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O futuro da inovação na agricultura tropical:
Oportunidades e responsabilidades para o setor de
inovação agrícola brasileiro
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Coordenação do conteúdo
Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa (Agropensa)
Parque Estação Biológica (PqEB)
Av. W3 Norte (final)
Ed. sede Embrapa - Anexo
CEP 70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-2020
www.embrapa.br/agropensa
agropensa@embrapa.br
Organizadores dos highlights:
Danielle A. P. Torres
Silvia Kanadani Campos
Marcos A. G. Pena Júnior
Revisão:
Nilda Maria Sette
Diagramação:
Mariana Brito de Almeida
3
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
Highlights1
do Relato da Oficina:
“O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o
setor de inovação agrícola brasileiro”
Organizadores dos highlights: Danielle A. P. Torres, Silvia Kanadani Campos e Marcos A. G. Pena Júnior.
Este documento apresenta as principais contribuições dos participantes do Workshop “O fu-
turo da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação
agrícola brasileiro”, que ocorreu nas dependências da Embrapa Estudos e Capacitação em Brasília/DF
entre os dias 10 e 12 de setembro de 2013.
O objetivo do Workshop foi discutir oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação
agrícola no Brasil, prospectando e compreendendo desafios e oportunidades do ambiente mundial para
o setor. Além de revisitar de maneira breve a trajetória da Empresa nas últimas quatro décadas, foram
discutidos desafios, oportunidades e tendências tecnológicas internacionais referentes ao setor agrícola.
As considerações aqui apresentadas poderão servir de subsídio às estratégias de PD&I para
tomada de decisão do setor público e privado do Brasil, considerando os saltos que a agricultura brasi-
leira precisará dar nas próximas duas décadas.
1	 Este documento é um “extrato” dos principais pontos contidos no “Relato do workshop: O futuro da inova-
ção na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro”, originalmente
produzido por Antonio Flavio Dias Avila, Danielle A. P. Torres, Eliane Gonçalves Gomes, Maria Alice de Medeiros, Maria Quitéria
dos Santos Marcelino, Milena Yumi Ramos, Pedro Sarmento, Roberta Dalla Porta Gründling, Sabrina Herzog, Silvia Kanadani
Campos & Wilson Corrêa da Fonseca Júnior, em setembro de 2013.
4
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
1.	 Desafios a serem enfrentados pela agricultura mundial
	
	 1.1 Perspectiva internacional do setor agropecuário
Para motivar o tema alguns dados foram destacados:
•	 Aumento da população, urbanização e renda levando ao aumento da demanda por alimen-
tos com alterações dos hábitos alimentares;
•	 Segundo dados da OCDE, nos próximos 10 anos a demanda por alimentos crescerá 20%.
Caberá ao Brasil atender 40% desse crescimento;
•	 No período 2000-2030 a população mundial crescerá 33%, a demanda por alimentos 50%
e a demanda por água 30%;
•	 Para atender esta demanda será necessário um aumento de produtividade de 78%, inten-
sificação da agricultura em 13% e aumento da terra arável em 9%. Na América Latina estes
aumentos serão respectivamente de 53%, 7% e 40%;
•	 Neste contexto, a pressão sobre os recursos naturais, a produção de alimentos, e a agricul-
tura são os principais desafios para a ciência.
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
		 1.1.1	Visão 2013-2033: o futuro da inovação na agricultura tropi-
cal (resultados preliminares)
		 a) Drivers de demanda
•	 Decréscimo nas taxas de crescimento da população após 2030;
•	 Países, como Japão e Itália, passam por processo de redução da população;
•	 Espera-se que o driver população, como fator de pressão da demanda agrícola, se reduza
ao longo do tempo;
•	 Forte fluxo migratório do campo para as cidades, mudanças dos hábitos alimentares e
envelhecimento;
•	 A taxa de crescimento da renda per capita tende a ter queda no período posterior a 2030;
•	 Em suma, haverá um forte crescimento da demanda até 2030, impulsionada pela classe
média, com forte concentração na Ásia e no Pacifico;
•	 A expansão da classe média manterá aquecida a demanda por produtos agrícolas de maior
elasticidade-renda, sobretudo nos países asiáticos e africanos;
•	 Após 2030, haverá arrefecimento da demanda por produtos agrícolas e redução da pres-
são sobre o uso da terra;
•	 Nos próximos 20 anos, a expansão da produção ocorrerá sem muita competição. Após
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
2030, os mercados estarão mais restritivos, aumentará a competição, e novas barreiras
começarão a surgir;
•	 Este panorama indica a necessidade imediata de desenvolvimento de novos produtos e de
novos mercados;
•	 Haverá um aumento da demanda por energia, sinalizando que o setor sucroenergético
nacional poderá se beneficiar.
b) Drivers de oferta
•	 Aumento da produção de milho no Brasil para 94 milhões de toneladas em 10 anos, com
crescimento da área de 0,6% a.a (projeções do MAPA) e da produtividade de 1,2%. É preci-
so determinar o esforço tecnológico necessário para não aumentar a área plantada;
•	 Para algumas culturas, como a cana-de-açúcar, haverá expansão de área plantada;
•	 Nem todo o aumento da produção virá por aumento de produtividade, no entanto, a van-
tagem é que a expansão de área no Brasil não significa forte pressão sobre os recursos
naturais;
•	 Uma alternativa para a expansão de área é adotar tecnologias em pastagens de baixa pro-
dutividade para liberar área para a produção agrícola.
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
		 1.1.2	 Como obter segurança alimentar em um mundo de crescente es-
cassez: o papel das estratégias de desenvolvimento tecnológico
As principais considerações foram:
•	 É preciso incrementar as pesquisas que aumentam a densidade nutricional do alimentos.
As inovações na agricultura, como a biofortificação, são fundamentais neste processo;
•	 É preciso acelerar investimentos em P&D visando ganhos de produtividade e sustentabili-
dade, sobretudo de pequenos produtores na Ásia, África, China, Vietnã e Brasil;
•	 Com o aumento dos custos do trabalho e do desemprego na agricultura, a mecanização é
crucial;
•	 São necessários investimentos em nanotecnologia (nano sensores, nano compostos para
tratamento veterinário) e agricultura de precisão;
•	 Promover inovações ambientalmente sustentáveis por meio da gestão da terra, conserva-
ção de água e energia (energia solar para irrigação) e promoção de tecnologias e políticas
climate-smart;
•	 O Brasil tem papel importante no desenvolvimento e promoção de combustíveis de 2ª ge-
ração;
•	 É preciso promover investimento em gestão para os produtores rurais e inovações comple-
mentares e garantir que estes investimentos sejam social e ambientalmente responsáveis
e que garantam segurança alimentar;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Para os desafios apresentados há necessidade de eficiência, inovação, instituições, coope-
ração, interação e sinergia, e políticas que possibilitem as ações;
•	 As organizações científicas precisam estar mais conectadas em linha com as políticas pú-
blicas;
•	 É necessário considerar o tempo de maturação das tecnologias para serem apropriadas
pelo sistema produtivo;
•	 Deve-se aumentar conhecimento e comunicação para adoção de tecnologia. Com conheci-
mento, reduz-se a percepção do risco e aumenta-se a adoção;
•	 A inovação institucional é necessária para preparar para esses sistemas complexos bem
como invenções tecnológicas multidisciplinares e multiinstitucionais.
Perspectiva internacional de PD&I agropecuária
		
	 1.1.3	Principais desafios e oportunidades tecnológicas para a agricultura no
período de 2013 a 2033
Os principais desafios e oportunidades podem assim ser resumidos:
•	 O Brasil tem espaço para expandir sobre áreas de pastagem degradadas;
•	 A dupla safra em um mesmo ano é uma vantagem que traz desafios (pragas, doenças e a
fixação biológica de Nitrogênio);
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 A sustentabilidade dos sistemas agrícolas torna-se relevante diante da necessidade de
redução da emissão de gases de efeito estufa;
•	 Para o desafio das mudanças climáticas é necessário trabalhar com adaptabilidade e mi-
tigação;
•	 Outros tópicos relevantes: produção orgânica, economia verde, economia do carbono, quí-
mica verde, biomassa, aquicultura, controle biológico de pragas, manejo integrado de pra-
gas, agentes de controle químico e biológico, espécies resistentes à seca e geotecnologias;
•	 A Inovação na Embrapa deve: considerar os zoneamentos e outros tipos de produção de
informação, além de sementes e outras tecnologias mais “tradicionais”.
		 1.1.4	O papel da pesquisa no fomento da produtividade e da competiti-
vidade na agricultura – Perspectiva do INRA/CIRAD na França
•	 Os desafios para a pesquisa agrícola são: assegurar segurança alimentar sustentável e
igualitária; produzir comida barata, segura e nutricionalmente adequada; proteger a biodi-
versidade e criar empregos;
•	 A estratégia de 10 anos do INRA está direcionada para as mudanças climáticas e seguran-
ça alimentar;
•	 Os tópicos prioritários do INRA são: mudanças climáticas, agricultura, alimentação e eco-
nomia;
•	 A estratégia de 10 anos do CIRAD é ser referência global nas suas linhas de prioridade de
pesquisa, construir parcerias e mantê-las por longos períodos de tempo;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Para implementar esta estratégia são necessárias pessoas em diferentes países e a cons-
trução de plataformas em parceria (para desenvolvimento de projetos em parceria);
•	 Importantes áreas de pesquisa destes Institutos: a) juntar genótipos e fenótipos sob con-
dições variáveis e de mudanças climáticas; metagenômica no campo da ciência do solo;
b) agroecologia e intensificação ecológica; c) segurança alimentar no contexto de transição
nutricional (comportamento dos consumidores e necessidades de consumo); d) pesquisa
em carbono renovável para suporte à bioeconomia;
•	 São necessários ainda estudos sobre os impactos da pesquisa e desenvolvimento de tec-
nologias em agricultura, sendo necessária uma medida padrão de impacto;
•	 Neste tipo de análise a abordagem sistêmica é chave, devendo ser considerados também
impactos institucionais, políticos, de treinamento e de construção de parcerias;
•	 É preciso ter uma abordagem comparativa entre países, entre setores, considerando dife-
rentes pontos de vistas (consumidor, produtos, segurança alimentar global etc.);
•	 Os impactos socioeconômicos não são imediatos, podem demorar 20 anos;
•	 Reitera-se a necessidade de parcerias de longo prazo e instrumentos para reduzir assime-
tria entre países;
•	 As perspectivas são de criação de coalizões e integrações, é preciso desenvolver consór-
cios de pesquisa em nível internacional. Para isso é necessário criar mecanismos para
facilitar alianças regionais, nacionais e intrablocos.
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
		 1.1.5	O futuro da inovação tecnológica: uma perspectiva dos Labex
a) Experiência e visão de futuro do Labex-EUA:
Algumas tendências que nortearão a inovação agrícola:
•	 O uso de matérias-primas agrícolas para a produção de biocombustíveis continuará a cres-
cer;
•	 As classificações de qualidade e segurança dos alimentos se tornarão abrangentes e roti-
neiras;
•	 É preciso promover aumento de produtividade agrícola com menor uso de água;
•	 Limitações mais drásticas em pesquisas realizadas com animais;
•	 Decréscimo na disponibilidade de mão-de-obra rural;
•	 Intensificação no uso de sistemas mais automatizados visando a produção integrada de
alimentos, fibras e energia com aproveitamento total de resíduos;
•	 A abertura de novas áreas não terá um papel no aumento da produção; áreas já abertas
para a agricultura deverão dobrar a produção;
•	 A crescente demanda por produtos agrícolas pode ser satisfeita por meio de: (i) expansão dos
recursos utilizados na produção; ou, (ii) crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF);
•	 Para dobrar a produção agrícola até 2050 é preciso crescimento da PTF de pelo menos
1,75% a.a.;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 O desafio da produção necessita de novas soluções tecnológicas sustentáveis, bem como
de políticas globais e nacionais consistentes, que contemplem racionalização do uso dos
recursos naturais, sistemas de produção eficientes, alimento com qualidade e seguros,
bioenergia, mercados econômicos, mudanças climáticas e resiliência ambiental;
•	 Novos desafios da agricultura dos EUA: a) gerenciar novas pragas, patógenos e plantas
invasoras; b) aumentar a eficiência do uso da água; c) reduzir as pegadas ambientais da
agricultura; d) produzir alimentos diante das mudanças climáticas; e) fazer a gestão da pro-
dução de bioenergia; f) produzir alimentos seguros e nutritivos; e, g) ajudar na segurança
alimentar mundial e manter as produtividades altas;
•	 Áreas prioritárias de pesquisa em alguns institutos dos Estados Unidos: a) Genética e Ge-
nômica; b) O Microbioma Humano; c) Economia Comportamental; d) Open Data para a Agri-
cultura; e) Agroflorestas; f) Bioprodutos e Bioenergia; g) Nutrição e Epigenética; h) Produção
Animal e Defesa Sanitária Animal; i) Manejo de recursos naturais urbanos; e, j) outros;
•	 Em mudanças climáticas o foco é na adaptação visando melhorar a resiliência das flores-
tas; pastagens nativas e ambientes aquáticos; mitigar os impactos adversos das alterações
climáticas nas árvores, florestas e ecossistemas florestais;
•	 Na área de nutrição, alimentos seguros e qualidade, o enfoque é dado à nutrição humana,
alimentos seguros e qualidade e uso de produtos agrícolas;
•	 Em recursos naturais e sistemas agro-sustentáveis: disponibilidade de água e manejo de ba-
cias; mudanças climáticas, solos e emissões; bioenergia; co-produtos da agricultura e indústria;
pastagens nativas, cultivadas e forrageiras; competitividade e sustentabilidade da agricultura;
•	 Sobre produção agrícola e defesa sanitária vegetal: recursos genéticos vegetais, genômica,
melhoramento genético e produção de culturas; controle de pragas; proteção de cultivos e
quarentena e alternativas ao brometo de metila;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Biomassa e bioenergia: fontes alternativas de energia, novos produtos e novos mercados
que contribuem para a segurança energética;
•	 Gestão de bacias hidrográficas entendendo onde ocorrerá escassez de água; identificar
como o clima futuro afetará chuva e queda de neve; encontrar formas de reduzir a poluição
da água e proteger as nascentes.
