huius reflorere c.epit. Querem dizer em nossa lingoagem.
Ornayuos hirmãos de flores, cercayuos de pomos (de virtude entende, & graças) porque
Deos, & o nosso Sanctissimo Patriarcha S. Bento porá os olhos nesta sua casa, que
florecendo antigamente desde seu principio em santidade, & Religião, começou a
reflorecer com toda a Igreja deste Reyno.

Donde o nosso Padre Fr. Ioãp do Apocalypse tomou motiuo pêra cõjecturar que este
Mosteyro de Pedroso foy edificado a primeyra vês antes da destruição de Hespanha.
Porque do tempo, em que Dom Gondesindo fez a sobredita doação á Pedroso atê o
tempo, em que o Abbade Dom Pelayo fez a sua collação a seu Mõges, não ouue mais
que sincoenta & noue annos, porque foy feyta na era de 994 & Dom Gindesindo faz
menção do Mosteyro de Pedroso na era de 935. E parece que sincoenta, & tantos
annos não he espaço de tempo bastante pêra se dizer que florecendo a casa de
Pedroso antigamente desde seu pricipio começaua a reflorecer com as Igrejas do
Reyno, & pêra se verificar aquella clausula, qae ab initio antiquitus florens tota
Ecclesia Regni huius reflorere c.epit. E accrescento eu, que nesta escritura de Dom
Gondesindo, ainda que se faz menção do muyto, que doou ao Mosteyro de Pedroso,
não se diz expressamente, que elle o fundasse. Mas isto sirua só de conjectura, & não
de proua bastante.

Perseurou este Mosteyro de Pedroso pello menos seiscentos, & tantos annos na
Religião do Patriarchà S. Bento de bayxo de sua S. Regra. Com o fauor do Cardeal Dom
Henrique, irmão del Rey Dom Ioão terceyro, & Administrador ou Commendatario deste
Mosteyro se extinguiu, & deu à Sagrada Religião da Companhia de IESVS, vnindo hoje
ao seu Collegio de Coimbra. Em nosos tempos vuia o vltimo Monge deste Mosteyro,
chamado Fr. Aleyxo; E o Mosteyro próprio, (ainda que nos braços da Companhia) se
tem por só, vendosesem seus Monges anrigos, como diz o disthico seguinte.




                En Petrus Monachis sociatus tempore longo

                  Quomodo nùne solus, cum socialis, adeftè.
Mosteiro de são pedro de pedroso

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Mosteiro de são pedro de pedroso

  • 1. CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE PAÇOS DE BRANDÃO Mosteiro de são pedro de pedroso Por: CARLOS VARELA O Mosteiro de São Pedro de Pedroso, fica situado na freguesia e Vila de Pedroso, interior Sul do Concelho de Vila Nova de Gaia, que tem o seu nome com origem no Castro do Monte Murado / Castrus Petrosos, ano de 7 D.C., hoje denominado Senhora da Saúde. Era um povoado castrejo habitado pelos Trudelos Velhos, e era servido pela Via Romana, que ligava Olissipo a Bracara Augusta. A fundação do Mosteiro é de difícil atribuição, contudo, parece que foi doado por D. Gondezindo e fundado, segundo Frei Luis de S. Tomaz, no ano de 897. Era um mosteiro masculino, e pertencia à Ordem de São Bento. A primeira menção documentada, data de 1406. Eferonio Alvites, segundo as observâncias monásticas peninsulares, atribui o início do
  • 2. século XI, como data provável da sua fundação. Cerca de 1115 – 1120, adoptou a Regra de São Bento e das observâncias de Cluny. Pedroso foi Couto e teve foral, concedido por D. Afonso, por carta de 3 de Agosto de 1128. A influência do Mosteiro, estendia-se por vasta área (37 freguesias), desde Vila Nova de gais, Santa Maria da Feira, termo de Aveiro, Vouga, Concelho de Lafões, Santa Eulália de Vila Maior, (Concelho de Pereira Jusã). Possuía ainda direito de representação em 11 igrejas. Em 1547, o mosteiro tinha um terço do padroado da igreja de Milheirós de Poiares, no termo de Vila da Feira. Desde os princípios do séc. XV até 1560, foi governado por abades comendatários, sendo o último o Cardeal D. Henrique, que anexou as rendas ao Colégio de Jesus de Coimbra. A comunidade beneditina manteve-se até à morte do último monge, ocorrida em vida de Frei Leão de São Tomás, segundo testemunho próprio.
