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Registro Rupestre / Rock art



    A INTERPRETAÇÃO PALEO-SETI E O REGISTRO RUPESTRE.
    The Rock Art Register and the Paleo-SETI Interpretation.




       Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva¹*
                                                               ¹* Bacharel em Arqueologia e Preservação Patrimonial, Universidade Federal do Vale do São Francisco.



                                    Forma de citar             Andrada. A.C. O Registro rupestre pela Interpretação Paleo-SETI. Rev Paradeshâ.
                                                               2009; Maio: p.19-37.
                                                               ___________. A INTERPRETAÇÃO PALEO-SETI E O REGISTRO RUPESTRE.
                                                               Apresentado como Comunicação no XVI Congresso da SAB - Sociedade de
                                                               Arqueologia Brasileira/XVI Word Congress of UISPP (União Internacional das Ciências
                                                               Pré-históricas e Proto-históricas, Universidade Federal de Santa Catarina, 04 Setembro
                                                               de 2011.

                                                      RESUMO       Desde a popularização mundial das idéias PaleoSETI através da publicação do best-
                                                               seller Chariot of the Gods (Eram os deuses Astronautas) pelo herético escritor Erich Von
                                                               Däniken no começo dos anos 70 do séc. XX, se têm construído ações discursivas para
                                                               declarar anti-científica toda e qualquer hipótese que trabalhe com a questão Ovniológica
                                                               dentro do universo arqueológico. As maiores críticas que vem sofrendo tal linha de pesquisa
                                                               focam-se principalmente na interpretação iconológica da arte proposta pelos defensores da
                                                               hipótese exossociológica. Tais críticos, quase sempre pertencentes a linhas positivistas,
                                                               durante seus trabalhos de divulgação e disseminação científica, promovem uma visão
                                                               ingênua e dogmática da episteme arqueológica e constroem discursos descritivistas sobre
                                                               “conceitos sintéticos” como proposições analítico-explicativas que se afirmam
                                                               desconectadas de um valor interpretativo simbólico ligado à alteridade do pesquisador.
                                                               Neste contexto teórico, a terminologia “sintética” aplica-se somente à um reducionismo dos
                                                               problemas semióticos e das teorias da representação, para que as interpretações que não
                                                               pertençam ao universo paradigmático destes críticos, venham à ser classificadas como
                                                               “fantasia”, especulacionismo”, “esoterismo” e “pseudociência”. Este artigo pretende
                                                               discutir tais rótulos sob a uma critica epistêmica às próprias vertentes analítico-explicativas
                                                               dos significantes tomando como exemplo a interpretação Paleo-SETI nos registros
                                                               gráficos. Conclui que a aceitação das interpretações Paleo-SETI não estão ligadas à uma
                                                               questão epistemológica da arqueologia como representação de um conhecimento
                                                               científico corroborado, mas antes de tudo, a uma de uma construção discursiva,
                                                               cosmológica, inerente ao próprio universo representativo do pesquisador.


                                                  ABSTRACT       Since the popularization of Paleo-SETI ideas world wide by publishing the best-selling
                                                               Chariot of the Gods by heretical writer Erich Von Daniken in the early 70th of XX century,
                                                               have been constructed discursive actions to declare unscientific any chance to work with the
                                                               issue of Ufology within the archaeological universe. The major criticism that has suffered
                                                               such a line of research focused mainly on the iconological interpretation of art proposed by
                                                               advocates of the exosociological hypothesis. Such critics, mostly belonging to positivist
                                                               lines during their work in scientific publication and dissemination, promote a dogmatic and
                                                               naive view of the archaeological episteme and built descriptivistic speeches about
                 Palavras chave                                "synthetic concepts" as analytical-explanatory propositions that assert themselves
                                                               disconnected from an interpretative symbolic value linked to the otherness of the
                                                               researcher. In this theoretical context, the "synthetic" terminology applies only to a
                                                               reductionism of the problems offer by semiotics and representation theory, that the
                                                               interpretations that do not belong to these criticists paradigmatic universe, come to be
 Arte rupestre, PaleoSETI, Ovniologia,                         classified as "fantasy", speculationism" “esotericism” and “pseudoscience”. This article
 Extraterrestre, Interpretação                                 discusses these labels under an epistemic critique to their own strands of significant
                                                               analytical-explanatory with the example of Paleo-SETI interpretation in the graphic
                                                               records. Conclude that acceptance of the Paleo-SETI interpretations are not linked to an
                      Key Words                                epistemological question of archeology as a representation of scientific knowledge, but
                                                               above all a discursive construction of a cosmological universe inherent in the researcher's
                                                               representative universe.