b) Experiência e visão de futuro do Labex-Europa:
•	 É preciso que haja estímulo à integração de redes de pesquisa brasileiras às internacionais;
•	 Precisamos atuar em ambiente cooperativo, trabalhando com equipes motivadas;
•	 Neste sentido, é necessário motivar jovens pesquisadores a criarem redes de pesquisa
internacionais;
•	 No caso da Embrapa precisamos trabalhar em escala multidimensional (governos, entida-
des multilaterais, ONGs, empresas);
•	 Criar ambiente de cooperação e colaboração entre centros de pesquisa e outras institui-
ções do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA);
•	 O arcabouço jurídico dificulta a integração da Embrapa (repasse de recursos, etc.);
•	 É fundamental que haja capacidade de financiar pesquisas de ponta, em condições simé-
tricas com instituições internacionais;
•	 Principais Áreas do LABEX–Europa: a) “Biologia Avançada” e interações moleculares plan-
ta-microrganismos; b) Fenotipagem de Alto Desempenho em Plantas – análise quantitativa
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
da estrutura e função nas plantas, usando métodos não-invasivos; e, c) Tecnologias Alimen-
tares Agroindustriais;
•	 Novos desafios e oportunidades: Fixação Biológica do Nitrogênio – FBN – para diferentes
ecossistemas: inoculantes e práticas de manejo que favoreçam a FBN para reduzir os ní-
veis de N-fertilizante aplicados em cultivos de leguminosas, gramíneas e outras espécies
de interesse; compromisso COP15 - ampliar o uso da FBN em 5,5 Mha;
•	 Na área de Biotecnologia Florestal é preciso desenvolver ferramentas para acelerar o me-
lhoramento genético do Paricá (Schizolobium amazonicum), Tachi Branco (Schlerolobium
paniculatum) e do Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla);
•	 Em química da Biomassa necessita-se fomentar a constituição de Laboratório Multiusuário
de Química de Produtos Naturais; de Laboratório de Tecnologia da Biomassa para o desen-
volvimento de novos produtos (adesivos e coprodutos derivados de lignina, veículos para
inoculantes em gel e para encapsulamento e corantes naturais e produtos nutracêuticos).
c) Experiência e visão de futuro do Labex-China
Algumas características da China e considerações sobre PD&I do país:
•	 Há limitação de água e de terra arável disponível, desertificação e degradação do solo e
desastres climáticos naturais;
•	 Processo de envelhecimento dos agricultores e êxodo rural (250 Mi de migrantes);
•	 A China é o segundo maior consumidor de sementes, atraindo atenção das empresas mul-
tinacionais de sementes;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 A capacidade P&D do setor privado é fortalecida;
•	 Colaboração mais estreita entre os setores público e privado;
•	 O foco é que a inovação saia da prateleira;
•	 Novas tendências na produção agrícola: a) hidroponia; b) agricultura urbana; c) Escritórios
verdes; e, d) Ecoturismo;
•	 Desenvolvimento de 7 indústrias estratégicas (Natl State Council), para as quais as frontei-
ras de inovação e de novas demandas sociais convergem para: a) Economia de energia e
proteção ambiental; b) Nova geração de TI; c) Bioindústria (biotecnologia); d) Equipamentos
de fabricação avançados (high-end); e) Novas energias alternativas; f) Novos materiais; e,
g) Automóveis menos poluentes;
•	 As diretrizes do 12º “Planejamento de 5 anos para Ciência e Tecnologia na Agricultura
(2011 – 2015)” são: inovação independente, para acelerar a transferência de tecnologia;
e, melhorar a indústria para alcançar o desenvolvimento “em saltos” em áreas prioritárias;
•	 Os objetivos deste Plano são: oferta suficiente dos principais produtos agrícolas, aumento
da renda dos agricultores e desenvolvimento sustentável da agricultura;
•	 O modelo de desenvolvimento da agricultura tem foco no ajuste de rotas técnicas, melhoria
dos serviços, inovação na gestão da organização, otimização da estrutura técnica, avanço
na assistência técnica para a agricultura e aumento da eficiência administrativa em C & T
para a agricultura;
•	 As áreas prioritárias de pesquisa são: a) adaptação às mudanças climáticas; b) prevenção
e redução de desastres naturais; c) proteção e recuperação do ambiente rural; d) preven-
ção e controle de pragas e doenças; e) utilização eficaz dos recursos da agricultura; e, f)
desenvolvimento de novas variedades de plantas e animais;
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Os principais focos são em: a) Inovação em tecnologias de biotecnologia e mecanização;
b) Intensificação de serviços técnicos profissionais e de serviços públicos; c) Melhoria das
tecnologias de produção agrícola; d) Capacitação de líderes em ciência e dos técnicos de
campo; e, e) Inovação na gestão de C&T na agricultura mais eficiente, por meio do reforço
da coordenação e incentivos criativos.
d) Experiência e visão de futuro do Labex-Coréia do Sul
•	 Na Coréia a pequena produção é a base do sistema produtivo, havendo forte interação
entre a produção e a pesquisa aplicada;
•	 Existem inúmeras ferramentas para a pequena agricultura;
•	 No Projeto Biogreen há três grandes campos (áreas definidas pela agenda nacional), com
36 programas nestas áreas. Analisa-se a evolução do produtor (com feedback para o agen-
te de transformação), havendo maior envolvimento do pesquisador, que trabalha em con-
junto com o produtor;
•	 O produtor recebe informações das áreas de P&D, extensão e de outros produtores. O pes-
quisador (diretamente ligado ao produtor) se insere no sistema;
•	 Um dos desafios atuais é a necessidade de redução da mão-de-obra devido à automação
e à mecanização;
•	 Outros desafios: a) Valor nutricional do alimento; b) desenvolvimento de alimentos funcio-
nais com maior valor agregado; c) Substituição de produtos químicos; d) Criopreservação e
recursos genéticos; e) Co-produtos e resíduos animais; e, f) Plantas aromáticas e medicinais;
•	 A Agenda Nacional de P&D é composta por três áreas: alta tecnologia (Futuro); tecnologia
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
On-Farm; e, Tecnologia agro-alimentar, operacionalizada por meio de 922 projetos;
•	 O foco da área de “Alta tecnologia” é dado a: a) Biotecnologia; b) Bio-recursos; c) Indústria
de produção de insetos; d) Sistemas automatizados; e, e) Mudanças Climáticas;
•	 A área de “Tecnologia On-Farm” foca em: a) Segurança alimentar; b) Produção “Hot & Her-
bal”; c) Produção Animal; d) Promoção da agricultura regional; e) Produção de forragem; f)
Agricultura Eco-amigável; e, g) Tecnologias poupadoras de energia;
•	 Em tecnologia Agro-Alimentar o enfoque é em: a) Segurança Alimentar; b) Alimentos funcio-
nais; e, c) Alimentos coreanos tradicionais.
	 1.2.Agricultura brasileira: o que esperar, considerando a transição dos “últi-
mos 40 anos para os próximos 20 anos”?
Principais considerações:
•	 O Brasil precisa considerar a dimensão territorial e a diversidade ambiental ao pensar em
estratégias e futuros;
•	 Temos que usar de maneira inteligente e sustentável os recursos, considerando que o país
tem a maior diversidade biológica do mundo;
•	 O Brasil tem a maior parte de seu território situado no cinturão tropical e sofrerá de manei-
ra mais intensa os impactos das mudanças climáticas;
•	 O país tem uma matriz das mais limpas, incluindo bioeletricidade e cana-de-açúcar;
•	 A matriz energética brasileira vem de fontes limpas, tendência que deverá crescer ainda
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
mais e dará origem a outra indústria;
•	 Poderemos destilar de biomassa praticamente tudo que se destila de petróleo;
•	 O desenvolvimento da agricultura brasileira ocorreu numa plataforma de práticas susten-
táveis, alguns exemplos:
a.	 Transformação de solos ácidos em solos férteis;
b.	 O plantio de soja no cerrado;
c.	 A deficiência de fósforo em solos tropicais;
d.	 Melhoramento genético da soja e outras espécies;
e.	 Agricultura irrigada;
f.	 Adaptação de espécies de clima temperado;
g.	 O melhoramento genético animal transformou o país que passou a ter uma
pecuária moderna e ser exportador de carne;
h.	 Desenvolvemos práticas sustentáveis para a soja, não usamos nenhum adubo
nitrogenado na soja brasileira, que é resultado da pesquisa agropecuária;
i.	 O Brasil superou parte do problema da erosão com o plantio direto;
j.	 Estamos agora na revolução dos sistemas integrados como o ILPF, grande ten-
dência para o futuro da agricultura brasileira;
k.	 Atuamos no desenvolvimento de tecnologias para zoneamento de risco climá-
tico baseado em mapas de solo, para propiciar a adaptação de cultivos- atual-
mente 44 espécies estão inteiramente zoneadas no Brasil;
l.	 Zoneamento agroecológico para cana de açúcar que permitiu a expansão do
cultivo;
m.	 Cultivos com agricultura com baixa emissão de carbono (ABC), baseado em
práticas de FBN, plantio direto e ILPF.
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O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 A Embrapa esta distribuída em rede, esta característica teve impacto marcante no sucesso
da empresa e da agricultura brasileira;
•	 No momento temos a oportunidade de pensar na agenda dos próximos 20 anos, que certa-
mente envolverá: sustentabilidade, impactos sociais, agricultores sem tecnologias;
•	 Ainda temos desequilíbrios regionais no nordeste brasileiro, precisamos buscar alternati-
vas para superar as diferenças regionais e conservar a diversidade biológica;
•	 É imperativo promovermos a redução de perdas de alimentos e energia, racionalizar o uso
da água; elevarmos a produtividade dos cultivos; avaliarmos a segurança nutricional; pen-
sarmos na automação como alternativa para atrair jovens para o campo;
•	 Precisamos ainda aumentar segurança biológica no processo crescente de circulação dos
alimentos pelo mundo, que aumenta o risco de pragas, doenças, ou seja, os problemas de
sanidade. Precisamos apostar no melhoramento preventivo;
•	 A agricultura terá que ser cada vez mais multifuncional: fornecer serviços ambientais, con-
tribuir com alimentos mais nutritivos;
•	 Neste sentido, é fundamental termos cada vez mais métricas. É preciso avaliar se estamos
caminhando, de acordo com métricas específicas;
•	 Precisamos de sistemas de inteligência, para isso é preciso método e planejamento; mais
antecipação e planejamento do que reação;
•	 Nossas estratégias de futuro precisam estar conectadas com o processo produtivo, por
isso o foco da agenda de futuro deve estar nas cadeias de valor, com identificação dos
grandes desafios em cada uma das áreas.
20
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
1.3.	Sinais de tendências internacionais relevantes para a agricultura brasileira
a) Grupos de trabalho - possíveis implicações para tecnologias agrícolas tropicais
Mudanças necessárias nas organizações de CT&I para enfrentar um ambiente mais com-
plexo e dinâmico
Principais pontos elencados sobre quais são as transformações necessárias nas organizações
de ciência, tecnologia e inovação, frente a um ambiente mais complexo e dinâmico:
•	 Pensar além dos sistemas de produção e se voltar para a bioeconomia;
•	 Adaptar os recursos humanos aos novos desafios;
•	 Facilitar o livre fluxo de informação e inovação;
•	 Focar a resolução de problemas relacionados à cadeia de valor e abordagem sistêmica;
•	 Definir vantagem comparativa e papéis específicos dos setores público e privado;
•	 Abordagem multidisciplinar, incluindo ciências sociais;
Outros pontos levantados:
•	 O problema a ser solucionado vai além da propriedade agrícola, é necessário entender a
complexidade de se trabalhar com o consumidor;
•	 Necessidade de trabalhar a inserção dos produtos rurais no mercado;
21
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 É necessário pensar em como recompensar as pessoas por trabalhar em conjunto, de for-
ma colaborativa, dividindo informações;
•	 A bioeconomia é o tópico mais relevante e deve estar no escopo das instituições de P&D
agropecuário;
•	 É preciso dar ênfase aos recursos humanos das instituições.