  • 3. Até 1773, o Colégio de Jesus de Coimbra manteve religiosos no mosteiro encarregados da administração das rendas e do serviço paroquial até à sua extinção nesse ano. Os bens foram entregues à Fazenda da Universidade de Coimbra. O MOSTEIRO DE SÃO PEDRO DE PEDROSO – EM – “BENEDICTINA LUSITANA – TRATADO I.” – Por: Frei Leão de São Tomás CAPITVLO VIII Do Mosteyro de S. Pedro de Pedroso do Bispado do Porto De Soalhães caminhemos atê a Cidade do Porto, & passemos o Douro, hum dos mayores rios de Hespanha, que abaixo da dita Cidade huma vé morrer no Mar Oceano, depois de ter caminhado 120 legoas da fonte, em que nasce em o pico de huma serra chamada Orbico, nos confins quasi de Castella, & Aragão pêra a parte de Soria, & 5 legoas acima de Garray, aonde se vê ainda ruínas de antigua, & famosa Cidade de Numãtia terror, & eí pato da soberba Romana, pois 14 annos, ou mais se defendeo de 6 Cõsules desbaratãdo seus exércitos poderosos, & por fim de rezões quãdo os Numatinos virão que morrião à fome, elles próprios se matarão huns soa outros, & puzerão fogo à Cidade, & não teue Scipião Africano hum só viuo de que podesse trumphar. Durius amnis (disse Plinio) e ex maximis Hispaniae ortus in Pelendonibus, & iuxta Numantium &c. Passando pois o rio Douro, & caminhado pella estrada real, que vai do porto pêra Coimbra, têdo andado 2 legoas, acharemos á vista della pêra a parte do nascente o Mosteyro de S. Pedro de Pedroso, do qual diz o Catalogo dos Bispos do Porto pag. 380. O Mosteyro de S. Pedro de Pedroso foy dos Padres de S. Bento, fundação de D. Mininha Froias, filha do Cõde D. Froias Vermoiz, bisneta do Cõde D. Monido, o I dos Pereiras: jaz ahi enterradada, como escreue o Conde Dom Pedro tit. 7 cap.3,§ 2. O Conde D. Pedro no dito lugar diz que o Conde Dom Froyas Vermois foy casado com D. Sanmcha, & que della teve D. Rodrigo Froias de Trastamara (que foy casado com D. Moninha Gonçalves, filha de D. Gonçalo Mendes da Maya o lidador,) & entre outros filhos teue também duas filhas, das quais huma ouue nome D. Iusninha Froias, que fés o Mosteyro de Pedroso, & outra se chamou D. Guixneya, que fez o Mosteyro de S. Martinho Iunca, & jas a hi. Mas ainda que concedamos, que aquela Senhora Irmã de D. Rodrigo Froias, chamada Mininha, ou Iusninha edificou algum Mosteyro chamado Pedroso, não se segue que fosse este nosso de Portugal; porque podia ser outro fundado em Castella, ou Galliza, ou por ventura sete nosso reedificado, mas não fundado a primeira vez de nouo. A
  • 4. rezão, que a isto me mous he, que os filhos do Conde D. Froias Vermoiz, como forão Dom Rodrigo, Dom Pedro, Dona Mininha, & outros, o mais sedo que podião começar a florecer seria em tempo de el Rey Dom Fernando o Magno, que começou a reynar no anno de mil & vinta noue, ou de 32 pouco mais ou menos, & em tempo de seu filho D. Gracia Rey de Galliza, & Portugal, cujo vassalo foy o famoso D. Rodrigo Froias, que morreu junto a Santarem na baralha, que teue al Rey D. Gracia com seu irmão D. Sancho Rey de Castella, pellos annos de Christo mil & setenta & hum. E por este mês no tempo deuião de viuer as Irmãs do mesmo D. Rodrigo, que o Conde Dom Pedro faz fundadoras dos Mosteyros sobreditos. Daqui se colhe que o nosso Mosteyro de Pedroso fundado duas legoas do Porto não podia ser edificado