 Rock art. PaleoSETI, Ufology.
 Extraterrestrial. Interpretation




Paradeshâ - Rev. Independente de Arqueologia. Maio, 2009                                                                                                              P.19
Andrada A. C. PaleoSet Registros Rupestres
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  • 1. Registro Rupestre / Rock art A INTERPRETAÇÃO PALEO-SETI E O REGISTRO RUPESTRE. The Rock Art Register and the Paleo-SETI Interpretation. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva¹* ¹* Bacharel em Arqueologia e Preservação Patrimonial, Universidade Federal do Vale do São Francisco. Forma de citar Andrada. A.C. O Registro rupestre pela Interpretação Paleo-SETI. Rev Paradeshâ. 2009; Maio: p.19-37. ___________. A INTERPRETAÇÃO PALEO-SETI E O REGISTRO RUPESTRE. Apresentado como Comunicação no XVI Congresso da SAB - Sociedade de Arqueologia Brasileira/XVI Word Congress of UISPP (União Internacional das Ciências Pré-históricas e Proto-históricas, Universidade Federal de Santa Catarina, 04 Setembro de 2011. RESUMO Desde a popularização mundial das idéias PaleoSETI através da publicação do best- seller Chariot of the Gods (Eram os deuses Astronautas) pelo herético escritor Erich Von Däniken no começo dos anos 70 do séc. XX, se têm construído ações discursivas para declarar anti-científica toda e qualquer hipótese que trabalhe com a questão Ovniológica dentro do universo arqueológico. As maiores críticas que vem sofrendo tal linha de pesquisa focam-se principalmente na interpretação iconológica da arte proposta pelos defensores da hipótese exossociológica. Tais críticos, quase sempre pertencentes a linhas positivistas, durante seus trabalhos de divulgação e disseminação científica, promovem uma visão ingênua e dogmática da episteme arqueológica e constroem discursos descritivistas sobre “conceitos sintéticos” como proposições analítico-explicativas que se afirmam desconectadas de um valor interpretativo simbólico ligado à alteridade do pesquisador. Neste contexto teórico, a terminologia “sintética” aplica-se somente à um reducionismo dos problemas semióticos e das teorias da representação, para que as interpretações que não pertençam ao universo paradigmático destes críticos, venham à ser classificadas como “fantasia”, especulacionismo”, “esoterismo” e “pseudociência”. Este artigo pretende discutir tais rótulos sob a uma critica epistêmica às próprias vertentes analítico-explicativas dos significantes tomando como exemplo a interpretação Paleo-SETI nos registros gráficos. Conclui que a aceitação das interpretações Paleo-SETI não estão ligadas à uma questão epistemológica da arqueologia como representação de um conhecimento científico corroborado, mas antes de tudo, a uma de uma construção discursiva, cosmológica, inerente ao próprio universo representativo do pesquisador. ABSTRACT Since the popularization of Paleo-SETI ideas world wide by publishing the best-selling Chariot of the Gods by heretical writer Erich Von Daniken in the early 70th of XX century, have been constructed discursive actions to declare unscientific any chance to work with the issue of Ufology within the archaeological universe. The major criticism that has suffered such a line of research focused mainly on the iconological interpretation of art proposed by advocates of the exosociological hypothesis. Such critics, mostly belonging to positivist lines during their work in scientific publication and dissemination, promote a dogmatic and naive view of the archaeological episteme and built descriptivistic speeches about Palavras chave "synthetic concepts" as analytical-explanatory propositions that assert themselves disconnected from an interpretative symbolic value linked to the otherness of the researcher. In this theoretical context, the "synthetic" terminology applies only to a reductionism of the problems offer by semiotics and representation theory, that the interpretations that do not belong to these criticists paradigmatic universe, come to be Arte rupestre, PaleoSETI, Ovniologia, classified as "fantasy", speculationism" “esotericism” and “pseudoscience”. This article Extraterrestre, Interpretação discusses these labels under an epistemic critique to their own strands of significant analytical-explanatory with the example of Paleo-SETI interpretation in the graphic records. Conclude that acceptance of the Paleo-SETI interpretations are not linked to an Key Words epistemological question of archeology as a representation of scientific knowledge, but above all a discursive construction of a cosmological universe inherent in the researcher's representative universe. Rock art. PaleoSETI, Ufology. Extraterrestrial. Interpretation Paradeshâ - Rev. Independente de Arqueologia. Maio, 2009 P.19