Principais diretrizes tecnológicas da agropecuária brasileira nas próximas duas décadas
É necessário pensar em sistemas de produção, tecnologias que poupem recursos. Em suma,
as diretrizes foram resumidas em:
•	 Tecnologias para a produção de alimentos seguros;
•	 Tecnologias que poupem terras (gerenciamento territorial);
•	 Tecnologias que poupem recursos naturais;
•	 Tecnologias que poupem trabalho, automação, agricultura de precisão;
•	 Tecnologias que melhorem e ampliem o acesso ao alimento: preço e capilaridade.
Principais diretrizes para a pesquisa agropecuária e a transferência de tecnologia fomen-
tarem a melhor integração de pequenos e médios produtores à cadeia de valor, aumentando sua
competitividade e bem-estar
•	 Sistematização das demandas e das oportunidades que aparecem a partir desse conhecimento;
•	 Métodos de pesquisa participativa: processo em menor escala é trabalhado em muitas
unidades, mas a complexidade exige uma implementação em maior escala;
22
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Sinergia entre P&D, TT e sociedade;
•	 A Embrapa pode fazer parte de arranjos que incentivem o associativismo, associações de
produtores, estimular toda forma de organização;
•	 O momento atual exige uma colaboração de papéis que, se fossem bem definidos e execu-
tados, tanto em P&D como em TT seria mais eficiente.
Outros pontos levantados:
•	 O processo educacional dos produtores rurais é crucial;
•	 O Brasil já alcançou tudo o que ele poderia com o “amadorismo” e agora é necessário o
“profissionalismo”;
•	 Analisar se é possível uma atuação mais próxima da Embrapa junto ao Ministério da Educação;
•	 Já existem organizações encarregadas desses treinamentos- CNA, SENAR, CONTAG;
•	 Os centros da Embrapa deveriam tratar desta parte de forma específica em sua região e
área de atuação. Tomar nota das questões referentes a este ponto para interagir com quem
tem a responsabilidade direta.
23
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
2.	 Desafios a serem enfrentados pela agricultura brasileira
	
	 2.1. Perspectivas brasileiras para o setor agropecuário
	 a) Projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década: a visão da FIESP/
ICONE
•	 Enquanto o mundo está com ganhos decrescentes de produtividade, o Brasil continua com
ganhos crescentes (situação que permanecerá pelos próximos 10 anos);
•	 É preciso pensar nos 20 a 30 anos posteriores, nos quais não haverão ganhos significativos
de produtividade;
•	 As regiões com recursos naturais “mais baratos”, como África, terão maior predominância
na produção. Chama atenção que o Brasil não esteja investindo mais nessas regiões;
•	 Com relação à projeção da produção para 2022, os grãos deverão chegar a 263,1 milhões
de toneladas, a cana-de-açúcar a 972,7 milhões e as carnes chegarão a 32,5 milhões;
•	 O crescimento maior da produção, em 2022, se dará com os grãos. A cana de açúcar terá um
crescimento bastante conservador e as carnes apresentarão uma acomodação na produção;
•	 Haverá uma expansão de área de 11 milhões de hectares de grãos, no período 2013-2022,
o que significará um aumento de 23% na área;
•	 As projeções de uso da terra para o período 2012-2022 apontam para um aumento de
5,7% na área agrícola e de queda de 4,4% na área de pastagem;
24
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Haverá uma diminuição nas áreas de pastagem, sobretudo nas áreas em que os grãos
são produzidos;
•	 O aumento de produtividade não será tão acentuado, principalmente pela própria capaci-
dade da planta, significando que será difícil para o Brasil manter os ganhos de produtivida-
de dos períodos anteriores;
•	 No que diz respeito às exportações (2013-2022), o Brasil deverá aumentar a sua participa-
ção de mercado. Especificamente, poderá chegar a 50% de participação nas exportações
mundiais de soja, 25,3% de milho e 2,8% de algodão;
•	 O crescimento anual das exportações (2013-2022) será equivalente a 6,5%, 25,3% e 2,8%
para soja, milho e algodão, respectivamente;
•	 No período 2013-2022, o Brasil deverá aumentar sua participação no mercado internacio-
nal de carnes em 34,5% (frango), 20,8% (bovina) e 16,7% (suína);
•	 O crescimento anual das exportações (2013-2022) será equivalente a 2% (frango), 3,8%
(bovina) e 10,1% (suína);
•	 O mercado de carnes é um grande desafio, porque países como China e Rússia pretendem
ser autossuficientes na produção de carnes, significando diminuição das exportações bra-
sileiras para essas áreas;
•	 O complexo de carnes é importante porque possui um efeito multiplicador muito grande e
a carne agrega valor ao grão;
•	 Com relação à demanda por carnes, alguns países asiáticos não estão tão longe do que
será a demanda deles no futuro. Haverá uma mudança na demanda de carnes para cereais;
•	 No longo prazo essa discussão de que a oferta não acompanhará a demanda será menos
25
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
importante. A produção de alimentos será pressionada, não tanto pela demanda, mas por
causa do aumento nos preços dos insumos. O problema da demanda não será a maior
causa de pressão daqui a 10 anos;
•	 Para o setor sucroalcooleiro, no período 2013-202, o açúcar terá um aumento de 2,3% anual
nas exportações, enquanto o etanol terá aumento de 26,1%. Com relação à participação de
mercado, o açúcar terá participação de 51,5% nas exportações, enquanto o etanol terá 46,1%;
•	 Houve um boom no mercado de etanol, mas estamos entrando numa fase de acomodação;
•	 Observando a distribuição regional da produção, a produção de grãos deverá crescer prin-
cipalmente no Centro-Oeste e diminuir no Sul;
•	 A tendência é que a agregação de valor à produção aumente e que se localize próximo aos
mercados consumidores, isso será possível graças a melhorias na logística;
•	 Com relação à logística brasileira, mudanças importantes para os próximos 5 anos são o
aumento da ferrovia Norte-Sul, a pavimentação das BR-163; BR-080 e BR-158 e a utiliza-
ção dos portos de Marabá e Miritituba no Pará. Expandindo o horizonte para um período
de mais 10 anos, os portos que ganharão importância serão os de Santarém e São Luís;
•	 Em conclusão, o modelo produtivo brasileiro será caracterizado por grandes e pequenos,
não se sabe ao certo o que acontecerá com os médios. Serão necessários modelos seguros
para reduzir riscos, resolver os problemas de mão-de-obra e considerar as novas exigências
em questões ambientais;
•	 O Brasil não deverá exportar alimentos para África, mas inteligência e tecnologia. Desta-
que para a participação ainda tímida do Brasil como investidor e necessidade de ser mais
agressivo, sobretudo, mais proativo.
26
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
b) Principais desafios a serem enfrentados pela pesquisa e transferência de tecnologia
agropecuária brasileira nas próximas duas décadas
•	 Transferência de Tecnologia (TT) é o maior desafio para a agropecuária brasileira, sobretu-
do para os pequenos produtores;
•	 O Brasil possui 5.489 municípios com grande diversidade de dotação de recursos naturais.
É preciso analisar os vários contextos sociais e demográficos para pesquisa e TT;
•	 Há ainda diferenças quanto aos preços relativos, ao acesso ao capital produtivo e acesso
ao capital social;
•	 A relação entre tecnologia e geração de renda é importante;
•	 No contexto social, algumas variáveis que precisam ser consideradas: a renda disponível
no domicílio; o nível de pobreza absoluta; o nível de alfabetização; o nível da educação bá-
sica (IDEB); o acesso ao SUS; a razão de dependência; o tipo de esgotamento sanitário; a
taxa de envelhecimento. Nestas “Bases Sociais” se apoiam as condições para TT;
•	 No contexto ambiental é necessário considerar: o uso racional de produtos agroquímicos;
o plantio direto; a rotação de culturas; o cultivo mínimo; as áreas de florestas e sistemas
agroflorestais; a prática de queimadas; e, a proporção de áreas degradadas;
•	 Para onde caminha a agricultura e a demanda por tecnologia: a) a agricultura caminhará
para onde a terra é barata, como exemplo, MAPITOBA (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia),
Rondônia e Acre; b) serão procuradas áreas com maior aptidão agrícola e menor risco cli-
mático (importância do zoneamento agroecológico); c) há necessidade de um capital social
mínimo; d) a agricultura não irá para municípios com administração temerária; e) é preciso
resolver problemas de infraestrutura;
27
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 O quadro de infraestrutura vai mudar muito a cara da agricultura brasileira. Os destaques são:
a restauração e duplicação de rodovias (MP 82), a contratação de obras rodoviárias (RDC e
CI), as concessões rodoviárias, os asfaltamentos e os novos portos do Norte e Nordeste;
•	 Em conclusão, a infraestrutura vai modificar a cara da agricultura brasileira, sendo essen-
cial que o contexto social seja observado e devidamente apoiado por políticas públicas,
além de C&T.
c) Estratégias financeiras e mecanismos de inovação agropecuária
•	 O Brasil já é um protagonista do agronegócio mundial e as causas para esse protagonismo
são: os recursos naturais, tecnologia, crédito e produtores rurais eficientes;
•	 Houve expressivo aumento de produtividade, que ocorreu graças às tecnologias desenvolvi-
das pelos pesquisadores. A tecnologia traz benefícios para o meio-ambiente, consumidores
e produtor;
•	 Destaques: financiamento para a inovação, o Programa ABC e a Integração Lavoura Pecuá-
ria e Floresta (ILPF), tecnologia desenvolvida pela Embrapa;
•	 A tecnologia ILPF não é barata e exige mudança na gestão da propriedade, o que também
exige recursos;
•	 A ILPF é o novo modelo para a agricultura brasileira e é preciso que a nova agência de
assistência técnica (ANATER) comece logo a funcionar para que trabalhe nessa direção de
difusão dessa tecnologia;
•	 Para a ILPF, além da questão tecnológica, é necessário dar a devida ênfase à gestão terri-
torial e ao planejamento;
28
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 O Programa ABC precisa de coordenação e divulgação; o projeto merece muito mais atenção,
e requer grande integração entre o Governo Federal, Estados e Municípios e cooperativas.
3.	 Oferta e demanda de pesquisa agropecuária
	
	 3.1. Questões complementares para PD&I agropecuária
a) Financiamento da pesquisa agropecuária e o papel das parcerias público-privadas
Pontos a serem considerados para o direcionamento das pesquisas agropecuárias e seu finan-
ciamento:
•	 Mudanças espaciais na produção agrícola entre países e dentro de cada país afetam o
padrão e composição do comércio regional e internacional;
•	 O lag entre os gastos com P&D e ganhos de produtividade (os efeitos são de longo prazo,
entre e 12 e 30 anos nos EUA);
•	 O tempo necessário para a pesquisa chegar à comercialização e o tempo de adoção é longo;
•	 As decisões de pesquisas hoje terão efeito durante um prazo bastante longo;
•	 95% de P&D foram desenvolvidos em setores não agrícolas e 5% em setores agrícolas;
•	 No setor de alimentos e agricultura, 37% dos gastos são efetuados pelo setor privado e
63% pelo setor público (em setores não agrícolas e de alimentos essa relação é de 68%
para 32%);
29
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Aumento da participação de países em desenvolvimento nos gastos públicos globais com
P&D agrícola;
•	 Maior parcela de gastos de P&D agrícola nos EUA nas áreas de genética básica, genômica,
gerenciamento da produção e gerenciamento de resistência;
•	 As oportunidades de pesquisas para o setor privado realizar pesquisa estão no setor de
alimentos;
•	 A maior parte da pesquisa básica é feita pelo setor público;
•	 O futuro é incerto, mas há evidência de uma nova ordem mundial emergindo na P&D agrícola;
•	 Como esse futuro se desenvolverá será consequência das decisões políticas sobre a ci-
ência nesse momento, das decisões da inovação privada, e das políticas públicas que as
influenciarão.
b) Da ciência para a prática: perspectivas futuras em inovação setorial – O Exemplo da
USAID
A questão principal destacada pela USAID é a de que se deve diminuir o gap alimentar e tirar
as pessoas da pobreza. Os principais destaques foram:
•	 O gap alimentar é maior na África, mas também é relevante na América Latina;
•	 A USAID é seletiva, pois não é possível o atendimento de todos os países necessitados
(atendem atualmente 19 países africanos e asiáticos);
•	 A forma de trabalho adotada ocorre por meio da priorização das cadeias de valor relevantes
30
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
para o contexto de cada país;
•	 Enfoques são dados ao papel da mulher e à situação nutricional;
•	 Ressaltam a importância das métricas e sua relevância nas parcerias com o setor privado;
•	 Acreditam que o investimento do setor privado é que reduzirá a pobreza (a USAID é parceira
de grandes companhias como a Pepsico, dentre outras, e também empresas locais que
sustentam empregos e a economia local);
•	 O Programa Feed the Future é focado em: a) avanço da fronteira da produtividade; b) trans-
formar sistemas de produção mais relevantes; e, c) melhorar a nutrição e a segurança
alimentar;
•	 Os principais projetos deste programa são em: intensificação sustentável, cereais resis-
tentes ao clima, pesquisa avançada em doenças de plantas e animais, produtividade de
hortaliças, alimentação nutritiva e saudável e políticas de suporte à pesquisa;
•	 Estão trabalhando em Gana com tecnologias de mitigação de aflotoxinas, vacinas para
pecuária, melhoria de variedades híbridas de milho, feijão e amendoim;
•	 Destacou o papel do Brasil no desenvolvimento da agricultura global e o papel da Embra-
pa nas áreas de conservação da agricultura, saúde do solo e intensificação sustentável,
instrumentos de biotecnologia para plantas e animais, fixação biológica de nitrogênio e
melhorias nas forrageiras;
•	 Será necessário otimismo e cautela ao se transferir o modelo do cerrado para a savana africana.