por Dona Mininha irmã de Dom Rodrigo Froias, pois temos escritura muyto mais antiga, cuja data he na era de 935 que vem a ser anno de Christo 897, na qual se faz menção do Mosteyro, poronde já naquelle tempo estaua fundado. A escritura, que digo deuemos ao nosso Padre Fr. Bernardo de Braga, que fielmente a tresladou do seu original, que se conserua no dito Mosteyro, & por via de hum Padre da Companhia de ISEV morador no Collegio de Coimbra, de quem hoje he o dito Mosteyro, tiue o mesmo tralado (am da que com o Latim bárbaro daquelle tempo). Nota: Optou-se por se publicar apenas a “Explicação da Escritura de Dom Gonsesindo”, uma vez que a transcrição da referida “Escrutura” em «latim bárbaro», como refere Frei Leão de São Tomás, se torna desnecessária, para os assuntos versados nestes “Apontamentos”. § I Explicação da Escritura de Dom Gondesindo Este era o latim daquelles tempos antigos. A substantia delle em nosso Portuguez vem a dizer que Dom Gondesindo filho, que foy de Heronio auo materno do nosso S. Rosendo, & de Adosinda sua mulher, foy casado com huma senhora chamada Enderquina, por sobrenome Palla filha do Duque, ou Capitão Mendo Guetterres, & de sua molher Dona Ermisenda, aqul Enderquina era irmã inreyra da Rainha Dona Eluira, ou Eruila molher del Rey de Leam, Portugal, & Galiza D. Ordonho segundo deste nome, & mãy do Principe Dom Ramiro, que depois foy Rey segundo entre os Ramiros. De maneyra que o Duque D. Mendo Gutterres era sogro del Rey Dom Ordonho, & Dom Gondesindo cunhado da Rainha Dona Eluira. Estes senhores tão illustres tiuerão hum filho chamado Suario, & três filhas cujos nomes forão Ermisenda, Adosinda, & Froyla, a qual Froyla nasceu com algum aleyjão corporal, ou como outros querem, não teue seu juízo perfeyto, exp’licando assim aquellas palauras (Et illa Froyla fuit: cum infirmitate nata in nostropeccato, quia non est pró integrato sedere, &c.). E desta imperfeyção, com que a filha nasceu, tomarão estes senhores motiuo pêra offerecer a Deos o quinto
  • 5. de sua fazenda, & fazerem alguns Mosteyros nas terras, que possuião entre os rios Douro, & Bouga, & entre o Douro, & Tamega. O primeyro, que nomeão he hum de S. Miguel o Anjo fundado no lugar de Azevedo de entre o Douro, & Bouga, outro no lugar de Sanganhedo dedicado a São Christouão, no qual lugar dizem que estava edificado a Igreja de S. Eulalia de tempos mais antigos. E fizerão doação ao Mosteyro de S. Miguel de Azevedo de ametade da Villa de Focinos, & de toda a Villa inteyra de Azevedo, aondeo Mosteyro de S. Miguel estaua fundado. Derão mais ao Mosteyro de S. Pedro de Pedroso a mesma Villa de Sanguedo inteyrapor seus ter minosantigos, & a Villa de Adreriz, aqual ouuerão de hum Mouro Abdelga. Estes foram os Mosteyros, que edificarão entre os rios Douro, & Bouga. Outros fnjdàrão entre o Douro, & Tamega, hum delles se chamou de S. Pedro no lugarchamado Dide, ao qual derão o mesmo lugar inteyro, & outro chamado Salzeto; & outros que vay nomeando, de que não temos memoria alguma. Todos estes Mosteyros diz que entregarão ao Abbade Dom Desterigo, & á Abbadeça Dona Giluira, debayxo de cujo emparo auia de fiquarsua filha Dona Froyla, pêra cujo seriuçolhe deyxou cem seruos, entre homens, & molheres, pêra a seruirem em quanto fosse viua, & que depois de sua