O documento descreve 10 tendências que afetam a relação de poder entre editores, escritores e leitores na cadeia do livro no contexto digital. A primeira tendência é o crescimento do mercado digital de livros eletrônicos que dá mais poder ao leitor. A segunda é o crescimento de grandes grupos que concentram poder. A terceira é a especialização de conteúdos que enfraquece o "editor pato". A quarta é a diversificação de plataformas que ameaça o "editor tatu".
1. O PODER
do editor ao autor e
AO LEITOR
E 10 tendências que afetam a relação de poder
na cadeia do livro
Por Carlo Carrenho
Fliporto, Olinda, 17/11/2012
3. Período pré-Gutemberg
O poder está na mão dos editores e escritores (elite) e não há distinção entre eles.
Leitores não existem.
O Escritor O Editor O Leitor
4. Período pós-Gutemberg
O poder está na mão dos editores, que assume o papel de guardião do conhecimento
e censor. Escritores e leitores vivem sob seu domínio.
O Escritor O Leitor
O Editor
5. Período pós-Digital
O poder passa ao leitor, que agora possui voz e liberdade de escolha do que ler e de
como usar seu tempo de entretenimento. O leitor tem até liberdade para publicar.
O Editor
O Escritor
O Leitor
6. “O editor perde poder para
o escritor e especialmente
para o leitor na medida em
que o acesso à publicação é
democratizado pela
tecnologia.”
7. A democratização
1983: James Bessen cria o 1º programa de
desktop publishing
Democratização do design e pré-produção
1984: Jane Snowball faz a primeira compra online
Democratização do varejo
1996: Joe Jacobsson registra a patente da e-ink
Democratização da produção e logística.
8. “A multiplicação das formas
de entretenimento e o
surgimento de plataformas
sociais deram ao leitor o
poder de renegar a
produção editorial.”
10. Tendência #1
Ih! O Kindle chegou e trouxe
a turma toda: iPad, o Nook e o Kobo
A tendência de crescimento do
mercado digital
11. “A verdadeira revolução
está na distribuição e
acesso ao produto, não
na plataforma de
leitura.”
12. Anos cruciais
• 2000: Stephen King lança Riding the Bullet, o 1º e-book
• 2006: Sony lança o Sony Reader
• 2007: Amazon lança o Kindle
• 2009: Kindle ganha versão internacional
• 2011: Amazon vende mais e-books que livros físicos
13. As vendas de e-books nos EUA
Participação sobre o total de vendas de livros trade
25%
Fonte: Association of American Publishers
20%
15%
10%
5%
0%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
15. O catálogo por livraria
Quantidade de Títulos em Português
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Gato Sabido Saraiva Cultura
jun/11 ago/11 out/11 dez/11 ago/12
16. As vendas
5%
É a relação aproximada entre o número de
exemplares vendidos dos 10 best-sellers digitais
mais vendidos pela maior livraria brasileira e as
vendas dos 10 títulos físicos mais vendidos nesta
mesma rede.
17. As vendas
30%
Das vendas da Saraiva de 50 Tons de Cinza na
primeira semana de vendas foram de
exemplares digitais.
18. As vendas
11ª
É a posição da e-bookstore da Saraiva se fosse
considerada no seu ranking de 102 livrarias
físicas.
26. A diferença de escalas
Faturamento das empresas x Tamanho dos mercados de
livro (em US$ bi)
140
120
100
80
136.92
60
108.25
40
48.08
20 37.9 40.2
6.99 4.04
0
Apple Amazon Google Barnes & Noble Brasil EUA Mundo
Fonte: Global eBook Market, 2012; Global Map of Publishing Markets 2012 e relatórios das empresas
30. A especialização
É POSSÍVEL graças à globalização dos
mercados locais e ao acesso aos nichos
que se tornaram realidade com o
advento tecnológico
É NECESSÁRIA para a obtenção de
diferencial e vantagens diante de uma
competição cada vez mais global
41. Self-publishing: o modelo SmashWords
Plataforma de publicação e distribuição de e-
books rápida e gratuita
Direcionada a autores independentes e pequenos
editores
Autores / editores recebem 85% do líquido
Sem DRM
42. O crescimento da SmashWords
Livros independentes publicados na Smashwords
120000
100.000
100000
80000
60000
40000
28.800
20000
6.000
140
0
2008 2009 2010 Feb-12
51. Alguns números
A receita das livrarias dos EUA deve cair 1,1% em
2012, de US$ 19,2 bi para US$19 bi, enquanto a renda
per capita disponível deve aumentar 1,6%.
O número de livrarias nos EUA deve cair 2% em
2012, para 29.795 lojas de 30.400 em 2011.
Em 2011, o faturamento das livrarias no Brasil teve
queda real de 1%.
Fonte: IBISWorld | Pesquisa anual da Associação Nacional de Livrarias
53. Tendência #8
Sem tempo nem dinheiro
A tendência do crescimento do
consumo de outras opções de
entretenimento
54. O tempo para o livro vem se reduzindo
As atividades dos brasileiros
Fonte: Understanding the Changing Needs Of Online Consumers
Internet 23.8
Videogames 6.3
Televisão 6.2
Rádio 3.5
In Latin America | Forrester
Jornais 2
Revistas 1.9
0 5 10 15 20 25
Horas gastas por semana
55. O orçamento para o livro vem diminuindo
Fonte: O Livro e a Leitura nas Famíias Brasileiras:| ANL
57. Tendência #9
Garçon, não foi isso que eu pedi
para ler; pode devolver ao editor?
A tendência de fortalecimento da voz
do leitor por meio das mídias sociais
e da tecnologia
58. Leitura e as mídias sociais
Veja vídeo a seguir...
59. Kobo e as mídias sociais
Veja vídeo a seguir...
62. A via de mão dupla
Por um lado, o leitor agora se manifesta
e participa, interferindo no trabalho
editorial
Por outro lado, está mais fácil ouvir o
leitor
72. “Graças à tecnologia o
escritor pode hoje estar
mais próximo do seu
público e escutá-lo.”
73. “Mas o poder mudou
de mãos. Hoje é o leitor
quem dá as cartas, que
define o
que, quando, como e a
que custo ler.”
74. “A função do editor
moderno é encontrar o
livro certo para seus
leitores e não mais os
leitores certos para
seus livros.”
75. “O objetivo do escritor
moderno é ser lido e não
mais ser publicado.”
76. Obrigado!
Carlo Carrenho
Consultor Editorial
Sócio-fundador do PublishNews
Coordenador do curso “Publisher: o livro como negócio”
E-mail: carrenho @ gmail.com
Linkedin: http://br.linkedin.com/in/carrenho
Twitter: @carrenho
Esta apresentação encontra-se em:
http://www.slideshare.net/carrenho