31
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
c) Da inovação agrícola para o desenvolvimento social: como criar soluções sustentá-
veis para as pessoas? O exemplo da Fundação Bill e Melinda Gates
O pequeno produtor é o foco principal da Fundação Bill e Melinda Gates. Assim sendo, destacam:
•	 O desenvolvimento do trabalho da Fundação baseia-se nos ciclos de confiança: o produtor
é ouvido, a Fundação o mantém informado, mostra os contextos em que trabalham (vila-
rejo, ecossistema local, país, continente e mundo) e fornece os instrumentos necessários
que o produtor confia;
•	 A análise de informações genotípicas aliada com big data é promissora para fazer melho-
ramento das culturas;
•	 A fundação participa da Alliance for a Green Revolution in Africa (AGRA);
•	 Dentre os programas nacionais trabalham com: sistemas com culturas mistas, pesquisa com
culturas órfãs, o Harvest Plus Program (cruzamento convencional e de transgênicos) e Digital
Brain (comunicação por vídeo e telefones celulares entre produtores e extensionistas);
•	 Buscam assegurar a existência de mercados ao que é produzido pelos pequenos produtores;
•	 A adoção de tecnologia é essencial, mas a existência de produtos com valor agregado é
fundamental para tal adoção;
•	 O produtor precisa ter acesso rápido aos instrumentos locais relevantes e informações que
apoiem o trabalho no campo (sementes localmente adaptadas, insumos confiáveis, organi-
zação efetiva dos produtores, tecnologias digitais, etc.);
•	 Há necessidade de base de dados que registre os objetivos globais, nacionais e em nível
do produtor;
32
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Destacam a necessidade de métricas (com indicadores apropriados) e definição de respon-
sabilidades;
•	 É preciso assegurar que os progressos alcançados, sejam devidamente registrados e mo-
nitorados. 	
3.2.Sinais de tendências nacionais relevantes para a pesquisa e inovação agropecuária
a) Oportunidades e desafios para pesquisa e inovação agrícolas tropicais
Grandes vertentes que o agronegócio brasileiro precisa perseguir para ampliar sua impor-
tância e atuação no ambiente internacional:
•	 Melhorar a qualidade da produção para maior competitividade (certificação, rastreabilida-
de, etc.);
•	 Fortalecer e integrar a política agrícola com outras políticas públicas (C&T, meio-ambiente,
comércio, TT, etc.);
•	 Melhorar o marketing internacional de produtos agrícolas brasileiros;
•	 Diversificar a pauta de exportação brasileira, enfocando olerícolas, frutas e biocombustíveis;
•	 Reduzir o custo Brasil, tornando mais eficientes a infraestrutura e a logística;
•	 Aumentar a agregação de valor aos produtos agrícolas brasileiros exportados;
•	 Fortalecer a política comercial brasileira por meio de acordos internacionais, bi e multilaterais;
33
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Manter o desenvolvimento de tecnologias tropicais;
•	 Examinar o papel de cada ator do sistema nacional de inovação agropecuária (governo,
universidades, instituições de pesquisa, entre outros);
•	 É necessária atuação e posicionamento da Embrapa em cada um desses pontos.
Principais estratégias para incrementar as parcerias público-privadas (PPPs) na pesquisa
agropecuária brasileira:
•	 Assessoria jurídica especializada em contratos e propriedade intelectual;
•	 Grupo especializado em negócios;
•	 Capacidade de honrar contratos e clareza nas demandas e na capacidade de entrega;
•	 Estruturação institucional para inovação (políticas, arquitetura organizacional, processos,
gestão);
•	 Reorientação profissional dos pesquisadores atuais;
•	 Criação de estrutura para negociação público-privada;
•	 Definição dos pontos críticos e temas sensíveis/polêmicos (ex. propriedade intelectual);
•	 Prospecção de demanda ligada à transferência de tecnologia;
•	 Parcerias entre instituições de pesquisa.
Considerações Relacionadas à Embrapa:
34
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 Adaptar a cultura organizacional e estruturar suporte jurídico adequado para atuação em
parcerias público-privadas;
•	 Desenvolvimento contínuo de competências (com habilidade para identificar, compreender
e resolver problemas concretos), por meio de capacitação.
Medidas necessárias para ampliar a inovação no Brasil para níveis compatíveis com o dos
países ricos:
•	 Aumentar investimentos tecnologia (privados e públicos) em pesquisa e transferência de
tecnologia;
•	 Reestruturar a Embrapa para interlocução e atuação em novos mecanismos e arranjos
público-privados open innovation (mercado, pesquisa, transferência de tecnologia e negó-
cios);
•	 Estabelecer uma agenda institucional de inovação (P&D, TT, negócios, comunicação e co-
operação internacional);
•	 Promover maior integração com países desenvolvidos e emergentes para acesso a grandes
inovações;
•	 Implementar a política nacional de inovação;
•	 Promover abordagem sistêmica, multi-institucional, e da inserção internacional no debate
sobre inovação no Brasil;
Outros pontos relevantes a serem destacados:
•	 Não houve consenso quanto aos benefícios e entraves proporcionados por legislações (Lei
de Inovação n° 10.973, de 2 de dezembro de 2004 e Lei de Licitações n° 8.666, de 21 de
35
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
junho de 1993);
•	 Parte dos participantes considera que ambas as leis são antagônicas e que a Lei de Lici-
tações burocratiza demasiadamente o processo de inovação no país, outra parte relatou
experiências de aplicação bem sucedidas das leis;
•	 Ficou evidenciada a falta de uniformidade de conhecimento e uso das legislações pertinentes;
Considerações Relacionadas à Embrapa:
•	 Necessidade da Embrapa influenciar o avanço do arcabouço legal;
•	 A Embrapa já participa de duas iniciativas no âmbito do legislativo federal (PL 2177/2011,
que “institui o Código Nacional de Ciência,Tecnologia e Inovação” e PEC 290/2013, que
“altera e adiciona dispositivos na Constituição Federal para atualizar o tratamento das ati-
vidades de ciência, tecnologia e inovação”);
•	 Priorizar as parcerias público-privadas e desenvolver postura mais proativa e indutora na
cooperação internacional;
•	 Conhecer os ativos e a programação da Empresa em tempo real, além de fortalecer a visão
de negócio na Empresa.
4.	 Conclusões
•	 A nova plataforma virtual do Sistema Agropensa pode ser acessada no endereço: www.
embrapa.br/agropensa;
•	 Deve-se aumentar a frequência de encontros com debates sobre o futuro;
36
O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro
•	 É preciso fortalecer parcerias externas e internas e reforçar cooperação internacional cien-
tífica, técnica e tecnológica;
•	 Necessidade de mecanismos para organizar competências a serviço dos desafios da Em-
brapa, ou seja, na gestão de pessoas;
•	 Implementação de mudanças organizacionais (a exemplo da experiência francesa com me-
taprogramas e redes);
•	 Organização das atividades de PD&I em função das demandas da cadeia de valor agrope-
cuária (dentro e fora da porteira);
•	 Importância do trinômio complexidade–conhecimento–relacionamento e visão mais inte-
gral de mundo para atuação na agricultura do futuro;
•	 Reforçar protagonismo da Embrapa e do país na segurança alimentar e nutricional para a
paz mundial;
•	 É preciso transitar do paradigma da cura para a prevenção;
•	 Atuar e conhecer impactos das mudanças climáticas na agricultura e descarbonização da
economia;
•	 Pensar e gerir safras segundo uma perspectiva de território;
•	 O conhecimento é a chave para aumentar a capacidade de antecipação do futuro, dimi-
nuindo riscos na tomada de decisão.
Anexo
Oficinas técnicas para a construção do conteúdo
1ª Oficina “O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades
para o setor de inovação agrícola brasileiro” (10 a 12 de setembro de 2013)
Coordenação Técnica: Geraldo B. Martha Jr. e Marcos A. G. Pena Júnior
Profissional Organização
Abi Soares dos Anjos Marques Embrapa Quarentena Vegetal
Aigul Bayzlova Bill & Melinda Gates Foundation
Alberto Duque Portugal Agribusiness Management Center, FDC
Alysson Paolinelli Associação Brasileira dos Produtores de Milho
Andre Nassar Agroicone
Antônio Eduardo Guimarães dos Reis Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica
Austrelino Silveira Filho Embrapa Amazônia Oriental
Bernard Mallet
Le Recherche Agronomique Pour Le Développement -
CIRAD
Brady Walkinshaw Bill & Melinda Gates Foundation
Carlos Alberto Barbosa Medeiros Embrapa Clima Temperado
Carlos Cerri
Centro de Energia Nuclear na Agricultura -
Universidade de São Paulo - Cena/USP
Carlos Eduardo Lazarini da Fonseca Embrapa - Labex EUA
Celso Luiz Moretti
Embrapa - Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento
Claudio Carvalho Embrapa - Labex Europa
Cleber Oliveira Soares Embrapa Gado de Corte
Clênio Nailto Pillon Embrapa Clima Temperado
Damares de Castro Monte Embrapa - Labex China
Daniel Barthelemy
Le Recherche Agronomique Pour Le Développement -
CIRAD
Daniela Lopes
Embrapa - Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento
Edson Luís Bolfe Embrapa Monitoramento por Satélite
Elíbio Leopoldo Rech Filho Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Eliseu Alves Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência
Elísio Contini Embrapa Estudos e Capacitação
Eric Arthur Bastos Routledge Embrapa Pesca e Aquicultura
Esdras Sundfeld Embrapa Agroindústria de Alimentos
Evaristo de Miranda Embrapa Monitoramento por Satélite
Fernando Amaral
Embrapa - Departamento de Transferência de
Tecnologia
Fernando Campos
Embrapa - Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento
Fernando Castanheira
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República - SAE/PR
François Houllier Institut national de la recherche agronomique - INRA
Frederico Duraes Embrapa Produtos e Mercado
Gabriel Ferreira Bartholo Embrapa Café
Geraldo B. Martha Jr Embrapa Estudos e Capacitação
Geraldo Barros
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" -
Universidade de São Paulo - Esalq/USP
Giampaolo Queiroz Pellegrino Embrapa Informática Agropecuária
Gilberto Schmidt Embrapa - Labex Coréia
Janice Reis Ciacci Zanella Embrapa Suínos e Aves
João Cruz Filho
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
MAPA
José Fernando da Silva Protas Embrapa Uva e Vinho
José Ivo Baldani Embrapa Agrobiologia
Julie Howard
United States Agency for International Development -
USAID
Kepler Euclides Filho
Embrapa - Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento
Ladislau Martin Neto Embrapa - Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento
Lourival Vilela Embrapa Cerrados
Luiz Carlos Guedes Pinto Grupo Segurador Banco do Brasil & Mapfre
Manuel Rodolfo Otero
Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura - IICA/Brasil
Marcio Porto Embrapa - Secretaria de Relações Internacionais
Marcos A. G. Pena Júnior Embrapa Estudos e Capacitação
Marcos Enê Chaves Oliveira Embrapa Amazônia Oriental
Marcos Valentim Ferreira Martins
Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de
Pesquisa Agropecuária - Consepa & Instituto
Agronômico do Paraná - Iapar
Marília Nutti Embrapa Agroindústria de Alimentos
Mario Seixas Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica
Maurício A. Lopes Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência
Mauro Carneiro Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Mauro Lopes Fundação Getúlio Vargas
Michel Eddi
Le Recherche Agronomique Pour Le Développement -
CIRAD
Milton Kanashiro Embrapa Amazônia Oriental
Mirian Eira Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência
Moiséis Gomes Pinto Instituto CNA
Myrian Tigano Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência
Osmar Dias Banco do Brasil
Otávio Balsadi
Embrapa - Departamento de Transferência de
Tecnologia
Patrick Caron
Le Recherche Agronomique Pour Le Développement -
CIRAD
Paulo Estevão Cruvinel Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica
Paulo Fresneda Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência
Philip Pardey Universidade de Minnesota
Robert Habib Institut national de la recherche agronomique - INRA
Ronaldo de Andrade Embrapa Produtos e Mercado
Rose Monnerat Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Ruy de Araújo Caldas Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI
Sam Dryden Bill & Melinda Gates Foundation
Selma Beltrão Embrapa Informação Tecnológica
Shenggen Fan International Food Policy Research Institute - IFPRI
Sílvia Massruhá Embrapa Informática Agropecuária
Silvio Crestana Embrapa Instrumentação
Vania Castiglioni Embrapa - Diretoria de Administração e Finanças
Vinicius Pereira Guimarães Embrapa Caprinos e Ovinos
Vitor Hugo Embrapa - Secretaria de Negócios
Waldyr Stumpf Junior Embrapa - Diretoria de Transferência de Tecnologia
Walter Bowen
Universidade da Flórida / Institute of Food and
Agricultural Sciences
Warley Marcos Nascimento Embrapa Hortaliças

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  • 1. O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA: O futuro da inovação na agricultura tropical:O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor deOportunidades e responsabilidades para o setor de HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA: O futuro da inovação na agricultura tropical:O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA:HIGHLIGHTS DO RELATO DA OFICINA: O futuro da inovação na agricultura tropical:O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor deOportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiroinovação agrícola brasileiro 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  • 2. Coordenação do conteúdo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa (Agropensa) Parque Estação Biológica (PqEB) Av. W3 Norte (final) Ed. sede Embrapa - Anexo CEP 70770-901 Brasília, DF Fone: (61) 3448-2020 www.embrapa.br/agropensa agropensa@embrapa.br Organizadores dos highlights: Danielle A. P. Torres Silvia Kanadani Campos Marcos A. G. Pena Júnior Revisão: Nilda Maria Sette Diagramação: Mariana Brito de Almeida
  • 3. 3 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro Highlights1 do Relato da Oficina: “O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro” Organizadores dos highlights: Danielle A. P. Torres, Silvia Kanadani Campos e Marcos A. G. Pena Júnior. Este documento apresenta as principais contribuições dos participantes do Workshop “O fu- turo da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro”, que ocorreu nas dependências da Embrapa Estudos e Capacitação em Brasília/DF entre os dias 10 e 12 de setembro de 2013. O objetivo do Workshop foi discutir oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola no Brasil, prospectando e compreendendo desafios e oportunidades do ambiente mundial para o setor. Além de revisitar de maneira breve a trajetória da Empresa nas últimas quatro décadas, foram discutidos desafios, oportunidades e tendências tecnológicas internacionais referentes ao setor agrícola. As considerações aqui apresentadas poderão servir de subsídio às estratégias de PD&I para tomada de decisão do setor público e privado do Brasil, considerando os saltos que a agricultura brasi- leira precisará dar nas próximas duas décadas. 1 Este documento é um “extrato” dos principais pontos contidos no “Relato do workshop: O futuro da inova- ção na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro”, originalmente produzido por Antonio Flavio Dias Avila, Danielle A. P. Torres, Eliane Gonçalves Gomes, Maria Alice de Medeiros, Maria Quitéria dos Santos Marcelino, Milena Yumi Ramos, Pedro Sarmento, Roberta Dalla Porta Gründling, Sabrina Herzog, Silvia Kanadani Campos & Wilson Corrêa da Fonseca Júnior, em setembro de 2013.