morte fiquassem liures, & forros. E dspois disto acrescenta Dom Gondesindo, que morreu sua companheyra Dona Enderquina, & que fez partilhas com suas filhas, Ermesenda, Adosinda, & Froyla, declarando que Adosinda casara com Ansur sem sua licença. A família dos Ansures daquelles tempos era das mais illustres, por ser muy chegada ao sangue Real, de Leão. Morreu Ansur, & ficou Adosinda viuua, & sem filhos, que delle tiuesse, & fez um Mosteyro no lugar chamado S. Marinha, do qual lhe fez doação; & outras herdades, que couberão à sua parte, fez também doação dellas ao Mosteyro de Sanhuedo por nome D. Pedro de Pedroso, & ao de S. Eulalia, que no mesmo lugar estaua fundado, & ainda hoje S. Eulalia de Sanguedo he Abbadia secular, que rende cento & vinte mil reis, como diz o Cathalago dos Bispos do Porto pag. 380. Deu mais a dita Adosinda ao Mosteyro de Pedroso a quarta parte do lugar de Quiayos junto á Villa de Buarcos, & ametade da Igreja de S. Mamede fundada nas ribeyras do rio Bougaços lugares de Seueril, Esmoriz, & Bigas. Conclue Gondesindo seu testamento, dizendo que deyxa ao Mosteyro de Pedroso o Mosteyro da Labra, aonde estauão Reliquias de Martyres, com o Sagrado Lenho da Cruz de Christo, & outras Igrejas, como são a de S. Eulalia de Gonderiz, a Igreja de S. Martinho de Vallongo, & outra Igreja de S. Pedro de Kaufo, Igrejas quevierão à parte de sua filha Froyla, & de tudo faziáo doação ao Moateyro de S. Pedro de Pedroso, & aos Religiosos & Religiosas, que ahi habitauão, & que Deos pello tempo adiante trouxesse ao mesmo Mosteyro, & perseucrassem em vida santa, & que tudo isto entregaua ao dito Abbade Dom Desterigo, pêra que gouernasse todos aquelles Mosteyros, como curador de sua filha Dona Froyla, que auia de estar em poder d’Abbadeça Dona Eluira,
  • 6. encommendandolhe que tiuessem os ditos Mosteyros bem reparados, & que seus sucessores não podessem vender, dar, nem testar alguma cousa das sobreditas, de que lhe fazia doação sobpena de serem excomungados, & malditos, condemnados cõ Iudas traidor, &c. Foy feyto este testamento, ou doação a vinte & sinquo de Feuereyo da era 935 que vinha a ser anno de Christo 897. Este D. Godesindo foy tio do nosso S. Rosendo irmão de sua mãy Ilduara, & quando Gonsesindo fez esta doação ainda o santo não era nascido, porque nasceo no anno 907, por onde não he o Rosendo Diacono que asina a doação. § Della se colhe primeyramente, que o Mosteyro de S. Pedro de Pedroso não foy fundado por aquella senhora Dona Mininha irmã de Dom Rodrigo Froias, pois nesta doação feyta tantos annos d’antes, que a dita Dona Mininha florecese, se acha feyta menção do Mosteyro de S. Pedro de Pedroso. E do Capitulo seguinte constara, que foy Pedroso dotado por D. Tello Gutterres trinta annos antes que D. Gondesindo lhe fizesse à sobredita sua doação, sinal he logo, que já antes della, o Mosteyro de Pedroso existia. Mais era huma escritura do tempo del Rey D. Ioão o I, que faz a el Rey D. Affonso Henriques fundador de Pedroso. Verdade he que o encoutou por 700 liuras, que o Mosteyro lhe deu (como diz huma escritura feyra na era de 1166 que he anno de Christo 1128 aqual mecommunicou hum Religioso da Companhia de ISEV com outra que logo faremos menção). Colhese em segundo lugar, que este Mosteyro de Pedroso foy duplex (como