  • 4. 4 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 1. Desafios a serem enfrentados pela agricultura mundial 1.1 Perspectiva internacional do setor agropecuário Para motivar o tema alguns dados foram destacados: • Aumento da população, urbanização e renda levando ao aumento da demanda por alimen- tos com alterações dos hábitos alimentares; • Segundo dados da OCDE, nos próximos 10 anos a demanda por alimentos crescerá 20%. Caberá ao Brasil atender 40% desse crescimento; • No período 2000-2030 a população mundial crescerá 33%, a demanda por alimentos 50% e a demanda por água 30%; • Para atender esta demanda será necessário um aumento de produtividade de 78%, inten- sificação da agricultura em 13% e aumento da terra arável em 9%. Na América Latina estes aumentos serão respectivamente de 53%, 7% e 40%; • Neste contexto, a pressão sobre os recursos naturais, a produção de alimentos, e a agricul- tura são os principais desafios para a ciência.
  • 5. 5 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 1.1.1 Visão 2013-2033: o futuro da inovação na agricultura tropi- cal (resultados preliminares) a) Drivers de demanda • Decréscimo nas taxas de crescimento da população após 2030; • Países, como Japão e Itália, passam por processo de redução da população; • Espera-se que o driver população, como fator de pressão da demanda agrícola, se reduza ao longo do tempo; • Forte fluxo migratório do campo para as cidades, mudanças dos hábitos alimentares e envelhecimento; • A taxa de crescimento da renda per capita tende a ter queda no período posterior a 2030; • Em suma, haverá um forte crescimento da demanda até 2030, impulsionada pela classe média, com forte concentração na Ásia e no Pacifico; • A expansão da classe média manterá aquecida a demanda por produtos agrícolas de maior elasticidade-renda, sobretudo nos países asiáticos e africanos; • Após 2030, haverá arrefecimento da demanda por produtos agrícolas e redução da pres- são sobre o uso da terra; • Nos próximos 20 anos, a expansão da produção ocorrerá sem muita competição. Após
  • 6. 6 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 2030, os mercados estarão mais restritivos, aumentará a competição, e novas barreiras começarão a surgir; • Este panorama indica a necessidade imediata de desenvolvimento de novos produtos e de novos mercados; • Haverá um aumento da demanda por energia, sinalizando que o setor sucroenergético nacional poderá se beneficiar. b) Drivers de oferta • Aumento da produção de milho no Brasil para 94 milhões de toneladas em 10 anos, com crescimento da área de 0,6% a.a (projeções do MAPA) e da produtividade de 1,2%. É preci- so determinar o esforço tecnológico necessário para não aumentar a área plantada; • Para algumas culturas, como a cana-de-açúcar, haverá expansão de área plantada; • Nem todo o aumento da produção virá por aumento de produtividade, no entanto, a van- tagem é que a expansão de área no Brasil não significa forte pressão sobre os recursos naturais; • Uma alternativa para a expansão de área é adotar tecnologias em pastagens de baixa pro- dutividade para liberar área para a produção agrícola.
  • 7. 7 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 1.1.2 Como obter segurança alimentar em um mundo de crescente es- cassez: o papel das estratégias de desenvolvimento tecnológico As principais considerações foram: • É preciso incrementar as pesquisas que aumentam a densidade nutricional do alimentos. As inovações na agricultura, como a biofortificação, são fundamentais neste processo; • É preciso acelerar investimentos em P&D visando ganhos de produtividade e sustentabili- dade, sobretudo de pequenos produtores na Ásia, África, China, Vietnã e Brasil; • Com o aumento dos custos do trabalho e do desemprego na agricultura, a mecanização é crucial; • São necessários investimentos em nanotecnologia (nano sensores, nano compostos para tratamento veterinário) e agricultura de precisão; • Promover inovações ambientalmente sustentáveis por meio da gestão da terra, conserva- ção de água e energia (energia solar para irrigação) e promoção de tecnologias e políticas climate-smart; • O Brasil tem papel importante no desenvolvimento e promoção de combustíveis de 2ª ge- ração; • É preciso promover investimento em gestão para os produtores rurais e inovações comple- mentares e garantir que estes investimentos sejam social e ambientalmente responsáveis e que garantam segurança alimentar;
  • 8. 8 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Para os desafios apresentados há necessidade de eficiência, inovação, instituições, coope- ração, interação e sinergia, e políticas que possibilitem as ações; • As organizações científicas precisam estar mais conectadas em linha com as políticas pú- blicas; • É necessário considerar o tempo de maturação das tecnologias para serem apropriadas pelo sistema produtivo; • Deve-se aumentar conhecimento e comunicação para adoção de tecnologia. Com conheci- mento, reduz-se a percepção do risco e aumenta-se a adoção; • A inovação institucional é necessária para preparar para esses sistemas complexos bem como invenções tecnológicas multidisciplinares e multiinstitucionais. Perspectiva internacional de PD&I agropecuária 1.1.3 Principais desafios e oportunidades tecnológicas para a agricultura no período de 2013 a 2033 Os principais desafios e oportunidades podem assim ser resumidos: • O Brasil tem espaço para expandir sobre áreas de pastagem degradadas; • A dupla safra em um mesmo ano é uma vantagem que traz desafios (pragas, doenças e a fixação biológica de Nitrogênio);
  • 9. 9 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • A sustentabilidade dos sistemas agrícolas torna-se relevante diante da necessidade de redução da emissão de gases de efeito estufa; • Para o desafio das mudanças climáticas é necessário trabalhar com adaptabilidade e mi- tigação; • Outros tópicos relevantes: produção orgânica, economia verde, economia do carbono, quí- mica verde, biomassa, aquicultura, controle biológico de pragas, manejo integrado de pra- gas, agentes de controle químico e biológico, espécies resistentes à seca e geotecnologias; • A Inovação na Embrapa deve: considerar os zoneamentos e outros tipos de produção de informação, além de sementes e outras tecnologias mais “tradicionais”. 1.1.4 O papel da pesquisa no fomento da produtividade e da competiti- vidade na agricultura – Perspectiva do INRA/CIRAD na França • Os desafios para a pesquisa agrícola são: assegurar segurança alimentar sustentável e igualitária; produzir comida barata, segura e nutricionalmente adequada; proteger a biodi- versidade e criar empregos; • A estratégia de 10 anos do INRA está direcionada para as mudanças climáticas e seguran- ça alimentar; • Os tópicos prioritários do INRA são: mudanças climáticas, agricultura, alimentação e eco- nomia; • A estratégia de 10 anos do CIRAD é ser referência global nas suas linhas de prioridade de pesquisa, construir parcerias e mantê-las por longos períodos de tempo;
  • 10. 10 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Para implementar esta estratégia são necessárias pessoas em diferentes países e a cons- trução de plataformas em parceria (para desenvolvimento de projetos em parceria); • Importantes áreas de pesquisa destes Institutos: a) juntar genótipos e fenótipos sob con- dições variáveis e de mudanças climáticas; metagenômica no campo da ciência do solo; b) agroecologia e intensificação ecológica; c) segurança alimentar no contexto de transição nutricional (comportamento dos consumidores e necessidades de consumo); d) pesquisa em carbono renovável para suporte à bioeconomia; • São necessários ainda estudos sobre os impactos da pesquisa e desenvolvimento de tec- nologias em agricultura, sendo necessária uma medida padrão de impacto; • Neste tipo de análise a abordagem sistêmica é chave, devendo ser considerados também impactos institucionais, políticos, de treinamento e de construção de parcerias; • É preciso ter uma abordagem comparativa entre países, entre setores, considerando dife- rentes pontos de vistas (consumidor, produtos, segurança alimentar global etc.); • Os impactos socioeconômicos não são imediatos, podem demorar 20 anos; • Reitera-se a necessidade de parcerias de longo prazo e instrumentos para reduzir assime- tria entre países; • As perspectivas são de criação de coalizões e integrações, é preciso desenvolver consór- cios de pesquisa em nível internacional. Para isso é necessário criar mecanismos para facilitar alianças regionais, nacionais e intrablocos.
  • 11. 11 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 1.1.5 O futuro da inovação tecnológica: uma perspectiva dos Labex a) Experiência e visão de futuro do Labex-EUA: Algumas tendências que nortearão a inovação agrícola: • O uso de matérias-primas agrícolas para a produção de biocombustíveis continuará a cres- cer; • As classificações de qualidade e segurança dos alimentos se tornarão abrangentes e roti- neiras; • É preciso promover aumento de produtividade agrícola com menor uso de água; • Limitações mais drásticas em pesquisas realizadas com animais; • Decréscimo na disponibilidade de mão-de-obra rural; • Intensificação no uso de sistemas mais automatizados visando a produção integrada de alimentos, fibras e energia com aproveitamento total de resíduos; • A abertura de novas áreas não terá um papel no aumento da produção; áreas já abertas para a agricultura deverão dobrar a produção; • A crescente demanda por produtos agrícolas pode ser satisfeita por meio de: (i) expansão dos recursos utilizados na produção; ou, (ii) crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF); • Para dobrar a produção agrícola até 2050 é preciso crescimento da PTF de pelo menos 1,75% a.a.;
  • 12. 12 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • O desafio da produção necessita de novas soluções tecnológicas sustentáveis, bem como de políticas globais e nacionais consistentes, que contemplem racionalização do uso dos recursos naturais, sistemas de produção eficientes, alimento com qualidade e seguros, bioenergia, mercados econômicos, mudanças climáticas e resiliência ambiental; • Novos desafios da agricultura dos EUA: a) gerenciar novas pragas, patógenos e plantas invasoras; b) aumentar a eficiência do uso da água; c) reduzir as pegadas ambientais da agricultura; d) produzir alimentos diante das mudanças climáticas; e) fazer a gestão da pro- dução de bioenergia; f) produzir alimentos seguros e nutritivos; e, g) ajudar na segurança alimentar mundial e manter as produtividades altas; • Áreas prioritárias de pesquisa em alguns institutos dos Estados Unidos: a) Genética e Ge- nômica; b) O Microbioma Humano; c) Economia Comportamental; d) Open Data para a Agri- cultura; e) Agroflorestas; f) Bioprodutos e Bioenergia; g) Nutrição e Epigenética; h) Produção Animal e Defesa Sanitária Animal; i) Manejo de recursos naturais urbanos; e, j) outros; • Em mudanças climáticas o foco é na adaptação visando melhorar a resiliência das flores- tas; pastagens nativas e ambientes aquáticos; mitigar os impactos adversos das alterações climáticas nas árvores, florestas e ecossistemas florestais; • Na área de nutrição, alimentos seguros e qualidade, o enfoque é dado à nutrição humana, alimentos seguros e qualidade e uso de produtos agrícolas; • Em recursos naturais e sistemas agro-sustentáveis: disponibilidade de água e manejo de ba- cias; mudanças climáticas, solos e emissões; bioenergia; co-produtos da agricultura e indústria; pastagens nativas, cultivadas e forrageiras; competitividade e sustentabilidade da agricultura; • Sobre produção agrícola e defesa sanitária vegetal: recursos genéticos vegetais, genômica, melhoramento genético e produção de culturas; controle de pragas; proteção de cultivos e quarentena e alternativas ao brometo de metila;
  • 13. 13 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Biomassa e bioenergia: fontes alternativas de energia, novos produtos e novos mercados que contribuem para a segurança energética; • Gestão de bacias hidrográficas entendendo onde ocorrerá escassez de água; identificar como o clima futuro afetará chuva e queda de neve; encontrar formas de reduzir a poluição da água e proteger as nascentes. b) Experiência e visão de futuro do Labex-Europa: • É preciso que haja estímulo à integração de redes de pesquisa brasileiras às internacionais; • Precisamos atuar em ambiente cooperativo, trabalhando com equipes motivadas; • Neste sentido, é necessário motivar jovens pesquisadores a criarem redes de pesquisa internacionais; • No caso da Embrapa precisamos trabalhar em escala multidimensional (governos, entida- des multilaterais, ONGs, empresas); • Criar ambiente de cooperação e colaboração entre centros de pesquisa e outras institui- ções do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA); • O arcabouço jurídico dificulta a integração da Embrapa (repasse de recursos, etc.); • É fundamental que haja capacidade de financiar pesquisas de ponta, em condições simé- tricas com instituições internacionais; • Principais Áreas do LABEX–Europa: a) “Biologia Avançada” e interações moleculares plan- ta-microrganismos; b) Fenotipagem de Alto Desempenho em Plantas – análise quantitativa
  • 14. 14 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro da estrutura e função nas plantas, usando métodos não-invasivos; e, c) Tecnologias Alimen- tares Agroindustriais; • Novos desafios e oportunidades: Fixação Biológica do Nitrogênio – FBN – para diferentes ecossistemas: inoculantes e práticas de manejo que favoreçam a FBN para reduzir os ní- veis de N-fertilizante aplicados em cultivos de leguminosas, gramíneas e outras espécies de interesse; compromisso COP15 - ampliar o uso da FBN em 5,5 Mha; • Na área de Biotecnologia Florestal é preciso desenvolver ferramentas para acelerar o me- lhoramento genético do Paricá (Schizolobium amazonicum), Tachi Branco (Schlerolobium paniculatum) e do Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla); • Em química da Biomassa necessita-se fomentar a constituição de Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais; de Laboratório de Tecnologia da Biomassa para o desen- volvimento de novos produtos (adesivos e coprodutos derivados de lignina, veículos para inoculantes em gel e para encapsulamento e corantes naturais e produtos nutracêuticos). c) Experiência e visão de futuro do Labex-China Algumas características da China e considerações sobre PD&I do país: • Há limitação de água e de terra arável disponível, desertificação e degradação do solo e desastres climáticos naturais; • Processo de envelhecimento dos agricultores e êxodo rural (250 Mi de migrantes); • A China é o segundo maior consumidor de sementes, atraindo atenção das empresas mul- tinacionais de sementes;
  • 15. 15 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • A capacidade P&D do setor privado é fortalecida; • Colaboração mais estreita entre os setores público e privado; • O foco é que a inovação saia da prateleira; • Novas tendências na produção agrícola: a) hidroponia; b) agricultura urbana; c) Escritórios verdes; e, d) Ecoturismo; • Desenvolvimento de 7 indústrias estratégicas (Natl State Council), para as quais as frontei- ras de inovação e de novas demandas sociais convergem para: a) Economia de energia e proteção ambiental; b) Nova geração de TI; c) Bioindústria (biotecnologia); d) Equipamentos de fabricação avançados (high-end); e) Novas energias alternativas; f) Novos materiais; e, g) Automóveis menos poluentes; • As diretrizes do 12º “Planejamento de 5 anos para Ciência e Tecnologia na Agricultura (2011 – 2015)” são: inovação independente, para acelerar a transferência de tecnologia; e, melhorar a indústria para alcançar o desenvolvimento “em saltos” em áreas prioritárias; • Os objetivos deste Plano são: oferta suficiente dos principais produtos agrícolas, aumento da renda dos agricultores e desenvolvimento sustentável da agricultura; • O modelo de desenvolvimento da agricultura tem foco no ajuste de rotas técnicas, melhoria dos serviços, inovação na gestão da organização, otimização da estrutura técnica, avanço na assistência técnica para a agricultura e aumento da eficiência administrativa em C & T para a agricultura; • As áreas prioritárias de pesquisa são: a) adaptação às mudanças climáticas; b) prevenção e redução de desastres naturais; c) proteção e recuperação do ambiente rural; d) preven- ção e controle de pragas e doenças; e) utilização eficaz dos recursos da agricultura; e, f) desenvolvimento de novas variedades de plantas e animais;
  • 16. 16 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Os principais focos são em: a) Inovação em tecnologias de biotecnologia e mecanização; b) Intensificação de serviços técnicos profissionais e de serviços públicos; c) Melhoria das tecnologias de produção agrícola; d) Capacitação de líderes em ciência e dos técnicos de campo; e, e) Inovação na gestão de C&T na agricultura mais eficiente, por meio do reforço da coordenação e incentivos criativos. d) Experiência e visão de futuro do Labex-Coréia do Sul • Na Coréia a pequena produção é a base do sistema produtivo, havendo forte interação entre a produção e a pesquisa aplicada; • Existem inúmeras ferramentas para a pequena agricultura; • No Projeto Biogreen há três grandes campos (áreas definidas pela agenda nacional), com 36 programas nestas áreas. Analisa-se a evolução do produtor (com feedback para o agen- te de transformação), havendo maior envolvimento do pesquisador, que trabalha em con- junto com o produtor; • O produtor recebe informações das áreas de P&D, extensão e de outros produtores. O pes- quisador (diretamente ligado ao produtor) se insere no sistema; • Um dos desafios atuais é a necessidade de redução da mão-de-obra devido à automação e à mecanização; • Outros desafios: a) Valor nutricional do alimento; b) desenvolvimento de alimentos funcio- nais com maior valor agregado; c) Substituição de produtos químicos; d) Criopreservação e recursos genéticos; e) Co-produtos e resíduos animais; e, f) Plantas aromáticas e medicinais; • A Agenda Nacional de P&D é composta por três áreas: alta tecnologia (Futuro); tecnologia
  • 17. 17 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro On-Farm; e, Tecnologia agro-alimentar, operacionalizada por meio de 922 projetos; • O foco da área de “Alta tecnologia” é dado a: a) Biotecnologia; b) Bio-recursos; c) Indústria de produção de insetos; d) Sistemas automatizados; e, e) Mudanças Climáticas; • A área de “Tecnologia On-Farm” foca em: a) Segurança alimentar; b) Produção “Hot & Her- bal”; c) Produção Animal; d) Promoção da agricultura regional; e) Produção de forragem; f) Agricultura Eco-amigável; e, g) Tecnologias poupadoras de energia; • Em tecnologia Agro-Alimentar o enfoque é em: a) Segurança Alimentar; b) Alimentos funcio- nais; e, c) Alimentos coreanos tradicionais. 1.2.Agricultura brasileira: o que esperar, considerando a transição dos “últi- mos 40 anos para os próximos 20 anos”? Principais considerações: • O Brasil precisa considerar a dimensão territorial e a diversidade ambiental ao pensar em estratégias e futuros; • Temos que usar de maneira inteligente e sustentável os recursos, considerando que o país tem a maior diversidade biológica do mundo; • O Brasil tem a maior parte de seu território situado no cinturão tropical e sofrerá de manei- ra mais intensa os impactos das mudanças climáticas; • O país tem uma matriz das mais limpas, incluindo bioeletricidade e cana-de-açúcar; • A matriz energética brasileira vem de fontes limpas, tendência que deverá crescer ainda
  • 18. 18 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro mais e dará origem a outra indústria; • Poderemos destilar de biomassa praticamente tudo que se destila de petróleo; • O desenvolvimento da agricultura brasileira ocorreu numa plataforma de práticas susten- táveis, alguns exemplos: a. Transformação de solos ácidos em solos férteis; b. O plantio de soja no cerrado; c. A deficiência de fósforo em solos tropicais; d. Melhoramento genético da soja e outras espécies; e. Agricultura irrigada; f. Adaptação de espécies de clima temperado; g. O melhoramento genético animal transformou o país que passou a ter uma pecuária moderna e ser exportador de carne; h. Desenvolvemos práticas sustentáveis para a soja, não usamos nenhum adubo nitrogenado na soja brasileira, que é resultado da pesquisa agropecuária; i. O Brasil superou parte do problema da erosão com o plantio direto; j. Estamos agora na revolução dos sistemas integrados como o ILPF, grande ten- dência para o futuro da agricultura brasileira; k. Atuamos no desenvolvimento de tecnologias para zoneamento de risco climá- tico baseado em mapas de solo, para propiciar a adaptação de cultivos- atual- mente 44 espécies estão inteiramente zoneadas no Brasil; l. Zoneamento agroecológico para cana de açúcar que permitiu a expansão do cultivo; m. Cultivos com agricultura com baixa emissão de carbono (ABC), baseado em práticas de FBN, plantio direto e ILPF.
  • 19. 19 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • A Embrapa esta distribuída em rede, esta característica teve impacto marcante no sucesso da empresa e da agricultura brasileira; • No momento temos a oportunidade de pensar na agenda dos próximos 20 anos, que certa- mente envolverá: sustentabilidade, impactos sociais, agricultores sem tecnologias; • Ainda temos desequilíbrios regionais no nordeste brasileiro, precisamos buscar alternati- vas para superar as diferenças regionais e conservar a diversidade biológica; • É imperativo promovermos a redução de perdas de alimentos e energia, racionalizar o uso da água; elevarmos a produtividade dos cultivos; avaliarmos a segurança nutricional; pen- sarmos na automação como alternativa para atrair jovens para o campo; • Precisamos ainda aumentar segurança biológica no processo crescente de circulação dos alimentos pelo mundo, que aumenta o risco de pragas, doenças, ou seja, os problemas de sanidade. Precisamos apostar no melhoramento preventivo; • A agricultura terá que ser cada vez mais multifuncional: fornecer serviços ambientais, con- tribuir com alimentos mais nutritivos; • Neste sentido, é fundamental termos cada vez mais métricas. É preciso avaliar se estamos caminhando, de acordo com métricas específicas; • Precisamos de sistemas de inteligência, para isso é preciso método e planejamento; mais antecipação e planejamento do que reação; • Nossas estratégias de futuro precisam estar conectadas com o processo produtivo, por isso o foco da agenda de futuro deve estar nas cadeias de valor, com identificação dos grandes desafios em cada uma das áreas.