mstrão aquellas palauras, ad Frates, & Sorores, quae ibi sunt habitantes, &c.). E confirmasse com huma escritura da era de 1340, que he anno de Christo 1302 na qual se diz que duas Freyras do Mosteyro de Semide sito no Bispado de Coimbra, se sairão do dito Mosteyro com authoridade do Papa (que deuia ser Bonifacio VIII) & vierão viuer debayxo da obediência do Abbade de Pedroso, que lhe constituhio reçoens, & ellas derão ao Mosteyro certos casaes na terra da Feyra, que oje pertencem ao Mosteyto de Villa Coua, do qual trataremos logo no Capitulo X. Dõde alguns conjecturão que às Freyras de Pedroso, se passarão ao Mosteyrode Villa Coua. Da religião deste insigne Mosteyro de Pedroso, & da Obseruancia da S. Regra não temos outra proua mais que aquella, que nos mostra o liuro das Collaçoens, ou praticas, que os Abbades delle fasráo a seus Monges, porque dellas se colhe claramente, a santidade, & Religião, que no dito Mosteyro florecia. Podese ver a que apontamos no primeyro tomo, tratando do Mosteyro de S. Maria de Miranda, & a que fez o Abbade Dom Pelayo na era de 994 que he vndecima entre as mais; diz assim, Fulcite vos floribus, stipate vos malis, respiciet enim Deus, & Sanctissimus Pater noster Benedictus super domum istam suam, qua ab initio antiquitús fiorens cuns tota Ecclesia Regni huius reflorere c.epit. Querem dizer em nossa lingoagem.
  • 7. Ornayuos hirmãos de flores, cercayuos de pomos (de virtude entende, & graças) porque Deos, & o nosso Sanctissimo Patriarcha S. Bento porá os olhos nesta sua casa, que florecendo antigamente desde seu principio em santidade, & Religião, começou a reflorecer com toda a Igreja deste Reyno. Donde o nosso Padre Fr. Ioãp do Apocalypse tomou motiuo pêra cõjecturar que este Mosteyro de Pedroso foy edificado a primeyra vês antes da destruição de Hespanha. Porque do tempo, em que Dom Gondesindo fez a sobredita doação á Pedroso atê o tempo, em que o Abbade Dom Pelayo fez a sua collação a seu Mõges, não ouue mais que sincoenta & noue annos, porque foy feyta na era de 994 & Dom Gindesindo faz menção do Mosteyro de Pedroso na era de 935. E parece que sincoenta, & tantos annos não he espaço de tempo bastante pêra se dizer que florecendo a casa de Pedroso antigamente desde seu pricipio começaua a reflorecer com as Igrejas do Reyno, & pêra se verificar aquella clausula, qae ab initio antiquitus florens tota Ecclesia Regni huius reflorere c.epit. E accrescento eu, que nesta escritura de Dom Gondesindo, ainda que se faz menção do muyto, que doou ao Mosteyro de Pedroso, não se diz expressamente, que elle o fundasse. Mas isto sirua só de conjectura, & não de proua bastante. Perseurou este Mosteyro de Pedroso pello menos seiscentos, & tantos annos na Religião do Patriarchà S. Bento de bayxo de sua S. Regra. Com o fauor do Cardeal Dom Henrique, irmão del Rey Dom Ioão terceyro, & Administrador ou Commendatario deste Mosteyro se extinguiu, & deu à Sagrada Religião da Companhia de IESVS, vnindo hoje ao seu Collegio de Coimbra. Em nosos tempos vuia o vltimo Monge deste Mosteyro, chamado Fr. Aleyxo; E o Mosteyro próprio, (ainda que nos braços da Companhia) se tem por só, vendosesem seus Monges anrigos, como diz o disthico seguinte. En Petrus Monachis sociatus tempore longo Quomodo nùne solus, cum socialis, adeftè.