  • 20. 20 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 1.3. Sinais de tendências internacionais relevantes para a agricultura brasileira a) Grupos de trabalho - possíveis implicações para tecnologias agrícolas tropicais Mudanças necessárias nas organizações de CT&I para enfrentar um ambiente mais com- plexo e dinâmico Principais pontos elencados sobre quais são as transformações necessárias nas organizações de ciência, tecnologia e inovação, frente a um ambiente mais complexo e dinâmico: • Pensar além dos sistemas de produção e se voltar para a bioeconomia; • Adaptar os recursos humanos aos novos desafios; • Facilitar o livre fluxo de informação e inovação; • Focar a resolução de problemas relacionados à cadeia de valor e abordagem sistêmica; • Definir vantagem comparativa e papéis específicos dos setores público e privado; • Abordagem multidisciplinar, incluindo ciências sociais; Outros pontos levantados: • O problema a ser solucionado vai além da propriedade agrícola, é necessário entender a complexidade de se trabalhar com o consumidor; • Necessidade de trabalhar a inserção dos produtos rurais no mercado;
  • 21. 21 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • É necessário pensar em como recompensar as pessoas por trabalhar em conjunto, de for- ma colaborativa, dividindo informações; • A bioeconomia é o tópico mais relevante e deve estar no escopo das instituições de P&D agropecuário; • É preciso dar ênfase aos recursos humanos das instituições. Principais diretrizes tecnológicas da agropecuária brasileira nas próximas duas décadas É necessário pensar em sistemas de produção, tecnologias que poupem recursos. Em suma, as diretrizes foram resumidas em: • Tecnologias para a produção de alimentos seguros; • Tecnologias que poupem terras (gerenciamento territorial); • Tecnologias que poupem recursos naturais; • Tecnologias que poupem trabalho, automação, agricultura de precisão; • Tecnologias que melhorem e ampliem o acesso ao alimento: preço e capilaridade. Principais diretrizes para a pesquisa agropecuária e a transferência de tecnologia fomen- tarem a melhor integração de pequenos e médios produtores à cadeia de valor, aumentando sua competitividade e bem-estar • Sistematização das demandas e das oportunidades que aparecem a partir desse conhecimento; • Métodos de pesquisa participativa: processo em menor escala é trabalhado em muitas unidades, mas a complexidade exige uma implementação em maior escala;
  • 22. 22 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Sinergia entre P&D, TT e sociedade; • A Embrapa pode fazer parte de arranjos que incentivem o associativismo, associações de produtores, estimular toda forma de organização; • O momento atual exige uma colaboração de papéis que, se fossem bem definidos e execu- tados, tanto em P&D como em TT seria mais eficiente. Outros pontos levantados: • O processo educacional dos produtores rurais é crucial; • O Brasil já alcançou tudo o que ele poderia com o “amadorismo” e agora é necessário o “profissionalismo”; • Analisar se é possível uma atuação mais próxima da Embrapa junto ao Ministério da Educação; • Já existem organizações encarregadas desses treinamentos- CNA, SENAR, CONTAG; • Os centros da Embrapa deveriam tratar desta parte de forma específica em sua região e área de atuação. Tomar nota das questões referentes a este ponto para interagir com quem tem a responsabilidade direta.
  • 23. 23 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro 2. Desafios a serem enfrentados pela agricultura brasileira 2.1. Perspectivas brasileiras para o setor agropecuário a) Projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década: a visão da FIESP/ ICONE • Enquanto o mundo está com ganhos decrescentes de produtividade, o Brasil continua com ganhos crescentes (situação que permanecerá pelos próximos 10 anos); • É preciso pensar nos 20 a 30 anos posteriores, nos quais não haverão ganhos significativos de produtividade; • As regiões com recursos naturais “mais baratos”, como África, terão maior predominância na produção. Chama atenção que o Brasil não esteja investindo mais nessas regiões; • Com relação à projeção da produção para 2022, os grãos deverão chegar a 263,1 milhões de toneladas, a cana-de-açúcar a 972,7 milhões e as carnes chegarão a 32,5 milhões; • O crescimento maior da produção, em 2022, se dará com os grãos. A cana de açúcar terá um crescimento bastante conservador e as carnes apresentarão uma acomodação na produção; • Haverá uma expansão de área de 11 milhões de hectares de grãos, no período 2013-2022, o que significará um aumento de 23% na área; • As projeções de uso da terra para o período 2012-2022 apontam para um aumento de 5,7% na área agrícola e de queda de 4,4% na área de pastagem;
  • 24. 24 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Haverá uma diminuição nas áreas de pastagem, sobretudo nas áreas em que os grãos são produzidos; • O aumento de produtividade não será tão acentuado, principalmente pela própria capaci- dade da planta, significando que será difícil para o Brasil manter os ganhos de produtivida- de dos períodos anteriores; • No que diz respeito às exportações (2013-2022), o Brasil deverá aumentar a sua participa- ção de mercado. Especificamente, poderá chegar a 50% de participação nas exportações mundiais de soja, 25,3% de milho e 2,8% de algodão; • O crescimento anual das exportações (2013-2022) será equivalente a 6,5%, 25,3% e 2,8% para soja, milho e algodão, respectivamente; • No período 2013-2022, o Brasil deverá aumentar sua participação no mercado internacio- nal de carnes em 34,5% (frango), 20,8% (bovina) e 16,7% (suína); • O crescimento anual das exportações (2013-2022) será equivalente a 2% (frango), 3,8% (bovina) e 10,1% (suína); • O mercado de carnes é um grande desafio, porque países como China e Rússia pretendem ser autossuficientes na produção de carnes, significando diminuição das exportações bra- sileiras para essas áreas; • O complexo de carnes é importante porque possui um efeito multiplicador muito grande e a carne agrega valor ao grão; • Com relação à demanda por carnes, alguns países asiáticos não estão tão longe do que será a demanda deles no futuro. Haverá uma mudança na demanda de carnes para cereais; • No longo prazo essa discussão de que a oferta não acompanhará a demanda será menos
  • 25. 25 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro importante. A produção de alimentos será pressionada, não tanto pela demanda, mas por causa do aumento nos preços dos insumos. O problema da demanda não será a maior causa de pressão daqui a 10 anos; • Para o setor sucroalcooleiro, no período 2013-202, o açúcar terá um aumento de 2,3% anual nas exportações, enquanto o etanol terá aumento de 26,1%. Com relação à participação de mercado, o açúcar terá participação de 51,5% nas exportações, enquanto o etanol terá 46,1%; • Houve um boom no mercado de etanol, mas estamos entrando numa fase de acomodação; • Observando a distribuição regional da produção, a produção de grãos deverá crescer prin- cipalmente no Centro-Oeste e diminuir no Sul; • A tendência é que a agregação de valor à produção aumente e que se localize próximo aos mercados consumidores, isso será possível graças a melhorias na logística; • Com relação à logística brasileira, mudanças importantes para os próximos 5 anos são o aumento da ferrovia Norte-Sul, a pavimentação das BR-163; BR-080 e BR-158 e a utiliza- ção dos portos de Marabá e Miritituba no Pará. Expandindo o horizonte para um período de mais 10 anos, os portos que ganharão importância serão os de Santarém e São Luís; • Em conclusão, o modelo produtivo brasileiro será caracterizado por grandes e pequenos, não se sabe ao certo o que acontecerá com os médios. Serão necessários modelos seguros para reduzir riscos, resolver os problemas de mão-de-obra e considerar as novas exigências em questões ambientais; • O Brasil não deverá exportar alimentos para África, mas inteligência e tecnologia. Desta- que para a participação ainda tímida do Brasil como investidor e necessidade de ser mais agressivo, sobretudo, mais proativo.
  • 26. 26 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro b) Principais desafios a serem enfrentados pela pesquisa e transferência de tecnologia agropecuária brasileira nas próximas duas décadas • Transferência de Tecnologia (TT) é o maior desafio para a agropecuária brasileira, sobretu- do para os pequenos produtores; • O Brasil possui 5.489 municípios com grande diversidade de dotação de recursos naturais. É preciso analisar os vários contextos sociais e demográficos para pesquisa e TT; • Há ainda diferenças quanto aos preços relativos, ao acesso ao capital produtivo e acesso ao capital social; • A relação entre tecnologia e geração de renda é importante; • No contexto social, algumas variáveis que precisam ser consideradas: a renda disponível no domicílio; o nível de pobreza absoluta; o nível de alfabetização; o nível da educação bá- sica (IDEB); o acesso ao SUS; a razão de dependência; o tipo de esgotamento sanitário; a taxa de envelhecimento. Nestas “Bases Sociais” se apoiam as condições para TT; • No contexto ambiental é necessário considerar: o uso racional de produtos agroquímicos; o plantio direto; a rotação de culturas; o cultivo mínimo; as áreas de florestas e sistemas agroflorestais; a prática de queimadas; e, a proporção de áreas degradadas; • Para onde caminha a agricultura e a demanda por tecnologia: a) a agricultura caminhará para onde a terra é barata, como exemplo, MAPITOBA (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), Rondônia e Acre; b) serão procuradas áreas com maior aptidão agrícola e menor risco cli- mático (importância do zoneamento agroecológico); c) há necessidade de um capital social mínimo; d) a agricultura não irá para municípios com administração temerária; e) é preciso resolver problemas de infraestrutura;
  • 27. 27 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • O quadro de infraestrutura vai mudar muito a cara da agricultura brasileira. Os destaques são: a restauração e duplicação de rodovias (MP 82), a contratação de obras rodoviárias (RDC e CI), as concessões rodoviárias, os asfaltamentos e os novos portos do Norte e Nordeste; • Em conclusão, a infraestrutura vai modificar a cara da agricultura brasileira, sendo essen- cial que o contexto social seja observado e devidamente apoiado por políticas públicas, além de C&T. c) Estratégias financeiras e mecanismos de inovação agropecuária • O Brasil já é um protagonista do agronegócio mundial e as causas para esse protagonismo são: os recursos naturais, tecnologia, crédito e produtores rurais eficientes; • Houve expressivo aumento de produtividade, que ocorreu graças às tecnologias desenvolvi- das pelos pesquisadores. A tecnologia traz benefícios para o meio-ambiente, consumidores e produtor; • Destaques: financiamento para a inovação, o Programa ABC e a Integração Lavoura Pecuá- ria e Floresta (ILPF), tecnologia desenvolvida pela Embrapa; • A tecnologia ILPF não é barata e exige mudança na gestão da propriedade, o que também exige recursos; • A ILPF é o novo modelo para a agricultura brasileira e é preciso que a nova agência de assistência técnica (ANATER) comece logo a funcionar para que trabalhe nessa direção de difusão dessa tecnologia; • Para a ILPF, além da questão tecnológica, é necessário dar a devida ênfase à gestão terri- torial e ao planejamento;
  • 28. 28 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • O Programa ABC precisa de coordenação e divulgação; o projeto merece muito mais atenção, e requer grande integração entre o Governo Federal, Estados e Municípios e cooperativas. 3. Oferta e demanda de pesquisa agropecuária 3.1. Questões complementares para PD&I agropecuária a) Financiamento da pesquisa agropecuária e o papel das parcerias público-privadas Pontos a serem considerados para o direcionamento das pesquisas agropecuárias e seu finan- ciamento: • Mudanças espaciais na produção agrícola entre países e dentro de cada país afetam o padrão e composição do comércio regional e internacional; • O lag entre os gastos com P&D e ganhos de produtividade (os efeitos são de longo prazo, entre e 12 e 30 anos nos EUA); • O tempo necessário para a pesquisa chegar à comercialização e o tempo de adoção é longo; • As decisões de pesquisas hoje terão efeito durante um prazo bastante longo; • 95% de P&D foram desenvolvidos em setores não agrícolas e 5% em setores agrícolas; • No setor de alimentos e agricultura, 37% dos gastos são efetuados pelo setor privado e 63% pelo setor público (em setores não agrícolas e de alimentos essa relação é de 68% para 32%);
  • 29. 29 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Aumento da participação de países em desenvolvimento nos gastos públicos globais com P&D agrícola; • Maior parcela de gastos de P&D agrícola nos EUA nas áreas de genética básica, genômica, gerenciamento da produção e gerenciamento de resistência; • As oportunidades de pesquisas para o setor privado realizar pesquisa estão no setor de alimentos; • A maior parte da pesquisa básica é feita pelo setor público; • O futuro é incerto, mas há evidência de uma nova ordem mundial emergindo na P&D agrícola; • Como esse futuro se desenvolverá será consequência das decisões políticas sobre a ci- ência nesse momento, das decisões da inovação privada, e das políticas públicas que as influenciarão. b) Da ciência para a prática: perspectivas futuras em inovação setorial – O Exemplo da USAID A questão principal destacada pela USAID é a de que se deve diminuir o gap alimentar e tirar as pessoas da pobreza. Os principais destaques foram: • O gap alimentar é maior na África, mas também é relevante na América Latina; • A USAID é seletiva, pois não é possível o atendimento de todos os países necessitados (atendem atualmente 19 países africanos e asiáticos); • A forma de trabalho adotada ocorre por meio da priorização das cadeias de valor relevantes
  • 30. 30 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro para o contexto de cada país; • Enfoques são dados ao papel da mulher e à situação nutricional; • Ressaltam a importância das métricas e sua relevância nas parcerias com o setor privado; • Acreditam que o investimento do setor privado é que reduzirá a pobreza (a USAID é parceira de grandes companhias como a Pepsico, dentre outras, e também empresas locais que sustentam empregos e a economia local); • O Programa Feed the Future é focado em: a) avanço da fronteira da produtividade; b) trans- formar sistemas de produção mais relevantes; e, c) melhorar a nutrição e a segurança alimentar; • Os principais projetos deste programa são em: intensificação sustentável, cereais resis- tentes ao clima, pesquisa avançada em doenças de plantas e animais, produtividade de hortaliças, alimentação nutritiva e saudável e políticas de suporte à pesquisa; • Estão trabalhando em Gana com tecnologias de mitigação de aflotoxinas, vacinas para pecuária, melhoria de variedades híbridas de milho, feijão e amendoim; • Destacou o papel do Brasil no desenvolvimento da agricultura global e o papel da Embra- pa nas áreas de conservação da agricultura, saúde do solo e intensificação sustentável, instrumentos de biotecnologia para plantas e animais, fixação biológica de nitrogênio e melhorias nas forrageiras; • Será necessário otimismo e cautela ao se transferir o modelo do cerrado para a savana africana.
  • 31. 31 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro c) Da inovação agrícola para o desenvolvimento social: como criar soluções sustentá- veis para as pessoas? O exemplo da Fundação Bill e Melinda Gates O pequeno produtor é o foco principal da Fundação Bill e Melinda Gates. Assim sendo, destacam: • O desenvolvimento do trabalho da Fundação baseia-se nos ciclos de confiança: o produtor é ouvido, a Fundação o mantém informado, mostra os contextos em que trabalham (vila- rejo, ecossistema local, país, continente e mundo) e fornece os instrumentos necessários que o produtor confia; • A análise de informações genotípicas aliada com big data é promissora para fazer melho- ramento das culturas; • A fundação participa da Alliance for a Green Revolution in Africa (AGRA); • Dentre os programas nacionais trabalham com: sistemas com culturas mistas, pesquisa com culturas órfãs, o Harvest Plus Program (cruzamento convencional e de transgênicos) e Digital Brain (comunicação por vídeo e telefones celulares entre produtores e extensionistas); • Buscam assegurar a existência de mercados ao que é produzido pelos pequenos produtores; • A adoção de tecnologia é essencial, mas a existência de produtos com valor agregado é fundamental para tal adoção; • O produtor precisa ter acesso rápido aos instrumentos locais relevantes e informações que apoiem o trabalho no campo (sementes localmente adaptadas, insumos confiáveis, organi- zação efetiva dos produtores, tecnologias digitais, etc.); • Há necessidade de base de dados que registre os objetivos globais, nacionais e em nível do produtor;
  • 32. 32 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Destacam a necessidade de métricas (com indicadores apropriados) e definição de respon- sabilidades; • É preciso assegurar que os progressos alcançados, sejam devidamente registrados e mo- nitorados. 3.2.Sinais de tendências nacionais relevantes para a pesquisa e inovação agropecuária a) Oportunidades e desafios para pesquisa e inovação agrícolas tropicais Grandes vertentes que o agronegócio brasileiro precisa perseguir para ampliar sua impor- tância e atuação no ambiente internacional: • Melhorar a qualidade da produção para maior competitividade (certificação, rastreabilida- de, etc.); • Fortalecer e integrar a política agrícola com outras políticas públicas (C&T, meio-ambiente, comércio, TT, etc.); • Melhorar o marketing internacional de produtos agrícolas brasileiros; • Diversificar a pauta de exportação brasileira, enfocando olerícolas, frutas e biocombustíveis; • Reduzir o custo Brasil, tornando mais eficientes a infraestrutura e a logística; • Aumentar a agregação de valor aos produtos agrícolas brasileiros exportados; • Fortalecer a política comercial brasileira por meio de acordos internacionais, bi e multilaterais;
  • 33. 33 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Manter o desenvolvimento de tecnologias tropicais; • Examinar o papel de cada ator do sistema nacional de inovação agropecuária (governo, universidades, instituições de pesquisa, entre outros); • É necessária atuação e posicionamento da Embrapa em cada um desses pontos. Principais estratégias para incrementar as parcerias público-privadas (PPPs) na pesquisa agropecuária brasileira: • Assessoria jurídica especializada em contratos e propriedade intelectual; • Grupo especializado em negócios; • Capacidade de honrar contratos e clareza nas demandas e na capacidade de entrega; • Estruturação institucional para inovação (políticas, arquitetura organizacional, processos, gestão); • Reorientação profissional dos pesquisadores atuais; • Criação de estrutura para negociação público-privada; • Definição dos pontos críticos e temas sensíveis/polêmicos (ex. propriedade intelectual); • Prospecção de demanda ligada à transferência de tecnologia; • Parcerias entre instituições de pesquisa. Considerações Relacionadas à Embrapa:
  • 34. 34 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • Adaptar a cultura organizacional e estruturar suporte jurídico adequado para atuação em parcerias público-privadas; • Desenvolvimento contínuo de competências (com habilidade para identificar, compreender e resolver problemas concretos), por meio de capacitação. Medidas necessárias para ampliar a inovação no Brasil para níveis compatíveis com o dos países ricos: • Aumentar investimentos tecnologia (privados e públicos) em pesquisa e transferência de tecnologia; • Reestruturar a Embrapa para interlocução e atuação em novos mecanismos e arranjos público-privados open innovation (mercado, pesquisa, transferência de tecnologia e negó- cios); • Estabelecer uma agenda institucional de inovação (P&D, TT, negócios, comunicação e co- operação internacional); • Promover maior integração com países desenvolvidos e emergentes para acesso a grandes inovações; • Implementar a política nacional de inovação; • Promover abordagem sistêmica, multi-institucional, e da inserção internacional no debate sobre inovação no Brasil; Outros pontos relevantes a serem destacados: • Não houve consenso quanto aos benefícios e entraves proporcionados por legislações (Lei de Inovação n° 10.973, de 2 de dezembro de 2004 e Lei de Licitações n° 8.666, de 21 de
  • 35. 35 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro junho de 1993); • Parte dos participantes considera que ambas as leis são antagônicas e que a Lei de Lici- tações burocratiza demasiadamente o processo de inovação no país, outra parte relatou experiências de aplicação bem sucedidas das leis; • Ficou evidenciada a falta de uniformidade de conhecimento e uso das legislações pertinentes; Considerações Relacionadas à Embrapa: • Necessidade da Embrapa influenciar o avanço do arcabouço legal; • A Embrapa já participa de duas iniciativas no âmbito do legislativo federal (PL 2177/2011, que “institui o Código Nacional de Ciência,Tecnologia e Inovação” e PEC 290/2013, que “altera e adiciona dispositivos na Constituição Federal para atualizar o tratamento das ati- vidades de ciência, tecnologia e inovação”); • Priorizar as parcerias público-privadas e desenvolver postura mais proativa e indutora na cooperação internacional; • Conhecer os ativos e a programação da Empresa em tempo real, além de fortalecer a visão de negócio na Empresa. 4. Conclusões • A nova plataforma virtual do Sistema Agropensa pode ser acessada no endereço: www. embrapa.br/agropensa; • Deve-se aumentar a frequência de encontros com debates sobre o futuro;
  • 36. 36 O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro • É preciso fortalecer parcerias externas e internas e reforçar cooperação internacional cien- tífica, técnica e tecnológica; • Necessidade de mecanismos para organizar competências a serviço dos desafios da Em- brapa, ou seja, na gestão de pessoas; • Implementação de mudanças organizacionais (a exemplo da experiência francesa com me- taprogramas e redes); • Organização das atividades de PD&I em função das demandas da cadeia de valor agrope- cuária (dentro e fora da porteira); • Importância do trinômio complexidade–conhecimento–relacionamento e visão mais inte- gral de mundo para atuação na agricultura do futuro; • Reforçar protagonismo da Embrapa e do país na segurança alimentar e nutricional para a paz mundial; • É preciso transitar do paradigma da cura para a prevenção; • Atuar e conhecer impactos das mudanças climáticas na agricultura e descarbonização da economia; • Pensar e gerir safras segundo uma perspectiva de território; • O conhecimento é a chave para aumentar a capacidade de antecipação do futuro, dimi- nuindo riscos na tomada de decisão.
  • 37. Anexo Oficinas técnicas para a construção do conteúdo 1ª Oficina “O futuro da inovação na agricultura tropical: Oportunidades e responsabilidades para o setor de inovação agrícola brasileiro” (10 a 12 de setembro de 2013) Coordenação Técnica: Geraldo B. Martha Jr. e Marcos A. G. Pena Júnior Profissional Organização Abi Soares dos Anjos Marques Embrapa Quarentena Vegetal Aigul Bayzlova Bill & Melinda Gates Foundation Alberto Duque Portugal Agribusiness Management Center, FDC Alysson Paolinelli Associação Brasileira dos Produtores de Milho Andre Nassar Agroicone Antônio Eduardo Guimarães dos Reis Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica Austrelino Silveira Filho Embrapa Amazônia Oriental Bernard Mallet Le Recherche Agronomique Pour Le Développement - CIRAD Brady Walkinshaw Bill & Melinda Gates Foundation Carlos Alberto Barbosa Medeiros Embrapa Clima Temperado Carlos Cerri Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo - Cena/USP
  • 38. Carlos Eduardo Lazarini da Fonseca Embrapa - Labex EUA Celso Luiz Moretti Embrapa - Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Claudio Carvalho Embrapa - Labex Europa Cleber Oliveira Soares Embrapa Gado de Corte Clênio Nailto Pillon Embrapa Clima Temperado Damares de Castro Monte Embrapa - Labex China Daniel Barthelemy Le Recherche Agronomique Pour Le Développement - CIRAD Daniela Lopes Embrapa - Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Edson Luís Bolfe Embrapa Monitoramento por Satélite Elíbio Leopoldo Rech Filho Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Eliseu Alves Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência Elísio Contini Embrapa Estudos e Capacitação Eric Arthur Bastos Routledge Embrapa Pesca e Aquicultura Esdras Sundfeld Embrapa Agroindústria de Alimentos Evaristo de Miranda Embrapa Monitoramento por Satélite Fernando Amaral Embrapa - Departamento de Transferência de Tecnologia Fernando Campos Embrapa - Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Fernando Castanheira Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - SAE/PR François Houllier Institut national de la recherche agronomique - INRA
  • 39. Frederico Duraes Embrapa Produtos e Mercado Gabriel Ferreira Bartholo Embrapa Café Geraldo B. Martha Jr Embrapa Estudos e Capacitação Geraldo Barros Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo - Esalq/USP Giampaolo Queiroz Pellegrino Embrapa Informática Agropecuária Gilberto Schmidt Embrapa - Labex Coréia Janice Reis Ciacci Zanella Embrapa Suínos e Aves João Cruz Filho Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA José Fernando da Silva Protas Embrapa Uva e Vinho José Ivo Baldani Embrapa Agrobiologia Julie Howard United States Agency for International Development - USAID Kepler Euclides Filho Embrapa - Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Ladislau Martin Neto Embrapa - Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento Lourival Vilela Embrapa Cerrados Luiz Carlos Guedes Pinto Grupo Segurador Banco do Brasil & Mapfre Manuel Rodolfo Otero Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA/Brasil Marcio Porto Embrapa - Secretaria de Relações Internacionais Marcos A. G. Pena Júnior Embrapa Estudos e Capacitação Marcos Enê Chaves Oliveira Embrapa Amazônia Oriental Marcos Valentim Ferreira Martins Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária - Consepa & Instituto Agronômico do Paraná - Iapar
  • 40. Marília Nutti Embrapa Agroindústria de Alimentos Mario Seixas Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica Maurício A. Lopes Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência Mauro Carneiro Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Mauro Lopes Fundação Getúlio Vargas Michel Eddi Le Recherche Agronomique Pour Le Développement - CIRAD Milton Kanashiro Embrapa Amazônia Oriental Mirian Eira Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência Moiséis Gomes Pinto Instituto CNA Myrian Tigano Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência Osmar Dias Banco do Brasil Otávio Balsadi Embrapa - Departamento de Transferência de Tecnologia Patrick Caron Le Recherche Agronomique Pour Le Développement - CIRAD Paulo Estevão Cruvinel Embrapa - Secretaria de Gestão Estratégica Paulo Fresneda Embrapa - Diretoria-Executiva/Presidência Philip Pardey Universidade de Minnesota Robert Habib Institut national de la recherche agronomique - INRA Ronaldo de Andrade Embrapa Produtos e Mercado Rose Monnerat Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Ruy de Araújo Caldas Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI
  • 41. Sam Dryden Bill & Melinda Gates Foundation Selma Beltrão Embrapa Informação Tecnológica Shenggen Fan International Food Policy Research Institute - IFPRI Sílvia Massruhá Embrapa Informática Agropecuária Silvio Crestana Embrapa Instrumentação Vania Castiglioni Embrapa - Diretoria de Administração e Finanças Vinicius Pereira Guimarães Embrapa Caprinos e Ovinos Vitor Hugo Embrapa - Secretaria de Negócios Waldyr Stumpf Junior Embrapa - Diretoria de Transferência de Tecnologia Walter Bowen Universidade da Flórida / Institute of Food and Agricultural Sciences Warley Marcos Nascimento Embrapa Hortaliças